sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Seminário em Niterói reforça importância da profilaxia da raiva humana

 

No dia 03 de novembro, profissionais da rede pública e privada de saúde participaram do Seminário “Profilaxia da Raiva Humana”, realizado no auditório da UniLaSalle, em Santa Rosa, Niterói. O encontro, O encontro, promovido pela Coordenação de Vigilância em Saúde de Niterói (COVIG), reuniu médicos e enfermeiros da atenção primária e emergências, com o objetivo de atualizar protocolos e reforçar estratégias de prevenção contra a doença.

A abertura contou com a presença de Ilza Fellows (Secretária de Saúde / FMS Niterói), Ana Lúcia Fontes Eppinghaus (Coordenadora de Vigilância em Saúde de Niterói – COVIG), Alan Castro (Vice-presidente de Atenção Coletiva, Ambulatorial e da Família) e Fábio Vilas Boas Borges (Chefe do Centro de Controle de Zoonoses de Niterói).

A programação trouxe palestras técnicas sobre:

  • Perfil epidemiológico dos atendimentos antirrábicos, com Marcelo da Nóbrega Martins (COVIG Niterói).
  • Situação da raiva animal em Niterói, apresentada por Flávio Moutinho (Centro de Controle de Zoonoses).
  • Protocolo atual da profilaxia da raiva humana, conduzido por José Cerbino Neto (FIOCRUZ).
O evento foi encerrado com debate e troca de experiências entre os participantes.

A equipe do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC), do Centro de Controle de Zoonoses de Niterói, também marcou presença no seminário, participando ativamente na plateia. A presença da equipe reforçou o compromisso com a disseminação de informações corretas e acessíveis à população, fortalecendo o papel da educação em saúde na prevenção da raiva.

Principais pontos discutidos

Durante o seminário, foram destacados aspectos essenciais para a prática clínica e vigilância:

  • Notificação obrigatória: todas as unidades de saúde pública devem registrar casos suspeitos de raiva.
  • Referência em Niterói: a Policlínica Regional do Largo da Batalha é a única unidade que administra soro e vacina antirrábicos.
  • Sintomas em animais: atualmente, a paralisia é a principal manifestação, substituindo sinais clássicos como baba e agressividade.
  • Sintomas em humanos: a aerofobia (medo de correntes de ar) é mais comum hoje do que a hidrofobia.
  • Primeiros cuidados: lavar imediatamente a lesão com água e sabão é fundamental.
  • Gravidade das lesões: qualquer lesão profunda é considerada grave.
  • Aplicação de soro: deve ser feita diretamente em todas as lesões.
  • Sem cura após atingir o SNC: quando o vírus alcança o sistema nervoso central, não há tratamento eficaz.
  • Protocolos de tratamento:
    • Milwaukee (EUA) – experimental, com indução de coma e antivirais.
    • Recife (Brasil) – adaptação do protocolo americano.
      Apesar de alguns casos de sobrevivência, todos apresentam sequelas graves.
  • Casos de cura: apenas 5 no mundo, sendo 1 no Brasil, todos com sequelas.
  • Situação local: Niterói não registra casos de raiva humana.
  • Vacinação antirrábica: considerada a principal estratégia de prevenção, seguida pelo atendimento rápido nas unidades de saúde.

O seminário reforçou que a profilaxia da raiva humana depende da integração entre vigilância, atendimento clínico e campanhas de vacinação. A atualização técnica fortalece a rede de saúde e garante maior segurança para a população de Niterói.