segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Arboviroses Emergentes: FEBRE DO OROPOUCHE



O QUE É ?

A febre do oropouche é uma infecção viral tropical transmitida por insetos e mosquitos picadores do sangue das preguiças para os humanos . Esta doença recebeu o nome da região onde foi descoberta e isolada pela primeira vez no Laboratório Regional de Vírus de Trinidad em 1955, perto do rio Oropouche, em Trinidad e Tobago. 

A febre de Oropouche é causada por um arbovírus específico , o vírus Oropouche (OROV), da família Bunyaviridae.

O vírus oropouche foi identificado pela primeira vez no Brasil na década de 1960, e há registros frequentes da ocorrência de pessoas doentes na região da Amazônia, no Peru e em países do Caribe.

Grandes epidemias são comuns e muito rápidas, uma das primeiras ocorrendo na cidade de Belém, no estado do Pará. Na Amazônia brasileira, o oropouche é a segunda doença viral mais frequente, depois da dengue.  Atualmente, somente no Brasil estima-se que mais de meio milhão de casos tenham ocorrido. 


TRANSMISSÃO

O vírus, também conhecido como Orov, é transmitido pela picada de pequenos mosquitos, Culicoides paraenses, popularmente conhecido como maruim ou pólvora. O inseto tem dois milímetros de tamanho e também se reproduz em ambientes úmidos e com água parada, assim como o Aedes aegypti, e é encontrado em todo o país.

Outros mosquitos amazônicos, como o Ochlerotatus são transmissores. Importante ressaltar que o Aedes, transmissor da dengue, zika e chikungunya, aparentemente não transmite o vírus, mas estudos ainda estão sendo feitos.


SINTOMAS

A Febre do Oropouche é causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes, como os mosquitos), cujos principais sintomas são febre de até 40° e dor de cabeça seguido de mialgia, artralgia, falta de apetite, rash cutâneo, fotofobia, dor nos olhos, hiperemia conjuntival, apresentando ainda náuseas, diarréia, calafrios, bronquite, sensação de queimação no corpo, podendo evoluir, em casos mais raros, para meningite.

 Os sintomas normalmente duram de quatro a cinco dias, sendo que em um terço dos casos pode haver uma recaída e os sintomas podem durar mais cinco dias.


DIAGNÓSTICO

O diagnóstico clínico da febre oropouche é difícil de ser realizado devido à natureza inespecífica da doença, em muitas causas pode ser confundida com dengue ou outra doença arboviral.

O diagnóstico laboratorial da infecção do oropouche é feito por meio de técnicas clássicas de virologia molecular.  Atualmente, a confirmação laboratorial por técnicas de biologia molecular está disponível apenas em instituições que fazem pesquisa no Brasil.


TRATAMENTO

A Febre de Oropouche não tem cura ou terapia específica, por isso o tratamento é feito aliviando a dor dos sintomas por meio de tratamento sintomático . Certos agentes analgésicos e antiinflamatórios orais podem ajudar a tratar dores de cabeça e no corpo. Os tratamentos também consistem em beber muitos líquidos para prevenir a desidratação. 


PREVENÇÃO

As estratégias de prevenção incluem a redução da reprodução de mosquitos por meio da redução da fonte (remoção e modificação dos locais de reprodução) e a redução do contato entre os mosquitos e as pessoas:

Área Externa:

•  Garrafas: eliminar a água e mantê-las emborcadas;

•  Calhas e lajes: verificar se acumulam água ou sinais de umidade;

• Vasos de plantas: verificar a presença de pratinhos, pingadeiras, plantas aquáticas. Preencher esses recipientes com areia;

•  Caixa d´água: verificar as condições das tampas. Fazer a reposição daquelas ausentes ou quebradas, ou colocar telas de vedação;

•  Piscinas: devem ser cloradas semanalmente. Se estiverem em desuso, devem ser colocados peixes ou sal no fundo;

•  Piscinas infantis: em desuso devem ser lavadas com bucha e guardadas e em uso a água deve ser trocada semanalmente;

•  Fontes ornamentais: devem ser mantidos peixes como tilápia, guaru, lebiste ou beta;

•  Pneus: devem estar secos e guardados em local coberto;

•  Ralos sem uso contínuo: providenciar tela de mosquiteiro para vedar o ralo;

• Vasilhas para guardar água da chuva: devem ser teladas ou cloradas semanalmente;

•  Outros recipientes: devem estar secos e guardados em local coberto.


Área Interna:

Sala de Visitas

•  Vasos de plantas: verificar a presença de plantas aquáticas. Troque a água e lave o vaso com escova uma vez por semana.


Cozinha

•  Bandeja de geladeira: eliminar a água acumulada e colocar detergente; 

•  Vazamentos: que possam estar acumulando água em gabinetes ou armários;

•  Filtro de água: verificar se a limpeza está sendo feita rotineiramente e se não há presença de larvas.


Banheiros

• Vasos sanitários: em desuso, mantê-los vedados com sacos plásticos e fita adesiva;

•  Ralos: em desuso, colocar tela mosquiteiro ou um tapete em cima;

•  Caixa acoplada a vasos: verificar se está bem vedada.


Área de Serviço

•  Tanque: verificar vazamentos que possam estar acumulando água em algum ponto;

•  Tanque: em desuso, vedar ralos e mantê-los em local coberto;

•  Ralos sem uso contínuo: providenciar tela para vedar o ralo;

• Outros: verificar a presença de baldes, latas, potes, copos e etc., secá-los e guardá-los em local coberto ou emborcá-los.



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Fontes:  

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