terça-feira, 30 de julho de 2019

Niterói vai realizar vacinação antirrábica em locais estratégicos





A Prefeitura de Niterói vai realizar, em agosto, a vacinação antirrábica em cães e gatos em pontos estratégicos da cidade. A Fundação Municipal de Saúde (FMS) decidiu realizar o reforço da imunização utilizando a reserva de vacina disponível após o Ministério da Saúde, responsável pelo repasse das doses, adiar a campanha que ocorre anualmente em todo o país.

A vacinação vai ocorrer aos sábados, das 9h às 12h, cada semana em unidades de saúde diferentes. Podem ser vacinados cães e gatos, machos e fêmeas, a partir de três meses de idade. A vacina é gratuita e não possui contraindicações. A ação começa neste sábado, dia 3, nos módulos do Programa Médico de Família do Palácio (Ingá), Boa Vista (São Lourenço) e Ponta da Areia, além do Hospital Municipal Carlos Tortelly (Bairro de Fátima).

A secretária municipal de Saúde, Maria Célia Vasconcellos, explica que a Fundação está comprometida com o controle da doença e por isso montou uma estratégia para a vacinação.

“Definimos as regiões mais estratégicas, de acordo com critérios epidemiológicos, para vacinar durante o próximo mês, mesmo sem a campanha”, afirma a secretária, explicando que, em Niterói, desde 2001, não ocorrem casos da doença em animais domésticos.

O chefe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Fábio Villas Boas, explica que os donos deverão conduzir seus cães por coleiras e em casos de animais grandes, com focinheiras. Já os gatos devem ser levados em caixas de transporte ou dentro de algum tipo de bolsa, uma vez que esses animais se estressam facilmente e podem fugir. Ele lembra que a contenção é de responsabilidade do condutor, cabendo ao vacinador apenas a aplicação da dose e não recomenda que crianças sozinhas conduzam animais para vacinar.

Villas Boas destaca que Niterói também dispõe de duas bases fixas de vacinação durante todo o ano.

“São dois postos fixos de vacinação que funcionam, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, no campo de São Bento, em Icaraí, e no Horto Florestal do Barreto, na Zona Norte”, disse.


Cronograma da vacinação

03/08

PMF Palácio - Rua 11 de Agosto, n° 4 – Ingá.

Hospital Municipal Carlos Tortelly (HMCT) – Rua Desembargador Athayde Parreira, 266 - Bairro de Fátima.

PMF Boa Vista – Rua Indígena, 200 – São Lourenço.

PMF Ponta D’areia – Rua Coronel Miranda, 81.


10/08

PMF do Maceió - Rua José Bento Vieira Ferreira s/nº – Largo da Batalha.

PMF Grota II - Rua Albino Pereira, 335 – Cachoeira.

Praça Dom Orione – Rua General Rondon, 279 - São Francisco.

PMF do Cavalão – Alameda Paris, s/nº – São Francisco.


17/08

PMF Cafubá I - Avenida Raul de Oliveira Rodrigues s/nº – Piratininga.

PMF Cafubá II - Rua Vereador Luiz Erthal, Lote 05, quadra 69 – Piratininga.

PMF Cafubá III - Rua Manoel Pacheco de Carvalho, 107 – Piratininga.

Policlínica de Piratininga - Rua Marcolino Gomes Candau, 111 – Piratininga.


24/08

Policlínica de Itaipu – Estrada do Engenho do Mato s/nº - Itaipu .

PMF Engenho do Mato - Estrada Irene Lopes Sodré s/nº – Engenho do Mato.

Clínica Comunitária da Família de Várzea das Moças - Estrada Velha de Maricá s/nº – Várzea das Moças.


31/08

PMF Martins Torres - Rua Martins Torres, 281 – Santa Rosa.

PMF Souza Soares - Travessa Lions Clube, 37 - Santa Rosa.

PMF Preventório II - Avenida Quintino Bocaiuva, s/nº – Charitas.

Policlínica Jurujuba - Avenida Carlos Ermelino Marins, s/nº - Jurujuba.      



