segunda-feira, 28 de agosto de 2017

CCZ fala com professores da Escola Municipal Heloneida Studart sobre o uso do Aedes aegypti com bactéria Wolbachia em Niterói.





O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) – através do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC) – realizou palestra para professores da Escola Municipal Heloneida Studart, em Várzea das Moças, nos dias 09 e 16 de agosto, falando sobre o uso do mosquito Aedes aegypti com bactéria Wolbachia no município.

Ministrada pelo agente Élcio Nascimento (IEC), com participação da estudante de veterinária Nathalia Antonucci (estagiária), a ação educativa se desenvolveu por meio de bate papo interativo com exibição de slide-show e vídeo, e levou conhecimentos sobre os benefícios do mosquito Aedes aegypti com bactéria Wolbachia liberados pelo projeto ‘Eliminar a Dengue: Desafio Brasil’ no município. O objetivo foi gerar multiplicadoras para que, em tempo futuro, ao abordar o conteúdo com os alunos, estes já tenham noções a respeito.


O corpo docente recebeu informações sobre o projeto científico, iniciativa internacional trazida ao país pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e apoiada pelo Ministério da Saúde, já implantada em Niterói, que consiste na utilização de uma bactéria chamada Wolbachia para reduzir a transmissão do vírus da dengue pelo mosquito Aedes aegypti.

A participação do público foi bem interessada. “Houve muita interação, perguntas pertinentes como, por exemplo, sobre possível mutação do Aedes e contágio do ser humano pela bactéria. Todos queriam saber também quando o projeto seria implementado nos demais bairros do município. A atividade foi muito boa, devemos colher frutos”, avaliou Élcio.                       



O Projeto

O ‘Eliminar a Dengue: Desafio Brasil’ propõe um método capaz de reduzir a transmissão dos vírus da dengue, zika e chikungunya pela liberação de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia. Essa bactéria é natural, pois existe em muitos outros insetos. A iniciativa é parte do programa internacional ‘Eliminate Dengue: Our Challenge’, e no Brasil tem participação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A metodologia consiste na inoculação da bactéria Wolbachia, retirada da mosca da fruta, no ovo do Aedes aegypti, para que desta forma o inseto se desenvolva com a bactéria no seu organismo de forma intracelular. Esses mosquitos inoculados com a bactéria são liberados em uma área por um determinado período de tempo, proporcionado a substituição gradual da população de mosquitos Aedes aegypti de campo pelos mosquitos com a Wolbachia. Esta substituição ocorre mediante o cruzamento entre eles, com a transmissão da bactéria pela fêmea aos seus filhotes. Desta forma, o método torna-se autossustentável, uma vez que naturalmente a bactéria vai se perpetuar nas gerações futuras dos mosquitos.

O projeto desenvolve atividades desde 2012. Entre agosto de 2015 e janeiro de 2016 realizou liberações de Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia em duas áreas: Tubiacanga, na Ilha do Governador, e Jurujuba, em Niterói. O monitoramento desses dois projetos-piloto é feito desde o início de 2016.

Em Niterói, até o final do primeiro semestre de 2018, os seguintes bairros estarão cobertos pelos Aedes aegypti com Wolbachia:  Cafubá, Camboinhas, Itacoatiara, Jacaré, Jardim Imbuí, Piratininga, Santo Antonio, Engenho do Mato, Itaipu, Maravista, Serra Grande, Ingá, Icaraí, Centro, Gragoatá, Boa Viagem, Fátima, Morro de Estado, Pé Pequeno, Ponta D’Areia, Santa Rosa, São Domingos, Viradouro, Vital Brasil.  (http://www.eliminatedengue.com/brasil/bairros-parceiros)



sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Educação em Saúde participa de debates pelo Projeto Escola Sem Aedes





Dando continuidade às ações educativas em saúde desenvolvidas no Colégio Estadual Leopoldo Fróes, no Largo da Batalha, pelo Projeto Escola Sem Aedes, a equipe do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC) – do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) – participou, no dia 15 de agosto, do debate sobre o tema “Lixo” realizado pelo professor de ciências Eversong Moura de Barros junto aos seus alunos do 6º ano do Ensino Fundamental.

O IEC, representado pelos agentes Delcir Vieira e Patrícia de Oliveira, participou de todo o processo fazendo a correlação do assunto com a problemática do mosquito Aedes aegypti, atuando como facilitador e ouvindo sugestões de como seria possível sensibilizar todos os alunos da escola quanto à preservação do ambiente coletivo e das salas de aula.          
              
