quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Novo local de atendimento gratuito à esporoticose animal em Niterói

 


A partir de 01 de dezembro, o atendimento gratuito de diagnóstico da esporotricose animal em Niterói passa a ser realizado em novo endereço: sede do Centro de Controle de Zoonoses - Rua Coronel Miranda, nº 18  Ponta D’Areia.

O serviço, uma parceria do Centro de Controle de Zoonoses de Niterói com o Instituto Biomédico da Universidade Federal Fluminense, realiza o diagnóstico clínico e laboratorial da doença nos animais. É gratuito, com demanda espontânea e aberto a toda população da cidade. O agendamento é feito pelo telefone (21) 99639-4251 (não tem Whatsapp), das 8h às 17h. 


Saiba mais sobre a esporotricose:

Vídeo CONVERSANDO SOBRE ESPOROTRICOSE, do CCZ de Niterói

Esporotricose - Perguntas e Respostas

Saúde em Quadrinhos - Esporotricose, da Universidade Federal Fluminense

Vídeo Projeto Esporotricose - UFF:  O desafio em tratar felinos com esporotricose

Encontro sobre Esporotricose com veterinários

Vídeo ESPOROTRICOSE, da Fiocruz




segunda-feira, 30 de novembro de 2020

CCZ realiza palestra sobre COVID-19 no PMF Cantagalo

 


Tendo como propósito alertar os usuários sobre a necessidade de pequenas atitudes na prevenção à COVID-19, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), através do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC), realizou palestra no Médico de Família Eva Ramos, em Cantagalo, no dia 09 de novembro.

A equipe, representada por Delcir Vieira e Patrícia de Oliveira, descreveu informações mais recentes sobre a doença e seu agente causador, o coronavírus Sars-cov-2, ressaltando a importância da higienização das mãos e do uso de máscara facial.

Os palestrantes seguiram os protocolos de distanciamento social orientados pela enfermeira Michele Valle, posicionando-se na parte externa do módulo, abaixo da varanda onde os usuários aguardavam atendimento.

“Orientamos sobre métodos de prevenção à COVID-19, como prática de higiene pessoal, lavagem correta das mãos e a necessidade do uso exclusivo de máscaras. Aproveitamos a oportunidade para falar sobre organização e limpeza do ambiente doméstico para evitar a proliferação de mosquitos, ratos e baratas”, relatou Patrícia.







quarta-feira, 30 de setembro de 2020

CAMPANHA DE VACINAÇÃO ANTIRRÁBICA ANIMAL 2020 EM NITERÓI

 



A Campanha de Vacinação Antirrábica Animal 2020, no município de Niterói, acontecerá em 04 sábados no mês de outubro. Neste ano a campanha será dividida por região e os postos de vacinação funcionarão das 8h às 14h.

Cronograma:
Dia 03/10/20 – Região de Pendotiba.
Dia 10/10/20 – Região Norte.
Dia 24/10/20 – Região Praias da Baia.
Dia 31/10/20 – Região Oceânica.

A fim de colaborar para o isolamento social necessário em função do Covid-19, uma alternativa será a vacinação drive-thru. O posto drive-thru funcionará durante todos os 04 sábados da campanha, das 8h às 14h, no caminho do Teatro Popular (atrás do Terminal João Goulart), no Centro.

A sede do *Centro de Controle de Zoonoses, Rua Coronel Miranda, nº 18 – Ponta D’Areia, também vacinará das 8h às 14h em todos os quatro sábados da campanha.

No dia que a vacinação estiver acontecendo na sua região, é muito importante levar o seu animalzinho em um dos postos próximos a você. Os cães e gatos, machos e fêmeas, a partir dos três meses de idade, deverão ser vacinados.

Para levar para vacinar, os cães devem ser conduzidos por coleiras e, em casos de animais grandes, com focinheiras. Os gatos devem ser levados em caixas de transporte, uma vez que esses animais se estressam facilmente e podem fugir. A pessoa que for conduzir um animal para vacinar deve saber fazer a contenção e ter autoridade sobre ele. Não é recomendável que crianças sozinhas levem animais para vacinar. A contenção é de responsabilidade do condutor, cabendo ao vacinador apenas a aplicação da dose.  

Para evitar aglomerações, como estratégia de prevenção ao Covid-19, é importante que apenas uma pessoa, usando máscara, leve o animal para a vacinação.

Confira na lista abaixo o posto de vacinação antirrábica mais próximo da sua casa:

REGIÃO PENDOTIBA (03/10/2020)
  • PMF MACEIÓ - Rua José Bento Vieira Ferreira, s/nº - Largo da Batalha.
  • PMF BADU - Rua Alcebíades Pinto, s/nº – Cantagalo.
  • PMF CANTAGALO - Avenida Nelson de Oliveira e Silva, 63 - Cantagalo.
  • PMF MATAPACA - Rua Aurora Ribeiro, 05 - Pendotiba.
  • PMF ATALAIA - Rua Padre José Euger,  s/nº - Atalaia.
  • PMF ITITIOCA - Rua Vila Costa Monteiro, s/nº - Ititioca.
  • PMF SAPÊ - Rua E, s/nº - Sapê.
  • ANEXO DA POLICLÍNICA DO LARGO DA BATALHA - Rua Armando Ferreira, 30 – Largo da Batalha.
*CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES - Coronel Miranda, 18 - Ponta D’Areia.