Fonte do texto:  Prefeitura de Niterói /ASCOM
Imagem:  CCZ de Niterói

segunda-feira, 29 de julho de 2019

CCZ apresenta projeto no XXXV CONASEMS - Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde




O Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ) – através do Laboratório de Zoonoses (Labzo) – participou do XXXV CONASEMS - CONGRESSO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE em Brasília, no Centro de Convenções Internacional Ulisses Guimarães, no período de 02 a 05 de julho de 2019.

Representando o Labzo, o agente de combate às endemias e biólogo Devylson da Costa Campos apresentou o projeto “Atualização e Qualificação em Entomologia para Servidores do CCZ Niterói”, desenvolvido em 2018 e executado no mesmo ano e no início de 2019, no 1º Encontro Nacional do Projeto AEDES NA MIRA.  O autor foi um dos 300 contemplados, entre 1.500 projetos inscritos em todo o Brasil, para falar nesse congresso nacional. 




Participaram também do evento o diretor do Departamento de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses Francisco de Faria Neto e o chefe do Centro de Controle de Zoonoses Fabio Vilas Boas Borges.



O projeto

O projeto “Atualização e Qualificação em Entomologia para Servidores do CCZ Niterói” nasceu da necessidade de se discutir e confeccionar protocolos de rotina para as ações dos servidores em seus respectivos âmbitos de trabalho bem como discutir a qualidade dos serviços prestados, capacitar e atualizar. Teve como foco o aprimoramento da qualificação dos servidores e se propôs a realizar workshop para gestores, treinamento para técnicos de laboratório e equipe de IEC (Informação, Educação e Comunicação em Saúde), e capacitação dos agentes de combate às endemias e agentes de controle de zoonoses do município.

Os workshops com os gestores mostraram a importância de se atualizar e capacitar toda a equipe do CCZ.  Técnicos do LABZO foram capacitados e atualizados em prática de leitura de chave dicotômica e confecção de lâminas para microscopia ótica.  Agentes de campo foram capacitados quanto ao padrão de coletas de larvas, preenchimento de fichas, padrão de fixação de fichas em tubitos e abordagem educativa junto ao morador.  Ao total, a proposta contemplou 292 servidores.




O congresso

O XXXV Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde aconteceu entre os dias 2 e 5 de julho, no Ulysses Centro de Convenções, em Brasília. Com o tema "Diálogos no Cotidiano do SUS", o Congresso do Conasems promoveu o encontro de mais de 5 mil congressistas – dentre eles, gestores municipais de saúde, trabalhadores do SUS, e de todas as esferas de governo, representantes de instituições ligadas à saúde pública e autoridades. O encontro foi um momento de troca de experiências e informações que impactam diretamente no fortalecimento do SUS.

Durante o evento, foi promovida a 16ª edição da “Mostra Brasil aqui tem SUS", com apresentação de até 500 experiências exitosas de Secretarias Municipais de Saúde, com o objetivo de mostrar o SUS que dá certo em todas as regiões do país. O XXXV Congresso Conasems também acolheu o Encontro Nacional do Projeto Aedes na Mira, de iniciativa do Conasems e desenvolvimento em conjunto com entidades parceiras, que tem como objetivo a implementação de estratégias de prevenção das arboviroses e do manejo do mosquito Aedes aegypt e suas consequências, com foco na capacitação de gestores e técnicos da Saúde.

O evento contou ainda com a tradicional "Feira Brasil aqui tem SUS", onde instituições e empresas, públicas e privadas, expuseram e divulgaram suas experiências, produtos, serviços, tecnologias e mecanismos de interação tanto com os organismos ligados ao SUS quanto com os cidadãos. Nesta edição do Congresso, a Feira contou com uma livraria para divulgar publicações temáticas e espaços destinados a divulgar e apoiar os projetos de iniciativa do Conasems, como: fortalecimento da Integração da Assistência Farmacêutica na Atenção Básica, Especialização em Direito Sanitário com foco na Judicialização, Aedes na Mira e Estratégia Apoiador Regional. 


sexta-feira, 26 de julho de 2019

CCZ promove ação educativa sobre pediculose e higiene pessoal para pais e responsáveis de crianças da Creche Dom Orione




Pais e responsáveis de crianças da Creche Comunitária Dom Orione, em São Francisco, receberam informações e orientações sobre higiene pessoal e pediculose em palestra educativa promovida pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), através do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC).  O objetivo foi sensibilizar sobre a importância do cuidado com a saúde familiar.

