segunda-feira, 29 de junho de 2020

Estudos da UFF e da Fiocruz ajudarão Niterói na batalha contra o coronavírus.




Em parceria com a Fundação Municipal de Saúde de Niterói (FMS), a UFF - Universidade Federal Fluminense e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estão realizando um estudo dos primeiros casos e contatos de coronavírus no município, com objetivo de aprimorar ações e intervenções de prevenção e controle da pandemia. Com dados de março a abril de 2020, a pesquisa revelará como a doença atingiu Niterói, estimará a proporção de pessoas infectadas e assintomáticas e realizará projeções tanto do número total de pessoas infectadas pelo novo coronavírus, como de óbitos no município. Os contatos são realizados por telefonema com aqueles que testaram positivo no perímetro temporal da pesquisa e também seus contatos próximos, como familiares e amigos. Nesta parceria com a UFF, a Fundação Municipal de Saúde se dispôs a realizar essas testagens nos domicílios. Os dados serão utilizados para formar curvas epidemiológicas ajustadas para casos confirmados, número de casos não reportados, e número total de pessoas infectadas; além de estimativas oportunas da gravidade e transmissibilidade da doença.

As evidências científicas disponíveis ajudarão Niterói na tomada de decisões contra o coronavírus.


quinta-feira, 25 de junho de 2020

Estudo identifica circulação de nova linhagem da zika no Brasil

A fêmea do Aedes aegypti é vetor de transmissão
da tríplice epidemia (dengue, chikungunya e zika)

Mesmo em meio a uma pandemia que tem afetado o cotidiano de todos, a população brasileira ainda convive com as consequências da última emergência nacional de saúde pública: a da zika, que desde 2015 levou ao nascimento de 3.534 bebês com Síndrome Congênita da Zika (SCZ). Uma nova linhagem do vírus da zika foi descoberta circulando recentemente no Brasil por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia e a possibilidade de reemergência da epidemia de arbovirose ganhou mais força. O achado foi publicado no início de junho no periódico International Journal of Infectious Diseases e serve como alerta para a vigilância da doença. A ferramenta desenvolvida pelos pesquisadores pode ser acessada aqui. E o estudo está aqui.

De acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, das principais arboviroses que circulam no Brasil, a zika tem sido a com menor número de casos em 2020: foram notificados 3.692 casos prováveis (taxa de incidência 1,8 casos por 100 mil habitantes), em detrimento de 47.105 casos prováveis de chikungunya (taxa de incidência de 22,4 casos por 100 mil habitantes) e 823.738 casos prováveis (taxa de incidência de 392,0 casos por 100 mil habitantes) de dengue. Mas essa situação pode mudar caso uma nova linhagem genética comece circular na população.

Ferramenta
A introdução de uma nova linhagem no país foi identificada por uma ferramenta de monitoramento genético desenvolvida por pesquisadores vinculados ao Cidacs e ao Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia); Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC); Universidade Salvador (Unifacs) e a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). O pesquisador da Plataforma de Bioinformática do Cidacs, Artur Queiroz, um dos líderes do estudo, explica que a ferramenta desenvolvida pelo grupo analisa sequências disponíveis em banco de dados públicos e permite identificar as linhagens de Zika presentes em bases de dados do National Center for Biotechnology Information (NCBI – Centro Nacional de Informação Biotecnológica, em tradução livre).

“Pegamos esses dados e analisamos, selecionamos as sequências do brasil e mostramos a frequência desses tipos virais ano a ano. O principal achado é que vemos uma variação de subtipos e linhagens durante os anos, sendo que em 2019 há o aparecimento, mesmo que pequeno, de uma linhagem que até então não era descrita circulando no país”, explica.

Identificação
São conhecidas duas linhagens do vírus zika: a asiática e a africana (sendo que essa é subdividida em oriental e ocidental). A ferramenta analisou 248 sequências brasileiras submetidas a base de dados desde 2015. Até 2018, os dados genéticos encontrados eram majoritariamente cambojanos (mais de 90%), proporção que mudou radicalmente em 2019, quando o subtipo oriundo da micronésia passou a ser responsável por 89,2% das sequências submetidas ao banco genético.

