terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

O verão e os animais sinantrópicos


Mosquitos e roedores podem trazer doenças, e animais peçonhentos causam acidentes graves. Prevenir-se desses animais é fundamental nesta época do ano


No verão, quando ocorrem as altas temperaturas e chuvas, além das mudanças climáticas, esse período é marcado pelo aumento de animais sinantrópicos, também chamados por muita gente de pragas urbanas.  São animais que se adaptaram a conviver próximo ao homem, a despeito da vontade dele, como mosquitos, pernilongos, insetos peçonhentos e roedores.

No calor é comum percebermos o aumento de mosquitos.  Mais do que incomodarem com a coceira e manchinhas vermelhas causadas pelas picadas, mosquitos como o Aedes aegypti podem ser transmissores de vírus causadores de doenças como a dengue, zika e chikungunya.

Nessa época mais quente é comum que os escorpiões saiam de seus abrigos – principalmente os provenientes de lixo e material de construção que são descartados de forma irregular – para se reproduzirem em outros ninhos, causando a infestação nas cidades. 

A infestação por baratas também é comum no verão, e deve ser controlada, pois o escorpião é um predador ativo e as baratas são suas principais presas. Vale lembrar, que o veneno do escorpião é altamente perigoso, podendo tornar-se letal, principalmente em crianças e animais de estimação.

O período de chuvas fortes e intensas, comum no verão, também é ideal para a proliferação de roedores devido às enchentes. Esses animais transmitem várias doenças, sendo a leptospirose a de maior ocorrência.  A leptospirose é uma infecção bacteriana transmitida pela urina do rato contaminada pela bactéria leptospira.


Como evitar os animais sinantrópicos:


Mosquitos




•  Manter a caixa d’água fechada com tampa adequada, sem rachaduras, frestas ou desníveis.  Vedar com tela a abertura da saída do excesso d’água (o “ladrão”); 

•  Lavar com bucha e sabão as paredes internas dos tonéis, barris ou jarras d’água.  Fechar bem utilizando tampa própria ou uma tela;

•  Não deixar a água da chuva acumulada sobre a laje da sua casa, prédios ou marquises;

•  Verificar se as calhas não estão entupidas. Remover folhas, galhos e tudo que possa impedir o escoamento da água; 

•  Lavar com escova e sabão os tanques utilizados para armazenar água do lado de fora da casa.  Se possível, cobri-los para evitar que mosquitos depositem ovos nas paredes internas;

•  Se tiver vasos de plantas aquáticas, trocar a água e lave o vaso com escova, água e sabão uma vez por semana;

•  Trocar diariamente a água dos bebedouros de animais e aves e limpá-los com escova ou bucha;

•  Remover água acumulada nas folhas das plantas diariamente;

•  Encher de areia até a borda os pratinhos dos vasos de plantas;

•  Tratar a água da piscina com cloro semanalmente.  Caso esteja em desuso, a piscina precisa estar coberta;

•  Lagos, cascatas e espelhos d’água decorativos: manter sempre limpos, criando peixes ou tratando a água com cloro;

•  Manter os ralos limpos jogando água sanitária ou desinfetante semanalmente. Verificar a existência de entupimento. Se não for utilizá-los, mantê-los vedados;

•  Colocar o lixo em sacos plásticos e manter a lixeira bem fechada e fora do alcance de animais até o recolhimento pelo serviço de limpeza urbana. Não jogar lixo em terrenos baldios;

•  Guardar as garrafas vazias sempre de cabeça para baixo e de preferência em local coberto;

•  Entregar seus pneus velhos ao serviço de limpeza urbana ou guardá-los sem água em local coberto e abrigados da chuva;

•  Quebrar ou colocar cimento naqueles cacos de vidro (gargalos ou fundos de garrafas) que possam acumular água;

•  Instalar a caixa do ar-condicionado de forma que esta não possa acumular água;

•  Bandejas externas de geladeiras.  Retirar sempre a água e escove a bandeja com água e sabão;

•  Suporte de garrafões de água mineral. Lavá-los bem sempre que for trocar os garrafões;

• Vasos sanitários.  Deixar a tampa sempre fechada.  Em banheiros pouco usados, dar descarga uma vez por semana.


