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sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

VIGILÂNCIA DE EPIZOOTIAS EM NITERÓI


Considera-se como epizootias segundo o Ministério da Saúde “a ocorrência de um determinado evento em um número de animais ao mesmo tempo e na mesma região, podendo levar ou não a morte”.

A vigilância de epizootias em Primatas Não Humanos (PNH) consiste essencialmente em captar informações, oportunamente, sobre adoecimento ou morte de PNH e investigar adequadamente esses eventos, com a finalidade de subsidiar a tomada de decisão para a adoção de medidas de prevenção e de controle e para reduzir a morbimortalidade da doença na população humana. 

O objetivo dessa vigilância é prevenir a ocorrência de casos humanos de febre amarela, detectar precocemente a circulação do vírus ainda no ciclo enzoótico (entre vetores e primatas não humanos), desencadear oportunamente medidas de prevenção e de controle da febre amarela e evitar casos humanos e surtos de febre amarela. 

Definição de caso suspeito de Epizootia 
Primata não humano (PNH) de qualquer espécie, encontrado morto (incluindo ossadas) ou doente, em qualquer local do território nacional. Considera-se PNH doente o animal que apresenta comportamento anormal, ou seja, movimenta-se lentamente, não demonstra instinto de fuga ou está segregado do grupo. 

Vigilância de Epizootias em Niterói
Em Niterói, todas as carcaças de animais mortos suspeitas são encaminhadas através do Centro de Controle de Zoonoses ao laboratório de referência para pesquisa. Em caso positivo para alguma zoonose na amostra enviada, o CCZ é informado e todas as medidas recomendadas são tomadas oportunamente, conforme atribuição.




O Centro de Controle de Zoonoses de Niterói se coloca a disposição para orientar, recolher, encaminhar e tomar todas as providências relativas a animais silvestres e urbanos encontrados mortos.  O contato deve ser feito diretamente pelo telefone (21) 99639-4251 (Sem Whatsapp)


CONDUTAS A SEREM ADOTADAS QUANDO FOR ENCONTRADO ANIMAL MORTO:

A – Avise ao Centro de Controle de Zoonoses, caso encontre mortos micos, saguis e todos os tipos de macacos e morcegos, além dos cães e gatos. Vale o mesmo para gambás, capivaras, esquilos, preás, lebres, raposas ou qualquer outro mamífero silvestre.

B – Evite contato direto ou indireto com secreções e com a carcaça, que é como é chamado o corpo do animal ou parte dele depois de morto.

C – Se for necessário o transporte ou guarda de uma carcaça até o resgate pelo CCZ, acondicioná-la usando luvas descartáveis, ou se não haver, vestir sacolas plásticas de mercado íntegras, atando pelos punhos com as próprias alças da sacola, uma ou duas sacolas protegendo cada mão. A carcaça deve ser acondicionada em um recipiente impermeável.

D – Um material de fácil obtenção para acondicionamento de carcaças são sacos de ração vazios íntegros. Após colocar a carcaça, embalar junto as luvas ou outros materiais que tenham tido contato com essa. Fechar a boca do saco e amarrar bem, lacrando. Esse procedimento deve ser feito de maneira segura e com o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Após finalizado, lavar bem as mãos.


Orientações importantes:
•  Evite ter contato direto com animais silvestres. 
•  Não é uma boa ideia alimentá-los nem provocar aproximações.
• Em caso de acidentes com animais como mordeduras ou arranhões, procurar atendimento médico na Policlínica do Largo da Batalha, ou na Unidade de Saúde mais próxima.


Febre Amarela
Em 2018 foram recolhidos pelo CCZ 102 carcaças de saguis (gênero callithrix) na cidade. Todas as amostras foram negativas para a febre amarela. O exame para a pesquisa de Febre Amarela em carcaças de PNH é realizado no Instituto de Medicina Veterinária Jorge Vaitsmam, laboratório de referência da SESRJ. A partir desse diagnóstico, o município deixou de ser considerado "Área ampliada" (município contíguos ou próximos à área afetada) e passou a ser considerado "Área afetada" (municípios com evidência da circulação do virus da FA em casos humanos e/ou PNH). A partir dessa consideração as recomendações vacinais se tornaram mais abrangentes, visando aumentar a cobertura vacinal da população. Maiores informações sobre o monitoramento da FA no ERJ podem ser encontrados no site Rio Com Saúde.




