Na segunda quinzena de maio de 2025, o Brasil enfrentou um marco significativo no cenário sanitário avícola: a confirmação do primeiro foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em uma granja comercial no município de Montenegro, Rio Grande do Sul.
Detalhes do Foco Confirmado
Em 15 de maio, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou a detecção do vírus H5N1 em uma granja de reprodução avícola. Este é o primeiro registro da doença em uma instalação comercial no país.
Medidas de Contenção e Controle
Após a confirmação, foram implementadas medidas rigorosas de contenção:
- Sacrifício Sanitário: Todas as aves da granja afetada foram sacrificadas para evitar a propagação do vírus.
- Desinfecção Completa: As instalações passaram por um processo de limpeza e desinfecção. O saneamento do foco ocorreu entre 16 e 21 de maio, com remoção e destruição adequadas do material de risco.
- Monitoramento: A área conta com sete pontos estratégicos de controle, incluindo barreiras de trânsito e desinfecção. O monitoramento segue rigoroso, com controle do trânsito de animais e produtos derivados por meio do sistema de emissão de Guia de Trânsito Animal (GTA).
- Vazio Sanitário: A partir de 22 de maio, iniciou-se um período de 28 dias de vazio sanitário na área afetada, conforme o Plano Nacional de Contingência do Mapa, essencial para comprovar a contenção do vírus e permitir que o Brasil se autodeclare livre da doença na região, caso não surjam novos casos.
Restrições Internacionais e Impacto nas Exportações
O MAPA reforçou que o status brasileiro como "livre de IAAP em aves de produção" permanece, conforme normas da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), já que o caso em granja foi isolado e controlado.
A detecção do foco levou vários países a adotarem restrições à importação de carne de aves do Brasil. Alguns países, como China e União Europeia, suspenderam totalmente as importações, enquanto outros, como Japão e Emirados Árabes Unidos, limitaram as restrições ao município de Montenegro.
Suspensão das exportações (lista de países até 28/05/25):
Risco para Humanos e Consumo
- Não há risco no consumo de carne e ovos (o vírus não resiste ao cozimento acima de 70°C).
- Nenhum caso humano foi registrado no Brasil, mas a vigilância em saúde única (animal-humano-ambiental) segue ativa.
Investigação de casos suspeitos em Santa Catarina e Tocantins
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) segue investigando amostras coletadas em granjas comerciais de Aguiarnópolis (TO) e Ipumirim (SC). As análises iniciais indicaram baixa carga viral ou degradação do material genético, dificultando o sequenciamento do vírus.
Para aprofundar a investigação, o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA-SP) adotou um protocolo internacional, inoculando as amostras em ovos embrionados para tentar isolar o patógeno e obter material genético suficiente para testes complementares.
Esse procedimento já foi aplicado em 33 casos suspeitos nos últimos 12 meses, representando cerca de 2,2% do total de amostras analisadas. O Mapa reforça que todas as etapas seguem padrões internacionais e são conduzidas com rigor técnico, priorizando a defesa agropecuária do país.
Conclusão
A confirmação do primeiro foco de gripe aviária de alta patogenicidade em uma granja comercial no Brasil marcou um ponto de alerta importante para o setor agropecuário nacional. A resposta imediata e coordenada do Ministério da Agricultura e Pecuária demonstra a seriedade com que o país trata a defesa sanitária, adotando medidas firmes de contenção, monitoramento e comunicação transparente com organismos internacionais e parceiros comerciais.
Apesar dos impactos econômicos, especialmente nas exportações de carne de aves, o Brasil segue mantendo seu status de país livre da doença em aves de produção, conforme as diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A atuação preventiva, aliada ao rigor técnico dos laboratórios e à vigilância ativa em diversos estados, reforça o compromisso com a saúde única — protegendo não apenas a avicultura nacional, mas também a saúde pública e ambiental.
A continuidade das investigações, como nos casos em análise em Santa Catarina e Tocantins, mostra que o país permanece vigilante. É fundamental que produtores, profissionais da saúde animal e instituições mantenham a cooperação e o cumprimento dos protocolos sanitários, garantindo a segurança da produção e a pronta resposta frente a qualquer novo risco.
Mais informações, material educativo e vídeos interessantes:
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Fonte: Ministério da Agricultura
https://www.gov.br/agricultura/pt-br
https://www.facebook.com/photo?fbid=1117210777105451&set=a.341950114631525
Fonte do vídeo: https://www.instagram.com/p/DJxJpZFvbuI/
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