sexta-feira, 29 de julho de 2016

CCZ participa de seminário sobre ameaças à saúde pública





Com o objetivo de obter informações científicas e atualizadas que contribuam para o conhecimento e aperfeiçoamento na área de atuação, profissionais do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) participaram do seminário "Ameaças à Saúde Pública no Estado do Rio de Janeiro" realizado no Teatro Popular Oscar Niemeyer, Niterói/RJ, nesta quinta-feira (28/07).

O encontro tratou de temas envolvendo as ameaças à saúde pública no Estado do Rio, especialmente em relação às principais arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti no momento atual – dengue, zika e chikungunya –, a microcefalia e a síndrome de Guillain-Barré. 

Para a coordenadora do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde do CCZ, Maria da Glória Moreira, a participação no seminário foi enriquecedora para a mesma e a equipe do IEC:  “Tivemos a  oportunidade de ouvir excelentes profissionais, oriundos de centros importantes, como a FIOCRUZ, Instituto Butantan, Instituto Vital Brazil, e de ficar a par das recentes pesquisas no campo das arboviroses. Também foi possível observar o quanto os institutos de pesquisa brasileiros estão empenhados no desenvolvimento de soluções para o problema da Zika e o quanto estes institutos são reconhecidos na comunidade cientifica mundial. Pela apresentação do subsecretário estadual de saúde foi possível observar que ainda haverá muito o que fazer no estado do RJ em relação a ações educativas enquanto as soluções através de vacinas ou antivirais não se consolidam.”






O evento

O seminário "Ameaças à Saúde Pública no Estado do Rio de Janeiro" foi promovido pela Associação Pestalozzi de Niterói e o Instituto de Lógica, Filosofia e Teoria da Ciência (ILTC), e contou com a presença de estudiosos, pesquisadores e cientistas que discutiram questões que envolvem a presença de agentes infecciosos no Estado do Rio de Janeiro, especialmente os relacionados ao Aedes aegypti.

A abertura foi realizada pelo professor José Raymundo Martins Romeo, presidente da Pestalozzi Niterói, e pelo professor José Francisco Borges de Campos (ILTC), acompanhados do subsecretário de ciência e tecnologia, Luiz Andrade, representando a Prefeitura de Niterói, e do Dr. Jair Vinícius Ramos da Veiga, coordenador da gestão hospitalar do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, representando o Governo Federal.




O pronunciamento seguinte ficou a cargo de Alexandre Otávio Chieppe, subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.  O subsecretário afirmou que a zika ganhou destaque nos últimos meses por causa das consequências graves da infecção em gestantes, mas as três doenças transmitidas pelo Aedes – dengue, zika e chikungunya – circulam atualmente no Rio. Segundo ele, o número de casos declinou com a chegada do inverno, no entanto uma nova alta é esperada para o próximo verão e é importante manter as ações de combate ao vetor.






A mesa de debates científicos, moderada pelo Dr. Luiz Antônio Santini Rodrigues da Silva, ex-diretor geral do Instituto Nacional do Câncer (INCA), reuniu os palestrantes:  Wilson Savino, diretor do Instituto Oswaldo Cruz; Jorge Kalil, diretor do Instituto Butantan; e Edimilson Migowski, presidente do Instituto Vital Brazil.




Wilson Savino falou sobre a força da comunidade científica brasileira numa ação cooperativa para responder à sociedade na vigência de uma emergência em saúde pública de importância nacional.  “Numa emergência temos que trabalhar em colaboração e não em competição no mundo científico. A comunidade científica brasileira trabalhou de forma rápida e em colaboração para responder a esse desafio de saúde pública e produziu resultados muito importantes. E ainda há muito trabalho pela frente”.




Jorge Kalil comentou os esforços para desenvolver uma vacina contra o zika vírus.  O diretor do Instituto Butantan afirmou que o trabalho é desenvolvido em colaboração com instituições internacionais e de forma acelerada. “O problema do zika no Brasil ainda vai durar uns 3 a 5 anos, pois como não há sorotipos distintos – como no caso do vírus da dengue –, boa parte da população já estará imune.  Depois, o vírus poderá voltar daqui a duas ou três gerações, então é necessário criarmos políticas públicas de saúde para combate-lo agora”, ressaltou.