Fontes: Ministério da Saúde, Blog da Saúde (imagem), Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro e Centro de Controle de Zoonoses de Niterói.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

CCZ na 1ª Conferência Municipal de Vigilância em Saúde




Com o tema "Vigilância em Saúde: Direito, Conquistas e Defesa de um SUS Público e de Qualidade”, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) e o Conselho Municipal de Saúde realizaram nesta sexta-feira (18/08) e sábado (19/08) a 1ª Conferência Municipal de Vigilância em Saúde.

A Conferência teve como eixo principal a "Política Nacional de Vigilância em Saúde e o fortalecimento do SUS como direito à proteção e promoção da saúde do povo brasileiro" dividido em quatro subeixos:
Subeixo 1:  O lugar da vigilância em saúde no SUS.
Subeixo 2:  Responsabilidade do Estado e dos governos com a vigilância em saúde.
Subeixo 3:  Saberes, práticas, processos e trabalhos e tecnologias na vigilância em saúde.
Subeixo 4:  Vigilância em saúde participativa e democrática para enfrentamento das iniquidades sociais em saúde.

O evento ocorreu na Universidade Federal Fluminense (UFF) – Campus Gragoatá, bloco F – e reuniu usuários do sistema de Saúde, profissionais, gestores, professores, alunos e representantes da sociedade organizada para avaliar, discutir e elaborar propostas para a política municipal nas áreas de Vigilância Sanitária, Ambiental, Epidemiológica e da Saúde do Trabalhador do município.

Na sexta-feira, às 16h, a secretária municipal de saúde Maria Célia Vasconcelos, representando o prefeito Rodrigo Neves, abriu a Conferência saudando os presentes e agradecendo o apoio da UFF: "A UFF é o nosso orgulho, mesmo com a crise, o campus persiste e realiza um ótimo trabalho, sempre prestativo com a Prefeitura". 

Em seu discurso, a secretária ressaltou a importância da Conferência: "A gente tem na nossa mão um tremendo instrumento, que envolve primeiro a conscientização de que saúde é um processo de toda a sociedade. E que a gente tem esse instrumento que é a vigilância em saúde para alavancar, dar fôlego aos profissionais, à população e aos gestores comprometidos com seus habitantes e eleitores que os elegeram para avançar. Essa conferência, vocês estarem aqui, essa multiplicidade de áreas aqui representadas, com as nossas contradições e com as nossas conexões, isso é que faz avançar. Gostaria de me comprometer aqui publicamente com os avanços na área de vigilância. Vamos iniciar a obra do Centro de Controle de Zoonoses que vai ficar na Ponta D’ Areia, eu sei que isso é uma reivindicação de todos nós principalmente neste momento grave em que nós temos dengue e a febre amarela; e o Médico de Família da Ponta D’Areia que será inaugurado no dia 29/08.  Mais do que isso, a questão da informatização e das salas de vacina a gente está avançando e buscando, mais do que nunca, tornar viáveis. Acho que o mais importante, mais central de tudo isso, é a perspectiva de, o que nós vamos discutir e propor, consigamos fazer avançar, não só na nossa cidade, mas principalmente a nossa Região Metropolitana 2. Temos que chegar na Conferência Metropolitana, na Estadual e na Nacional com propostas sólidas e com massa crítica para que possamos conseguir avançar várias questões nessa área. Esses são os passos democráticos. A Conferência é um instrumento fundamental de participação e não devemos deixar perder essa força”

A mesa de abertura também foi composta pelos convidados: Mário Augusto Ronconi, representante da reitoria da UFF; Juliana Santos Costa, vice-presidente de Atenção Coletiva, Ambulatorial e da Família (Vipacaf);  André Luiz Tavares, representante da Vice-Presidência de Atenção Hospitalar (Vipahe); Ana Lúcia Eppinghaus, chefe da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covig); José Plácido, representante do Conselho Municipal de Saúde de Niterói;  Daniel Marques, representante da Coordenadoria Especial de Direito dos Animais; e como convidado especial, o professor Aluízio Gomes da Silva, do Instituto de Saúde Coletiva da UFF.

Na sequência, após um breve intervalo, formou-se a plenária para discussões e apresentação de propostas.  Mediados pela secretária municipal de saúde Maria Célia Vasconcelos, o painel de debates contou com os palestrantes: Alexandre Chieppe, subsecretário estadual de Vigilância em Saúde; Ana Lúcia Eppinghaus, chefe da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covig); Ricardo Garcia, representante do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest); Francisco de Faria Neto, chefe do Centro de Controle de Zoonoses; Renato Borges, chefe do Departamento de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses; e César Roberto Braga Macedo, médico do Hospital do Coração.