Em seguida aos debates, o educador solicitou aos estudantes a elaboração de cartazes mediante a reflexão das perguntas registradas no quadro da sala de aula.   Encerrando a atividade, agendou-se a exposição dos resultados para o dia 17 de outubro.                         

“Os alunos gostaram de participar da confecção dos cartazes. Contamos com o total apoio do professor Eversong, que desde o início demonstrou interesse e comprometimento para a realização do projeto. Ficou decidido que serão colocadas mais lixeiras na escola e haverá a colaboração efetiva das turmas para a manutenção de todo o ambiente escolar”, relatou Patrícia. 


Projeto Escola Sem Aedes

O “Escola Sem Aedes” é um projeto da Secretaria Estadual de Educação e tem o objetivo de sensibilizar, mobilizar e orientar os estudantes e toda comunidade escolar, para ações de prevenção e combate ao mosquito do gênero Aedes, vetor das doenças Dengue, Zika e Chikungunya, para que todos contribuam para a eliminação contínua dos criadouros potenciais do mosquito.  A proposta é que a ação protagonista dos estudantes, enquanto agentes multiplicadores na escola e na comunidade, seja capaz de fomentar a importância da responsabilidade individual e coletiva, como cidadãos colaborativos.






segunda-feira, 21 de agosto de 2017

CCZ na 1ª Conferência Municipal de Vigilância em Saúde




Com o tema "Vigilância em Saúde: Direito, Conquistas e Defesa de um SUS Público e de Qualidade”, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) e o Conselho Municipal de Saúde realizaram nesta sexta-feira (18/08) e sábado (19/08) a 1ª Conferência Municipal de Vigilância em Saúde.

A Conferência teve como eixo principal a "Política Nacional de Vigilância em Saúde e o fortalecimento do SUS como direito à proteção e promoção da saúde do povo brasileiro" dividido em quatro subeixos:
Subeixo 1:  O lugar da vigilância em saúde no SUS.
Subeixo 2:  Responsabilidade do Estado e dos governos com a vigilância em saúde.
Subeixo 3:  Saberes, práticas, processos e trabalhos e tecnologias na vigilância em saúde.
Subeixo 4:  Vigilância em saúde participativa e democrática para enfrentamento das iniquidades sociais em saúde.

O evento ocorreu na Universidade Federal Fluminense (UFF) – Campus Gragoatá, bloco F – e reuniu usuários do sistema de Saúde, profissionais, gestores, professores, alunos e representantes da sociedade organizada para avaliar, discutir e elaborar propostas para a política municipal nas áreas de Vigilância Sanitária, Ambiental, Epidemiológica e da Saúde do Trabalhador do município.

Na sexta-feira, às 16h, a secretária municipal de saúde Maria Célia Vasconcelos, representando o prefeito Rodrigo Neves, abriu a Conferência saudando os presentes e agradecendo o apoio da UFF: "A UFF é o nosso orgulho, mesmo com a crise, o campus persiste e realiza um ótimo trabalho, sempre prestativo com a Prefeitura". 

Em seu discurso, a secretária ressaltou a importância da Conferência: "A gente tem na nossa mão um tremendo instrumento, que envolve primeiro a conscientização de que saúde é um processo de toda a sociedade. E que a gente tem esse instrumento que é a vigilância em saúde para alavancar, dar fôlego aos profissionais, à população e aos gestores comprometidos com seus habitantes e eleitores que os elegeram para avançar. Essa conferência, vocês estarem aqui, essa multiplicidade de áreas aqui representadas, com as nossas contradições e com as nossas conexões, isso é que faz avançar. Gostaria de me comprometer aqui publicamente com os avanços na área de vigilância. Vamos iniciar a obra do Centro de Controle de Zoonoses que vai ficar na Ponta D’ Areia, eu sei que isso é uma reivindicação de todos nós principalmente neste momento grave em que nós temos dengue e a febre amarela; e o Médico de Família da Ponta D’Areia que será inaugurado no dia 29/08.  Mais do que isso, a questão da informatização e das salas de vacina a gente está avançando e buscando, mais do que nunca, tornar viáveis. Acho que o mais importante, mais central de tudo isso, é a perspectiva de, o que nós vamos discutir e propor, consigamos fazer avançar, não só na nossa cidade, mas principalmente a nossa Região Metropolitana 2. Temos que chegar na Conferência Metropolitana, na Estadual e na Nacional com propostas sólidas e com massa crítica para que possamos conseguir avançar várias questões nessa área. Esses são os passos democráticos. A Conferência é um instrumento fundamental de participação e não devemos deixar perder essa força”