Escorpiões




•  Manter jardins e quintais limpos. Evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção nas proximidades das casas;

•  Evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbusto, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das casas. Manter a grama aparada;

•  Limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos, pelo menos, numa faixa de um a dois metros junto às casas;

•  Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois as aranhas e escorpiões podem se esconder neles e picam ao serem comprimidos contra o corpo;

• Não pôr as mãos em buracos, sob pedras e troncos podres. É comum a presença de escorpiões sob dormentes da linha férrea;

•  Usar calçados e luvas de raspas de couro;

•  Como muitos destes animais apresentam hábitos noturnos, a entrada nas casas pode ser evitada vedando-se as soleiras das portas e janelas quando começar a escurecer;

•  Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques;

•  Combater a proliferação de insetos, para evitar o aparecimento dos escorpiões que deles se alimentam;

•  Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e paredes, consertar rodapés despregados, colocar saquinhos de areia nas portas, colocar telas nas janelas;

•  Afastar as camas e berços das paredes;

•  Evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão. Não pendurar roupas nas paredes; examinar roupas, principalmente camisas, blusas e calças antes de vestir;

• Acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos ou outros recipientes que possam ser mantidos fechados, para evitar baratas, moscas ou outros insetos de que se alimentam os escorpiões;

• Preservar os inimigos naturais de escorpiões e aranhas: aves de hábitos noturnos (coruja, joão-bobo), lagartos e sapos;


Baratas



• Remover diariamente todo o lixo em sacos plásticos, principalmente restos alimentares;

• Lavar periodicamente a lixeira (semanalmente), mantendo-a seca e bem fechada;

•  Doces, pães e biscoitos devem ser guardados em vasilhas bem fechadas ou na geladeira;

•  Limpar periodicamente (quinzenalmente as caixas de gordura e esgoto.  Mantê-las sempre bem fechada;

• Os ralos da cozinha, área de serviço e banheiros devem ser limpos periodicamente (semanalmente) e tratados com desinfetante (creolina); Deve-se utilizar ralos protetores;

•  Inspecionar periódica e cuidadosamente caixas de papelão, caixotes, atrás de armários, gavetas, e todo tipo de material que adentre ao ambiente e possa estar servindo de transporte ou abrigo às baratas e suas crias;

• As frestas de armários de cozinha, em cima e abaixo da pia, devem ser vedados.  Limpar periodicamente o interior estes armários;

•  Manter a bancada da pia bem seca e limpa durante a noite;

•  Usar vedação de borracha em todas as portas que dão para o exterior;

•  Limpar diariamente o fogão e embaixo da geladeira;

• Manter bem justas as tampas, trocando os espelhos de tomadas ou interruptores quebrados.


Roedores



•  É importante evitar o contato com água ou lama de enchentes e impedir que crianças nadem ou brinquem nessas águas. Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha (ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés);

• Limpeza de terrenos – Manter cultivos ou jardins sem amontoados de vegetação e que permitam fácil acesso a inspeção;

• Remoção de entulho – Remover quaisquer amontoados de restos de construção, de lixo de varreduras ou queimar galhos e troncos;

•  Arranjo de materiais – Madeiras, tijolos, telhas não devem ficar encostados a muros ou paredes, podendo ser inspecionados por todos os lados;

•  Terrenos baldios – Nunca jogar lixo em terrenos baldios ou em cantos de terrenos.  Removê-los ou enterrá-los em valas recobrindo com terra;

• Acondicionamento de lixo – Juntar os restos de cozinha em vasilhames adequados, de preferência em sacos plásticos;

•  Entelamento – Fechar quaisquer aberturas de aeração, entradas de condutores de eletricidade ou vãos de condutores de qualquer natureza, com telas metálicas com malhas de 6 milímetros removíveis;

•  Fechamento de vãos e buracos – Vãos de portas ou janelas com mais de 6 milímetros devem ser fechados com madeiras ou lâminas de metal;

•  Estocagem de alimento – Sacos ou fardos em depósitos devem ser colocados sobre estrados com 40 cm de altura e afastados das paredes e uns dos outros ;

•  Locais de refeições e de preparo de alimentos – Devem ser rigorosamente limpos diariamente antes do anoitecer;

•  Esgotos e canais efluentes – Devem ser fechados e canalizados;

• Instalações para animais – Piso concretado e cama adequada, de fácil remoção.  Aviários com entelamento de malha de 1cm²;

• Controle de restos alimentares – Em hospitais, cinemas, restaurantes e residências;

• Controle de armários e depósitos – O cuidado permanente com armários e depósitos de objetos de qualquer natureza elimina os abrigos mais comuns de camundongos;

•  Acondicionamento de alimentos – Usar vasilhames de vidro ou metal;

•  Controle de garagens e sótãos – Não permitir a utilização de garagens e sótãos para acúmulo de objetos inúteis ou em desuso;

•  Educação sanitária – Sensibilizar para a mudança de hábitos e costumes;

• Limpeza Pública – São os meios que utilizamos para manter livre de lixo e detritos qualquer área onde possa haver acúmulo dos mesmos.