Edimilson Migowski anunciou que o Instituto Vital Brazil trabalha em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na pesquisa de um fitoterápico que atue como antiviral contra as arboviroses. “Provavelmente divulgaremos esse fitoterápico no final do segundo semestre, após as eleições”, disse.



Em comum, todos os palestrantes afirmaram que ainda são muitas as dúvidas a respeito da transmissão e das consequências provocadas pelos vírus da zika, da dengue e da chikungunya no organismo.   Do mesmo modo, alegaram há muito trabalho pela frente e falta investimento financeiro público para pesquisas.





terça-feira, 26 de julho de 2016

OPAS/OMS atualiza caracterização da síndrome congênita do zika


22 de julho de 2016 – A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) atualizou nesta quinta-feira (21) a caracterização preliminar da Síndrome Congênita do Zika, após uma reunião internacional, em Pernambuco. O evento juntou cientistas do Brasil, da Colômbia, da Argentina, dos Estados Unidos, da OPAS e da OMS para investigar os detalhes da infecção pelo vírus zika e seus efeitos sobre a criança.

A atualização busca contribuir para a melhoria do atendimento realizado em serviços de saúde das regiões afetadas. A OPAS/OMS está liderando o processo de agrupamento e revisão de mais evidências para definir claramente esses efeitos e atualizará sua descrição assim que mais evidências forem produzidas.

Além de sinais conhecidos anteriormente, como microcefalia e distúrbios no cérebro descritos previamente, foram identificados outros aspectos que caracterizam a Síndrome Congênita do Zika – relacionados a achados clínicos, laboratoriais/imagens, de desenvolvimento psicomotor e físicos.

Essas características englobam condições clínicas e achados de neuroimagem principalmente relacionados com o sistema nervoso central, como a epilepsia, deficiências auditivas e visuais, e desenvolvimento psicomotor, bem como os efeitos sobre os ossos e articulações, ou o sistema osteoarticular. Essas condições foram caracterizadas e analisadas em termos de frequência e gravidade nos períodos pré-natal, neonatal (de 0 a 28 dias) e primeiro ano de vida da criança.

Os cientistas analisaram revisões sistemáticas de dados sobre zika e compartilharam experiências do Brasil e da Colômbia. Eles receberam uma visão geral da situação epidemiológica, apresentada pelo Gerente de Incidentes da OPAS para Zika, Sylvain Aldighieri, e visitaram instituições de saúde no Recife que atendem crianças com microcefalia e outras condições associadas com a infecção pelo vírus zika.

De acordo com os especialistas, “a gama de distúrbios observados e do nexo causal provável com infecção pelo vírus zika sugerem a presença de uma nova síndrome congênita. A OMS pôs em prática um processo para definir o espectro da síndrome. O processo foca em mapeamento e análise das manifestações clínicas englobando os distúrbios neurológicos, auditivos, visuais e outros, além de descobertas relacionadas a neuroimagem”.

As informações sobre as complicações decorrentes da infecção pelo vírus zika ainda é limitada, e os cientistas planejam compartilhar dados sobre diagnóstico, descrição, consequências, processos físicos e análise de evidências de clínicos e pesquisadores a respeito das principais descobertas que fizeram até o momento.

“Nosso objetivo é dar assistência aos países no fortalecimento da vigilância do zika e Síndrome da Zika Congênita, além de aperfeiçoar a preparação para lidar com a Síndrome de Guillain-Barré nos serviços de saúde. A relação espacial e temporal de zika e Síndrome de Guillain-Barré é evidente em muitos países”, afirmou o gerente de incidentes da OPAS para zika, Sylvain Aldighieri, durante a reunião internacional.

“Tivemos a oportunidade de ir ao IMIP (Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira), em Pernambuco, e ver o trabalho excelente, incrível, que eles estão fazendo no acompanhamento e cuidado de crianças com microcefalia. É importante levar esse trabalho a outras partes do Brasil e do mundo”, disse o diretor de Família, Gênero e Curso de Vida, Andres de Francisco. “Também devemos lembrar que o zika não é a única causa de microcefalia e microcefalia não é o único possível sinal de zika”, acrescentou.

