O que é Zika?
A zika é uma arbovirose (doença causadas por arbovírus, isto é, vírus que tem parte de seu ciclo de replicação nos artrópodes) também conhecida como infecção por zika vírus. Esse vírus é transmitido para seres humanos por meio da picada do mosquito Aedes aegypti e do Aedes albopictus. Ele é chamado assim porque os primeiros sinais da doença foram encontrados na Floresta Zika, localizada em Uganda (1947).
Em 2015 houve a identificação do vírus ZIKV no Brasil (suspeita-se que a introdução tenha ocorrido em 2013), que passou por uma epidemia de casos de zika, com milhares de pessoas diagnosticadas com a doença. Muitas mulheres grávidas sofreram e tiveram bebês que foram diagnosticados com microcefalia, uma condição médica em que o crânio do bebê é menor do que o normal para a sua idade, causando diversos atrasos em seu desenvolvimento mental e intelectual, por exemplo.
Antes de se expandir para uma epidemia humana plenamente estabelecida, atingindo as manchetes de jornais como uma ameaça global, o zika vírus esteve presente por muito tempo na África e, em algum momento, chegou à Ásia. Na África, o zika vírus pode ter circulado principalmente entre os animais e só ocasionalmente pulou para os humanos. Tal vírus era caracterizado como um patógeno leve e essencialmente inofensivo; essa é a principal diferença entre ele e outros vírus emergentes percebidos como ameaças globais. O zika era considerado menos perigoso que os demais pertencentes ao mesmo grupo, os flavivírus; não se suspeitava de que ele seria capaz de prejudicar seriamente os fetos.
A doença pelo vírus Zika apresenta risco superior a outras arboviroses, como dengue, febre amarela e chikungunya, para o desenvolvimento de complicações neurológicas, como encefalites, Síndrome de Guillain Barré e outras doenças neurológicas. Uma das principais complicações é a microcefalia.
Transmissão
Existem três formas principais de transmissão do Zika Vírus:
• Transmissão pela picada do mosquito Aedes Aegypti.
• Transmissão sexual.
• Transmissão de mãe para o feto durante a gravidez
No caso do feto ser infectado durante a gestação, este pode desenvolver lesões cerebrais irreversíveis e ter comprometida, definitivamente, toda a sua estrutura em formação. As doenças neurológicas, especialmente nas crianças com a doença congênita (infectados no útero materno), têm sequelas de intensidade variável, conforme cada caso.
O comprometimento nesses casos é tão importante que algumas crianças, ao nascerem, têm microcefalia, uma deformação dos ossos do cabeça, sinal do não crescimento adequado do encéfalo (cérebro).
Não há evidências de transmissão do vírus Zika por meio do leite materno, assim como por urina e saliva.
Sintomas
Cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus zika não desenvolvem manifestações clínicas. Entre os principais sintomas, podemos destacar:
• dor de cabeça;
• febre baixa;
• dores leves nas articulações;
• manchas vermelhas na pele;
• coceira;
• vermelhidão nos olhos;
• inchaço no corpo;
• dor de garganta;
• tosse;
• vômitos.
No geral, a evolução da doença é benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. No entanto, a dor nas articulações pode persistir por aproximadamente um mês. Formas graves e atípicas são raras, mas quando ocorrem podem, excepcionalmente, evoluir para óbito, como identificado no mês de novembro de 2015, pela primeira vez na história.
Diagnóstico
O diagnóstico do Zika Vírus é clínico e feito por um médico. O resultado é confirmado por meio de exames laboratoriais de sorologia e de biologia molecular ou com o teste rápido, usado para triagem. A sorologia é feita pela técnica MAC ELISA, por PCR e teste rápido. Todos os exames estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
Os recém-nascidos com suspeita de comprometimento neurológico necessitam de exames de imagem, como ultrassom, tomografias ou ressonância magnética.
Tratamento
No geral, a infecção por zika vírus tem uma evolução benigna e, em poucos dias, a pessoa se encontra livre dessa condição médica. Não existe uma cura direta para o vírus, mas os sintomas da doença podem ser tratados com o uso de medicamentos, sendo que alguns remédios de uso comum devem ser evitados ao máximo, já que aumentam as chances de hemorragia do paciente.
Idosos e grávidas devem ter um acompanhamento médico constante, por conta das complicações dessa condição médica.
A febre por zika vírus costuma durar sete dias.
Prevenção
As medidas de prevenção e controle são semelhantes aos da dengue e chikungunya. A melhor forma de prevenção, e a mais eficaz de todas elas, é evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, eliminando água armazenada que podem se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, latões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas e pratos de plantas.
Atualmente não há vacina disponível contra o Vírus Zika. Por isso, é essencial que a população faça a sua parte. Se cada um agir corretamente e tomar todos os cuidados possíveis diários para evitar criadouros do mosquito Aedes aegypti, é possível evitar o Zika Vírus, a microcefalia, a febre amarela, a dengue e a chikungunya.
Cuidados - gestantes
• Busque uma Unidade Básica de Saúde para iniciar o pré-natal assim que descobrir a gravidez e compareça às consultas regularmente.
• Vá às consultas às consultas uma vez por mês até a 28ª semana de gravidez; a cada quinze dias entre a 28ª e a 36ª semana; e semanalmente do início da 36ª semana até o nascimento do bebê.
• Tome todas as vacinas indicadas para gestantes.
• Em caso de febre ou dor, procure um serviço de saúde. Não tome qualquer medicamento por conta própria.
Fontes: Ministério da Saúde
Zika no Brasil: história recente de uma epidemia / Ilana Löwy – Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2019.
Imagens: freepik.com
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