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segunda-feira, 8 de abril de 2024

Agentes comunitários do MMF Morro do Céu recebem palestra sobre arboviroses




Com o intuito de informar, discutir e esclarecer acerca das arboviroses, seus riscos, prevenção e tratamento, o Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ), por meio do seu setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC), realizou uma palestra no Módulo Médico de Família do Morro do Céu, no bairro Caramujo, na última semana, dia 19 de março.

O IEC, representado por Marcelo Lins e Rodolfo Teixeira, conduziu um bate-papo interativo com apresentação de slides, abordando a seguinte pauta: as arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti (dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana), seus sintomas, principais medidas preventivas e combate aos possíveis criadouros do vetor.

Segundo Marcelo, a atividade com os agentes comunitários de saúde foi muito boa e esclareceu várias dúvidas em relação à vacina, ao ciclo evolutivo do mosquito Aedes aegypti, aos sorotipos da Dengue, os larvicidas utilizados no município, e o Método Wolbachia e os mosquitos do bem.  Na análise do palestrante, o que mais despertou o interesse do público foi o Método Wolbachia. Boa parte perguntou muito sobre a soltura dos mosquitos com a bactéria e como é o acompanhamento.  Os participantes queriam saber também se a população de mosquitos com a Wolbachia continua sendo solta na cidade. Já o palestrante Rodolfo relatou que o questionamento mais recorrente era relacionado à vacina contra a dengue, especialmente sobre a disponibilidade no município. 


Wolbachia

Outra estratégia do Município para enfrentar a doença é o método Wolbachia, uma parceria com a Fiocruz e a WMP Brasil. A Wolbachia é um microrganismo presente em cerca de 60% dos insetos na natureza, mas ausente no Aedes aegypti. Uma vez inserida artificialmente em ovos de Aedes aegypti, a capacidade de o mosquito transmitir os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela fica reduzida.

Com a liberação de mosquitos com a Wolbachia, a tendência é que esses mosquitos predominem nos locais e diminua o número de casos associados a essas doenças.






terça-feira, 29 de junho de 2021

ESQUISTOSSOMOSE

 

O que é?

A esquistossomose é uma doença parasitária causada pelo Schistosoma mansoni. Inicialmente a doença é assintomática, mas pode evoluir e causar graves problemas de saúde crônicos, podendo haver internação ou levar à morte. No Brasil, a esquistossomose é conhecida popularmente como “xistose”, “barriga d’água” ou “doença dos caramujos”.



A pessoa adquire a infecção quando entra em contato com água doce onde existam caramujos infectados pelos vermes causadores da esquistossomose. Os vermes, uma vez dentro do organismo da pessoa, vivem nas veias do mesentério e do fígado. A maioria dos ovos do parasita se prende nos tecidos do corpo humano e a reação do organismo a eles pode causar grandes danos à saúde.

O período de incubação, ou seja, tempo que os primeiros sintomas começam a aparecer a partir da infecção, é de duas a seis semanas. 


Histórico 

A esquistossomose, xistose, barriga d'água ou doença do caramujo chegou ao Brasil, vinda da África, na época da escravidão. A doença chegou pelo Nordeste e encontrou todas as condições favoráveis à sua instalação: altas temperaturas, saneamento básico deficitário, população humana exposta, caramujos hospedeiros em abundância e grande quantidade de córregos, lagoas, represas e valas de irrigação. Todos esses fatores permitiram que a doença se manifestasse por muito tempo entre as pessoas que trabalhavam na agricultura, principalmente nos canaviais. Com o declínio da cultura de cana e abolição do regime de escravidão ocorreu forte migração para outras regiões do país. Assim, a doença foi se espalhando pelos estados ao longo do percurso.


Como a Esquistossomose é transmitida?

Para que haja transmissão é necessário um indivíduo infectado liberando ovos de Schistosoma mansoni por meio das fezes, a presença de caramujos de água doce e o contato da pessoa com essa água contaminada. Quando uma pessoa entra em contato com essa água contaminada, as larvas penetram na pele e ela adquire a infecção.

Alguns hábitos como nadar, tomar banho ou simplesmente lavar roupas e objetos na água infectada favorecem a transmissão. A esquistossomose está relacionada ao saneamento precário.


Fatores de risco

Qualquer pessoa, de qualquer faixa etária e sexo, pode ser infectada com o parasita da esquistossomose, mas as situações abaixo são grandes fatores de risco para se contrair a infecção.

Existência do caramujo transmissor.
Contato com a água contaminada.
Fazer tarefas domésticas em águas contaminadas, como lavar roupas.
Morar em comunidades rurais, especialmente populações agrícolas e de pesca.
Morar em região onde há falta de saneamento básico.
Morar em regiões onde não há água potável.