REGIÃO NORTE (10/10/2020)
  • PMF MARÍTIMOS - Av. Machado, s/nº - Barreto.
  • PMF MARUÍ - Rua Monsenhor Raeder, 151 - Barreto.
  • PMF NOVA BRASÍLIA - Avenida João Brasil, s/nº - Engenhoca.
  • PMF BALDEADOR - Loteamento Bento Pestana, s/nº - Baldeador.
  • PMF TEIXEIRA - Rua Teixeira de Freitas, s/nº - Fonseca.
  • PMF VILA IPIRANGA - Rua Tenente Osório, s/nº - Fonseca.
  • PMF CARAMUJO - Rua Pastor José Gomes de Souza s/nº - Caramujo.
  • PMF VIÇOSO – Estrada do Viçoso Jardim, s/nº - Viçoso Jardim.
  • PMF BERNARDINO - Rua Sá Barreto, 107 - Fonseca (ao lado da UPA).
  • PMF JONATHAS BOTELHO - Travessa Jonathas Botelho, 133 – Cubango.
  • PMF BOA VISTA - Rua Indígena, 200 - São Lourenço.
  • PMF ILHA DA CONCEIÇÃO - Rua Jornalista Sardo Filho, 196 - Ilha da Conceição.
  • POLICLINICA REGIONAL DA ENGENHOCA - Av. João Brasil, s/nº - Engenhoca.
  • POLICLINICA DR. MARCH - Rua Desembargador Lima Castro, 238 - Fonseca.
  • UBS SANTA BARBARA - Rua Jandira Pereira, 625 - Santa Bárbara.
  • HORTO DO FONSECA -  Alameda São Boaventura, 770 - Fonseca.
  • HORTO BARRETO - Av. Dr. Luiz Palmier,  s/nº (Parque Palmir Silva).
  • ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE SÃO LOURENÇO - Rua Carlos Maximiano, 15.
*CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES - Coronel Miranda, 18 - Ponta D’Areia.


REGIÃO PRAIAS DA BAIA (24/10/2020)
  • PMF PALÁCIO - Rua 11 de Agosto, nº 4 – Ingá.
  • PMF JURUJUBA - Av. Carlos Ermelino Marins, s/nº - Jurujuba.
  • PMF PREVENTÓRIO II - Av. Quintino Bocaiúva, s/nº - Charitas.
  • PMF GROTA II - Rua Arcedino Pereira, 335 – São Francisco.
  • PMF CAVALÃO - Alameda Paris, s/nº - São Francisco.
  • PMF MARTINS TORRES - Rua Martins Torres, nº 281.
  • PMF SOUZA SOARES - Rua Lions Club, 37 – Santa Rosa.
  • PMF VIRADOURO - Rua Mario Viana, 790 – Viradouro.
  • PMF ALARICO - Estrada Alarico de Souza, s/nº - Santa Rosa.
  • POLICLINICA CARLOS ANTONIO DA SILVA - Av. Jansen de Melo, s/nº - Centro.
  • POLICLINICA ALMIR MADEIRA - R. Prof. Hernani Melo, 103 - São Domingos.
  • POLICLINICA REGIONAL SERGIO AROUCA - Praça Vital Brazil, s/nº - Santa Rosa.
  • UNIDADE BASICA DE SAÚDE MORRO DO ESTADO - Rua Araújo Pimenta, s/nº.
  • ESTACIONAMENTO DO HOSPITAL MUNICIPAL CARLOS TORTELLY (ANTIGO CPN) – BAIRRO DE FÁTIMA.
  • UNIDADE CONTROLE POPULAÇÃO ANIMAL - Rua Silvestre Rocha 02 – Icaraí.
  • ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE SÃO FRANCISCO - Av. Rui Barbosa, 400 - loja 104.
*CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES - Coronel Miranda, 18 - Ponta D’Areia.


REGIÃO OCEÂNICA (31/10/2020)
  • PMF ENGENHO DO MATO - Estrada Irene Lopes Sodré, s/nº - Engenho do Mato.
  • PMF MARAVISTA - Rua Astor da Costa Menezes, s/nº - Maravista.
  • PMF VARZEA - Estrada Velha de Maricá, s/nº - Várzea das Moças
  • PMF COLONIA - Praia de Itaipu – Colônia dos Pescadores.
  • PMF CAFUBÁ I - Av. Raul de Oliveira Rodrigues, s/nº – Cafubá.
  • PMF CAFUBA II - Rua Vereador Luiz Erthal, Lt. 05, Qd. 69 – Cafubá.
  • PMF CAFUBA III - Rua Manoel Pacheco de Carvalho, 107 – Piratininga.
  • POLICLINICA REGIONAL DE PIRATININGA - Rua Marcolino Gomes Candau, 111.
  • POLICLÍNICA ITAIPU – Estrada do Engenho do Mato s/nº - Itaipu.
  • SOAMI – ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES DE ITACOATIARA. 
  • VETMAR - Rua José Joaquim Pereira Caldas, 74 - Piratininga.
*CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES - Coronel Miranda, 18 - Ponta D’Areia.


segunda-feira, 17 de agosto de 2020

COMUNICADO

 

COMUNICADO

Em cumprimento à Legislação Eleitoral, o conteúdo e a atualização desta página ficarão restritos de 15 de agosto a 29 de novembro. A publicidade de atos, obras, programas, serviços e campanhas dos órgãos da Prefeitura Municipal de Niterói está suspensa. Durante este período, as únicas publicações e interações permitidas serão referentes a utilidade pública (previamente reconhecida pelo TRE) e ações estritamente ligadas ao enfrentamento da pandemia da Covid-19.

A determinação baseia-se no artigo 73, inciso VI, alínea b, da Lei Federal 9.504/97 e no artigo 1o. caput e parágrafo 3o., inciso VIII, da Emenda Constitucional 107/2020.







terça-feira, 11 de agosto de 2020

Leptospirose: doença e prevenção.


Doença

A leptospirose é uma doença infecciosa transmitida ao homem pela urina de roedores, principalmente por ocasião das enchentes. A doença é causada por uma bactéria chamada Leptospira, presente na urina de ratos e outros animais (bois, porcos, cavalos, cabras, ovelhas e cães também podem adoecer e, eventualmente, transmitir a leptospirose ao homem).


Leptospira

Trata-se de uma zoonose de grande importância social e econômica, por apresentar elevada incidência em determinadas áreas, alto custo hospitalar e perdas de dias de trabalho, como também por sua letalidade, que pode chegar a 40%, nos casos mais graves.

Sua ocorrência está relacionada às precárias condições de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados. As inundações propiciam a disseminação e a persistência do agente causal no ambiente, facilitando a ocorrência de surtos.


