segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Especialistas alertam para epidemias de Zika e Chikungunya no verão


A poucos meses do início do verão, especialistas alertam que o Brasil pode voltar a sofrer com epidemias de Zika e Chikungunya. Apesar da redução da incidência de casos este ano, as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti podem voltar a ter força a partir de dezembro ou janeiro de 2019, quando já terá passado o período da primeira onda de surto em alguns estados.

O pesquisador colaborador da Fundação Oswaldo Cruz em Pernambuco Carlos Brito, disse que o país se dedicou mais nos últimos dois anos no estudo dos impactos do Zika, devido ao surto e a perplexidade causada pelos casos de microcefalia nos bebês. Ressaltou, no entanto, que mesmo assim o país continua despreparado para atender novos casos das arboviroses, principalmente de Chikungunya.

“Na verdade, deixou-se um pouco de lado a Chikungunya que, para mim, é a mais grave das arboviroses. E as pessoas geralmente nem têm ciência da gravidade, nem estão preparadas para conduzir a Chikungunya. É uma doença que na fase aguda não só leva a casos graves, inclusive fatais, mas deixa um contingente de pacientes crônicos, que estão padecendo há quase dois anos com dores, afastamento das atividades habituais de trabalho, lazer, vida social”, explicou Brito à Agência Brasil.

O pesquisador disse que a incidência das doenças vai variar de região para região. Aqueles estados onde muitas pessoas já foram infectadas no início do surto em 2016, como no Nordeste, poderão ficar imunes por mais um tempo. No entanto, muitos municípios ainda têm a probabilidade de enfrentar novos surtos, como o Rio de Janeiro, que recentemente registrou vários casos.

“No Brasil tudo toma uma dimensão muito grande, porque é um país de dimensão continental. Então, não estamos preparados, nem os profissionais de saúde foram treinados, nem estamos tendo a dimensão da intensidade da doença, nem as instituições estão atentas para uma epidemia de grandes proporções em um estado como São Paulo, com 40 milhões de habitantes, ou no Rio de Janeiro, com 20 milhões de habitantes”, alertou Brito.


Redução

Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado na sexta-feira (17), de janeiro até 28 de julho deste ano foram registrados 63.395 casos prováveis de febre Chikungunya. O resultado é menos da metade do número de casos reportados no mesmo período do ano passado, de 173.450. Em 2016, foram 278 mil casos.

Mais da metade, 61% dos casos reportados neste ano, estão concentrados na Região Sudeste. Em seguida, aparece o Centro-Oeste (21%), o Nordeste (13%), Norte (7%) e Sul (0,35%).

Nos primeiros sete meses de 2018, foram confirmadas 16 mortes por Chikungunya. No mesmo período do ano passado, 183 pessoas morreram pela arbovirose. A redução no número de óbitos foi de 91,2%. Já para o Zika, em todo o país foram registrados 6.371 casos prováveis e duas mortes até o fim de julho. No ano passado, o vírus tinha infectado mais de 15 mil pessoas no mesmo período. A maior incidência de Zika este ano também está no Sudeste (39%), seguida da Região Nordeste (26%).


Ameaça

Apesar da redução da incidência, o pesquisador Luiz Tadeu Moraes Figueiredo, professor do Centro de Pesquisa em Virologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), de Ribeirão Preto, também alerta que, depois do período de seca em que há baixa circulação dos vírus, essas arboviroses podem voltar a qualquer momento, assim como já ocorreu com a dengue e com a febre amarela.

“Não estamos tendo uma epidemia. Estamos tendo casos esporádicos. Mas ainda é um problema que pode voltar, sim. As arboviroses são assim mesmo, dengue, Zika. Todas elas têm momentos em que desaparecem, depois voltam. O vírus está aí, está no Brasil, e ainda é uma ameaça. Ele pode voltar agora, inclusive, neste verão. O risco está aí”, disse à Agência Brasil.

Figueiredo disse que permanece o desafio de diagnosticar com precisão o Zika em tempo de prevenir suas consequências. Apesar dos avanços nas pesquisas nos últimos anos, ainda não foi desenvolvida uma forma de detecção rápida do vírus Zika que possa ser disponibilizada em todo o país, disse o pesquisador.