A ação educativa em saúde ocorreu no dia 02 de julho e foi desenvolvida pelas agentes Adriana Heizer e Lílian Barcellos por meio de diálogo interativo com exibição de slide-show.  Em pauta, os seguintes tópicos: conceito de higiene, higiene pessoal e ambiental, lavagem das mãos e saúde, pediculose (tipos de piolhos, o piolho capilar, ciclo de vida, principais dificuldades causadas nas crianças e jovens, prevenção e tratamento).




Noventa e duas pessoas participaram ativamente do evento, demonstrando considerável interesse no assunto, interagindo com relatos e questionamentos.  “Conversamos sobre higiene pessoal focando a questão da pediculose no ambiente escolar. Os pais colocaram suas dúvidas, principalmente sobre prevenção e tratamento, e falaram a respeito de quais procedimentos costumam fazer para evitar piolhos em seus filhos. Ressaltamos a importância da catação diária e do não uso de produtos tóxicos e não recomendados por médicos no tratamento da pediculose. A atividade foi bem satisfatória, como em outras que já realizamos nessa creche cuja organização prima pela excelência”, considerou a palestrante Lílian Barcellos.






quarta-feira, 17 de julho de 2019

CCZ realiza ação educativa sobre meio ambiente no CRAS Badu




O Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ) – através do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC) – realizou, no dia 04 de julho, ação educativa sobre meio ambiente no Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) do Badu, em atendimento à solicitação da assistente social Maria das Graças Marins Rodrigues.
    
Os agentes Delcir Vieira e Patrícia de Oliveira desenvolveram bate papo interativo com apresentação de slide-show.  O objetivo foi sensibilizar o grupo sobre a importância da coleta seletiva e reciclagem do lixo, bem como da economia da água, para o meio ambiente.

Os participantes receberam informações sobre conceito de lixo, a linguagem dos 4R’s (Reeducar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar), lixo reciclável e lixo não reciclável, e como evitar o desperdício da água.

“Abordamos o tema meio ambiente e destacamos o conceito de saúde da Organização Mundial de Saúde.  A discussão foi bastante interessante, já que desconheciam a definição na íntegra. Ressaltamos a importância de se viver num ambiente sem excessos, livres de tralhas e organizado, para evitar infestação de animais sinantrópicos, em especial roedores, e do Aedes aegypti.  O grupo participou com entusiasmo e relatou que as orientações contribuem para a adoção de hábitos favoráveis a um ambiente mais saudável”, contou Patrícia.





Esporotricose é tema de palestra na promovida pelo CCZ na Policlínica do Largo da Batalha




Conhecida como “a doença do jardineiro”, a esporotricose é uma zoonose que, além dos humanos, atinge os animais silvestres e domésticos, como gato e cachorro. Nos gatos, a forma grave da doença é mais disseminada.  Com essa temática, o Centro de Controle de Zoonoses – através do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC) – realizou palestra na Policlínica Regional do Largo da Batalha no dia 03 de julho. 

O objetivo foi esclarecer os usuários sobre a doença e o tratamento, e também sensibilizá-los quanto à importância da adoção de medidas preventivas no ambiente domiciliar.

A ação educativa em saúde foi desenvolvida pelos agentes Delcir Vieira e Patrícia de Oliveira por meio de bate papo interativo, e abordou os seguintes tópicos: o que é esporotricose, agente causador (fungo), transmissão, como o gato se contamina, como se contrai a doença do gato, prevenção e tratamento.