Histórico

  • A leptospirose é conhecida desde Hipócrates, quem primeiro descreveu a icterícia infecciosa; 
  • Em 1800 no Cairo (Egito), a doença foi determinada e diferenciada de outras por Larrey, médico militar francês, que observou no exército napoleônico dois casos de icterícia infecciosa;
  • Em 1886 Weil descreveu uma doença caracterizada por icterícia, esplenomegalia (aumento do baço) e nefrite (inflamação nos rins) após observar quatro casos clínicos em pessoas em Heidelberg (Alemanha); 
  • Em 1915 o agente etiológico da leptospirose foi isolado pela primeira vez no Japão; 
  • Em 1917 propôs-se a criação do gênero Leptospira, pelo fato da bactéria possuir forma espiralada;
  • No Brasil, infecções por Spirochaeta icterohaemorrhagiae foram descritas pela primeira vez em 1917, quando se constatou o microorganismo em ratos;
  • Em 1940 foi confirmada a presença do agente causador da leptospirose em onze cães na cidade do Rio de Janeiro.


Transmissão

A Leptospirose é transmitida, em geral, durante as enchentes.  A urina dos ratos, presente nos esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama. Qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama pode infectar-se. As leptospiras penetram no corpo pela pele, principalmente por arranhões ou ferimentos, e também pela pele íntegra, imersa por longos períodos na água ou lama contaminada. O contato com esgotos, lagoas, rios e terrenos baldios também pode propiciar a infecção.



Veterinários e tratadores de animais podem adquirir a doença pelo contato com a urina, sangue, tecidos e órgãos de animais infectados.


Reservatórios

Os animais sinantrópicos, domésticos e selvagens, são os reservatórios essenciais para a persistência dos focos da infecção. Os seres humanos são apenas hospedeiros acidentais e terminais dentro da cadeia de transmissão. O principal reservatório é constituído pelos roedores sinantrópicos, das espécies Rattus norvegicus (ratazana ou rato de esgoto), Rattus rattus (rato de telhado ou rato preto) e Mus musculus (camundongo ou catita). 


Ratazana (Rattus norvegicus)

Rato Preto (Rattus rattus)


Camundongo (Mus musculus)

Ao se infectarem, não desenvolvem a doença e tornam-se portadores, albergando a leptospira nos rins, eliminando-a viva no meio ambiente e contaminando, dessa forma, água, solo e alimentos. O R. norvegicus é o principal portador do sorovar Icterohaemorraghiae, um dos mais patogênicos para o homem. Outros reservatórios de importância são: caninos, suínos, bovinos, equinos, ovinos e caprinos.


Sintomas

A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda que resulta da exposição direta ou indireta a urina de animais (principalmente ratos) infectados pela bactéria Leptospira.

O período de incubação, ou seja, tempo que a pessoa leva para manifestar os sintomas desde a infecção da doença, pode variar de 1 a 30 dias e normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição a situações de risco.

A doença apresenta manifestações clínicas variáreis, desde formas assintomáticas até quadros clínicos graves associados a manifestações fulminantes:

  • Fase precoce: febre, dor de cabeça, dor muscular (principalmente nas panturrilhas), falta de apetite, náuseas, vômitos, diarreia, dor nas articulações, vermelhidão ou hemorragias conjuntivais, fotofobia, dor ocular, tosse; mais raramente podem manifestar exantema, aumento do fígado e/ou baço, aumento de linfonodos e sufusão conjuntival; 
  • Fase tardia: Síndrome de Weil, caracterizada por icterícia, insuficiência renal e hemorragias, mais comumente pulmonar; síndrome de hemorragia pulmonar (lesão pulmonar aguda e sangramento maciço); comprometimento pulmonar  (tosse seca, dispneia, expectoração hemoptoica); síndrome da angustia respiratória aguda – SARA; manifestações hemorrágicas – pulmonar, pele, mucosas, órgãos e sistema nervoso central.  Os casos com comprometimento pulmonar podem evoluir para insuficiência respiratória aguda, hemorragia maciça ou síndrome de angustia respiratória do adulto e, muitas vezes, esse quadro precede o quadro de icterícia e insuficiência renal. Nesses casos, pode ocorrer óbito nas primeiras 24 horas de internação.


Diagnóstico

O método laboratorial de escolha depende da fase evolutiva em que se encontra o paciente. Na fase precoce, as leptospiras podem ser visualizadas no sangue por meio de exame direto, de cultura em meios apropriados, inoculação em animais de laboratório ou detecção do DNA do microrganismo, pela técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR). A cultura somente se finaliza (positiva ou negativa) após algumas semanas, o que garante apenas um diagnóstico retrospectivo.

Na fase tardia, as leptospiras podem ser encontradas na urina, cultivadas ou inoculadas. Pelas dificuldades inerentes à realização dos exames anteriormente citados, os métodos sorológicos são consagradamente eleitos para o diagnóstico da leptospirose. Os mais utilizados no país são o teste ELISA-IgM e a microaglutinação (MAT). Esses exames devem ser realizados pelos Lacens, pertencentes à Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública.

Considerando-se que a leptospirose tem um amplo espectro clínico, os principais diagnósticos diferenciais são:

Fase precoce – dengue, influenza (síndrome gripal), malária, riquetsioses, doença de Chagas aguda, toxoplasmose, febre tifóide, entre outras doenças.

Fase tardia – hepatites virais agudas, hantavirose, febre amarela, malária grave, dengue hemorrágica, febre tifóide, endocardite, riquetsioses, doença de Chagas aguda, pneumonias, pielonefrite aguda, apendicite aguda, sepse, meningites, colangite, colecistite aguda, coledocolitíase, esteatose aguda da gravidez, síndrome hepatorrenal, síndrome hemolíticourêmica, outras vasculites, incluindo lúpus eritematoso sistêmico, dentre outras.


Tratamento

Os casos leves de leptospirose são tratados em ambulatório, mas os casos graves precisam ser internados. A automedicação não é indicada, pois pode agravar a doença. Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um médico e relatar o contato com exposição de risco.

A antibioticoterapia está indicada em qualquer período da doença, mas sua eficácia costuma ser maior na 1ª semana do início dos sintomas. As medidas terapêuticas de suporte devem ser iniciadas precocemente com o objetivo de evitar complicações, principalmente as renais, e óbito.


