Na última sexta-feira (26/05), agentes de controle de zoonoses e agentes de combate às endemias do Serviço de Controle de Vetores (SECOV) do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) apresentaram trabalhos de conclusão do curso SAÚDE COM AGENTE promovido pelo CONASEMS - Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. O evento ocorreu no mini auditório da sede do CCZ, bairro Ponta D’Areia, e teve como tema principal Arboviroses. Participaram cerca de 20 servidores.
*O curso SAÚDE COM AGENTE é um programa do Ministério da Saúde em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), que oferece formação técnica na área da saúde para os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e os Agentes de Combate às Endemias (ACE). É realizado na modalidade híbrida, combinando atividades presenciais e a distância, por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) do Conasems. O objetivo do programa é fortalecer a política de Atenção Básica do Sistema Único de Saúde (SUS) e qualificar o trabalho dos agentes.
A metodologia escolhida pelo grupo foi explanação temática, nos moldes de palestra, e exibição de slide-show. O debate sobre “Os Desafios dos Agentes de Endemias ao Combate das Arboviroses” se deu de forma descontraída, com relatos de experiências cotidianas vivenciadas por profissionais com longo tempo de atuação.
Para o agente de combate às endemias André Luiz Jardim de Sá, a atuação do agente no serviço operacional de campo não se restringe à dengue, é amplo: “A minha filha costumava dizer ‘Meu pai é um mata-mosquitos’, então eu a corrigi: ‘Não, eu não sou um mata-mosquitos, eu sou um Agente de Endemias, meu trabalho é muito mais amplo. Temos uma importância fundamental para a saúde da sociedade. Eu não entro numa casa apenas para ver questões de dengue, mas para ver todo o conjunto de possibilidades relacionadas à saúde ambiental’”.
O trabalho dos agentes junto aos munícipes nem sempre gera os resultados desejados, mas a perseverança e profissionalismo são reconhecidos. “Há alguns anos a equipe do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC) do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) realizou o projeto Brigada Antidengue, com aulas teóricas e práticas, voltado para funcionários de condomínios. A atividade foi realizada num condomínio em Itaipu onde morada uma bióloga que tinha intenção de implantar um pequeno lago artificial no seu quintal utilizando pedras e uma planta que atrai a presença de libélulas para que estas depositassem suas larvas no mesmo (as libélulas se alimentam de pequenos insetos, larvas e alguns peixes). Busquei informações a respeito com o Adaly, biólogo e nosso supervisor na época. Então ele me informou que a utilização das libélulas para diminuir o número de mosquitos só daria certo se não fosse utilizado no condomínio inseticida aeroespacial (‘fumacê’). Tentei convencer a administração do condomínio a pensar nessa possibilidade biológica de controle do Aedes aegypti, mas infelizmente não tive sucesso, pois desejavam a resposta rápida do ‘fumacê’. Apesar disso, soube que os agentes responsáveis pelo trabalho operacional no local estavam sendo melhor recebidos pela administração e moradores. Mais tarde fiquei sabendo que a bióloga implantou o lago para atrair libélulas apenas no espaço da sua residência”, relatou André.
Além da prestação de serviço, a relação do agente com o morador precisa ser uma troca constante de saberes quando um ouve o outro. “O agente precisa saber ouvir, ouvir as necessidades da população e mostrar soluções para que seu trabalho seja visto de outra forma, seja mais valorizado e você possa apresentar resultados positivos que satisfaçam ao morador e à comunidade. Não tenha pressa ao atender ao morador, o nosso trabalho precisa priorizar a qualidade acima da produção. É o nosso dever educar o morador. Assim cria-se vínculo quase que permanente de confiança”, explica o agente de endemias Wagner Luiz Amaral Dias da Cruz.
Na avaliação da enfermeira sanitarista do Serviço de Vigilância Epidemiológica de Campo Grande, Prefeitura do Rio de Janeiro, Rosilene Mello, preceptora do grupo, a participação da turma foi muito produtiva: “A participação integral dos ACEs e ACZs no curso foi de suma importância profissional. Apesar de terem uma longa jornada profissional e anos de experiência, o curso complementou e capacitou com o objetivo de desenvolver e aprofundar conhecimentos e habilidades, teóricas, em geral, vinculadas a Políticas Públicas de Saúde. O trabalho final dos agentes apresentou conhecimentos da prática cotidiana com assuntos que exploram as políticas públicas de saúde, controle social, territorialização, bem como ações de promoção de saúde e prevenção de doenças. Acredito que eles vão colocar em prática tudo que aprenderam no curso do CONASEMS, com certeza eles estão capacitados e qualificados para a qualificação das equipes multiprofissionais.”
*Fonte:
Mais Conasems - Programas - Saúde com Agente. https://mais.conasems.app/programas/saude-com-agente Acessado 01/06/2023.
Programa saúde com agente — Ministério da Saúde. https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/sgtes/deges/programa-saude-com-agente Acessado 01/06/2023.
Cursos | Projeto Saúde com Agente - UFRGS. https://saudecomagente.ufrgs.br/saude/cursos/ Acessado 01/06/2023.
Projeto Saúde com Agente | Parceria da UFRGS com Ministério da Saúde e .... https://saudecomagente.ufrgs.br/saude/ Acessado 01/06/2023.
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