“Depois de quase um ano de trabalho muito forte de vários grupos de pesquisadores, hoje existe certo consenso de associar zika não apenas com microcefalia, mas com outros aspectos da síndrome congênita. A OPAS quer facilitar esse processo de buscas, de pesquisas e geração de conhecimento”, disse o Representante Adjunto da OPAS/OMS no Brasil, Luis Codina.




Fiocruz identifica Culex no Recife com potencial para transmitir o vírus zika


Pesquisa inédita realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) detectou a presença do vírus zika em mosquitos Culex quinquefasciatus (a popular muriçoca ou pernilongo doméstico) coletados na cidade do Recife. Esse achado confirma a espécie como potencial vetor do vírus causador da zika, hipótese que, de acordo com a literatura científica, não havia sido comprovada até o momento.




A pesquisa foi conduzida pela Fiocruz Pernambuco na Região Metropolitana do Recife, onde a população do Culex quinquefasciatus é cerca de vinte vezes maior do que a população de Aedes aegypti. Os resultados preliminares da pesquisa de campo identificaram a presença de Culex quinquefasciatus infectados naturalmente pelo vírus zika em três dos 80 pools* (grupos) de mosquitos analisados até o momento. Em duas dessas amostras os mosquitos não estavam alimentados, demonstrando que o vírus estava disseminado no organismo do inseto e não em uma alimentação recente num hospedeiro infectado.

A técnica utilizada no experimento foi RT-PCR quantitativa, baseada na detecção do RNA (material genético) do vírus. O material destes pools positivos foi usado para isolar as linhagens de vírus circulantes em Recife, em cultura de células, onde foi observado o efeito citopático provocado nas células – ou seja, foi observada a destruição ou danificação das células vero, o que comprova a presença de atividade viral.

A coleta dos mosquitos foi feita com base nos endereços dos casos relatados de zika nas cidades do Recife e Arcoverde, obtidos com a Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco (SES-PE). O número total de mosquitos examinados na pesquisa foi de aproximadamente 500. O objetivo do projeto é comparar o papel de algumas espécies de mosquitos do Brasil na transmissão de arboviroses. Foi dada prioridade ao vírus zika devido a epidemia da doença no Brasil e sua ligação com a microcefalia. 

Na etapa de laboratório, com o objetivo de investigar a competência vetorial das espécies Culex quinquefasciatus e Aedes aegypti, os mosquitos foram alimentados com uma mistura de sangue e vírus, permitindo o acompanhamento do processo de replicação do patógeno dentro do inseto. Foram realizadas duas infecções de mosquitos, cada infecção com duas concentrações de vírus diferente (104 e 106) da linhagem ZIKU BRPE243/2015. “A menor simula a condição de viremia de um paciente real. Em seguida, os mosquitos foram coletados em diferentes momentos: no tempo zero (logo após a infecção), três dias, sete dias, 11 e 15 dias após a infecção pelo vírus”, esclarece Constância Ayres, coordenadora do estudo.

Um grupo controle, com mosquitos alimentados com sangue sem o vírus, também foi mantido. Cada mosquito foi dissecado para a extração do intestino e da glândula salivar, tecidos que representam barreiras ao desenvolvimento do vírus. O procedimento se dá de maneira que, se a espécie não é vetor, em determinado momento o desenvolvimento do vírus é bloqueado pelo mosquito. No entanto, se ela é vetor, a replicação do vírus acontece, dissemina no corpo do inseto e acaba infectando a glândula salivar, a partir da qual poderá ser transmitido para outros hospedeiros durante a alimentação sanguínea, pela liberação de saliva contendo vírus. Segundo Constância, a partir do terceiro dia após a alimentação artificial, já foi possível detectar a presença do vírus nas glândulas salivares das duas espécies de mosquito investigadas. Após sete dias, foi observado o pico de infecção nas glândulas salivares o que foi confirmado através de microscopia eletrônica.