Vacinação

Não existe uma vacina para uso humano contra a leptospirose no Brasil.

A vacinação de animais domésticos e de produção (cães, bovinos e suínos) evita o adoecimento e transmissão da doença por aqueles sorovares que a vacina protege. Está disponível em serviços particulares, ficando a critério do proprietário vacinar ou não o animal, sendo válida como estratégia de proteção individual.


Prevenção

A prevenção da Leptospirose ocorre por meio de medidas que evitem o contato de pessoas e animais com locais contaminados e o acesso de roedores ao ambiente de convívio, como:

  • É importante evitar o contato com água ou lama de enchentes e impedir que crianças nadem ou brinquem nessas águas. Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha (ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés);
  • Limpeza de terrenos – Manter cultivos ou jardins sem amontoados de vegetação e que permitam fácil acesso a inspeção;
  • Remoção de entulho – Remover quaisquer amontoados de restos de construção, de lixo de varreduras ou queimar galhos e troncos;
  • Arranjo de materiais – Madeiras, tijolos, telhas não devem ficar encostados a muros ou paredes, podendo ser inspecionados por todos os lados;
  • Terrenos baldios – Nunca jogar lixo em terrenos baldios ou em cantos de terrenos.  Removê-los ou enterrá-los em valas recobrindo com terra;
  • Acondicionamento de lixo – Juntar os restos de cozinha em vasilhames adequados, de preferência em sacos plásticos;
  • Entelamento – Fechar quaisquer aberturas de aeração, entradas de condutores de eletricidade ou vãos de condutores de qualquer natureza, com telas metálicas com malhas de 6 milímetros removíveis;
  • Fechamento de vãos e buracos – Vãos de portas ou janelas com mais de 6 milímetros devem ser fechados com madeiras ou lâminas de metal;
  • Estocagem de alimento – Sacos ou fardos em depósitos devem ser colocados sobre estrados com 40 cm de altura e afastados das paredes e uns dos outros ;
  • Locais de refeições e de preparo de alimentos – Devem ser rigorosamente limpos diariamente antes do anoitecer;
  • Esgotos e canais efluentes – Devem ser fechados e canalizados;
  • Instalações para animais – Piso concretado e cama adequada, de fácil remoção.  Aviários com entelamento de malha de 1cm²;
  • Controle de restos alimentares – Em hospitais, cinemas, restaurantes e residências;
  • Controle de armários e depósitos – O cuidado permanente com armários e depósitos de objetos de qualquer natureza elimina os abrigos mais comuns de camundongos;
  • Acondicionamento de alimentos – Usar vasilhames de vidro ou metal;
  • Controle de garagens e sótãos – Não permitir a utilização de garagens e sótãos para acúmulo de objetos inúteis ou em desuso;
  • Educação sanitária – Sensibilizar para a mudança de hábitos e costumes;
  • Limpeza Pública – São os meios que utilizamos para manter livre de lixo e detritos qualquer área onde possa haver acúmulo dos mesmos.

Panorama geral da doença no Brasil

No Brasil, a leptospirose é uma doença endêmica, tornando-se epidêmica em períodos chuvosos, principalmente nas capitais e áreas metropolitanas, devido às enchentes associadas à aglomeração populacional de baixa renda, às condições inadequadas de saneamento e à alta infestação de roedores infectados. 

Algumas profissões facilitam o contato com as leptospiras, como trabalhadores em limpeza e desentupimento de esgotos, garis, catadores de lixo, agricultores, veterinários, tratadores de animais, pescadores, militares e bombeiros, dentre outros. Contudo, a maior parte dos casos ainda ocorre entre pessoas que habitam ou trabalham em locais com infraestrutura sanitária inadequada e expostos à urina de roedores.

Existem registros de leptospirose em todas as unidades da federação, com um maior número de casos nas regiões sul e sudeste. A doença apresenta uma letalidade média de 9%. Entre os casos confirmados, o sexo masculino com faixa etária entre 20 e 49 anos estão entre os mais atingidos, embora não exista uma predisposição de gênero ou de idade para contrair a infecção. Quanto às características do local provável de infecção (LPI), a maioria ocorre em área urbana, e em ambientes domiciliares.

Dados do Ministério da Saúde:

Casos confirmados de Leptospirose de 2007 a 2019*

Óbitos confirmados por leptospirose-2007-2019*

Casos confirmados de Leptospirose por mês de início de sintomas, 2019*

Óbitos de Leptospirose por mês de início de sintomas, 2019*

*Os dados de 2019 estão sujeitos à alteração. 


Leptospirose em animais

Nos cães, há diversos sinais clínicos, com ou sem icterícia, dependendo do sorovar (diferente variedade de uma determinada espécie de bactéria).  Na atualidade, no Brasil, nos grandes centros urbanos, os sorovares que tem sido os principais responsáveis pelos casos de leptospirose em cães são Copenhageni e Canicola.  Na forma aguda o cão pode apresentar febre, letargia, depressão, anorexia, vômito, diarreia, poliúria, polidipsia, halitose, úlceras bucais, dor abdominal e/ou lombar, mialgias, icterícia, petéquias e sufusões em mucosas e conjuntivas, hemorragias; a morte ocorre por insuficiência renal e hepática.  Nas espécies de animais de produção, a leptospirose se constitui na maioria das vezes em enfermidade reprodutiva responsável pela baixa produção de leite e carne em função da ocorrência de mastites, da infertilidade e do abortamento, nascimento de animais fracos causando enormes prejuízos aos rebanhos. Nos equinos, manifesta-se tanto como doença sistêmica quanto reprodutiva na dependência do sorovar infectante. 



No Brasil, as vacinas animais se constituem em cultivos de vários sorovares inativados que atuam preventivamente contra a doença clinica; são sorovar especificas, portanto não protegem contra a infecção por outros sorovares não constantes na formulação. O animal previamente exposto à infecção e vacinado não fica protegido de se tornar portador renal, se não tratado; constituindo-se em excretor do agente pela urina e disseminador da doença. A anti-ratização e desratização devem ser empregadas sempre que necessárias onde houver criação de animais domésticos ou de produção.