Sintomas

A maioria dos portadores são assintomáticos. No entanto, na fase aguda, o paciente infectado por esquistossomose pode apresentar diversos sintomas, como:
febre;
dor de cabeça;
calafrios;
suores;
fraqueza;
falta de apetite;
dor muscular;
tosse;
diarreia.

IMPORTANTE: Em alguns casos, o fígado e o baço podem inflamar e aumentar de tamanho.

Na forma crônica da doença, a diarreia se torna mais constante, alternando-se com prisão de ventre, e pode aparecer sangue nas fezes. Além disso, o paciente pode apresentar outros sinais, como:

tonturas;
sensação de plenitude gástrica;
prurido (coceira) anal;
palpitações;
impotência;
emagrecimento;
endurecimento e aumento do fígado.

Nos casos mais graves, o estado geral do paciente piora bastante, com emagrecimento, fraqueza acentuada e aumento do volume do abdômen, conhecido popularmente como barriga d’água. 


Complicações possíveis

Se não tratada adequadamente, a esquistossomose pode evoluir e provocar algumas complicações, como, por exemplo:

aumento do fígado;
aumento do baço;
hemorragia digestiva;
hipertensão pulmonar e portal;
morte.


Diagnóstico

O diagnóstico da esquistossomose é feito por meio de exames laboratoriais de fezes. É possível detectar, por meio desses exames, os ovos do parasita causador da doença. 
O médico também pode solicitar teste de anticorpos para verificar sinais de infecção e para formas graves ultrassonografia.


Hospedeiros da esquistossomose

No ciclo da esquistossomose estão envolvidos dois hospedeiros:

Hospedeiro definitivo: o homem é o principal hospedeiro definitivo. Nele, o parasita desenvolve a forma adulta e reproduz-se sexuadamente. Os ovos são eliminados por meio das fezes no ambiente, ocasionando a contaminação das coleções hídricas naturais (córregos, riachos, lagoas) ou artificiais (valetas de irrigação, açudes e outros).
Hospedeiro intermediário: o ciclo biológico do S. mansoni depende da presença do hospedeiro intermediário no ambiente. Os caramujos gastrópodes aquáticos, pertencentes à família Planorbidae e gênero Biomphalaria, são os organismos que possibilitam a reprodução assexuada do helminto. No Brasil, as espécies Biomphalaria glabrata, Biomphalaria straminea e Biomphalaria tenagophila estão envolvidas na disseminação da esquistossomose. Há registros da distribuição geográfica das principais espécies em 24 estados, localizados, principalmente, nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.


Biomphalaria glabrata



Como ocorre a transmissão da esquistossomose?

A transmissão da esquistossomose ocorre quando o indivíduo infectado elimina os ovos do verme por meio das fezes humanas. Em contato com a água, os ovos eclodem e liberam larvas que infectam os caramujos, hospedeiros intermediários que vivem nas águas doces. Após quatro semanas, as larvas abandonam o caramujo na forma de cercarias e ficam livres nas águas naturais. O ser humano adquire a doença pelo contato com essas águas.


Destaca-se que a transmissão da esquistossomose não ocorre por meio do contato direto com o doente. Também não ocorre “autoinfecção”.


Prevenção

A prevenção da esquistossomose consiste em evitar o contato com águas onde existam os caramujos hospedeiros intermediários infectados. O controle da esquistossomose é baseado no tratamento coletivo de comunidades de risco, acesso a água potável e saneamento básico, educação em saúde e controle de caramujos em lagos e rios.

Grupos-alvo para o tratamento são:
Comunidades inteiras que vivem em áreas de alta contaminação.
Crianças em idade escolar nas áreas urbanas residentes em áreas endêmicas.
Pessoas com profissões que envolvem contato com a água contaminada, tais como pescadores, agricultores, trabalhadores de irrigação.
Pessoas que praticam tarefas domésticas que envolvem contato com água contaminada.

IMPORTANTE: Ainda não há vacina contra a esquistossomose.



Tratamento

O tratamento da esquistossomose, para os casos simples, é em dose única e supervisionado feito por meio do medicamento Praziquantel, receitado pelo médico e distribuído gratuitamente pelo Ministério da Saúde.  Os casos graves geralmente requerem internação hospitalar e até mesmo tratamento cirúrgico, conforme cada situação.


Situação epidemiológica

No mundo 

A esquistossomose mansoni é uma doença de ocorrência tropical, registrada em 54 países, principalmente na África e Leste do Mediterrâneo, atinge as regiões do Delta do Nilo e países como Egito e Sudão.

Américas

Atinge a América do Sul, destacando-se a região do Caribe, Venezuela e Brasil.

Brasil

Estima-se que cerca de 1,5 milhões de pessoas vivem em áreas sob o risco de contrair a doença. Os estados das regiões Nordeste e Sudeste são os mais afetados sendo que a ocorrência está diretamente ligada à presença dos moluscos transmissores.

