O que é Salmonella (Salmonelose)?
Salmonella (Salmonellose) é uma bactéria da família das Enterobacteriaceae que causa intoxicação alimentar e em casos raros, pode provocar graves infecções e até mesmo a morte.
A Salmonella é uma bactéria que possui duas espécies causadoras de doenças em humanos: S. enterica e S. bongori.
A Salmonella enterica, de maior relevância para a saúde pública, é composta por seis subespécies (S. enterica subsp. entérica, S. enterica subsp. salamae, S. enterica subsp. arizonae, S. enterica subsp. diarizonae, S. enterica subsp houtenae, S. enterica subsp. indica).
A transmissão se dá com a ingestão de alimentos contaminados com fezes de animais a bactéria é encontrada normalmente em animais como galinhas, porcos, répteis, anfíbios, vacas e até mesmo em animais domésticos, como cachorros e gatos. Dessa forma, qualquer alimento que venha desses animais ou que tenha entrado em contato com suas fezes podem ser consideradas vias de transmissão da Salmonella (Salmonellose).
A Salmonella pode causar dois tipos de doença, dependendo do sorotipo: salmonelose não tifóide e febre tifoide.
Os sintomas da salmonelose não tifóide podem ser bastante desagradáveis, mas a doença geralmente é autolimitada entre pessoas saudáveis (embora possa levar à morte em alguns casos).
A febre tifoide é mais grave e tem uma taxa de mortalidade maior que a salmonelose não tifoide.
A maioria dos casos de salmonelose não tifoide apresenta sintomas típicos de uma Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA), como vômito, dores abdominais, febre e diarreia, que geralmente duram alguns dias e diminuem em uma semana.
IMPORTANTE: A salmonelose não tifoide pode provocar grave desidratação e, se não tratada adequadamente, uma das complicações é a morte do paciente. Apesar de serem raros, é fundamental iniciar o tratamento assim que surgirem os primeiros sintomas, principalmente reidratando o corpo com o consumo de bastante água.
Quais são os sintomas da infecção por Salmonella (Salmonelose não tifoide)?
Os sintomas são semelhantes a outros problemas gastrointestinais, mas são confirmados por meio de exames de sangue e fezes, além da análise clínica do médico, conforme cada caso.
Os principais sinais e sintomas da infecção por Salmonella (salmonelose não tifoide) são:
• Diarreia.
• Vômitos.
• Febre moderada.
• Dor abdominal.
• Mal estar geral.
• Cansaço.
• Perda de apetite.
• Calafrios.
Esses sintomas podem surgir entre 6 e 72 horas (usualmente entre 12 e 36 horas) após o consumo do alimento contaminado e costumam permanecer por cerca de 2 a 7 dias, até a completa recuperação do paciente. O contato com alguns animais infectados (incluindo animais de estimação) também pode transmitir a doença, se logo depois as mãos não forem lavadas. Os sintomas também variam de intensidade de acordo com a quantidade de alimento contaminado ingerido e o nível de contaminação do alimento.
IMPORTANTE: As infecções mais graves acontecem em pessoas idosas e em crianças, devido à fragilidade do sistema imunológico. Pessoas com o sistema imunológico comprometido, como transplantados ou portadores da Aids/HIV, também podem apresentar quadros mais graves da infecção por Salmonella.
Como ocorre a transmissão da Salmonella não tifoide (Salmonelose)?
A Salmonella está dispersa no meio ambiente e pode ser ingerida por meio de alimentos contaminados com fezes de animais, o que acontece, por exemplo, ao se comer carnes e ovos crus ou mal passados ou quando não se lava as mãos antes de cozinhar ou manipular alimentos. Também pode ser transmitida pelo contato com água contaminada.
A bactéria é encontrada normalmente em animais como galinhas, porcos, répteis, anfíbios, vacas e até mesmo em animais domésticos, como cachorros e gatos. Dessa forma, qualquer alimento que venha desses animais ou que tenha entrado em contato com suas fezes, mesmo que pelas partículas do ar, são consideradas vias de transmissão da Salmonella (salmonelose não tifoide).
Embora a Salmonella comumente esteja associada a produtos de origem animal, alimentos frescos, quando contaminados, também transmitem a doença. Alguns exemplos de alimentos que têm sido associados a surtos de salmonelose incluem carnes, aves, ovos, leite e produtos lácteos, pescados, temperos, molhos de salada preparados com ovos não pasteurizados, misturas de bolo e sobremesas que contêm ovo cru.
