terça-feira, 10 de maio de 2022

Fiocruz e Lacen-GO detectam novo genótipo do vírus da dengue no Brasil

 

Pela primeira vez, o genótipo cosmopolita do sorotipo 2 do vírus da dengue foi detectado no Brasil. Presente na Ásia, Pacífico, Oriente Médio e África, a linhagem é a mais disseminada no mundo, mas nunca tinha sido encontrado no território brasileiro. A identificação foi realizada em fevereiro em uma amostra referente a um caso ocorrido no final de novembro em Aparecida de Goiânia, em Goiás. O achado representa o segundo registro oficial desse genótipo nas Américas, após um surto no Peru, em 2019.

A detecção, liderada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em parceria com o Laboratório Central de Saúde Pública de Goiás (Lacen-GO), foi comunicada imediatamente às secretarias municipal e estadual de Saúde e ao Ministério da Saúde. Para informação à comunidade científica, um artigo foi publicado na plataforma de pré-print medRxiv, que permite a divulgação rápida de resultados, antes do processo de revisão por pares. O trabalho também foi submetido para publicação em revista científica e atualmente se encontra em fase de revisão.


Nas Américas, linhagem cosmopolita do sorotipo 2 do vírus da dengue
foi detectada em Goiás,no Brasil, e em Madre de Dios, no Peru
(reprodução: Giovanetti e colaboradores)


O vírus da dengue possui quatro sorotipos, nomeados como 1, 2, 3 e 4, e cada sorotipo pode ser subdividido em diferentes genótipos (também chamados de linhagens), devido à presença de variações genéticas. O genótipo cosmopolita é uma das seis linhagens do sorotipo 2 do patógeno.

Para os pesquisadores, a chegada dessa cepa ao Brasil preocupa, porque existe a possibilidade de ela se disseminar de forma mais eficiente do que a linhagem asiático-americana, também conhecida como genótipo 3 do sorotipo 2, que atualmente circula no país.

“Ainda não sabemos como será a proliferação do genótipo cosmopolita no Brasil. Mundialmente, ele é muito mais distribuído e causa mais casos do que o genótipo asiático-americano, que circula no Brasil há anos. O quadro global indica que a linhagem cosmopolita tem capacidade de se espalhar facilmente”, afirma o coordenador da pesquisa, Luiz Carlos Júnior Alcantara, pesquisador do Laboratório de Flavivírus do IOC/Fiocruz.

A possibilidade de associação entre a linhagem cosmopolita e o aumento de casos de dengue no estado de Goiás em 2022 é, até o momento, descartada pelos cientistas com base no sequenciamento genético de amostras realizado no estado. Ao todo, cerca de 60 genomas foram decodificados pelos pesquisadores nas duas primeiras semanas de fevereiro. Estas amostras foram selecionadas de forma aleatória entre as amostras de casos de dengue confirmados pelo Lacen-GO nos meses anteriores. Aproximadamente metade pertencia ao sorotipo 1 e a outra metade ao sorotipo 2. Entre as amostras do sorotipo 2, apenas uma era do genótipo cosmopolita e todas as demais apresentavam o genótipo asiático-americano, atualmente circulante no Brasil.

“Os dados mostram que o surto de dengue em Goiás não é causado pelo genótipo cosmopolita”, declara Alcantara, acrescentando que a dengue tem comportamento cíclico no Brasil, que se relaciona com diversos fatores ligados ao vetor e ao vírus, assim como às condições climáticas e de vida da população.

Considerando a rápida identificação do genótipo cosmopolita, os pesquisadores avaliam que é possível agir para conter a sua disseminação. “A detecção precoce permite reforçar as medidas de controle. Esperamos que isso possa ajudar a limitar a propagação dessa linhagem no Brasil e nas Américas, onde já temos um cenário epidemiológico complexo, com múltiplos patógenos em circulação”, avalia a primeira autora do estudo, Marta Giovanetti, pós-doutoranda do Laboratório de Flavivírus do IOC/Fiocruz.

Entre as principais ações para conter a disseminação da dengue, está a eliminação de depósitos de água parada, que podem se tornar criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Conheça a estratégia 10 minutos contra o Aedes.


Vigilância genômica

Além das ações de combate à dengue, os pesquisadores enfatizam a importância de intensificar a vigilância genômica do agravo para mapear a possível circulação da linhagem cosmopolita e compreender melhor as rotas de introdução do vírus no país.