Além da detecção do vírus nesses tecidos (intestino e glândula salivar), foram investigadas amostras de saliva expelida pelos mosquitos infectados pela técnica de RT-PCR quantitativa. A carga viral encontrada nas duas espécies estudadas (Aedes aegypti e Culex quinquefasciatus) foi similar. 

A partir dos dados obtidos serão necessários estudos adicionais para avaliar o potencial da participação do Culex na disseminação do vírus zika e seu real papel na epidemia. O estudo atual tem grande relevância, uma vez que as medidas de controle de vetores são diferentes. Até os resultados de novas evidências, a política de controle da epidemia de zika continuará pautada pelas mesmas diretrizes, tendo seu foco central no controle do Aedes aegypti.

*Um pool de mosquitos é constituído de 1 a 10 mosquitos coletados em cada localidade, separado por sexo e espécie.


Fonte:  FIOCRUZ


sexta-feira, 22 de julho de 2016

Jovens escoteiros realizam campanha contra a dengue e zika






Com o objetivo de sensibilizar a comunidade dos bairros Centro e São Lourenço sobre a prevenção das doenças dengue e zika, jovens da União Escoteiros do Brasil realizaram campanha educativa no Centro Cultural Abrigo dos Bondes /Supermercado Guanabara no último sábado (16/07).

Vinte e seis escoteiros, a maioria entre 7 a 20 anos de idade, abordaram os transeuntes para distribuir material informativo (cartazes, panfletos, folders e revistinhas) e prestar orientações sobre as doenças e como evitar a proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti. Os jovens fazem parte do GRUPO ESCOTEIRO 64RJ – Professor Lourival Gomes de Andrade.

A campanha faz parte da 25ª edição do projeto Mutirão Ecológico – MUTECO – da União Escoteiro do Brasil. Na programação 2016 de atividades a serem realizadas, há uma para todos os ramos (jovens do grupo) específica para a dengue. 

Segundo o coordenador da atividade, Carlos Magno de Sá, presidente do grupo, a ação educativa em saúde foi positiva:  “Muito boa. A população recebeu bem a abordagem dos jovens sobre a campanha”, avaliou.

A atividade contou com o apoio do Centro de Controle de Zoonoses de Niterói, na cessão do material informativo, e do Centro Cultural Abrigo dos Bondes, que permitiu o uso do espaço. 



25 ANOS DO MUTIRÃO NACIONAL ESCOTEIRO DE AÇÃO ECOLÓGICA

Neste ano de 2016, a União Escoteiros do Brasil celebra os 25 anos do Mutirão Nacional Escoteiro de Ação Ecológica, uma atividade nacional bastante exitosa, que demonstra na prática o poder de mobilização dos grupos escoteiros em todo Brasil no desenvolvimento de ações conscientização, preservação e cuidados com o meio ambiente.

A primeira edição foi realizada no ano de 1991, em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente.  A partir do ano de 2004, a atividade passou a ganhar um tema a cada ano, o que permitiu que as ações fossem orientadas para questões específicas, tais como: reciclagem, aquecimento global, sustentabilidade, consumo consciente, água e muitos outros.

O 25º Mutirão Nacional Escoteiro de Ação Ecológica – A BIODIVERSIDADE QUE NOS UNE –, desenvolvido a partir de sugestões dos participantes da Rede Ambiental Escoteira (RAE), propõe uma imersão no mundo da biodiversidade, com ações que demonstrem não só a sua importância, mas também o quanto pode ser divertida uma ação direta pela sustentabilidade. 

A biodiversidade é a diversidade ou a variedade de formas de vida no planeta A biodiversidade é a diversidade ou a variedade de formas de vida no planeta. Ou seja, é a diversidade de espécies, genes, variedades, ecossistemas, gêneros e famílias, enfim, a variedade da natureza viva. (25º MUTECO, Boletim 1, versão 01)










Fonte das informações e imagens:  Carlos Magno de Sá



quinta-feira, 21 de julho de 2016

Palestra sobre Arboviroses no “Sábado Letivo” da Escola Municipal Vera Lúcia Machado






No último sábado (16/07), o setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC) – do Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ) – realizou palestra sobre arboviroses (dengue, zika e chikungunya) no evento “Sábado Letivo”, promovido pela Escola Municipal Vera Lúcia Machado, em Badu.

