Neste mês de julho, período de férias escolares e de maior
procura por serviços de saúde, o Centro de Controle de Zoonoses – através do
setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC) – intensifica as
atividades de sala de espera nas unidades de saúde do município. O objetivo é sensibilizar os usuários sobre a
importância da adoção de hábitos favoráveis à saúde individual e coletiva no
âmbito das zoonoses e doenças de transmissão vetorial.
Dengue e roedores são os temas mais frequentemente pedidos e abordados. Febre de chikungunya e, mais recentemente,
zika vírus tem despertado muito a curiosidade das pessoas, que buscam
informações e sanar dúvidas sobre o que já leram ou ouviram a respeito. A seleção dos tópicos relevantes ao público
específico se dá por meio de solicitação dos profissionais da unidade – através
de uma identificação prévia da necessidade – ou mesmo de uma demanda local
identificada pelo agente do IEC.
As ações ocorrem durante todo o ano e são desenvolvidas de
maneira sucinta e objetiva, por meio de bate papo interativo e distribuição de
material informativo. Havendo tempo e
oportunidade, exibição de slide-show ou vídeos educativos complementam e
enriquecem o trabalho. Em alguns bairros
existe até uma parceria promovida pelo IEC entre unidades de saúde e escolas
locais para apresentação de trabalhos educativos de estudantes; exemplo disso
aconteceu neste primeiro semestre com a exposição de cartazes e painéis sobre a
dengue confeccionados pelos alunos da Escola Madre Ângela nas dependências do
Médico de Família Eva Ramos, ambos no bairro Cantagalo.
Sala de
espera: um ambiente para efetivar a educação em saúde.
A sala de espera tem o intuito de
garantir um cuidado humanizado, efetivando a aproximação cada vez maior entre a
comunidade e os serviços de saúde. É por meio da sala de espera que os
profissionais da área da saúde têm a oportunidade de estar desenvolvendo
atividades que extrapolam o cuidado, como a educação em saúde, auxiliando na
prevenção de doenças e na promoção da saúde; proporcionando também uma melhora
na qualidade do atendimento, garantindo maior acolhimento aos usuários, e
melhorando a inter-relação usuário/sistema/trabalhador de saúde, além de
constituir-se em uma forma de humanizar muitas vezes os burocratizados serviços
prestados.
Procurando estabelecer vínculos
com a população é que se estabelecem os momentos de sala de espera, que pode
ser considerada um espaço dinâmico, onde ocorrem vários fenômenos psíquicos,
culturais, singulares e coletivos. Podemos dizer que a sala de espera ameniza o
desgaste físico e emocional associado ao tempo de espera por algum atendimento,
espera essa que pode gerar ansiedade, angustia, revolta, tensão, e comentários
negativos entorno do atendimento dos serviços públicos de saúde. É
caracterizada como uma forma produtiva de ocupar um tempo ocioso nas
instituições, com a transformação do período de espera pelas consultas médicas
em momento de trabalho; espaço esse em que podem ser desenvolvidos processos
educativos e de troca de experiências comuns entre os usuários, possibilitando
a interação do conhecimento popular com os saberes dos profissionais de saúde.
Os grupos de sala de espera podem
funcionar como “espaço potencial”, sendo um território onde ocorrem trocas
entre o indivíduo e o meio. No mesmo sentido, o processo de educação pode
estimular nos pacientes a responsabilidade do autocuidado, gerando a
interpretação de que muitas situações podem ser prevenidas sem ter a
necessidade de buscar atendimento especializado.
Dessa forma, é através dos
diálogos que acontecem na sala de espera que podemos detectar problemas de saúde,
através de expressões faciais dos pacientes e de suas dimensões físicas e
psicossociais; nesse espaço também avaliamos, interagimos, desmistificamos
determinados tabus e entendemos determinadas crenças, e consequentemente vemos e
entendemos o usuário na sua totalidade.
Fonte texto “Sala de
espera: um ambiente para efetivar a educação em saúde”:
Artigo Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI - Universidade
Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões. Rodrigues,
A., et all.
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