quinta-feira, 8 de abril de 2021

Caracol Gigante Africano: biologia e controle.

 


É uma espécie de molusco terrestre também conhecida como:  acatina, caracol-africano, caracol-gigante, caracol-gigante-africano, caramujo-gigante, caramujo-gigante-africano e rainha-da-África.

O caracol-gigante-africano Achatina fulica, nativo no leste-nordeste da África, foi introduzido no Brasil na década de 1980 para ser comercializado como “escargot” (caracol em francês).

A denominação “escargot” deve restringir-se ao uso como nome popular e comercial de espécies de Helix (aspersa e pomatia) conhecidas na França e nos meios gastronômicos  por esse nome. A utilização do nome “escargot” para comercializar a carne de Achatina fulica caracteriza fraude e má-fé.


Achatina fulica - falso "'escargot"

Helix pomatia - um dos verdadeiros
"escargot" (concha quase redonda)



Ciclo de Vida

• São hermafroditas incompletos, ou seja, cada um possui os 2 sexos, mas precisam de um parceiro para realizar a cópula ou acasalamento e a fecundação.
•  Colocam de 180 a 600 ovos por postura.         
•  Fazem até 6 posturas ao ano;





•  Os ovos eclodem de 20 a 30 dias após a postura;
•  Atingem a maturidade sexual em 5 meses;
•  Adultos chegam a medir cerca de 20 cm de comprimento de concha e mais de 300 gramas de peso total;
•  Podem viver até 9 anos.  





Principais Características

•  Comem folhas, flores e frutos de muitas espécies;
•  São canibais;
•  São resistentes à seca;
•  Escalam árvores, arbustos, muros e paredes;
•  Abrigam-se no solo em pilhas de tijolos, madeiras, pneus e outros materiais;
•  Em temperaturas abaixo de 10 ºC hibernam;
•  Essa espécie é extremamente voraz, alimenta-se de tudo o que aparece pela frente, desde tenras folhagens e frutos até papel;
•  Consomem muitos tipos de plantas.




Praga

•  Alteram cadeias alimentares;
•  Destroem de hortas, jardins e plantações de subsistência; 
•  Causam transtornos à população, pois invadem jardins, quintais e até mesmo as casas;
•  Causam problemas ambientais, uma vez que competem por espaço e alimento com caramujos nativos, podendo acarretar sérios danos à fauna nativa, além de outros desequilíbrios ecológicos.


Doenças

*Quando infectado por parasitos, o caracol africano pode transmitir dois tipos de doenças. A meningite eosinofílica é a única que teve casos registrados no país. É causada pelo verme Angiostrongylus cantonensis, que passa pelo sistema nervoso central, antes de se alojar nos pulmões, num ciclo de transmissão que envolve moluscos e roedores. Já a angiostrangilíase abdominal, que ocorre no país, porém sem registro de transmissão pelo caramujo africano, é causada pelo parasito Angiostrongylus costaricensis. Muitas vezes é assintomática e em alguns casos pode levar ao óbito, por perfuração intestinal e peritonite.


Prevenção

•  Não criar caracóis;
•  Evitar contato com os moluscos vetores;
•  Não manusear caracóis;
•  Lavar bem as mãos antes das refeições;
•  Lavar bem frutas, verduras e legumes e deixá-las de molho por cerca de 30 minutos em solução de 1½  colher de sopa de hipoclorito de sódio (água sanitária) à 1,5% + 2 litros de água;
•  Eliminar refúgios como entulhos, telhas, restos de obra, etc.; 
•  Manter terrenos baldios limpos e descampados.


Como controlar os caracóis


O primeiro passo para controle de Achatina fulica é identificar o animal. Envie algumas conchas para um malacólogo (especialista em Moluscos). Uma vez identificada por especialista, o controle deve ser iniciado sem demora.




•  SOMENTE ADULTOS DEVEM RECOLHER OS CARACÓIS;
•  Coletar manualmente o maior número possível de caracóis.  
•  Caso necessário, utilizar pás para jardinagem; 
•  Sempre usar luvas descartáveis ou sacos plásticos para proteger as mãos;
•  Colocar os moluscos em balde ou latão de metal e incinerar;
•  Esperar esfriar e pôr em sacos de lixo amarrados;
•  Com a ajuda de um martelo ou outro instrumento, quebrar as conchas;
•  Descartar os sacos no lixo. 

Este procedimento deve ser repetido em 30, 60, 90 e 120 dias, pois os caracóis podem reproduzir até 6 vezes ao ano.  Após este período, fazer coletas semestrais.  Caso o problema não tenha sido controlado nos 6 primeiros meses, manter as coletas mensais.

Obs.:  As coletas periódicas são de extrema importância para o controle dessa praga, evitando que os ovos nasçam e os jovens cresçam e proliferem.


ATENÇÃO!!

Não use sal, pois o sal só o elimina em grandes quantidades, contamina o ambiente e não soluciona o problema;

Não aplique moluscicidas, água sanitária ou qualquer outro produto químico, isso contamina o solo e pode eliminar não só os moluscos como outros animais e vegetais;

Não deixe em seu terreno telhas, tijolos, sobras de construção ou excesso de plantas.  Eles servem de criadouros;

Não coloque caracóis vivos no lixo, pois poderá transferir a infestação;

Não abandone as conchas sem destruí-las, pois elas servirão de criadouro par o mosquito da dengue;

Evite ter contato com esses caracóis e não deixe que as crianças brinquem nos locais infestados;

Não crie o caracol, ele não é escargot;

Sempre notifique o Centro de Controle de Zoonoses – através do telefone (21) 99639-4251 (Sem Whatsapp) – antes de tomar qualquer providência, pois ele possui profissionais capacitados para melhor orientá-lo.



*Fonte:  Fiocruz







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