Mas o que surpreendeu os pesquisadores foi a identificação da emergência do tipo africano, até então inexistente no Brasil. “A linhagem africana foi isolada em duas regiões diferentes do Brasil: no Sul, vindo do Rio Grande do Sul, e no Sudeste, do Rio de Janeiro”, informa o estudo.

A distância geográfica e a diferença de hospedeiros (uma foi encontrada em um mosquito “primo” do Aedes aegypt, o Aedes albopictus, e outro em uma espécie de macaco) sugerem que essa linhagem já está circulando no país há algum tempo e pode ter potencial epidêmico, uma vez que a maior parte da população não tem anticorpos para essa nova linhagem do vírus. Para Queiroz, o achado demonstra a utilidade da ferramenta como “um bom mecanismo de vigilância e alerta para a possibilidade de uma nova epidemia do vírus zika”.

“Atualmente, com as atenções voltadas para a Covid-19, este estudo serve de alerta para não esquecermos outras doenças, em especial zika. A circulação do vírus no país, bem como a realização de estudos genéticos devem continuar sendo realizados a fim de evitar um novo surto da doença com o novo genótipo circulante”, reforça Larissa Catharina Costa, uma das autoras do estudo.

Por Raiza Tourinho (Fiocruz Bahia)

Fonte:  Fiocruz

terça-feira, 23 de junho de 2020

Covid-19: pesquisador esclarece quais cuidados devem ser tomados com os animais domésticos




A pandemia do novo coronavírus não afetou apenas os humanos. Em vários países, aumentou o número de animais domésticos abandonados. Uma das causas para isso é, provavelmente, econômica. Mas o receio de que os pets sejam vetores da Covid-19 também pode ter colaborado para o problema. O que é um equívoco: apesar da falta de estudos mais aprofundados sobre o tema, o risco de animais contraírem Covid-19, ou contaminar seus próprios donos, praticamente não existe. É o que explica o médico veterinário Paulo Abilio Varella Lisboa, pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict), da Fiocruz. Que acrescenta: em vez de perigo, animais domésticos podem ser muito benéficos para a saúde, em tempos de isolamento, ao colaborarem para diminuir o estresse e a ansiedade dos humanos. Nesta entrevista, ele explica os cuidados com a higiene dos bichos, que devem ser tomados mesmo fora do período pandêmico.  

Icict: Qual o risco da Covid-19 para cães e gatos domésticos? Eles podem se contaminar e até morrer?
Paulo Abilio Lisboa: Até agora, há menos de 25 relatos em todo o mundo de cães e gatos de estimação infectados com SARS-CoV-2, e nenhum relato de animais positivos no Brasil. Isso apesar de, em 9 de junho, o número de pessoas infectadas ultrapassar 6,2 milhões no mundo e mais de 740 mil casos no Brasil. Além disso, nenhum relatório oficial publicado sugere que animais de estimação sejam fonte de infecção para seres humanos. Há evidências de que as infecções nos animais são geralmente resultado de um contato próximo de pessoas — tutores ou tratadores — infectadas com Covid-19. Mas há pouca ou nenhuma evidência de que os animais domésticos sejam facilmente infectados com SARS-CoV-2. E, considerando que a população mundial de cães e gatos está em torno de 2 bilhões, o número de animais infectados representa menos de 0,001% do total e, por isso, não representa nenhum risco potencial de transmissão para outros animais ou pessoas.

Icict: Mesmo que não se contaminem, cães e gatos domésticos podem transmitir a doença a seres humanos ou levar o vírus para dentro da casa de seus donos, oferecendo risco de contaminação? 
Paulo Abilio Lisboa: Não há evidência ou estudos nesse sentido. Os poucos animais infectados parecem ter adquirido a infecção dos seus donos, pelo contato direto, e não o inverso. Tampouco há evidência de que animais sejam vetores mecânicos ou possam carregar o vírus, ou que o vírus possa se replicar nos animais. 