Atualmente, a doença é detectada em todas as regiões do país. As áreas endêmicas e focais abrangem os Estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte (faixa litorânea), Paraíba, Sergipe, Espírito Santo e Minas Gerais (predominantemente no Norte e Nordeste do Estado).
No Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e no Distrito Federal, a transmissão é focal, não atingindo grandes áreas.


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Fontes:





Imagens:

Fiocruz
Wikipedia


quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Saiba o que é esquistossomose


Conhecida como doença do caramujo, barriga d'água e xistose, a doença pode evoluir para formas graves e levar à morte





Conhecida como uma doença prevalente em áreas tropicais e subtropicais, a esquistossomose afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Popularmente conhecida como barriga d'água, xistose ou doença do caramujo, a esquistossomose atinge principalmente comunidades carentes, sem acesso a água potável e sem o saneamento adequado. Se não for tratada adequadamente, a esquistossomose pode evoluir e provocar complicações graves, levando à morte.

De acordo com a coordenadora-geral substituta de Doenças em eliminação do Ministério da Saúde, Jeann Marie Marcelino, a esquistossomose está relacionada diretamente com certos hábitos de vida. “É uma doença relacionada com a falta de saneamento básico e uso da água doce para lazer ou para trabalho, como pescadores e mulheres que lavam louças na beira do rio”, esclarece.

A principal forma de ser infectado pelos vermes causadores da esquistossomose é entrando em contato com água doce com caramujos infectados. Quando uma pessoa entra em contato com essa água contaminada, as larvas penetram na pele e ela adquire a infecção.


Como acontece a transmissão

No Brasil, a doença parasitária é causada pelo verme Trematódeo Schistosoma Mansoni. Ele tem a espécie humana como hospedeiro definitivo e os caramujos de água doce, do gênero Biomphalaria, como hospedeiros intermediários.






Pessoas contaminadas podem liberar ovos do parasita em suas fezes. Quando estas são depositadas em rios, córregos e outros ambientes de água doce ou quando chegam até estes locais pelas enxurradas, pode acontecer a contaminação através da pele. O verme é capaz de penetrar na pele de pessoas que pisam descalças, nadam, tomam banho ou simplesmente lavam roupas e objetos na água infectada.




Marcelino explica que, no Brasil, a principal região com áreas de transmissão é o Nordeste. Mas outros estados, como Minas Gerais e o Espírito Santo, também possuem casos da doença. “Destacamos que os estados que possuem maior número de casos são Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe. Além deles, podemos destacar o Rio Grande do Norte, Paraíba, e Maranhão. Também existem pequenas áreas de transmissão no Ceará e no Pará. A indicação é que quando uma pessoa visite esses estados tenha muita atenção para o banho em águas doces com correnteza leve, pequenos rios e riachos”, alerta.


Sintomas da esquistossomose

Na fase aguda, o paciente infectado por esquistossomose pode apresentar diversos sintomas, como febre, dor de cabeça, calafrios, suores, fraqueza, falta de apetite, dor muscular, tosse e diarreia. Em alguns casos, o fígado e o baço podem inflamar e aumentar de tamanho.

Porém, a coordenadora explica que, na maioria dos casos, as pessoas infectadas não sentem sintomas da doença. “A maioria dos portadores do parasita não apresentam sinais da doença, são assintomáticos. É uma doença bastante silenciosa, o que a torna perigosa”, disse.

Quando os sintomas surgem, o tempo de aparecimento dos primeiros sinais é de duas a seis semanas, a partir da infecção. Além disso, a doença pode se tornar crônica. “Se a pessoa contraiu a doença e não teve tratamento durante muito tempo ou se ela vive em uma área endêmica e está sempre se reinfectando, ela pode desenvolver uma forma crônica da doença”, explica Marcelino.

Na forma crônica da doença, a diarreia se torna mais constante, alternando-se com prisão de ventre, e pode aparecer sangue nas fezes. Além disso, a pessoa pode ter outros sintomas, como tonturas, dor na cabeça, sensação de plenitude gástrica, coceira anal, palpitações, impotência, emagrecimento, endurecimento e aumento do fígado.

Nos casos mais graves, o estado geral do paciente piora bastante, com emagrecimento, fraqueza acentuada e aumento do volume do abdômen, conhecido popularmente como barriga d’água.


Tratamento

Uma pessoa infectada terá ovos do parasita nos tecidos do corpo humano e a reação do organismo a eles pode causar grandes danos à saúde. Por isso, é importante que o tratamento seja iniciado o quanto antes.

O tratamento da esquistossomose, para os casos com menor gravidade, é simples, em dose única, na unidade de saúde, por meio de medicamentos específicos receitados pelo médico. Os casos graves geralmente requerem internação hospitalar e até mesmo tratamento cirúrgico, conforme cada situação.

O tratamento é oferecido de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Em caso de suspeita de infecção, procure a Unidade de Saúde mais próxima para os cuidados necessários.