Análises iniciais realizadas pelos cientistas mostram que o patógeno detectado no Brasil é semelhante a dois microrganismos isolados durante o surto registrado na província de Madre de Dios, no Peru, em 2019. Porém, ainda não é possível dizer que o genótipo cosmopolita foi introduzido no Brasil a partir do Peru.

“Considerando os genomas disponíveis, vemos que os vírus do Peru e do Brasil têm relação com genomas oriundos de um surto registrado em Bangladesh. Tudo indica que a introdução nas Américas ocorreu a partir da Ásia, provavelmente através de viagens intercontinentais. Porém, para compreender a dinâmica da dispersão no continente americano precisamos ter mais amostras sequenciadas”, esclarece Marta.

“A província de Madre de Dios faz fronteira com o estado do Acre, no Brasil. A vigilância genômica ativa nessa região, com sequenciamento genético de amostras do dengue 2, seria importante para entender essa introdução e orientar as ações para conter o espalhamento viral”, acrescenta a cientista.

A identificação do genótipo cosmopolita do vírus da dengue foi realizada a partir de um projeto de vigilância genômica de arbovírus em tempo real, liderado pelo Laboratório de Flavivírus do IOC/Fiocruz. Na iniciativa, os pesquisadores se deslocam para os Laboratórios Centrais de Saúde Pública dos estados (Lacens) e realizam a decodificação de genomas com equipamentos portáteis para sequenciamento genético. Desde 2020, o trabalho contempla também a vigilância genômica do Sars-CoV-2, causador da Covid-19, recebendo o nome de VigECoV-2.

“Em geral, passamos uma semana em cada Lacen e, nesse período, conseguimos gerar mais de 250 genomas. Fazemos as análises em tempo real e apresentamos os resultados ao Lacen, à Secretaria estadual de Saúde e ao Ministério da Saúde. O objetivo é que esses dados possam servir de apoio para políticas públicas de saúde”, destaca Alcantara, lembrando que a equipe do projeto também oferece treinamentos para os profissionais dos laboratórios.

O projeto tem colaboração do Ministério da Saúde – através das coordenações Gerais das Arboviroses (CGArb) e de Laboratórios de Saúde Pública (CGLab) –, da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) e dos  Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), ambos dos Estados Unidos.


Fonte:  IOC/Fiocruz



segunda-feira, 9 de maio de 2022

Saúde realiza mutirão de combate a roedores no Fonseca



A Prefeitura de Niterói realizou, na manhã deste sábado (7/05), um mutirão de combate a roedores em ruas e casas do Fonseca. A ação contou com 30 agentes da Secretaria Municipal de Saúde, em especial do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), que visitaram cerca de mil imóveis.

Além de realizar a desratização, os agentes fizeram uma ação educativa com a população da região para evitar a proliferação dos ratos. Os imóveis visitados foram inspecionados para identificar possíveis focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Os profissionais também colocaram iscas com venenos nos bueiros e locais que possam servir de toca para os ratos.

Segundo o secretário municipal de saúde, Rodrigo Oliveira, o trabalho realizado pelos agentes ocorre de forma periódica, além dos mutirões.

“O CCZ realiza um trabalho de rotina durante todo o ano e intensifica as ações com mutirões aos finais de semana. Neste sábado, a desratização foi realizada em local de grande circulação de pessoas e com vasto comércio, o que é fundamental”, declarou.

O chefe do CCZ, Fábio Vilas Boas, falou sobre a ação.

“Esse é um trabalho importante do poder público, visto que os ratos são potenciais transmissores de inúmeras doenças, com destaque para a leptospirose. É importante também, no enfrentamento do problema, que a população se conscientize para o acondicionamento correto do lixo nos seus imóveis, evitando descartar o lixo em dia e hora diferente do recolhimento pela Clin”, alertou.

A população pode entrar em contato com o CCZ por meio do telefone 26258441 para realizar denúncias e solicitar o serviço de desratização.


Fonte:  Prefeitura de Niterói


sexta-feira, 6 de maio de 2022

Secretaria de Estado de Saúde alerta para aumento de casos de dengue

 




Estado apresentou aumento de 115,6% nos casos da doença
 
A Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio da Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde (SVAPS), faz um alerta sobre o avanço da dengue no estado do Rio de Janeiro. O principal objetivo é conscientizar a população sobre a importância de manter os cuidados no combate à doença.