O objetivo da ação educativa em saúde foi sensibilizar a comunidade escolar sobre a importância de cada um fazer a sua parte no combate ao mosquito Aedes aegypti  (principal transmissor da dengue, zika e chikungunya no país) , com a vigilância constante do ambiente de convívio, evitando a água parada em locais que possam servir como criadouros do inseto.

Por meio de diálogo interativo e apresentação de slide-show, pais e professores, num total de 60 participantes, receberam informações sobre as doenças,  dados atuais a respeito da situação da microcefalia no país, a síndrome de Guillain-Barré, características do Aedes aegypti, e principais medidas de prevenção e combate ao vetor.

Segundo a agente Patrícia de Oliveira, a participação do público foi bem ativa e interessada:  “Os participantes se envolveram de fato na atividade, relatando situações cotidianas, discutindo tópicos abordados e apresentando questões e dúvidas.  Alguns até disseram conhecer pessoas que desenvolveram a síndrome de Guilain-Barré após infecção viral”, contou a palestrante. 






sexta-feira, 15 de julho de 2016

Educação em Saúde fala sobre arboviroses em empresa de engenharia






Nesta quarta-feira (13/07), o setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC) – do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) – realizou palestras sobre arboviroses na Oceaneering, localizada na Ilha da Conceição, em atendimento ao convite desta empresa.   A ação educativa em saúde teve como objetivo informar, discutir e esclarecer o que são essas doenças, os riscos envolvidos, cuidados e tratamento.

Como metodologia, a equipe do IEC – representada por Antônio Pessoa, Daniele Caviare, Glória Moreira (coordenação) e Patrícia de Oliveira – desenvolveu explanação e exibição de slide-show, nas quais abordaram tópicos como as principais arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti no momento (dengue, chikungunya e zika), características do inseto, dados atuais sobre a situação da microcefalia no país, a Síndrome de Guillain-Barré, e medidas de prevenção e combate ao vetor.

A participação do público e a interação deste com os palestrantes foram dinâmicas e bem satisfatórias.  Embora demonstrasse certo conhecimento sobre o tema, a maioria dos cento e oitenta e cinco funcionários desejou aprender mais, expondo dúvidas e questionamentos, especialmente sobre zika e microcefalia, possível reprodução do Aedes aegypti em águas salgadas, o carro “fumacê”, a eficácia dos "mosquitos do bem", e síndrome de Guillan Barré.

A oportunidade de troca de informações e esclarecimentos foi bastante proveitosa.  Ao final de cada uma das quatro apresentações, os participantes agradeciam a iniciativa e se propunham a pôr em prática as atualizações recebidas, principalmente sobre prevenção e combate ao mosquito no ambiente de trabalho e domiciliar.   

A Oceneering é uma fornecedora global de produtos e serviços de engenharia para a indústria de óleo e gás. No Brasil fornece serviços de intervenção submarina para a Petrobras desde 1979.








sexta-feira, 8 de julho de 2016

Ação integrada de combate ao Aedes aegypti no Cafubá






Nesta quinta-feira (07/07) o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ)– através do Serviço de Controle de Vetores (SECOV) e do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC) – participou de uma ação integrada de combate ao mosquito Aedes aegypti no Condomínio Fazendinha, em Cafubá.

A iniciativa faz parte das estratégias do Comitê de Combate à Dengue da Regional de Itaipu para diminuir a proliferação do inseto na área.  O comitê envolve várias secretarias como a de Conservação e Serviços Públicos, Saúde, Educação, Obras, CLIN (Companhia de Limpeza Urbana de Niterói), além de atores sociais da região – associação de moradores, escolas, unidades de saúde, entre outros.

Agentes do CCZ e agentes comunitários de saúde percorreram o condomínio para a realização de visitas domiciliares, inspeção de terrenos baldios e outros espaços, a fim de identificar e eliminar possíveis focos do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.  Funcionários da CLIN recolheram objetos que pudessem servir como criadouros do vetor.  