A mesa de abertura também foi composta pelos convidados: Mário Augusto Ronconi, representante da reitoria da UFF; Juliana Santos Costa, vice-presidente de Atenção Coletiva, Ambulatorial e da Família (Vipacaf);  André Luiz Tavares, representante da Vice-Presidência de Atenção Hospitalar (Vipahe); Ana Lúcia Eppinghaus, chefe da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covig); José Plácido, representante do Conselho Municipal de Saúde de Niterói;  Daniel Marques, representante da Coordenadoria Especial de Direito dos Animais; e como convidado especial, o professor Aluízio Gomes da Silva, do Instituto de Saúde Coletiva da UFF.

Na sequência, após um breve intervalo, formou-se a plenária para discussões e apresentação de propostas.  Mediados pela secretária municipal de saúde Maria Célia Vasconcelos, o painel de debates contou com os palestrantes: Alexandre Chieppe, subsecretário estadual de Vigilância em Saúde; Ana Lúcia Eppinghaus, chefe da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covig); Ricardo Garcia, representante do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest); Francisco de Faria Neto, chefe do Centro de Controle de Zoonoses; Renato Borges, chefe do Departamento de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses; e César Roberto Braga Macedo, médico do Hospital do Coração.

“A mortalidade na população por doenças infecto-parasitárias vem diminuindo, mas não necessariamente o impacto que essas doenças têm em relação à produção de novos casos. Obviamente as incorporações tecnológicas, os avanços em termos de conhecimento dessas doenças, fazem necessariamente que menos pessoas morram em função disso. Um exemplo recente foi a febre amarela. O Rio de Janeiro tomou a decisão de fazer a vacinação contra febre amarela contrariando o que existia nos protocolos de vigilância, nós vacinamos contra a febre amarela antes de terem casos de febre amarela, antes de ter confirmação em macacos. A importância dessas doenças diminui em termos de mortalidade porque a gente, de certa forma, se organiza e menos pessoas morrem. A vigilância vai ter que se adaptar à nova realidade, que são as doenças crônicas não transmissíveis, sem esquecer as doenças emergentes de potencial epidêmico como influenza, dengue, chikungunya, hepatite A  e outras que fazem parte do nosso dia a dia”, afirmou Alexandre Chieppe.




Francisco de Faria Neto abordou a questão da vigilância ambiental no âmbito do Centro de Controle de Zoonoses: “A vigilância ambiental é um conceito relativamente novo para ações que já são desenvolvidas há um bom tempo. Aqui em Niterói as ações de vigilância ambiental são estruturadas no CCZ, com o controle de vetores (ações para evitar que os vetores se proliferem e transmitam doenças), controle de roedores (desratização sistemática das residências e ruas da cidade), controle de qualidade da água para consumo, e o diagnóstico de leishmaniose visceral e esporotricose. Outro serviço muito importante é a vacinação antirrábica animal. Quando a gente protege o animal contra raiva, a gente, na verdade está protegendo as pessoas. Último caso de raiva humana em Niterói foi em 1982 no bairro do Barreto. De lá para cá, com a implantação das campanhas de vacinação, a transmissão de raiva humana acabou na cidade. Hoje a transmissão da raiva está mais relacionada ao morcego do que ao cão.









Para o chefe do CCZ, o principal meio para implantação de todas essas medidas de vigilância ambiental é o conhecimento e a ocupação dos diferentes territórios da cidade, criando vínculos entre as pessoas que ali moram e os serviços de saúde. “A intersetorialidade é uma ferramenta de responsabilização sanitária importante nos territórios, uma vez que os fatores de risco para a população estão em diversos setores da sociedade, não apenas no setor saúde. Por exemplo, o fornecimento de água na cidade ainda é intermitente em vários locais e algumas pessoas têm que acumular água, possibilitando a criação de mosquitos como o Aedes aegypti”.

No que concerne à promoção da saúde, o palestrante propõe a criação de leis que garantam a plena informação da população – ou seja, que as pessoas tenham conhecimento para que possam interagir e modificar suas atitudes – e a rediscussão da legislação de proteção animal. “Algumas leis que protegem os animais às vezes esquecem o que isso pode agravar na saúde humana”.