Fontes:

Ministério da Saúde

Secretaria de Estado do Espírito Santo

Cives (Centro de Informação em Saúde para Viajantes), da UFRJ

Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo

Jornal da USP

Imagens:  Wikipédia,  Wikimedia Commons, Flickr, Cecília Bastos/USP Imagem


segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Em tempos de coronavírus, é fundamental não esquecer da Dengue, Zika e Chikungunya.


Diante da pandemia de Covid-19, outras doenças perderam o protagonismo na lembrança do cidadão, como Dengue, Zika e Chikungunya. Porém, essas enfermidades, também causadas por vírus, continuam por aí e merecem atenção.

A infestação do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor, ocorre durante todo o ano, por isso não deve, de jeito algum, ser renegado a segundo plano. Os cuidados com a limpeza das casas e terrenos durante a quarentena precisam ser mantidos.

Aproveite o isolamento social para verificar nas residências se existe criadouros do mosquito. Na ilustração abaixo temos algumas dicas de prevenção:






Veja também:





quinta-feira, 30 de julho de 2020

Niterói será primeira cidade do Rio a testar vacina contra o novo coronavírus




A Prefeitura de Niterói assinou nesta segunda-feira (27) uma parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan, de São Paulo, para a realização de pesquisa e ensaio clínico para avaliação da eficácia e segurança da vacina contra a Covid-19 produzida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech. O estudo será realizado em profissionais da Saúde em duas unidades municipais: Hospital Getúlio Vargas Filho (Getulinho) e Policlínica Sérgio Arouca. A Secretaria Municipal de Saúde será responsável pelo recrutamento de entre 500 e 900 participantes, coleta de dados e amostras biológicas já em agosto.

Os voluntários passarão por entrevistas e avaliações médicas e, caso concordem com os termos do estudo, receberão duas doses da vacina, com 14 dias de intervalo, e serão monitorados pelos pesquisadores por um ano para análise dos resultados sobre a eficácia da vacina e também sobre a existência ou não de possíveis reações adversas.

O prefeito Rodrigo Neves assinou o termo de anuência para a realização dos testes em Niterói, ressaltando o orgulho para a cidade em participar desse esforço da comunidade científica para a descoberta de uma vacina eficaz e segura contra a Covid-19.

“Todas as medidas que a Prefeitura de Niterói adotou no combate ao novo coronavírus e também no Plano de Transição Gradual para o Novo Normal são baseadas na ciência e nas melhores experiências internacionais desta batalha pela vida contra esse inimigo invisível que infelizmente já tirou a vida de milhares de brasileiros. Eu gostaria de agradecer e parabenizar a Fiocruz, o Instituto Butantan e o governo do estado de São Paulo e desejar êxito na fase 3 da pesquisa. Temos muita esperança de que todos os esforços que a comunidade científica internacional e brasileira serão bem-sucedidos para a descoberta, o mais rápido possível, de uma vacina que seja capaz de imunizar contra a Covid-19”, afirmou o prefeito.

O pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia da Fiocruz, André Siqueira, disse que Niterói está se destacando nacional e internacionalmente nas ações de prevenção e combate à pandemia. Ele explicou como será feito o estudo clínico em que será avaliada a efetividade da vacina contra o novo coronavírus, ressaltando que é um estudo de fase 3, o que quer dizer que já se passaram duas fases iniciais que mostraram que a vacina é segura e produziu anticorpos efetivos contra o novo coronavírus.

“Outras cidades do Brasil também estão envolvidas no estudo. A prioridade é aplicar em profissionais de saúde, que estão sendo mais expostos. Para as pessoas voluntárias que têm interesse em participar do estudo, vai haver um link, tanto na página do Instituto Butantan, da Fiocruz e da Secretaria de Saúde de Niterói, para que possam se inscrever. Também será disponibilizado, a partir da semana que vem, um telefone. Eles serão convidados a irem ao centro de pesquisa, serão avaliados pela equipe médica e de enfermagem e farão uma série de exames. Consentindo e aceitando participar do estudo, serão feitas duas doses vacina: uma no primeiro dia, e outra, 14 dias depois. Todos serão acompanhados com exames regulares pelo período de um ano. No fim deste período teremos a avaliação se a vacina de fato funciona, como a gente prevê que ela possa funcionar, pelos resultados apresentados nas fases anteriores”.

O secretário de Saúde, Rodrigo Oliveira, informa que a Secretaria dará todo o apoio para a pesquisa e que acredita que em bons resultados.

“Essa parceria com a Fiocruz e o Butantan é um passo muito importante nesta epidemia. Niterói sempre esteve à frente nas medidas de combate ao coronavírus e foi escolhida como polo para pesquisa da vacina contra a Covid-19. Estamos confiantes de que teremos um bom resultado neste trabalho”, afirma o secretário.

A subsecretária de Saúde de Niterói, Camilla Franco, também participou da assinatura do termo de anuência para realização dos testes.


Fonte:






terça-feira, 21 de julho de 2020

Droga experimental diminui a replicação do zika e previne microcefalia em camundongos


Composto inibe a ação de uma proteína que é ativada pelo vírus para suprimir a resposta imune
do hospedeiro. Terapia também se mostrou eficaz contra o vírus da dengue e será testada no
Instituto de Ciências Biomédicas da USP contra o novo coronavírus (micrografia eletrônica
de transmissão colorida do vírus zika; imagem: Cynthia Goldsmith/CDC)


Um grupo internacional de pesquisadores descobriu que a inibição de uma proteína chamada AhR (receptor para aril hidrocarboneto) permite ao sistema imune combater com muito mais eficácia a replicação do vírus zika no organismo. Em experimentos feitos no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), a terapia antiviral se mostrou capaz de prevenir o desenvolvimento de microcefalia e outras malformações em fetos de camundongos cujas mães foram infectadas durante a gestação.

Os resultados da pesquisa, apoiada pela FAPESP, foram divulgados hoje na revista Nature Neuroscience.