Icict: O vírus pode grudar no pelo do animal? A sujeira que as patas trazem da rua pode representar risco? E as fezes e urina dos animais, podem transmitir o vírus?
Paulo Abilio Lisboa: Em teoria, um tutor pode infectar os animais através do espirro ou da tosse e a partir de partículas em suspensão. Porém não há estudos que mostrem a permanência do vírus nos tecidos cutâneos (pele e pelos) de cães e gatos. Em teoria, animais que circulam ou possam ter acesso a áreas contaminadas na rua poderiam carregar o vírus para dentro de casa, mas não há estudos demonstrando essa evidência. De qualquer forma, é recomendável a higienização das patas e do focinho com uma combinação de água e sabão neutro em pano umedecido. Mas essa higienização deveria ser feita habitualmente em todos os animais que vão à rua, independentemente da epidemia. Sobre urina, fezes e também saliva, não há nenhum estudo ou evidência cientifica da transmissão do vírus.

Icict: É recomendável os donos adotarem alguma mudança de atitude com seus animais domésticos por causa da epidemia? Como, por exemplo, reforçar alguma medicação preventiva ou mudar a alimentação? 
Paulo Abilio Lisboa: Não há necessidade de nenhuma mudança. Os cuidados de saúde já utilizados pelo dono devem ser mantidos, inclusive os calendários de vacinação e emergências médicas. As clínicas veterinárias e os profissionais veterinários são classificados como atividades essenciais e estão trabalhando normalmente.

Icict: Deve-se usar álcool em gel para limpar cães e gatos domésticos?
Paulo Abilio Lisboa: Não. O álcool em gel ou o álcool líquido em todas as suas concentrações pode ser abrasivo para a pele dos cães e gatos, principalmente se utilizado de forma rotineira ou crônica, e ocasionar lesões alérgicas ou tópicas.

Icict: Cloroquina pode ser usada também para cães e gatos? 
Paulo Abilio Lisboa: Não. Não existe nenhuma indicação da cloroquina ou hidroxicloroquina para uso em animais, assim como os estudos não apontam sua eficácia nas pessoas. 

Icict: É verdade que a epidemia aumentou o abandono de animais domésticos por seus donos?
Paulo Abilio Lisboa: Percebemos um maior abandono por conta de notícias veiculadas pela imprensa e a partir de ONGs e grupos de apoio e cuidados de animais. Há três fatos a considerar. Em primeiro lugar, as notícias iniciais de que cães e gatos foram infectados pelo SARS-CoV-2, o que gerou uma primeira onda de medo e abandonos por conta da desinformação e fake news. Em seguida, houve o abandono intencional, que possui duas características de cunho muito social. Em várias regiões, famílias ou pessoas idosas – que viviam de forma isolada ou sozinhas e que, por conta da quarentena, foram morar com outros parentes – tiveram que migrar ou abandonar sua moradia e, em muitos casos, não tiveram condições de levar o animal que morava com elas. Por outro lado, houve aspectos socioeconômicos: algumas pessoas, por desemprego ou diminuição da renda, abandonaram animais próximos a instituições ou parques públicos, ou mesmo nas ruas, para diminuir a responsabilidade sobre os cuidados do animal. E, por fim, alguns tutores pediram ajuda exatamente por conta de pessoas que abandonaram as casas e deixaram os animais. E isso aconteceu de forma mundial, principalmente nos EUA, que tem os dois maiores abrigos de animais do mundo, em Denver e Nova York.

Icict: A notícia vinda da Europa de que os donos de gatos teriam alguma imunidade contra a Covid-19 faz sentido?
Paulo Abilio Lisboa: Tivemos relatos neste sentido, a partir da publicação de uma médica na Espanha, que observou que tutores de gatos tinham sinais menores em relação à doença ou não apresentavam sintomas. A informação da médica da Espanha é observacional e sem base científica nenhuma. Por isso, não devemos considerar essa hipótese. Mas temos outro aspecto menos falado que é o papel dos animais domésticos na casa das pessoas, diminuindo a sensação de isolamento e criando um momento diário de convívio e felicidade – reduzindo assim o estresse e a ansiedade, contribuindo com a saúde mental em tempos de isolamento. Pessoas felizes tem menos estresse e têm melhor escore imunológico, sendo naturalmente menos suscetíveis a doenças.