“A dificuldade continua. A gente descobriu algumas coisas que podem ajudar o diagnóstico, mas o problema não está resolvido ainda. O mais eficaz é você encontrar o vírus, isolar é mais complicado. Ou você encontrar o genoma do vírus ou alguma proteína do vírus na fase aguda seria muito útil, aí você pode detectar na mulher, se estiver grávida inclusive”, explicou.

Os pesquisadores apontam que o ideal para prevenir o impacto de novos surtos seria desenvolver uma vacina. Contudo, eles lamentam que essa solução ainda está longe de ser concretizada. Enquanto isso, o foco ainda está no controle do mosquito transmissor dos vírus. “As pessoas devem ficar atentas e controlar o vetor nas suas casas e, assim, evitar a transmissão. É a única [solução] que nós temos nesse momento”, disse Figueiredo.

O pesquisador Carlos Brito defende que o Estado deve investir em melhorias de qualidade de vida da população e em infraestrutura de saneamento para controlar as epidemias causadas pelas arboviroses.


Controle permanente

Por meio de nota, o Ministério da Saúde informou que a destinação de recursos para controle do mosquito vetor e outras ações de vigilância são permanentes e passaram de R$ 924,1 milhões, em 2010, para R$ 1,93 bilhão em 2017. Para este ano, o orçamento previsto é de R$ 1,9 bilhão.

Além da mobilização nacional para combater o mosquito, a pasta ressaltou que, desde novembro de 2015, quando foi declarado o estado de emergência por causa do Zika, foram destinados cerca de R$ 465 milhões para pesquisas e desenvolvimento de vacinas e novas tecnologias.



quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Roedores é tema de palestra no PMF Cantagalo





Nesta segunda-feira (20/08) o Centro de Controle de Zoonoses – através do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC) – realizou palestra sobre roedores para os agentes comunitários de saúde do PMF Cantagalo. 

A ação educativa em saúde teve como objetivo sensibilizar sobre a importância da adoção de medidas preventivas contra os roedores urbanos no ambiente de trabalho e domiciliar, evitando doenças relacionadas a esses vetores, especialmente a leptospirose.  Além de informar, a atividade propôs também instruir os profissionais para o emprego do conhecimento nas ações educativas a serem realizadas na comunidade.

A equipe do IEC, representada pelos agentes Delcir Vieira e Patrícia de Oliveira, abordou os seguintes tópicos:  roedores – espécies de roedores urbanos, problemas causados por esses vetores, a leptospirose, e prevenção.

Segundo a equipe, a participação do público foi consideravelmente ativa, com demonstrações de interesse pelo assunto.  “É impressionante como esse tema encanta. Os ACS’s ficaram surpresos ao conhecerem as habilidades comportamentais e físicas dos roedores. Reforçamos a importância da multiplicação das informações para a comunidade assistida, especialmente as que dizem respeito à eliminação dos 4 A’s (abrigo, acesso, alimento e água)”, destacou a palestrante Patrícia de Oliveira.







Agentes comunitários do PMF Maceió recebem a palestra ‘Boas Práticas na Manipulação de Alimentos’






Na última quarta-feira (15/08), o setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC) – do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) – realizou a palestra ‘Boas Práticas na Manipulação de Alimentos’ para agentes comunitários de saúde no Programa Médico de Família do Maceió.

A atividade teve o objetivo de informar a respeito dos procedimentos adequados à manipulação de alimento que beneficiam a qualidade dos produtos e a saúde do consumidor e também instruir os profissionais para o emprego do conhecimento nas ações educativas a serem realizadas na comunidade.

Ministrada pelos agentes Delcir Vieira e Patrícia de Oliveira, a atividade desenvolveu-se por meio de bate papo interativo e exibição de slide-show. Em pauta, foram abordados os seguintes tópicos: conhecendo os erros na cozinha; como implantar as boas práticas; meios de contaminação; alimentos de maior risco; contaminação cruzada; sintomas das Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs); higienização; além de algumas orientações sobre tempo e temperatura dos alimentos.