Além da parte operacional houve reforço das ações educativas, com abordagem corpo a corpo da população para orientações e distribuição de panfletos e revistas.  O objetivo foi intensificar as ações de controle e prevenção às doenças no bairro.








quarta-feira, 6 de julho de 2016

Combinação de medicamentos é aposta para o tratamento das leishmanioses



Na busca por um tratamento para as leishmanioses que dispense o uso de injeções e tenha menos efeitos colaterais, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) estudam o uso combinado de dois medicamentos que já estão disponíveis no mercado. Apesar de terem sido desenvolvidos para outros fins, o antidepressivo imipramina e o antifúngico miconazol têm potencial para agir contra os protozoários do gênero Leishmania, que causam a doença. Em um artigo publicado na revista Parasites & Vectors, os cientistas do Laboratório de Bioquímica de Tripanosomatídeos do IOC apontam que esses fármacos de uso oral parecem agir através de mecanismos complementares. Os testes realizados em culturas de células – primeira etapa nas pesquisas de novos remédios – indicam que a combinação dos compostos permitiria utilizar doses reduzidas para combater os micro-organismos.

“Os produtos que já são licenciados passaram por testes de segurança que estão entre as etapas mais difíceis e caras do desenvolvimento de fármacos. Por isso, o reposicionamento de medicamentos é uma estratégia importante na busca por novas terapias, principalmente contra doenças negligenciadas como as leishmanioses”, explica Eduardo Caio Torres Santos, pesquisador do Laboratório de Bioquímica de Tripanosomatídeos do IOC e coordenador do trabalho. “A imipramina e o miconazol são conhecidamente seguros. Ao associar as duas substâncias e reduzir as doses, podemos diminuir também os riscos de efeitos colaterais do tratamento”, acrescenta Valter Andrade Neto, pós-doutorando do mesmo laboratório e primeiro autor do artigo.





Causadas por diferentes espécies de parasitos do gênero Leishmania, as leishmanioses podem se apresentar na forma cutânea, com feridas na pele; mucosa, com lesões na boca e no nariz; ou visceral, com danos em órgãos como fígado e baço. Em todos os casos, o tratamento da infecção costuma ser baseado nos antimoniais pentavalentes, uma classe de remédios utilizada desde a década de 1940, que pode causar diversos efeitos colaterais, incluindo danos ao coração, fígado, pâncreas e rins. Os remédios estão disponíveis apenas em formulações intravenosas e intramusculares, o que demanda a administração por um profissional de saúde. Além disso, nos casos em que os parasitos apresentam resistência aos medicamentos antimoniais, é necessário recorrer a fármacos ainda mais tóxicos, como a anfotericina B e a pentamidina.


Mecanismo de ação: achado inédito

Embora o potencial leishmanicida da imipramina tenha sido observado na década de 1980, seu mecanismo de ação contra os parasitos ainda não tinha sido descrito e a combinação com outras substâncias também nunca havia sido testada. Os experimentos feitos com a espécie Leishmania amazonensis – uma das causadoras da forma cutânea da infecção – apontam que o fármaco impede a síntese de uma molécula fundamental para a sobrevivência dos parasitos: o ergosterol, tipo de lipídeo que compõe a membrana dos micro-organismos, além de participar de vias de sinalização intracelular. De forma inédita, a pesquisa indica que a imipramina tem a capacidade de inibir uma enzima da L. amazonensis chamada de C24-metiltransferase, que atua na fase final da síntese do ergosterol. “Este é um alvo interessante porque o ergosterol não é produzido em células de mamíferos. Logo, um fármaco que afeta a síntese dessa molécula não deve prejudicar o organismo dos pacientes”, comenta Eduardo Caio.

Utilizado para combater infecções causadas por fungos, o miconazol também bloqueia a síntese do ergosterol nos parasitos, porém usando um mecanismo de ação diferente: ele age sobre a enzima conhecida como C14-desmetilase. De acordo com Valter, o fato de os dois fármacos atuarem em pontos distintos da mesma via bioquímica é positivo para o efeito antiparasitário. Nos testes, a combinação dos fármacos apresentou efeito aditivo, ou seja, a ação de um somou-se à do outro. “Verificamos que não existe antagonismo entre imipramina e miconazol. Com o efeito aditivo, existe o potencial de usar quantidades menores de cada um dos fármacos e obter um resultado melhor”, destaca o pós-doutorando.