IMPORTANTE: As infecções mais graves acontecem em pessoas idosas e em crianças, devido à sensibilidade do sistema imunológico. Pessoas com o sistema imunológico comprometido, como transplantados ou portadores da Aids/HIV, também podem apresentar quadros mais graves da infecção por Salmonella (Salmonelose).
Como é feito o diagnóstico da infecção por Salmonella (Salmonelose não tifoide)?
A detecção da Salmonella ocorre a partir do isolamento do agente nas fezes ou vômito ou ainda em amostras dos alimentos suspeitos consumidos. As fezes devem ser coletadas durante a fase aguda, antes do tratamento com antibióticos. Em pacientes com infecção ativa, do mesmo modo que para crianças ou indivíduos com dificuldade de obtenção de amostras, deve ser priorizada a utilização de swabs retais. Em pacientes com suspeita de febre tifoide, a pesquisa de Salmonella Typhi nas fezes é indicada a partir da segunda semana da doença, assim como na fase de convalescença e na detecção de portadores.
Após a confirmação do diagnóstico, o médico pode indicar o tratamento mais adequado, conforme cada caso. O exame de fezes é fundamental porque ajuda o médico a identificar a bactéria que está causando a gastroenterite, permitindo selecionar o melhor antibiótico para eliminá-la.
Como é feito o tratamento da infecção por Salmonella (Salmonelose não tifoide)?
Em geral, a infecção causada pela Salmonella (salmonelose não tifoide) não precisa de internação ou de outras intervenções médicas. Nestes casos, o tratamento é feito em casa, por meio de repouso, ingestão de bastante água para manter hidratação e controlar os sintomas. Em casos graves, a reposição eletrolítica (para fornecer eletrólitos perdidos pelo vômito e diarreia) e reidratação são indicados.
O tratamento com antibióticos não é recomendado para casos leves ou moderados em indivíduos saudáveis, pois esses medicamentos podem não eliminar completamente as bactérias e selecionar cepas resistentes, tornando o tratamento ineficaz. No entanto, grupos de risco à saúde, como bebês, idosos e pacientes imunocomprometidos podem precisar receber antibióticos, os quais também podem ser administrados se a infecção se disseminar do intestino para outras partes do corpo.
Devido ao aumento global da resistência antimicrobiana, as diretrizes de tratamento devem ser revisadas regularmente levando-se em conta o padrão de resistência das bactérias com base no sistema de vigilância local. A duração do tratamento depende dos órgãos atingidos, da idade e condição de saúde dos pacientes, além da ocorrência de outros sintomas, como dor nas articulações, dificuldade em urinar, inflamação nos olhos e artrite. No entanto, se os sintomas persistirem por mais de três dias, é necessário procurar novamente o médico para outra avaliação, pois pode ser que a contaminação tenha sido maior e esteja evoluindo para formas mais graves.
IMPORTANTE: Mulheres grávidas, crianças e idosos são mais sensíveis às infecções intestinais, incluindo a Salmonella e devem ser levados ao médico logo que os primeiros sintomas forem identificados para evitar maiores complicações.
Como prevenir a infecção por Salmonella (Salmonelose)?
A Salmonella pode ser prevenida por meio da adoção de medidas de controle em todas as etapas da cadeia alimentar, desde a produção agrícola até o processamento, fabricação e preparação de alimentos, tanto em estabelecimentos comerciais quanto nas residências.
Em casa, as medidas preventivas para Salmonella são semelhantes àquelas usadas contra outras doenças transmitidas por alimentos.
O contato entre bebês ou crianças pequenas com animais de estimação que podem estar transportando Salmonella (como gatos, cães e tartarugas) precisa de supervisão cuidadosa.
Algumas condutas simples podem evitar a contaminação, que incluem o manuseio correto de alimentos:
• Lave sempre as mãos, antes, durante e depois de manipular ou consumir alimentos.
• Lave bem os alimentos antes de consumir, especialmente frutas e verduras.
• A carne deve ser bem cozida ou assada.
• Os ovos devem ser bem cozidos.
• Evite consumir alimentos em lanchonetes e restaurantes que apresentam condições precárias de higiene e conservação.