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Retomada das aulas em Niterói é fiscalizada pelo Departamento de Vigilância Sanitária

 


Em medida de prevenção à Covid-19, equipes da Vigilância Sanitária da Prefeitura de Niterói começaram, na segunda-feira (08/02), uma série de vistorias para garantir a segurança sanitária no retorno das aulas presenciais em escolas particulares. A limitação da quantidade de alunos por sala, a troca de máscaras de duas em duas horas, a disponibilidade de álcool gel, aferição de temperatura na entrada e higienização e arejamento constante dos espaços estão entre as recomendações principais elaboradas em parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a Secretaria Municipal de Educação.

Caso o aluno seja identificado na escola com os sintomas da doença, deve ser isolado em uma sala. O colégio deve comunicar os pais, preencher o formulário relatando o caso e entrar em contato com a Policlínica ou Unidade Básica mais próxima para o agendamento do teste de Covid-19. Estabeleceu-se o critério de fechamento da escola se for observado um aumento de 15% de novos casos entre professores, profissionais e alunos após os 15 dias de reabertura.

“É indispensável que esse retorno aconteça com segurança. Nesse sentido, a Vigilância Sanitária promove esta fiscalização para garantir a saúde de crianças, professores e colaboradores das escolas que estão retomando. Será um projeto contínuo, colaborando para a garantia de maior normalidade, o mais rápido possível, mas sempre privilegiando a segurança sanitária”, afirmou Francisco de Faria Neto, chefe do setor.

Uma das escolas visitadas nesta segunda, em Icaraí, contempla o ensino infantil até o 6º ano do fundamental. Guiado pela secretária do colégio, Vanusa Peçanha, os fiscais chegaram no horário do recreio e encontraram as normas de distanciamento social sendo respeitadas, com o estímulo para a lavagem das mãos constante.

“Adotamos medidas como o revezamento no horário do recreio para evitar aglomerações no pátio e optamos por não abrir a cantina, nem o refeitório, indicando que os alunos tragam sua comida”, explicou Vanusa, ressaltando que a escola retirou também a opção de horário integral, bem como as aulas que aconteciam em espaços fechados.

Professora regente do 2º ano, Ana Cristina Abrantes contava da importância para a sociabilidade das crianças nessa volta às aulas de forma segura.

“Parece que foi como voltar de uma guerra. As crianças estavam precisando do retorno à rotina e estão atentas e conscientes dos cuidados com a doença, até mais do que muitos adultos”, afirmou, pontuando que os professores da escola estão trabalhando em dupla para ter o melhor controle possível das normas.


Fonte:  Fundação Municipal de Saúde de Niterói

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

VACINA E VACINAÇÃO: PERGUNTAS E RESPOSTAS.

 



O que é vacinação?

A vacinação é uma forma simples, segura e eficaz de proteger as pessoas contra doenças nocivas, antes que entrem em contato com elas. Ele usa as defesas naturais do seu corpo para criar resistência a infecções específicas e tornar o sistema imunológico mais forte.

As vacinas treinam seu sistema imunológico para criar anticorpos, da mesma forma que quando é exposto a uma doença. No entanto, como as vacinas contêm apenas formas mortas ou enfraquecidas de germes, como vírus ou bactérias, elas não causam a doença nem colocam você em risco de complicações.

A maioria das vacinas é administrada por injeção, mas algumas são administradas por via oral (pela boca) ou pulverizadas no nariz.


Por que a vacinação é importante?

A vacinação é uma forma segura e eficaz de prevenir doenças e salvar vidas - agora mais do que nunca. Hoje existem vacinas disponíveis para proteger contra pelo menos 20 doenças, como difteria, tétano, coqueluche, influenza e sarampo. Juntas, essas vacinas salvam a vida de até 3 milhões de pessoas todos os anos.

