Criado em 11/09/2014 - Atualizado em 30/11/2020.
DIAGNÓSTICO EM ESPOROTRICOSE ANIMAL DE NITERÓI
Caso o Médico Veterinário suspeite que as lesões observadas em seu paciente sejam esporotricose, o Centro de Controle de Zoonoses de Niterói, em parceria com o Instituto Biomédico da Universidade Federal Fluminense, realiza o diagnóstico laboratorial da doença nos animais. O serviço é gratuito, com demanda espontânea e aberto a toda população da cidade. O atendimento é na sede do CCZ (Rua Coronel Miranda, nº 18 - Ponta D'Areia - Niterói/RJ) e o agendamento é feito pelo telefone (21) 96955-2180 (Sem Whatsapp).
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O que é Esporotricose?
A esporotricose é uma doença causada por um fungo (Sporotriix schenckii) e que se manifesta geralmente na pele. Vários animais, inclusive o homem, podem contrair a esporotricose. Esse fungo é encontrado na natureza, em vegetais, madeiras e matéria orgânica em decomposição. A doença pode ser adquirida por ferimentos com vegetais e objetos contaminados (“doença das roseiras”), contato com a terra e por mordedura e arranhadura de gatos com a doença.
Nos últimos anos a região metropolitana do Rio de Janeiro vem registrando significante aumento da casuística nos gatos e nas pessoas, caracterizando a princípio, uma epizootia e uma epidemia dessa doença, apresentando um tipo de transmissão peculiar, evidenciada pela ocorrência dos casos humanos estarem relacionados a presença ou contato com gatos doentes. As outras formas de contaminação das pessoas, a princípio, parecem ter menor importância nesse cenário.
ESPOROTRICOSE NO HOMEM – Na maioria das vezes, surge uma lesão avermelhada que lembra uma picada de inseto no local do traumatismo, que pode desaparecer ou aumentar de tamanho e ainda, pode vir acompanhada de outras lesões enfileiradas. Pode também causar dores nas articulações, febres e outros sintomas sistêmicos. A forma mais comum de manifestação é a cutaneolinfática. Em caso de suspeitas, o usuário da rede pública de saúde de Niterói deve procurar a unidade do Programa Médico de Família onde está cadastrado para obter uma referência ao serviço de dermatologia da rede. No caso de usuário do sistema privado, procurar um dermatologista. O tratamento, apesar de um pouco demorado, alcança a cura.
ESPOROTRICOSE NO GATO – Os gatos são os animais domésticos mais sensíveis a esporotricose. A esporotricose felina é notória pelo seu potencial de transmitir a infecção ao homem. A transmissão está atribuída a arranhões e mordidas. Os gatos podem ter entre as unhas restos vegetais com o fungo e transmitir a infecção a outros gatos quando brigam. A doença se inicia com o aparecimento de feridas na face e nos membros, que progridem para o restante do corpo. Quanto aos cães, não há importância epidemiológica na transmissão da doença.
Diagnóstico nos gatos – É feito através do reconhecimento da lesão por médico veterinário e confirmado através de exames citológicos e cultura.
Tratamento nos gatos – A esporotricose nos gatos é de difícil tratamento, apesar de haver possibilidade de cura, principalmente quando é diagnosticada corretamente e em estágio inicial. Tal dificuldade é representada pelo longo tempo de tratamento (podendo chegar a 6 meses, com doses diárias), à via de administração ( comprimidos orais que muitas vezes necessitam contato direto do tratador com a mucosa oral infeccionada, promovendo exposição diária), à ocorrência de vários animais infectados sob os cuidados de uma só pessoa dificultando a regularidade no tratamento e, finalmente, o alto custo do medicamento. Muitos proprietários têm opções e podem realizar o tratamento com sucesso. A melhor orientação para como proceder será prestada após avaliação profissional de um médico veterinário.
CUIDADOS NA PREVENÇÃO
- Evitar contato com as feridas dos gatos doentes. Caso seja necessária alguma manipulação, usar luvas, que devem ser descartadas de maneira segura;
- Não realizar curativos locais;
- Limpar o ambiente com água sanitária;
- Os animais mortos devem ser cremados, nunca enterrados, uma vez que a carcaça do animal doente irá contaminar o solo do local;
- Castrar gatos e gatas saudáveis, evitando as saídas à rua e a possibilidade de transmissão;
- Em caso de lesão provocada por gatos, sabidamente infectados ou não, lavar e esfregar o ferimento com água e sabão, e após, tratar abundantemente com antisséptico a base de iodo. Nesses casos, procurar um médico para maiores orientações.
NOTIFICAÇÃO DA ESPOROTRICOSE ANIMAL EM NITERÓI
A notificação de casos de esporotricose em animais é uma obrigação legal e profissional do médico veterinário que diagnostica ou suspeita da doença. Somente através da notificação é possível conhecer temporal e espacialmente a transmissão da doença na cidade e, assim, propor estratégias de enfrentamento desse grave problema de saúde pública.
A FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE DE NITERÓI publicou a Portaria Nº 96/2014 de 10 de maio de 2014, que REDEFINE A RELAÇÃO DE DOENÇAS E AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIAS NO ÂMBITO DO MUNICÍPIO DE NITERÓI. Essa portaria foi publicada levando em consideração, entre outras, a necessidade de atualização da relação de Doenças de Notificação Compulsória (DNC) para adequação à necessidade de saúde do município. Essa legislação torna obrigatória, no âmbito da municipalidade, a notificação da esporotricose animal:
“Art.5º, §1º - Os casos suspeitos ou confirmados de Esporotricose Animal deverão ser notificados semanalmente,...”
A notificação pode ser realizada ao Centro de Controle de Zoonoses de Niterói através de telefonema ou fax (21-2625-8441) ou pessoalmente (Rua Coronel Miranda, nº 18 - Ponta D'Areia - Niterói/RJ); e à Coordenação de Vigilância em Saúde (Av. Amaral Peixoto, nº 171 - 3º andar), telefone 2719-4491.
As informações indispensáveis para a notificação são:
- Espécie e gênero;
- Endereço de vivência do animal;
- Nome, endereço e telefone do proprietário;
- Diagnóstico (clínico ou laboratorial) e data;
- Nome e contato do notificante;
Veja também:
Vídeo CONVERSANDO SOBRE ESPOROTRICOSE, do CCZ de Niterói
Saúde em Quadrinhos - Esporotricose, da Universidade Federal Fluminense
Vídeo Projeto Esporotricose - UFF: O desafio em tratar felinos com esporotricose
Vídeo ESPOROTRICOSE, da Fiocruz
Fotos das lesões humanas: Universidade Federal de Juiz de Fora (MG)
Foto do fungo: artigo do 2.bp.blogspot.com
Fotos do gato e da unidade de diagnóstico: CCZ Niterói/RJ
Foto do fungo: artigo do 2.bp.blogspot.com
Fotos do gato e da unidade de diagnóstico: CCZ Niterói/RJ
muito importante esta orientação para as pessoas. só acho que por se tratar de uma doença contagiosa, deveria as autoridades recolherem os animais infectados p/ tratamento p/ evitar que as pessoas soltem nas rua por não possuirem meios de tratamento.
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