“O grupo era formado, na sua maioria, por senhoras idosas que possuem gatos. Algumas relataram que suspeitam da doença em seis felinos, mas desconheciam dos riscos de transmissão e sintomas. Enfatizamos os cuidados que devem ser adotados no ambiente – como o uso de luvas descartáveis ao manipular jardins e a higienização de ambientes contaminados –, orientamos sobre a importância da castração e divulgamos o endereço municipal para o diagnóstico de animais com lesões suspeitas”, contou Patrícia.





terça-feira, 16 de julho de 2019

Estudo mostra que a infecção pelo vírus zika pode causar disfunção da bexiga



Já não há dúvidas, a Bexiga Neurogênica (BN) está entre as complicações relacionadas à Síndrome Congênita do Zika Vírus (SCZV), de acordo com os novos resultados da pesquisa realizada no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). Uma recente publicação se soma ao estudo publicado em março de 2018, que apresentou à comunidade científica internacional a BN como uma sequela da SCZV. 

Estes novos resultados, que focam no aspecto urodinâmico do problema, foram decorrência da continuidade e aprofundamento da pesquisa iniciada em 2016 pelo Ambulatório de Urodinâmica Pediátrica do IFF/Fiocruz. No artigo, intitulado Neurogenic bladder in the settings of congenital Zika syndrome: a confirmed and unknown condition for urologists, os autores chamam a atenção de especialistas sobre a importância de investigar esta nova causa de Bexiga Neurogênica, para prevenir a lesão renal. 

O artigo sobre esse novo estudo foi divulgado no veículo científico internacional Jornal of Pediatric Urology, e, para conhecer mais sobre a sua importância, a seguir a médica Lucia Monteiro esclarece os detalhes da pesquisa: 

O que é a Bexiga Neurogênica?
LM: É uma disfunção da bexiga causada por dano neurológico, que é diagnosticada através do estudo urodinâmico. Os sintomas mais comuns são a infecção urinária e a incontinência ou a retenção urinária, que nem sempre são percebidos em crianças pequenas. Mas o risco de complicações graves é alto (infecções recorrentes, entre outros, que podem inclusive chegar ao comprometimento dos rins). Por isso é importante estar atento porque o diagnóstico precoce e o início oportuno do tratamento podem mitigar o impacto da doença e promover, a longo prazo, a saúde do paciente. 

Como surgiu a pesquisa que relacionou a condição de BN com a Síndrome Congênita do Zika Vírus?
LM: Nós fomos os primeiros no mundo a descobrir que esses pacientes tinham bexiga neurogênica e isso só foi possível porque no IFF/Fiocruz já havia uma equipe multidisciplinar, coordenada pela Maria Elizabeth Lopes Moreira, que vinha investigando os pacientes com SCZV quando a síndrome era uma coisa nova. Quando nossa equipe, do Ambulatório de Urodinâmica Pediátrica viu as alterações neurológicas encontradas nas ressonâncias magnéticas realizadas para o controle da microcefalia destes pacientes, observamos que as áreas que controlam o sistema urinário inferior também estavam afetadas. E suspeitamos que esses pacientes poderiam desenvolver BN. Escrevemos o projeto para investigar as sequelas urológicas, e após aprovação pelo CEP/IFF, submetemos ao Edital N° 14/2016 do MCTIC/FNDCT-CNPq/MEC-CAPES/MS-Decit. Fomos selecionados e passamos a integrar as coortes nacionais para a prevenção e combate ao vírus zika. Na primeira fase da pesquisa, avaliamos 20 pacientes e todos (100%) tinham BN de alto risco. Temos uma vasta experiência, de mais de 25 anos tratando pacientes com esta disfunção miccional, e isso nos ajudou a concluir que todos os pacientes com SCZV poderiam estar afetados, e precisavam ser investigados.

Por que uma segunda pesquisa?
LM: Na verdade não é uma segunda pesquisa, e sim uma segunda publicação resultante da continuidade e aprofundamento da pesquisa iniciada em 2016. Embora a primeira publicação tenha sido muito importante por ser a primeira a confirmar BN como sequela da SCZV, a população de estudo ainda era pequena. O Brasil já tinha mais de três mil pacientes afetados, a maioria na região Nordeste, que precisavam também ser beneficiados. Nesta segunda publicação, triplicamos o número de pacientes investigados e continuamos encontrando bexiga neurogênica em todos (100%). Também aprofundamos as questões relacionadas às situações de risco para o sistema urinário e escrevemos o artigo buscando alertar os especialistas que continuava desconhecendo o problema.