Quando somos vacinados, não estamos apenas protegendo a nós mesmos, mas também aqueles que estão ao nosso redor. Algumas pessoas, como aquelas gravemente doentes, são aconselhadas a não tomar certas vacinas - portanto, dependem de nós para se vacinar e ajudar a reduzir a propagação da doença. 

Durante a pandemia de COVID-19, a vacinação continua a ser extremamente importante. A pandemia causou um declínio no número de crianças que recebem imunizações de rotina, o que pode levar a um aumento de doenças e morte por doenças evitáveis. 

 

Como funciona uma vacina?

As vacinas reduzem os riscos de contrair uma doença, trabalhando com as defesas naturais do seu corpo para construir proteção. Quando você recebe uma vacina, seu sistema imunológico responde. Isto:

•  Reconhece o germe invasor, como o vírus ou a bactéria.

•  Produz anticorpos. Os anticorpos são proteínas produzidas naturalmente pelo sistema imunológico para combater doenças.

•  Lembra a doença e como combatê-la. Se você for exposto ao germe no futuro, seu sistema imunológico pode destruí-lo rapidamente antes que você se sinta mal.

A vacina é, portanto, uma forma segura e inteligente de produzir uma resposta imunológica no corpo, sem causar doenças.

Nosso sistema imunológico é projetado para lembrar. Depois de expostos a uma ou mais doses de uma vacina, normalmente permanecemos protegidos contra uma doença por anos, décadas ou mesmo por toda a vida. É isso que torna as vacinas tão eficazes. Em vez de tratar uma doença depois que ela ocorre, as vacinas nos previnem, em primeiro lugar, de adoecer.


Como as vacinas protegem indivíduos e comunidades?

As vacinas atuam treinando e preparando as defesas naturais do corpo - o sistema imunológico - para reconhecer e combater vírus e bactérias. Se o corpo for exposto a esses patógenos causadores de doenças mais tarde, ele estará pronto para destruí-los rapidamente - o que previne doenças. 

Quando uma pessoa é vacinada contra uma doença, o risco de infecção também é reduzido - portanto, é menos provável que ela transmita o vírus ou a bactéria a outras pessoas. À medida que mais pessoas em uma comunidade são vacinadas, menos pessoas permanecem vulneráveis e há menos possibilidade de uma pessoa infectada transmitir o patógeno a outra pessoa. Reduzir a possibilidade de um patógeno circular na comunidade protege aqueles que não podem ser vacinados (devido a problemas de saúde, como alergias ou idade) da doença visada pela vacina.

'Imunidade de rebanho', também conhecida como 'imunidade populacional', é a proteção indireta contra uma doença infecciosa que ocorre quando a imunidade se desenvolve em uma população por meio de vacinação ou infecção prévia. A imunidade do rebanho não significa que os indivíduos não vacinados ou que não foram infectados anteriormente sejam eles próprios imunes. Em vez disso, a imunidade de rebanho existe quando indivíduos que não são imunes, mas vivem em uma comunidade com uma alta proporção de imunidade, têm um risco reduzido de doença em comparação com indivíduos não imunes que vivem em uma comunidade com uma pequena proporção de imunidade. 

Em comunidades com alta imunidade, as pessoas não imunes têm um risco menor de doença do que teriam, mas seu risco reduzido resulta da imunidade das pessoas na comunidade em que vivem (ou seja, imunidade de rebanho), não por serem pessoalmente imune. Mesmo depois que a imunidade de rebanho é alcançada pela primeira vez e é observado um risco reduzido de doença entre as pessoas não imunizadas, esse risco continuará caindo se a cobertura de vacinação continuar a aumentar. Quando a cobertura da vacina é muito alta, o risco de doença entre aqueles que não estão imunes pode se tornar semelhante ao daqueles que são verdadeiramente imunes.

A imunidade do rebanho é um atributo importante das vacinas contra poliomielite, rotavírus, pneumococo, Haemophilus influenzae tipo B, febre amarela, meningococo e várias outras doenças evitáveis por vacinas. No entanto, é uma abordagem que só funciona para doenças evitáveis por vacina com um elemento de disseminação pessoa a pessoa. Por exemplo, o tétano é contraído por bactérias no meio ambiente, não por outras pessoas, então aqueles que não estão imunizados não estão protegidos da doença, mesmo que a maior parte do restante da comunidade seja vacinada. 


Por que devo ser vacinado?