“A mortalidade na população por doenças infecto-parasitárias vem diminuindo, mas não necessariamente o impacto que essas doenças têm em relação à produção de novos casos. Obviamente as incorporações tecnológicas, os avanços em termos de conhecimento dessas doenças, fazem necessariamente que menos pessoas morram em função disso. Um exemplo recente foi a febre amarela. O Rio de Janeiro tomou a decisão de fazer a vacinação contra febre amarela contrariando o que existia nos protocolos de vigilância, nós vacinamos contra a febre amarela antes de terem casos de febre amarela, antes de ter confirmação em macacos. A importância dessas doenças diminui em termos de mortalidade porque a gente, de certa forma, se organiza e menos pessoas morrem. A vigilância vai ter que se adaptar à nova realidade, que são as doenças crônicas não transmissíveis, sem esquecer as doenças emergentes de potencial epidêmico como influenza, dengue, chikungunya, hepatite A  e outras que fazem parte do nosso dia a dia”, afirmou Alexandre Chieppe.




Francisco de Faria Neto abordou a questão da vigilância ambiental no âmbito do Centro de Controle de Zoonoses: “A vigilância ambiental é um conceito relativamente novo para ações que já são desenvolvidas há um bom tempo. Aqui em Niterói as ações de vigilância ambiental são estruturadas no CCZ, com o controle de vetores (ações para evitar que os vetores se proliferem e transmitam doenças), controle de roedores (desratização sistemática das residências e ruas da cidade), controle de qualidade da água para consumo, e o diagnóstico de leishmaniose visceral e esporotricose. Outro serviço muito importante é a vacinação antirrábica animal. Quando a gente protege o animal contra raiva, a gente, na verdade está protegendo as pessoas. Último caso de raiva humana em Niterói foi em 1982 no bairro do Barreto. De lá para cá, com a implantação das campanhas de vacinação, a transmissão de raiva humana acabou na cidade. Hoje a transmissão da raiva está mais relacionada ao morcego do que ao cão.









Para o chefe do CCZ, o principal meio para implantação de todas essas medidas de vigilância ambiental é o conhecimento e a ocupação dos diferentes territórios da cidade, criando vínculos entre as pessoas que ali moram e os serviços de saúde. “A intersetorialidade é uma ferramenta de responsabilização sanitária importante nos territórios, uma vez que os fatores de risco para a população estão em diversos setores da sociedade, não apenas no setor saúde. Por exemplo, o fornecimento de água na cidade ainda é intermitente em vários locais e algumas pessoas têm que acumular água, possibilitando a criação de mosquitos como o Aedes aegypti”.

No que concerne à promoção da saúde, o palestrante propõe a criação de leis que garantam a plena informação da população – ou seja, que as pessoas tenham conhecimento para que possam interagir e modificar suas atitudes – e a rediscussão da legislação de proteção animal. “Algumas leis que protegem os animais às vezes esquecem o que isso pode agravar na saúde humana”.





Pela Vigilância Sanitária de Niterói, Renato Borges apresentou proposta relacionadas a todos os eixos debatidos na conferência, destacando o subeixo 4: “Manter canais de comunicação direto com a sociedade (central de atendimento, ouvidoria, consulta pública para cada nova legislação); promover saberes dentro dos programas médico de família, ou seja, levar a vigilância sanitária para dentro da casa das pessoas; promover a inclusão dos microempreendedores individuais nos conceitos de vigilância sanitária. Niterói tem 8 mil microempreendedores individuais, entre área de estética e de alimentos. Como a VISA vai lidar com todo esse número de estabelecimentos ? É um grande desafio”.  O diretor também ressaltou que a vigilância sanitária de Niterói foi uma das primeiras a montar uma equipe multifuncional composta por médicos, enfermeiros, engenheiros, biólogos, farmacêuticos, veterinários, odontólogos, para atender aos diversos serviços na área de saúde, farmácia e alimentos, porém a demanda é grande.





No sábado (19/08) houve a formação de Grupos Temáticos, com aproximadamente 30 componentes por turma, para debates de todos os eixos temáticos e definições de propostas.  Os GT’s foram constituídos por delegados (as), um(a) coordenador(a), um(a) relator(a) e representantes da sociedade inscritos.  As propostas discutidas nos grupos, depois de sistematizadas, foram entregues à Comissão Especial de Relatoria pelos relatores até às 16h.  Após intervalo, constituiu-se a Plenária Final para apreciar, debater e votar as propostas apresentadas.  Dentre os delegados participantes, foram eleitos os delegados para a Conferência Regional de Vigilância em Saúde, que será nos dias 26 e 27 de agosto, em Maricá. A Conferência Estadual do Rio de Janeiro está marcada para os dias 6 e 7 de outubro, enquanto a Nacional, em Brasília, para os dias 21 a 24 de novembro.