Icict: Outros animais domésticos – como papagaios, canários, periquitos, calopsitas, hamsters – podem representar risco de contaminação para seus donos? 
Paulo Abilio Lisboa: Não temos evidências (relatos, estudos ou pesquisas) de outros pets se infectarem pelo SarsCov-2. 

Icict: Morcegos, que eventualmente entram em casas, são um risco de Covid-19 para os humanos? O SARS-CoV-2 veio mesmo de um morcego? 
Paulo Abilio Lisboa: Não, morcegos não representam risco. No Brasil a maior preocupação em relação aos morcegos é a possível transmissão do vírus da raiva. Sobre a origem do SARS-CoV-2, temos dois cenários possíveis. O primeiro tem o vírus evoluindo através de seleção natural em um hospedeiro não humano e pulando para humanos. Não há casos documentados de transmissão de um coronavírus de morcego para humanos. Mas todos os coronavírus anteriores passaram por um hospedeiro mamífero intermediário antes da infecção humana. A identidade do hospedeiro intermediário SARS-CoV-2 é atualmente desconhecida, mas vários animais foram sugeridos, principalmente pangolins. Em um cenário alternativo, uma versão não patogênica do vírus teria pulado de um hospedeiro animal para humano e depois evoluído dentro de humanos para seu estado patogênico atual. Mas nenhuma dessas hipóteses foi confirmada até o momento.

Icict: E os micos que entram pelas janelas em alguns prédios e casas próximo de matas? Apresentam risco? 
Paulo Abilio Lisboa: Também não há qualquer relato de infecção do Sars-CoV-2 em primatas. Assim, não há risco de transmissão de micos ou primatas para o homem. 

Icict: E nas fazendas? Vacas, cavalos, cabras, patos, porcos, esses animais trazem algum risco? 
Paulo Abilio Lisboa: Não temos nenhum relato de infecção de Sars-CoV-2 em animais de produção. Assim, também não há risco de transmissão.


22/06/2020
Por: PH de Noronha (Icict/Fiocruz)


Fonte:  Icict/Fiocruz
Imagem:  Google

quinta-feira, 18 de junho de 2020

AÇÕES DESENVOLVIDAS PELO CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES PARA A PREVENÇÃO E CONTROLE DA RAIVA (17/06/2020)


Além da vacinação de cães e gatos na campanha anual, nos postos fixos do Campo de São Bento e Horto do Barreto (aguardando distribuição da vacina pela Secretaria de Estado de Saúde para 2020), o CCZ realiza as seguintes atividades:

1) Bloqueio de focos da doença;

2) Vigilância Passiva (recolhimento e encaminhamento para os laboratórios de referência morcegos, saguis, cães, gatos e outros animais mortos ou suspeitos de raiva);

3) Mapeamento e geoprocessamento dos casos de raiva e da presença de possíveis abrigos de morcegos hematófagos;

4) Orientação à população nos casos de reclamações sobre a presença de morcegos nos imóveis (forros, árvores, etc);

5) Acompanhamento por dez dias no caso de cães ou gatos envolvidos em acidentes (mordeduras ou arranhaduras com pessoas);

6) Educação em Saúde (principalmente em escolas);

7) Estudos e publicações sobre o assunto em eventos e periódicos científicos.


Clique aqui e acesse o documento completo.


quarta-feira, 3 de junho de 2020

PASSO A PASSO PARA USAR E HIGIENIZAR CORRETAMENTE SUA MÁSCARA DE PROTEÇÃO





Embora o uso das máscaras não substitua outras medidas básicas de prevenção contra a COVID-19, elas podem reduzir as chances de contaminação. Mas você sabe como usar e higienizar corretamente sua máscara? Veja o passo a passo:














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