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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Pesquisa comprova eficácia de medicamento para chikungunya




Pesquisadores da Fiocruz comprovaram a eficácia do medicamento sofosbuvir contra a chikungunya. Coordenado pelo pesquisador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz Bahia) Thiago Moreno, o estudo foi publicado na última semana no periódico Antimicrobial Agents and Chemotherapy, da American Society for Microbiology.

Foram feitos testes com sofosbuvir em camundongos infectados com o vírus chikungunya, com o objetivo de averiguar se o tratamento seria eficaz em seres vivos. De acordo com o pesquisador, o estudo é o primeiro a comprovar, em células vivas, que o sofosbuvir inibe a replicação do vírus. 

Segundo a pesquisa, o medicamento obteve resultados três vezes melhores em inibir a reprodução do vírus chikungunya do que a ribavirina -  usada para aliviar as dores na articulação causadas pela doença. Na avaliação de Thiago Moreno, o principal resultado foi a prevenção do aumento das células inflamadas.

Como não há vacina ou tratamento específico para a chikungunya, afirma o pesquisador, os pacientes com a doença acabam recebendo tratamento paliativo para aliviar as dores nas articulações. “A pesquisa é importante para que o medicamento seja, num futuro próximo, opção terapêutica para tratar a doença. O sofosbuvir teve resultados positivos e superiores à ribavirina em diversos testes laboratoriais comparativos, com um histórico ainda melhor e mais eficiente contra a replicação da chikungunya, sendo também 25% menos tóxico para as células do corpo”, afirmou.

Os dados da pesquisa revelaram que o sofosbuvir, além de tratar a chikungunya, poderá ter ação contra outras doenças clinicamente importantes e suscetíveis ao tratamento com o medicamento. “O estudo também indica o uso do sofosbuvir para tratamentos em doenças causadas por outros tipos de vírus, além do que causa a hepatite C. Trata-se de um antiviral mais efetivo e seguro que a ribavirina, por exemplo, em diversos casos”, concluiu.

O artigo de chikungunya foi realizado por quatro unidades da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) – Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) e Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) – em colaboração com Instituto D'Or de Pesquisa (Idor), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Consórcio BMK, formado pelas empresas Blanver Farmoquímica, Microbiológica Química e Farmacêutica e Karin Bruning. A pesquisa foi financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e Fiocruz.


Histórico

Desde o verão de 2016, as doenças causadas pelo Aedes aegypti têm se tornado as mais prevalentes arboviroses no Brasil. Devido à falta de vacina e um tratamento antiviral específico, os cuidados com a chikungunya são direcionados somente no controle de vetores.

De janeiro a março deste ano foram 4.262 notificações de chikungunya, enquanto em todo o ano de 2017 foram 4.305 casos. Com a chegada do verão, das chuvas e o aumento da temperatura, espera-se que os índices de infestação do mosquito voltem a se elevar, consequentemente, a intensidade da transmissão também tende a aumentar. 



Fonte:  Fiocruz
Imagem:  FamilyDoc

quinta-feira, 31 de março de 2016

Instituto Vital Brazil vai produzir remédio contra zika


Medicamento vai tratar outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti


O Instituto Vital Brazil aposta na produção de um medicamento fitoterápico para tratar as infecções causadas pelo zika vírus. Em fase inicial de pesquisas, o remédio feito com plantas poderá servir também para o tratamento das demais doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como a dengue e o chikungunya. Os estudos laboratoriais – in vitro e com cobaias – estão sendo realizados em parceria com pesquisadores das universidades federais do Rio (UFRJ) e Fluminense (UFF). A expectativa é de que os primeiros resultados da pesquisa sejam apresentados até o fim da primeira quinzena de abril. 

"Estamos muito confiantes de que teremos novidades a curto prazo. Pernambuco chamou a atenção para os casos de microcefalia e sua ligação com o vírus da zika e que nós, do Estado do Rio de Janeiro, estamos tendo a chance de atingir resultados positivos em relação ao tratamento destas doenças, inclusive para o atendimento às grávidas", afirmou o novo presidente do instituto, o infectologista Edimilson Migowski.

De acordo com o médico, testes já encaminhados indicam que o fitoterápico pode inibir a replicação de alguns vírus como o da febre amarela, da dengue, e do mayaro vírus, espécie de primo-irmão do chikungunya. A pesquisa está avaliando neste momento a resposta do medicamento às virologias da dengue (tipos 1, 3 e 4), zika e chikungunya. Os estudos estão na fase pré-clínica, que é feita em cobaias. Após essa etapa, os testes poderão ser realizados em humanos.

Produção - Se os resultados a curto prazo surpreenderem positivamente os pesquisadores, o Instituto Vital Brazil assumirá a produção do fitoterápico.

"A ideia é garantir a produção do medicamento. Espaço físico nós temos de sobra para isso. Entretanto, ainda estamos avaliando como isso será realizado, mas estamos muito otimistas com o desenrolar das pesquisas", acrescentou Migowski.

Ex-diretor do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) da UFRJ, Edimilson Migowski assumiu a gestão do Vital Brazil, vinculado à Secretaria de Saúde, este mês.

Laboratório oficial - O Instituto Vital Brazil é uma instituição de ciência e tecnologia do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Ele é um dos 21 laboratórios oficiais brasileiros, um dos quatro fornecedores de soros contra o veneno de animais peçonhentos e produtor de medicamentos estratégicos para o Ministério da Saúde.



Fonte:  Portal do Governo do Estado do Rio de Janeiro