Qual é a importância destes segundos resultados?
LM: Esses novos resultados acabaram de vez com as dúvidas e confirmaram que a bexiga neurogênica é realmente uma sequela da síndrome. Tanto que atualmente não consideramos mais a indicação da avaliação urodinâmica nestes pacientes como parte da pesquisa, mas sim como uma obrigação clínica, já que nossa experiência mostra que esse é um problema que tem tratamento, e que o diagnóstico e a intervenção precoce podem reduzir em até três vezes o risco destes pacientes desenvolverem lesão renal. Anteriormente, como não existia comprovação científica da relação entre a condição de BN e a SCZV, o estudo urodinâmico não fazia parte do protocolo de atendimento nessas crianças. 

Para um paciente sem tratamento, qual é o maior risco de ter uma infecção urinária? 
LM: É lesar o rim. Cada episodio de infecção urinária grave tem potencial para gerar uma cicatriz no rim, que ficará para sempre. Um rim continuamente agredido por infecções pode evoluir para insuficiência renal, e todos nós conhecemos os problemas sofridos por pacientes que necessitam de hemodiálise e transplante. Além disso, a BN pode gerar graves problemas sociais, relacionados à incontinência urinaria crônica e as visitas recorrentes ao hospital e internações para o tratamento de infecção urinaria, entre outros. E isso tudo pode ser evitado com realização do exame para comprovar o diagnostico e iniciar o tratamento.

Qual é a importância do exame urodinâmico em pacientes com SCZV?
LM: A urodinâmica é o único exame que diagnostica com certeza, por isso é o padrão ouro na bexiga neurogênica. Além disso, ajuda a orientar e a avaliar o tratamento e por isso, repetir o exame é muito importante. Como analisa o enchimento e o esvaziamento da bexiga, a urodinâmica é capaz de evidenciar situações de risco, como bexigas muito pequenas, com pressões muito elevadas ou que não se esvaziam completamente durante a micção, um problema constantemente observado em pacientes com SCZV e que causa infecção urinária. Com a segunda publicação nós mostramos isso. O ideal seria que estes pacientes fizessem o exame desde o primeiro mês de vida. Temos que lembrar que a BN é uma das sequelas que podem ser tratadas e normalizadas no âmbito da SCZV. Quanto mais cedo começamos a tratar, maior a probabilidade de melhorar a resposta do rim.

O que acontece agora?
LM: Já sabemos da obrigação de investigar o sistema urinário de todos os pacientes com alteração neurológica devido a SCZV, e de orientar estas famílias sobre a importância e as vantagens do tratamento urológico na evolução do paciente. Não é mais só o interesse de pesquisa, temos responsabilidades com estes pacientes e precisamos lutar para aumentar a adesão e evitar as faltas que vem impedindo o acompanhamento adequado. Estamos também revisando os dados referentes á evolução e resposta ao tratamento, para que possam ser compartilhados com as famílias e a comunidade científica, incluindo uma avaliação exaustiva de todos os episódios de infecção urinaria, com o apoio da médica do Ambulatório de Urodinâmica Pediátrica do IFF/Fiocruz, Glaura Cruz e da bolsista Julia Oliveira. No âmbito nacional, estamos ampliando cooperações e realizando capacitações para que as sequelas urológicas possam ser investigadas e tratadas, principalmente na região Nordeste que é a mais afetada, permitindo que mais crianças possam ser beneficiadas.  

O tempo está passando, as crianças ficando mais velhas e estamos perdendo a janela de oportunidade para reverter o processo de cronificação desta doença urológica. As evidências tem apontado para bexigas neurogênica de alto risco, com grande parte dos pacientes fazendo retenção urinaria e vários já tendo sido internados por infecção urinaria grave. Estamos tentando sensibilizar as famílias e os profissionais de saúde para a importância de realizar o exame, comparecer com regularidade as consultas e fazer o tratamento. 