Realizados com a forma amastigota do parasito L. amazonensis – a mesma etapa do desenvolvimento do parasito que é encontrada nos pacientes –, os experimentos mostraram que as doses isoladas de imipramina e miconazol necessárias para matar cerca de 50% dos parasitos têm a eficácia muito aumentada quando usadas em conjunto, chegando a eliminar 90% dos micro-organismos. Em comparação, para alcançar o mesmo resultado utilizando somente miconazol, seria necessário dobrar a dose. Os testes confirmaram ainda que as duas substâncias – tanto separadas, como combinadas – não apresentam efeitos tóxicos para os macrófagos, células de defesa dos mamíferos que são infectadas pelos parasitos.


Próximas etapas

Ressaltando que o estudo ainda está na fase inicial, os pesquisadores consideram que os resultados indicam que a imipramina pode ser útil para o tratamento das leishmanioses, principalmente através da combinação com outros medicamentos. Segundo eles, além de agir diretamente sobre as leishmânias, o fármaco possui a capacidade de inibir a chegada de colesterol até esses micro-organismos, o que pode contribuir para a eficácia da terapia – um aspecto que pretendem investigar nas próximas etapas do trabalho. “Assim como o ergosterol produzido pelos parasitos, o colesterol produzido pelas células dos mamíferos é uma molécula de lipídeo da classe dos esteróis. Em pesquisas anteriores, observamos que as leishmânias passam a captar mais colesterol quando a síntese do ergosterol é bloqueada por fármacos. Imaginando que esse pode ser um mecanismo de escape desenvolvido pelos parasitos, consideramos que a imipramina pode assumir um efeito ainda mais importante”, explica Valter.

Para Eduardo Caio, é possível que o antidepressivo se torne um coadjuvante na terapia das leishmanioses, potencializando o efeito de fármacos do grupo químico do miconazol – conhecidos como azóis. Segundo o pesquisador, as substâncias desse grupo são muito potentes contra os parasitos do gênero Leishmania nos testes em laboratório, mas alguns ensaios clínicos mostraram eficácia reduzida nos pacientes. “Os azóis são utilizados há muitos anos para o tratamento de infecções causadas por fungos. Se a associação com a imipramina conseguir resgatar esses medicamentos como opções terapêuticas para as leishmanioses, teremos um grande benefício”, afirma.

[04/07/16]


Fonte:  FIOCRUZ

terça-feira, 5 de julho de 2016

Unesp desenvolve vacina contra esporotricose


Produto será destinado a gatos, transmissores da doença para seres humanos


03/07/2016

A Unesp está desenvolvendo uma vacina veterinária contra a esporotricose, doença que afeta animais e seres humanos, com presença em todo o País, especialmente no Rio de Janeiro. A enfermidade é causada por fungos do chamado complexo Sporothrix schenckii, que reúne diversas espécies, das quais a mais virulenta é a Sporothrix brasiliensis, exclusiva do Brasil. Em fase de estudos pré-clínicos, a vacina será destinada a gatos, o principal transmissor dessa zoonose, e já teve seu pedido de patenteamento encaminhado para a Agência Unesp de Inovação (AUIN).

O candidato vacinal foi inicialmente desenvolvido no doutorado do estudante cubano Deivys Leandro Portuondo Fuentes, aluno do Programa de Pós-graduação em Biociências e Biotecnologia Aplicadas à Farmácia, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF), Câmpus da Unesp de Araraquara. O trabalho teve orientação da professora Iracilda Zeppone Carlos, da FCF, e coorientação do professor Alexander Batista Duharte, docente da Universidade de Ciências Médicas de Santiago de Cuba (Cuba). Contatos da Profa. Iracilda: (016) 3301-5712/carlosiz@fcfar.unesp.br.

Bolsista da Fapesp, Fuentes explica que trabalhou inicialmente com uma espécie do complexo Sporothrix schenckii, selecionando várias proteínas da parede que reveste o fungo e fazendo o sequenciamento de seus aminoácidos. Essas proteínas foram então formuladas e testadas com dois adjuvantes – substâncias que ajudam a estimular a resposta imunológica do organismo.