Sem as vacinas, corremos o risco de contrair doenças graves e incapacidades devido a doenças como sarampo, meningite, pneumonia, tétano e poliomielite. Muitas dessas doenças podem ser fatais. A OMS estima que as vacinas salvam entre 2 e 3 milhões de vidas todos os anos.

Embora algumas doenças possam ter se tornado incomuns, os germes que as causam continuam a circular em algumas ou todas as partes do mundo. No mundo de hoje, as doenças infecciosas podem facilmente cruzar fronteiras e infectar qualquer pessoa que não esteja protegida

Duas razões principais para ser vacinado são para nos proteger e proteger aqueles que nos rodeiam. Como nem todos podem ser vacinados - incluindo bebês muito novos, aqueles que estão gravemente doentes ou têm certas alergias - eles dependem de outras pessoas serem vacinadas para garantir que também estejam protegidos contra doenças evitáveis pela vacina.


Quando devo ser vacinado (ou vacinar meu filho)?

As vacinas nos protegem ao longo da vida e em diferentes idades, do nascimento à infância, na adolescência e na velhice. Na maioria dos países, você receberá um cartão de vacinação que informa quais vacinas você ou seu filho tomaram e quando devem ser tomadas as próximas vacinas ou doses de reforço. É importante ter certeza de que todas essas vacinas estão atualizadas.

Se atrasarmos a vacinação, corremos o risco de adoecer gravemente. Se esperarmos até achar que podemos estar expostos a uma doença grave - como durante o surto de uma doença - pode não haver tempo suficiente para a vacina funcionar e receber todas as doses recomendadas.


Por que a vacinação começa tão jovem?

Crianças pequenas podem ser expostas a doenças em sua vida diária de muitos lugares e pessoas diferentes, e isso pode colocá-las em sério risco. O esquema de vacinação recomendado pela OMS é projetado para proteger bebês e crianças pequenas o mais cedo possível. Bebês e crianças pequenas geralmente correm o maior risco de doenças porque seus sistemas imunológicos ainda não estão totalmente desenvolvidos e seus corpos são menos capazes de combater infecções. Portanto, é muito importante que as crianças sejam vacinadas contra as doenças no horário recomendado.


Não vacinei meu filho no tempo recomendado. É muito tarde para recuperar o atraso?

Para a maioria das vacinas, nunca é tarde demais para recuperar o atraso. Fale com o seu profissional de saúde sobre como obter as doses de vacinação perdidas para você ou para o seu filho.


Quem pode ser vacinado?

Quase todos podem ser vacinados. No entanto, devido a algumas condições médicas, algumas pessoas não devem tomar certas vacinas ou devem esperar antes de tomá-las. Essas condições podem incluir:

•  Doenças ou tratamentos crônicos (como quimioterapia) que afetam o sistema imunológico;

•  Alergias graves e com risco de vida aos ingredientes da vacina, que são muito raros;

•  Se tiver doença grave e febre alta no dia da vacinação.

Esses fatores geralmente variam para cada vacina. Se não tiver certeza se você ou seu filho devem tomar uma vacina específica, converse com seu profissional de saúde. Eles podem ajudá-lo a fazer uma escolha informada sobre a vacinação para você ou seu filho.

Como as vacinas são desenvolvidas e testadas?

As vacinas mais comumente usadas já existem há décadas, com milhões de pessoas recebendo-as com segurança todos os anos. Como acontece com todos os medicamentos, toda vacina deve passar por testes extensivos e rigorosos para garantir que seja segura antes de poder ser introduzida em um país.

Uma vacina experimental é testada pela primeira vez em animais para avaliar sua segurança e potencial para prevenir doenças. Em seguida, é testado em ensaios clínicos humanos, em três fases:

•  Na fase I, a vacina é administrada a um pequeno número de voluntários para avaliar sua segurança, confirmar se ela gera uma resposta imune e determinar a dosagem certa.

•  Na fase II, a vacina geralmente recebe centenas de voluntários, que são monitorados de perto quanto a quaisquer efeitos colaterais, para avaliar melhor sua capacidade de gerar uma resposta imune. Nessa fase, os dados também são coletados, sempre que possível, sobre os desfechos da doença, mas geralmente não em números grandes o suficiente para ter uma imagem clara do efeito da vacina sobre a doença. Os participantes dessa fase têm as mesmas características (como idade e sexo) das pessoas para as quais a vacina se destina. Nesta fase, alguns voluntários recebem a vacina e outros não, o que permite fazer comparações e tirar conclusões sobre a vacina.