Pela Vigilância Sanitária de Niterói, Renato Borges apresentou proposta relacionadas a todos os eixos debatidos na conferência, destacando o subeixo 4: “Manter canais de comunicação direto com a sociedade (central de atendimento, ouvidoria, consulta pública para cada nova legislação); promover saberes dentro dos programas médico de família, ou seja, levar a vigilância sanitária para dentro da casa das pessoas; promover a inclusão dos microempreendedores individuais nos conceitos de vigilância sanitária. Niterói tem 8 mil microempreendedores individuais, entre área de estética e de alimentos. Como a VISA vai lidar com todo esse número de estabelecimentos ? É um grande desafio”.  O diretor também ressaltou que a vigilância sanitária de Niterói foi uma das primeiras a montar uma equipe multifuncional composta por médicos, enfermeiros, engenheiros, biólogos, farmacêuticos, veterinários, odontólogos, para atender aos diversos serviços na área de saúde, farmácia e alimentos, porém a demanda é grande.





No sábado (19/08) houve a formação de Grupos Temáticos, com aproximadamente 30 componentes por turma, para debates de todos os eixos temáticos e definições de propostas.  Os GT’s foram constituídos por delegados (as), um(a) coordenador(a), um(a) relator(a) e representantes da sociedade inscritos.  As propostas discutidas nos grupos, depois de sistematizadas, foram entregues à Comissão Especial de Relatoria pelos relatores até às 16h.  Após intervalo, constituiu-se a Plenária Final para apreciar, debater e votar as propostas apresentadas.  Dentre os delegados participantes, foram eleitos os delegados para a Conferência Regional de Vigilância em Saúde, que será nos dias 26 e 27 de agosto, em Maricá. A Conferência Estadual do Rio de Janeiro está marcada para os dias 6 e 7 de outubro, enquanto a Nacional, em Brasília, para os dias 21 a 24 de novembro.













terça-feira, 8 de agosto de 2017

Educação em Saúde participa de evento sobre hanseníase





Na última quinta-feira (03/08), a equipe do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC) – do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) – participou de uma ação educativa sobre promovida pela Policlínica Regional Dr. João da Silva Vizella, no Barreto, pelo Dia Estadual de Conscientização, Mobilização e Combate à Hanseníase (05/08).
O objetivo do evento foi sensibilizar e alertar sobre a hanseníase, esclarecendo e desmistificando a doença.  Para isso, um estande foi montado no Parque Luiz Palmier (Horto do Barreto) onde os frequentadores puderam receber informações, orientações e panfletos com profissionais da policlínica e agentes comunitários do Médico de Família dos Marítimos.

O IEC atuou também com estande educativo onde os participantes puderam observar maquetes ilustrativas que mostram o ambiente certo e o errado para a proliferação de mosquitos numa residência, além de saber mais sobre arboviroses (dengue, zika, chikungunya e febre amarela).  O propósito foi prevenir quanto ao perigo dessas doenças, enfatizando a importância do combate ao vetor, o mosquito Aedes aegypti, já que 80% dos focos do inseto são encontrados em criadouros no ambiente domiciliar.

Para Maria Cristina Crisóstomo, o público foi bem atencioso à ação: “Os estandes atraíram a curiosidade de muitas pessoas que foram visitar o local ou fazer atividades físicas e recreativas. Foi a oportunidade de falarmos sobre as doenças e a importância da prevenção, além de esclarecer dúvidas e distribuir material informativo. Os participantes demonstraram interesse nos temas abordados e agradeceram pelas informações adquiridas”, avaliou a agente do IEC.  

Hanseníase
A hanseníase, antigamente conhecida como lepra, é uma doença crônica, infectocontagiosa, causada por um bacilo (chamado bacilo de Hansen) e afeta diretamente a pele e nervos periféricos, podendo levar a sérias incapacidades físicas, caso não diagnosticada e tratada precocemente. A transmissão se dá de pessoa a pessoa através, principalmente de tosse e espirro, mas a doença tem cura através de tratamento com antibióticos e reabilitação física e psicossocial. A associação de medicamentos, denominado poliquimioterapia, é a prática mais indicada e está disponível no Sistema Único de Saúde. O paciente que segue o tempo e doses necessários do tratamento possui as chances de cura significativamente mais altas. (http://www.saude.rj.gov.br)
  

Equipe do IEC:  Antônio Pessoa, Hugo Costa, Maria Cristina Crisóstomo, Rogério Tavares e Rosani Loureiro.