Segundo Patrícia, o público demonstrou considerável interesse, explorando bastante cada tópico abordado. A atividade contou com a participação da médica Dra. Elizabethe Mouzinho e da dentista Ana Rita Jacobine.






terça-feira, 21 de agosto de 2018

CCZ promove ações educativas sobre a doença raiva nas escolas




Como parte das ações da campanha de vacinação antirrábica animal do município, o Centro de Controle de Zoonoses de Niterói – através do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC) – está promovendo palestras e informes sobre a raiva e a importância da vacinação de cães e gatos nas escolas.

A iniciativa de educação em saúde tem como objetivo sensibilizar os alunos sobre as responsabilidades e cuidados que devem ter com seus animais de estimação, destacando a importância da vacinação antirrábica para cães e gatos.

Por meio de bate-papo, exibição de slide-show e distribuição de material informativo, a equipe do IEC aborda e debate questões como: cuidados com cães e gatos; alimentação, higiene e espaço dos animais; condução e recolhimento de fezes em vias públicas; abandono; a doença raiva; saúde e vacinação. 

Os palestrantes destacam que a raiva pode ser transmitida por meio da mordida de um animal contaminado ou pelo contato com secreções contaminadas destes animais, e alertam os estudantes para que não toquem em morcegos e nem em animais doentes. Orientam também para, em caso de contato com qualquer animal suspeito ou mordida de morcego ou outro animal, contarem aos pais /responsáveis e procurarem imediatamente o serviço de saúde mais próximo.

As apresentações nas escolas tiveram início neste mês e vão até o dia 28 de setembro.  A temática, no entanto, é trabalhada durante todo o ano em projetos educativos sobre guarda responsável de animais, quando as crianças tem a oportunidade de conhecer melhor sobre essa e outras zoonoses.


Raiva

A raiva, também conhecida como hidrofobia, é uma doença infecciosa aguda que leva à morte.  Causada por um vírus, é caracterizada por sintomatologia nervosa que acomete animais e seres humanos.

O agente infeccioso é o vírus da raiva, da família Rhabdoviridae e pertencente ao gênero dos Lissavirus.

A transmissão da raiva se dá pela penetração do vírus contido na saliva do animal infectado, principalmente pela mordedura, arranhadura, lambedura de mucosas.

Pode acometer todas as espécies de mamíferos, incluindo o homem, sendo seu prognóstico fatal em praticamente todos os casos.

O cientista Louis Pasteur conseguiu isolar o vírus em 1881, inoculando coelhos por via intracerebral, e preparou a primeira vacina antirrábica em 1884.

Em Niterói, o Centro de Controle de Zoonoses registrou quatro casos confirmados de raiva nos últimos anos, ambos em morcegos (2016 a julho/2018).

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

CCZ participa do Sempre Saúde






Na manhã do último sábado (11/08) a equipe do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde – do Centro de Controle de Zoonoses – participou do ‘Sempre Saúde” na Unidade Municipal de Educação Infantil Olga Benário Prestes, bairro Engenho do Mato.


O evento foi uma ação social organizada pela Sempre Criança, organização não governamental, em parceria com outras instituições.  No espaço interno e externo da UMEI ofereceu serviços de atendimento médico especializado (pediatria, dermatologia, clínica médica e cirúrgica) e palestras sobre imunização e vida saudável – enfatizando a importância da postura correta e da prática de atividades físicas –, violência e abuso infantil, além do espaço kids repleto de atividades nas temáticas de higiene corporal, saúde bucal, nutrição e manejo correto do lixo.

O CCZ /IEC atuou com estande educativo onde os visitantes puderam observar maquetes ilustrativas que mostram o ambiente certo e o errado para a proliferação de mosquitos numa residência.  Além disso, o agente Élcio Nascimento distribuiu material educativo, prestou orientações e reforçou informações sobre arboviroses (dengue, zika, chikungunya e febre amarela), enfatizando a prevenção ao vetor. As casinhas fizeram bastante sucesso entre a criançada, que se encantou com as miniaturas de objetos típicos,  gerando perguntas sobre prevenção.













Fonte das imagens:  Bárbara Campbell e Élcio Nascimento