As formulações obtidas da associação das proteínas com os adjuvantes passaram por testes in vitro e in vivo – feitos em camundongos –, para avaliar sua capacidade imunogênica, ou seja, de induzir a produção de anticorpos e uma resposta celular. Paralelamente, foi avaliada a toxicidade in vitro e in vivo dessas formulações.

“Numa segunda etapa, nós comprovamos que duas das formulações foram bem-sucedidas na geração de uma resposta protetora em camundongos infectados com o fungo”, comenta Portuondo Fuentes.  O pesquisador atualmente está realizando seu pós-doutorado. “Agora, estamos refinando as formulações, utilizando proteínas recombinantes e sintéticas, examinando seu potencial frente às várias espécies do complexo Sporothrix schenckii.”

A pesquisa também tem a colaboração das docentes Ana Marisa Fusco Almeida e Maria José Soares Mendes Giannini do Centro de Proteômica da FCF, da professora Fanny Guzman, da Universidade Católica de Valparaíso (Chile), do docente Julio Cesar Borges do Instituto de Química da USP de São Carlos; e do pesquisador Sandro Antonio Pereira, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), Rio de Janeiro (RJ).


A doença

Até recentemente a esporotricose era uma doença negligenciada. Ela está espalhada por todo o mundo, com inúmeras áreas endêmicas, sendo uma das micoses subcutâneas mais frequente em regiões como a América do Sul, principalmente o Brasil. A esporotricose é uma enfermidade causada por fungos do complexo Sporothrix schenckii, que se encontram principalmente em terrenos onde há material vegetal em decomposição, sendo transmitida por espinhos ou gravetos de plantas, daí o nome de “doença de jardineiro”. Nos últimos anos a esporotricose tornou-se uma importante zoonose no Brasil, sendo os gatos os animais mais acometidos pela doença. Quando esses felinos cavam a terra nesses locais, acabam por abrigar os fungos em suas unhas e como têm o hábito de se coçarem, principalmente na face, podem adquirir a enfermidade, tornando-se potenciais transmissores para os homens.

No ser humano, a doença pode ter diversas manifestações clínicas. No caso mais simples, limita-se a uma doença cutânea, apresentando nódulos no local da infecção. Sua manifestação mais comum é como doença linfocutânea, quando atinge os vasos linfáticos, principalmente do braço. Pode também se espalhar pelo corpo, como uma infecção sistêmica.

A ocorrência mais grave dessa zoonose se dá entre pessoas com sistema imunológico comprometido – como os pacientes com diabetes ou portadores do vírus HIV ou, ainda, que se submetem a tratamentos com medicamentos imunodepressores –, podendo até mesmo levar à morte. Geralmente, o contágio se dá pelo contato do fungo com a pele, mas a doença pode também ocorrer por via aérea, no caso de pacientes imunodeprimidos.


Fonte:  UNESP

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Educação em Saúde fala sobre higiene pessoal no Colégio Dr. Memória




Com o propósito de sensibilizar os alunos das turmas do ensino fundamental sobre a importância do autocuidado com a saúde voltada para a higiene pessoal, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) – através do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC) – realizou palestras sobre higiene pessoal no Colégio Estadual Dr. Memória, bairro Cubango, em 22 de junho.

Os agentes Jonas Queiróz e Rodolfo Teixeira desenvolveram, como metodologia, diálogo interativo acompanhado de apresentação de slide-show. Entre os tópicos em pauta, foram abordados:  conceito de higiene, higiene pessoal e ambiental,  limpeza corporal, lavagem das mãos e saúde, gripe H1N1, e cuidados com a água de consumo e alimentos. 

A participação do público foi dentro das expectativas da equipe.  Surgiram perguntas no decorrer das palestras, prevalecendo as relacionadas à lavagem correta das mãos e doenças ligadas à falta de higiene.  Algumas turmas tinham comportamento um pouco agitado, provavelmente devido também à idade, porém os objetivos foram alcançados, e o tema principal entendido pelos alunos.