•  Na fase III, a vacina é administrada a milhares de voluntários - alguns dos quais recebem a vacina experimental e outros não, assim como nos estudos de fase II. Os dados de ambos os grupos são cuidadosamente comparados para verificar se a vacina é segura e eficaz contra a doença contra a qual se destina.

Assim que os resultados dos ensaios clínicos estiverem disponíveis, uma série de etapas é necessária, incluindo análises de eficácia, segurança e fabricação para aprovações de políticas regulatórias e de saúde pública, antes que uma vacina possa ser introduzida em um programa nacional de imunização.

Após a introdução de uma vacina, o monitoramento próximo continua a detectar quaisquer efeitos colaterais adversos inesperados e a avaliar a eficácia no ambiente de uso rotineiro entre um número ainda maior de pessoas para continuar avaliando a melhor forma de usar a vacina para obter o maior impacto protetor. 


O que há em uma vacina?

Todos os ingredientes de uma vacina desempenham um papel importante para garantir que ela seja segura e eficaz. Alguns deles incluem:

•  O antígeno. Esta é uma forma morta ou enfraquecida de um vírus ou bactéria, que treina nosso corpo para reconhecer e lutar contra a doença se a encontrarmos no futuro.

•  Adjuvantes, que ajudam a aumentar nossa resposta imunológica. Isso significa que eles ajudam as vacinas a funcionar melhor.

•  Conservantes, que garantem que a vacina permaneça eficaz.

•  Estabilizadores, que protegem a vacina durante o armazenamento e transporte.

Os ingredientes da vacina podem parecer desconhecidos quando listados no rótulo. No entanto, muitos dos componentes usados nas vacinas existem naturalmente no corpo, no meio ambiente e nos alimentos que comemos. Todos os ingredientes das vacinas - bem como as próprias vacinas - são exaustivamente testados e monitorados para garantir que são seguros.


As vacinas são seguras?

A vacinação é segura e os efeitos colaterais da vacina são geralmente menores e temporários, como dor no braço ou febre baixa. Efeitos colaterais mais graves são possíveis, mas extremamente raros.

Qualquer vacina licenciada é rigorosamente testada em várias fases de testes antes de ser aprovada para uso e regularmente reavaliada assim que é introduzida. Os cientistas também monitoram constantemente as informações de várias fontes em busca de qualquer sinal de que uma vacina possa causar riscos à saúde.

Lembre-se de que é muito mais provável que você sofra lesões graves por uma doença evitável por vacina do que por uma vacina. Por exemplo, o tétano pode causar dor extrema, espasmos musculares (travamento) e coágulos sanguíneos, o sarampo pode causar encefalite (uma infecção do cérebro) e cegueira. Muitas doenças evitáveis por vacinas podem até resultar em morte. Os benefícios da vacinação superam em muito os riscos, e muito mais doenças e mortes ocorreriam sem vacinas.


Existem efeitos colaterais das vacinas?

Como qualquer medicamento, as vacinas podem causar efeitos colaterais leves, como febre baixa ou dor ou vermelhidão no local da injeção. As reações leves desaparecem por conta própria em poucos dias.

Os efeitos colaterais graves ou de longa duração são extremamente raros. As vacinas são monitoradas continuamente para segurança, para detectar eventos adversos raros.

 

Existe uma ligação entre vacinas e autismo?

Não há evidências  de qualquer ligação entre vacinas e autismo ou transtornos autistas. Isso foi demonstrado em muitos estudos, conduzidos em populações muito grandes.

O estudo de 1998, que levantou preocupações sobre uma possível ligação entre a vacina contra sarampo-caxumba-rubéola (MMR) e autismo, foi mais tarde considerado seriamente falho e fraudulento. O artigo foi posteriormente retratado pelo jornal que o publicou, e o médico que o publicou perdeu sua licença médica. Infelizmente, sua publicação criou medo que levou à queda das taxas de imunização em alguns países e subsequentes surtos dessas doenças.

Devemos todos garantir que estamos tomando medidas para compartilhar apenas informações científicas e confiáveis sobre vacinas e as doenças que elas previnem.



Fonte:  Organização Mundial da Saúde

Imagem: Blog da Saúde /Ministério da Saúde