“Usamos nos testes uma droga experimental capaz de inibir a AhR e observamos diminuição na replicação tanto do zika como do vírus da dengue. Agora pretendemos testar o efeito da terapia contra o novo coronavírus”, conta o professor do ICB-USP Jean Pierre Peron, que coordenou a investigação ao lado dos pesquisadores Cybele Garcia (Universidad de Buenos Aires, Argentina) e Francisco Quintana (Harvard Medical School, Estados Unidos).

O modelo experimental usado no trabalho foi o mesmo que permitiu ao grupo de Peron comprovar, em 2016, a relação causal entre o zika e a microcefalia (leia mais em agencia.fapesp.br/23185/). Naquela ocasião, fêmeas de camundongo da linhagem SJL – bem mais suscetível à infecção do que outras normalmente usadas em laboratório – foram infectadas com o vírus entre o 10º e o 12º dia de gestação. Quando os filhotes nasceram, os pesquisadores notaram uma redução significativa na espessura do córtex cerebral, além de alterações na quantidade e na morfologia das células neuronais. Observaram ainda que o vírus estava se replicando na placenta e no cérebro dos roedores recém-nascidos em quantidades muito maiores do que em outros órgãos.

“Repetimos agora esse experimento, mas com uma diferença. Pouco antes de infectar as fêmeas prenhas com o zika nós começamos a administrar o inibidor de AhR. O tratamento foi feito por via oral até o fim da gestação. Ao nascerem, os filhotes apresentaram cérebros com tamanho e peso normais e uma carga viral muito mais baixa que a do grupo não tratado, quase indetectável, tanto na placenta como no sistema nervoso central. Além disso, análises histopatológicas mostraram que não houve redução na espessura do córtex e que o número de células nervosas mortas pelo vírus foi muito menor”, relata Peron.

Segundo o pesquisador, os camundongos tratados com o inibidor de AhR não apresentaram efeitos adversos. Antes de se pensar em testes com humanos, porém, ele considera necessário replicar o experimento em macacos.

A pesquisa levou quatro anos para ser concluída e contou com a participação das doutorandas do ICB-USP Nagela Zanluqui e Carolina Polonio, ambas bolsistas da FAPESP.

O início
O laboratório coordenado por Quintana em Harvard é um dos principais centros mundiais de estudo da proteína AhR. Em entrevista à Agência FAPESP, o professor de neurologia conta que seu grupo descobriu há alguns anos que proteínas do tipo interferon, secretadas por células do sistema imune, controlam a ativação desse receptor celular.

“Como os interferons são moléculas centrais na resposta imune antiviral, postulamos – em conjunto com o grupo de Garcia – que a AhR poderia estar envolvida na supressão da imunidade contra vírus. Projetamos terapias anti-AhR e geramos nanopartículas e inibidores para uso nos experimentos”, diz.

Testes feitos in vitro e in vivo confirmaram que o vírus ativa a proteína AhR para suprimir a resposta imune do hospedeiro. Tal feito possivelmente ocorre quando o patógeno infecta o fígado e induz a liberação do metabólito quinurenina, um subproduto do aminoácido triptofano.

“Esse metabólito ativa a AhR que, por sua vez, inibe a expressão de uma outra proteína chamada PML [proteína leucemia promielocítica, muito importante para a resposta imune antiviral], permitindo que o zika se replique mais livremente nas células”, explica Peron.

Na Universidad de Buenos Aires, Garcia coordenou experimentos em diversos tipos de linhagens celulares, entre elas hepatócitos e progenitoras neurais – um tipo de célula-tronco que pode se diferenciar em neurônios.

“Tratamos as linhagens celulares com compostos agonistas de AhR [que amplificam a ação da proteína] e também com antagonistas [que inibem]. Confirmamos assim que a modulação negativa desse receptor inibe a replicação do zika. Do mesmo modo, comprovamos que a modulação positiva aumenta a replicação viral nas células”, conta.

Fatores ambientais
Como ressalta a virologista da Universidad de Buenos Aires, o impacto causado pela epidemia de zika em 2015 foi bastante assimétrico. Em determinadas regiões e cidades, a incidência de síndrome congênita e microcefalia causada pelo vírus foi muito maior do que em outras. Na avaliação da pesquisadora, isso pode indicar que nesses locais afetados com mais gravidade existia uma condição ambiental que favorecia a infecção ou então que aquelas populações eram mais suscetíveis. Os dois fatores também podem ter contribuído simultaneamente para aumentar o impacto do vírus.

“Coincidentemente, a AhR pode ser ativada por poluentes ambientais, bem como por uma certa dieta ou pela microbiota endógena. Nosso próximo desafio é descartar ou confirmar se existe uma relação entre a AhR, ambientes poluídos ou degradados socioeconomicamente e uma maior virulência do zika”, conta Garcia à Agência FAPESP.

O artigo AhR is a Zika virus host factor and a candidate target for antiviral therapy pode ser lido em www.nature.com/articles/s41593-020-0664-0.

21 de julho de 2020 - Karina Toledo | Agência FAPESP 

Fonte:  Agência FAPESP 

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Bicho de pé: vamos conhecer?

Criado em 13/07/2020 - Atualizado em 08/02/2024



Tungíase é uma parasitose causada por fêmeas grávidas de uma espécie de pulga, Tunga penetrans, que habita o solo de zonas arenosas. A contaminação ocorre quando o paciente pisa neste solo sem proteção nos seus pés. A fêmea grávida penetra na pele humana com a sua cabeça e libera seus ovos para o exterior.


https://radiologiapatologicablog.wordpress.com/2019/04/22/o-que-e-tungiase/


A maioria das lesões de tungíase aparece nos pés, por isso o parasita ser popularmente conhecido como "bicho de pé" ou "bicho de porco". Em alguns casos, há lesões também nas mãos. Podem ser únicas ou, em algumas vezes, bastante numerosas, dependendo da infestação do solo. A lesão surge como uma pequena pápula marrom escura com um halo fino e claro ao seu redor. Pode causar dor ou coceira e ocorrer infecção secundária e até abscessos no local. 


 https://radiologiapatologicablog.wordpress.com/2019/04/22/o-que-e-tungiase/


O diagnóstico é geralmente clínico, ajudado pela história de contato do paciente com solos provavelmente contaminados. Deve ser feito o diagnóstico diferencial com verrugas virais, pois o tratamento é bem diferente nestas duas dermatoses.