Levantamento da Coordenação de Vigilância Epidemiológica aponta que, nos primeiros meses do ano, o estado registrou um aumento de 115,6% no número de casos de dengue. A análise compara o período de 1° de janeiro a 30 de abril deste ano, quando foram registrados 2.839 casos, com o mesmo período de 2021, quando foram notificados 1.317. Três pessoas morreram com a doença este ano, sendo duas na capital e uma em Santo Antônio de Pádua. Em 2021, foram registrados 2.879 casos de dengue e quatro óbitos. Em 2020, foram 4.435 casos e sete óbitos.

– Diante do cenário epidemiológico da dengue, ficou caracterizado um aumento expressivo de casos registrados em alguns municípios do estado, sinalizando para uma possível situação de alta transmissão. Por isso, pedimos que a população busque a prevenção e apoie as ações da Secretaria, que vem avançando pelo território para evitar novos casos e óbitos – ressalta o secretário de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe.
A Região Noroeste apresentou a taxa de incidência da dengue mais elevada. Houve aumento de casos notificados também na capital e nas regiões Metropolitana I, Norte, Serrana, Centro-Sul e Baía da Ilha Grande. Estão sendo monitorados mais especificamente os municípios Seropédica, Carapebus, Carmo, Cordeiro, Quatis e Vassouras, onde a taxa de incidência está acima de 50 casos por 100 mil habitantes. Nas demais regiões houve redução no número de casos.

Ações de controle vetorial estão sendo realizadas nas nove regiões do estado, com distribuição de inseticida, monitoramento das visitas domiciliares realizadas pelos 92 municípios, envio de insumos e cadeiras de hidratação, treinamentos e capacitações presenciais, além de assessoramento das equipes municipais na investigação dos óbitos suspeitos causados por arboviroses, com base no Protocolo de Investigação de Óbitos por Arboviroses Urbanas, do Ministério da Saúde, e visitas pelas equipe do Centro de informações estratégicas em vigilância em saúde - CIEVS e vigilâncias epidemiológica e ambiental, entre outras ações.

A SES lembra sobre a importância da prevenção. É necessário que a população não se esqueça de reforçar os cuidados em casa, como limpar e esvaziar os pratos dos vasos de plantas, manter as caixas d’água, cisternas e outros recipientes de armazenamento d’água bem fechados, evitar deixar garrafas e pneus em locais onde possam acumular água, entre outras medidas. Dez minutos por semana dedicados a eliminar focos do mosquito Aedes aegypti podem salvar vidas.




terça-feira, 3 de maio de 2022

Pais de alunos da UMEI Gabriela Mistral participam de palestra sobre higiene pessoal

 


Na última sexta-feira (29/04), pais de alunos e responsáveis da Unidade Municipal de Educação Infantil Gabriela Mistral, no bairro Badu, participaram de palestra sobre higiene pessoal promovida pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), por meio do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC).

A ação educativa teve o objetivo de sensibilizar sobre a importância do cuidado com a saúde familiar.

A equipe do IEC, representada pelos agentes Delcir Vieira e Patrícia de Oliveira, desenvolveu a atividade por meio de diálogo interativo e exibição de slide-show, abordando os seguintes tópicos: conceito de higiene, higiene pessoal e ambiental, lavagem das mãos,  pediculose (tipos de piolhos, o piolho capilar, ciclo de vida, principais dificuldades causadas nas crianças e jovens, prevenção e tratamento) e Covid-19. 

“Deparamo-nos com o refeitório lotado de pais e responsáveis atenciosos e dispostos em trocar informações valiosas sobre prevenção a diversas doenças. Abordamos o tema higiene corporal, bucal, capilar e apresentamos dicas de como aumentar o sistema imunológico tendo uma alimentação saudável, boa hidratação, sono de qualidade e ambiente limpo e organizado. Ao final, alguns pais pediram para repetir a receita da Fiocruz para remoção de piolhos e lêndeas”, relatou Patrícia.





segunda-feira, 2 de maio de 2022

Arboviroses é tema de palestra no Curso Nossa Senhora da Conceição

 


Tendo o objetivo de alertar os alunos acerca dos perigos à saúde causados pelas arboviroses (dengue, zika, chikungunya e febre amarela), estimulando atitudes preventivas e a multiplicação das informações na família, a equipe do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC) – do Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ) – realizou palestras para turmas do ensino fundamental do Curso Nossa Senhora da Conceição, no Fonseca, na última quinta-feira, 28/04.