Quais são as dificuldades atuais? 
LM: A falta de conhecimento de que a SCZV causa BN atrasa a investigação e o tratamento. Por isso a população e os profissionais devem ser sensibilizados para os riscos que a síndrome pode causar ao trato urinário, de maneira que tratamentos adequados sejam iniciados para evitar danos renais irreversíveis.  Meu incomodo é saber que existem muitas crianças ainda desassistidas. Até onde vai o meu conhecimento, além de nós, somente as crianças das coortes de Macaíba (RN) e de Campina Grande (PB) estão sendo investigadas e tratadas, e esses são os centros com os quais temos cooperação. Alguns outros profissionais estão começando a investigar, com base nas nossas publicações. Embora ainda não possamos afirmar se permanecerá assim por longo prazo, a maioria dos pacientes que já foram avaliados estão apresentando boa resposta ao tratamento. Atualmente, acreditamos que todas as crianças com SZCV têm potencial para desenvolver BN, e por isso todas precisam ter acesso ao exame urodinâmico para o devido diagnóstico e o correto tratamento. Mas ainda falta muito para isso se tornar realidade. 

Qual é o panorama atual no tratamento para BN em pacientes com SCVZ?
LM: Estamos evoluindo, mas um dos maiores problemas é o absenteísmo. Em geral, os pacientes faltam muito aos exames e às consultas. A criança com SCZV tem muitos problemas e muitas demandas. Como os sintomas urológicos são muito silenciosos, é muito comum que estes sejam negligenciados pelas famílias em privilégio de outros que são mais visíveis. Na Bexiga Neurogênica, o sintoma vai ser percebido lá na frente, quando as complicações aparecerem. Acredito que isso faça com que muitos pais marquem o exame e não compareçam. Existe também uma rejeição à realização do cateterismo, por medo e desconhecimento. Temos alguns pacientes cujos pais não aceitavam a realização do exame até o momento que a criança desenvolveu uma infecção urinária grave, consequência da doença. Uma das nossas metas atuais é reduzir o absenteísmo e para isso estamos contando com o apoio das especialistas do Ambulatório de Urodinâmica Pediátrica do IFF/Fiocruz, Grace Araújo e Jo Malacarne, e da bolsista Nathalia Lopes, para confirmação prévia de comparecimento às consultas e exames e com reforço do contato e acompanhamento com as mães. 

Fonte:  Fiocruz


terça-feira, 9 de julho de 2019

PROJETO MELHOR AMIGO: parceria CCZ/UFF em prol dos cães de moradores em situação de rua de Niterói.





Com o objetivo de fazer um diagnóstico sanitário dos cães de moradores em situação de rua de Niterói, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e a Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense (UFF), realizaram o Projeto Melhor Amigo na última sexta-feira (05/07).

O projeto abrange atividade de campo e laboratório com os cães de moradores em situação de rua de qualquer região do município, principalmente praias da Baía de Guanabara.  A equipe envolvida é composta por oito professores e 20 estudantes de medicina veterinária.

Na ação é feita a abordagem qualificada do morador: a equipe se apresenta, explica a atividade e o morador assina um termo de consentimento.  Então o cão é avaliado clinicamente, examinado (coleta de material para exames de sangue, leishmaniose, parasitoses), vermifugado e recebe vacina antirrábica (vacina fornecida pelo CCZ).  O grupo também realiza educação em saúde, com orientação e distribuição de folder educativo sobre cuidados com animais, elaborado exclusivamente para esse público-alvo, priorizando o uso de imagens.

O material coletado dos animais é levado para o laboratório da UFF, onde os próprios alunos e professores realizam a análise.  Os resultados dos exames são informados ao morador.

Nesta primeira etapa foram atendidos dez animais.  Segundo o professor Flávio Moutinho, a ação foi bem sucedida e estimulou a adesão de outros alunos.  A próxima atividade será dia 09/07.