O tratamento é a extração manual do parasito.  A prevenção consiste basicamente em evitar contato com solo contaminado e usar sapatos. Medidas sanitárias para a descontaminação do local infestado também devem ser adotadas. 
(https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/tungiase/35/)


Veja também:



quarta-feira, 8 de julho de 2020

Testes para a Covid-19: como são e quando devem ser feitos




Para que sejam tomadas decisões certas em favor da saúde pública, primeiro é necessário identificar bem a magnitude da ameaça à população, hoje, o novo coronavírus (SARS-CoV-2, causador da Covid-19). Isto é possível por meio dos testes para detectar a doença e, por essa razão, a testagem no maior número possível de cidadãos é fundamental para enfrentar o vírus, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os testes permitem aos governos e profissionais da saúde terem uma dimensão real da propagação do vírus na sociedade, acompanhar as cadeias de transmissão da doença, detectar pacientes assintomáticos ou aqueles que em algum momento tiveram a Covid-19 e não descobriram, além de identificar a transmissão do vírus por áreas geográficas e faixas etárias, entre outros parâmetros.

Existem dois tipos principais de testes usados na pandemia do novo coronavírus: testes sorológicos rápidos – também chamados de "testes rápidos" porque dão resultados em 20 minutos e servem como primeiro filtro de detecção - e testes moleculares, que levam cerca de duas horas para o resultado. Para compreender mais sobre os testes, o pesquisador do Laboratório de Alta Complexidade do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) Zilton Vasconcelos esclarece abaixo as questões:

Quais são os tipos de testes disponíveis hoje para a Covid-19?
ZV: Existe o RT-PCR, ou teste molecular, que pesquisa a presença do Ácido ribonucleico (RNA) viral, que é o material genético do vírus SARS-CoV-2 e que dura cerca de duas horas para ser executados em estrutura de laboratório. Também existem os testes sorológicos rápidos que pesquisam a presença de anticorpos contra o vírus em 20 minutos em média e sem a necessidade de estrutura de laboratório, e os testes Elisa e Clia que também avaliam a presença de anticorpos, mas necessitam de uma estrutura de laboratório, e duram cerca de quatro horas. No entanto, o processo de coleta, processamento e preparo das amostras para o início dos testes no laboratório também consomem tempo que é proporcional ao volume de amostras que a unidade de saúde recebe. Dessa forma, ensaios de Elisa são normalmente liberados em 24 horas e RT-PCR no mesmo dia quando a rotina ainda não atingir a capacidade instalada do laboratório.

Existe algum tipo de fiscalização dos testes disponíveis hoje?
ZV: Sim, todos os testes são registrados na Anvisa e têm que ser liberados previamente para a comercialização e uso para diagnóstico. São exigidos documentos da empresa, como Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) e Certificação de Boas Práticas de Fabricação (CBPF). Além disso, devem ser apresentados documentos sobre o produto a ser registrado, tais como ensaios clínicos, fluxo de produção, estudo de estabilidade, segurança, qualidade e eficácia. A Fiocruz realiza algumas dessas avaliações no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS).

Quando uma pessoa deve procurar fazer o teste?
ZV: Se estamos falando de teste molecular para detecção do vírus através de amostras de secreção nasal ou da garganta do paciente, a partir do terceiro até o sétimo dia de sintomas pode fazer o teste. Já existem evidências que períodos anteriores e posteriores a esses, podem apresentar ainda resultados positivos para a Covid-19, no entanto, aumenta bastante a chance de um teste falso negativo, ou seja, a pessoa está infectada, mas não é detectado pelo teste.

No caso dos testes para detecção de anticorpos, as informações são ainda mais controversas, mas de maneira geral, acredita-se que após sete dias de sintomas, inicia-se a detecção no sangue de anticorpos na fase aguda da doença (IgM), indicando contato recente com o vírus. Após 11 dias de sintomas, anticorpos associados à fase convalescente da doença (IgG) começam a ser detectados no soro e permanecem por um período maior no nosso organismo e indicam desenvolvimento de imunidade mas não garantem a proteção. No entanto, essa dinâmica de geração de anticorpos ainda não está totalmente confirmada, além que muitos fabricantes apresentam diferente performance dos testes, tornando as interpretações e conclusões sobre a fase da doença e certeza diagnóstica ainda mais complexas.

Quais são as diferenças entre os testes rápidos e os testes moleculares?
ZV: Os testes rápidos sorológicos, por imunoensaio enzimático (teste Elisa) e por imunoensaio quimioluminescente (teste Clia) têm o objetivo de detectar anticorpos específicos contra a Covid-19 que o nosso organismo produz em resposta à infecção viral, visando controlar e eliminar tanto o vírus como células infectadas. Esses testes são indicados a partir do sétimo dia de doença e os resultados negativos não descartam o contato prévio com o vírus, que devem ser repetidos após uma semana para confirmação.

Já o teste molecular detecta o material genético do vírus, que nesse caso é uma molécula de ácido ribonucleico (RNA) convertida a ácido desoxirribonucleico (DNA) no laboratório, para facilitar o teste molecular por reação em cadeia da polimerase (PCR). Esse teste molecular deve ser realizado entre o terceiro e sétimo dia de sintomas para aumentar a chance de detecção RNA viral e um teste negativo não descarta a infecção, apenas indica que naquele momento sua carga viral é indetectável.


O que buscam os testes?
ZV: No caso de testes moleculares, buscamos detectar o material genético do vírus em uma sequência específica de uma das proteínas virais. Dessa forma, o PCR tem o objetivo de escolher um "pedaço" dessa sequência e multiplicá-la no laboratório até o momento que sua "visualização" é possível. Essa "visualização" é feita através de equipamentos específicos que detectam um sinal luminoso gerado a cada cópia do material genético do vírus durante o PCR. Quando essa luz gerada ultrapassa um valor mínimo o teste é considerado positivo.