A atividade foi realizada pelos agentes Hugo Costa, Maria Cristina Crisóstomo e Rosani Loureiro, que utilizaram a metodologia do bate papo interativo com apresentação de slide-show, e distribuição de panfletos e revistinhas educativas. O conteúdo programático contemplou os seguintes temas: arboviroses (dengue, zika e chikungunya) e seus sintomas, características do mosquito transmissor (o Aedes aegypti), principais medidas de prevenção e combate aos possíveis criadouros do vetor. 

 “Atividade bem satisfatória. Percebemos que, após o recente período das escolas fechadas por conta da pandemia de Covid-19, boa parte dos alunos esqueceu informações como o nome do mosquito (Aedes aegypti) e os locais (criadouros) onde a fêmea desse inseto costuma depositar seus ovos. Por esse motivo, a participação do público foi intensa, com considerável demonstração de interesse e perguntas sobre a temática”, falou Hugo.


Educação em Saúde realiza palestra sobre higiene pessoal na Escola Municipal de Alberto Francisco Torres

 


Na última terça-feira (26/04), o setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC), do Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ), realizou palestra sobre higiene pessoal na Escola Municipal de Alberto Francisco Torres, no Centro.

A ação educativa em saúde teve o objetivo de ensinar e estimular hábitos de higiene pessoal, levando os estudantes da educação infantil a perceberem a importância de adquirirem comportamentos saudáveis para evitar doenças.

A equipe do IEC – representada pelos agentes Hugo Costa, Maria Cristina Crisóstomo, Rodolfo Teixeira e Rosani Loureiro – desenvolveu a temática com bate papo interativo e exibição de slide-show, abordando a seguinte pauta: conceito de higiene, higiene pessoal e ambiental, lavagem das mãos e saúde, pediculose e Covid-19.

“Os professores foram bem receptivos à equipe e à ação realizada, solicitando informações sobre as atribuições do CCZ e as principais zoonoses de interesse em Saúde Pública no município, como Raiva – incluindo a campanha de vacinação antirrábica animal – e Leptospirose. As crianças foram bem participativas e também se interessaram muito em saber sobre esses temas além da higiene pessoal.  E no contexto da temática principal, os alunos questionaram sobre a higiene das mãos (a maioria pensava que o álcool em gel substituía a lavagem das mãos em qualquer situação) e demonstraram disposição em conhecer mais a respeito de pediculose, fazendo perguntas sobre a locomoção dos piolhos”, disse Hugo.


Alunos da UMEI Gabriela Mistral recebem palestra sobre higiene pessoal

 


Alunos da Unidade Municipal de Educação Infantil Gabriela Mistral, no bairro Badu receberam palestra sobre higiene pessoal promovida pelo Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ), por meio do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC).

A ação educativa em saúde ocorreu nos dias 12 e 13 de abril e teve o objetivo de ensinar e estimular hábitos de higiene pessoal, levando os estudantes da educação infantil a perceberem a importância de adquirirem comportamentos saudáveis para evitar doenças.

A equipe do IEC – representada pelos agentes Delcir Vieira e Patrícia de Oliveira – desenvolveu a temática com bate papo interativo e exibição de slide-show, abordando a seguinte pauta: conceito de higiene, higiene pessoal e ambiental, lavagem das mãos e saúde, pediculose e Covid-19. 

“A atividade foi bastante interativa. As crianças participaram ativamente, aprenderam a como higienizar as mãos e combater a pediculose. Apresentamos a receita orientada pela Fiocruz para facilitar a remoção de piolhos e lêndeas: misturar vinagre no creme condicionador de cabelos. Falamos sobre a importância do banho diário, dos cuidados com o uniforme, somando a uma boa alimentação saudável, para aumentar a imunidade corporal. Para tornar a palestra mais atrativa, elegemos um aluno de cada turma para servir de modelo e facilitar o aprendizado de todos. Professores e direção agradeceram pelo tema abordado”, disse Patrícia.