No caso dos testes sorológicos, desejamos detectar a presença de anticorpos na fase aguda e na fase convalescente da doença (do tipo IgM e IgG) presentes no sangue e que reconheçam apenas proteínas da Covid-19. O teste consiste em deixar o soro em contato direto com essas proteínas por um tempo. Em seguida, um segundo anticorpo reagente que reconhece IgM ou IgG é adicionado, e mudará a coloração do ensaio indicando a presença deles. Conforme a intensidade dessa coloração, sabemos a proporção de anticorpos presentes.

Se a pessoa apresenta anticorpos significa que é imune à Covid-19?
ZV:  Ainda não existem estudos que comprovem ou afastem a imunidade protetora. O conhecimento que se tem atualmente é baseado nas outras coronaviroses, onde estima-se uma proteção/imunidade por períodos superiores a um ano.

Uma pessoa com anticorpos pode transmitir o vírus?
ZV: É desconhecido. Como dito anteriormente, anticorpos IgM são geralmente associados com o contato viral recente e IgG indica um contato anterior. No entanto, a dinâmica desses anticorpos em Covid-19 ainda é controversa e depende de mais estudos. A recomendação é de isolamento por 14 dias após o início dos sintomas, independente da presença de anticorpos ou testes moleculares negativos. Caso os sintomas persistam, esse período de isolamento deve ser revisto.

Onde fazem os testes para detecção da Covid-19 no Rio de Janeiro?
ZV: Na rede pública foram distribuídos testes sorológicos ou rápidos da rede de laboratórios centrais conhecida como LACEN, que no Rio de Janeiro é representada pelo Laboratório Central Noel Nutels. A rede privada conta também com testes rápidos, moleculares e oferece detecção de anticorpos através dos testes Elisa e Clia.

Há acompanhamento de quais são realizados pela rede particular?
ZV: Esse acompanhamento é uma tarefa da Anvisa. Porém, laboratórios e clínicas públicas e privadas passam por processos de auditoria interna e externa, acreditações e certificações tanto em âmbito nacional como internacional que observam constantemente as práticas correntes e documentações sobre todos os procedimentos e exames realizados. Esses processos auxiliam os órgãos regulatórios e permitem um maior controle de todos os integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS).

As farmácias estão autorizadas para realizar testes do coronavírus?
ZV:  Sim. A realização de testes rápidos para Covid-19 foi autorizada pelo governo tanto em farmácias, como em drogarias, consultórios, clínicas médicas e de imunização, laboratórios de análises clínicas e postos de coleta. Os testes só podem ser feitos em pessoas com quadro respiratório agudo e os resultados devem ser notificados às autoridades de saúde. A medida tem caráter provisório e excepcional e somente estabelecimentos previamente licenciados pela Subsecretaria de Vigilância Sanitária poderão realizar os testes, que também precisam ser registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

06/07/2020
Por: Mayra Malavé Malavé (IFF/Fiocruz)

Fonte:  Fiocruz
Imagens:  Pesquisa Google.



segunda-feira, 6 de julho de 2020

06 de Julho: Dia Mundial das Zoonoses




Raiva, leishmaniose, leptospirose, toxoplasmose, hantavirose, salmonelose, cisticercose, brucelose...  Esses são apenas alguns exemplos de zoonoses, provavelmente você já ouviu falar de alguma dessas doenças, seja nos livros da escola, nos noticiários ou devido a casos na sua região.

Zoonoses são as enfermidades transmitidas naturalmente entre os animais e o homem, podendo ser causadas por vários agentes etiológicos. Dentre eles, destacamos protozoários, vírus, bactérias, fungos, helmintos e rickéttsias.

Celebrado anualmente, em 6 de julho, o Dia Mundial das Zoonoses foi criado para enfatizar a discussão acerca do tema. A data faz referência ao dia em que o cientista francês Louis Pasteur aplicou com sucesso a primeira vacina antirrábica, em 1885.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS/ONU), 60% das doenças infecciosas humanas e 75% das novas doenças que infectaram os seres humanos nas últimas décadas têm origem animal. É cada vez mais comum que doenças mudem de espécies e se espalhem na população, em meio ao crescimento das cadeias de agricultura e abastecimento alimentar.

A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) determinou que a saúde humana e a saúde animal são interdependentes e vinculadas à saúde dos ecossistemas em que existem, no conceito chamado de Saúde Única (One Health).

"Em plena pandemia, a Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um novo alerta para a possibilidade de novos surtos de doenças zoonóticas, principalmente em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Hoje no mundo 1 bilhão de pessoas adoecem por conta das zoonoses, sendo que algumas milhões vem à óbito. Se só isso não bastasse, as perdas econômicas por conta das zoonoses são imensuráveis. Esse cenário demonstra a importância do assunto é da necessidade dos órgãos públicos estarem vigilantes frente a essas doenças. No enfrentamento dessa problemática, é preciso trabalharmos com o conceito de saúde única,  que é conceituada como integração entre saúde humana, saúde animal e ambiente", ressalta Fabio Villas Boas, chefe do Centro de Controle de Zoonoses de Niterói.


Cuidados para prevenção

Na luta para a prevenção de zoonoses, alguns cuidados são importantes, destacando-se: 

  • Higiene pessoal e ambiental; 
  • Lavar e higienizar muito bem verduras e legumes; 
  • Cozimento adequado (acima de 70°C) dos produtos de origem animal destinados ao consumo humano (carnes, pescados, leite, ovos, entre outros); 
  • Controle de vetores (ex: morcegos e roedores);
  • Usar luvas quando fizer a limpeza das caixas de areia dos gatos;
  • Lavar sempre as mãos depois de brincar com animais;
  • Não ter contato com águas contaminadas durante enchentes;
  • Não permitir que crianças brinquem em areias de parques ou de praias aos quais os cães e gatos têm acesso;
  • Tutores devem manter seus animais vacinados e vermifugados sob orientação de um médico-veterinário.


Fonte:  Conselho Regional de Medicina Veterinária - RJ e SP.
Depoimento: Fábio Villas Boas, chefe do Centro de Controle de Zoonoses de Niterói.
Imagem:  Pesquisa Google.