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quarta-feira, 19 de março de 2025

Profissionais do CCZ participam de capacitação sobre malacologia médica no Instituto Oswaldo Cruz

 


No período de 17 a 21 de fevereiro, profissionais do Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ), por meio do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC), participaram do curso Capacitação em Malacologia Médica e Aplicada, promovido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). O IOC é referência nacional para esquistossomose e malacologia, atuando em parceria com o Ministério da Saúde. 

O curso, realizado pelo Laboratório de Malacologia do IOC em conjunto com o Laboratório Central de Saúde Pública do Rio de Janeiro (Lacen-RJ), tem como objetivo preparar profissionais das secretarias municipais de saúde para atuar na vigilância de caramujos e outros moluscos envolvidos na transmissão de doenças. Durante a capacitação, os participantes aprenderam sobre o ciclo de vida dos moluscos, identificação de espécies que transmitem doenças como esquistossomose e meningite eosinofílica, além de técnicas adequadas para coleta e transporte desses animais para análises laboratoriais. 

A capacitação ocorreu no campus da Fiocruz, em Manguinhos, e contou com a participação de dez profissionais de diferentes municípios do Rio de Janeiro, incluindo Niterói, Iguaba Grande, Nova Friburgo, Paracambi, Petrópolis, Piraí, São José do Vale do Rio Preto e a capital. 

Segundo Elizangela Feitosa, coordenadora do Laboratório de Referência Nacional para Esquistossomose-Malacologia, a capacitação é essencial para fortalecer a vigilância malacológica nos municípios. “Muitos alunos vêm de regiões com vulnerabilidade no saneamento, onde a proliferação de moluscos é comum. Além de aprenderem a identificar e coletar caramujos, eles ganham ferramentas para educar e orientar a população, mantendo a vigilância ativa”, explica. 

Um exemplo recente do impacto dessa capacitação foi o caso de meningite eosinofílica transmitida por caramujo em Nova Iguaçu (2024), identificado graças ao trabalho de um profissional que havia participado do curso. Esse caso não só reforçou a importância da vigilância, mas também despertou o interesse do profissional em cursar especialização e mestrado na área. 

 

Impacto na saúde pública

A capacitação em malacologia médica vai além do compartilhamento de conhecimentos técnicos. Ela fortalece a rede de vigilância em saúde, promove a educação comunitária e contribui para a prevenção de doenças transmitidas por moluscos. Em um cenário onde o saneamento básico ainda é um desafio em muitas regiões, a atuação desses profissionais é fundamental para proteger a saúde da população. 

Com iniciativas como essa, o CCZ de Niterói e outros municípios do estado estão mais preparados para enfrentar os desafios da saúde pública, garantindo um ambiente mais seguro e saudável para todos. 

 

Depoimentos de alguns participantes 

- Devylson Campos, Biólogo, Mestre em Vigilância e Controle de Vetores pelo IOC/Fiocruz e Agente de Combate a Endemias do CCZ/IEC de Niterói: 

“O curso nos dá completo preparo técnico-científico, teórico e prático, para atuar com espécies de gastrópodes de interesse médico. A troca de experiências com colegas de outros municípios também enriquece muito o aprendizado.” 

- Bruno Guimarães, formado em Gestão Tecnológica de Segurança Privada: 

“A capacitação ampliou meus conhecimentos sobre moluscos de relevância médica, contribuindo para o controle de doenças parasitárias e para a saúde pública. É um complemento essencial para minha formação.” 

- Rodrigo Pereira da Silva, Agente de Combate a Endemias e Responsável Técnico do Núcleo de Vigilância Entomológica do município de Nova Friburgo: 

O curso foi excelente, com ótima organização e professores competentes. Agora, Nova Friburgo tem quatro profissionais capacitados para implementar a vigilância malacológica, o que é crucial para o controle de doenças transmitidas por moluscos.” 

 

Sobre esquistossomose e meningite eosinofílica 

Popularmente conhecida como barriga d’água, xistose e doença do caramujo, a esquistossomose é causada pelo verme Schistosoma mansoni.  

A doença está ligada a condições de saneamento básico inadequadas. Pessoas infectadas liberam ovos do parasito nas fezes. Se os dejetos são lançados em rios ou em outros cursos d’água, os ovos eclodem, liberando larvas, que infectam caramujos Biomphalaria, encontrados na água doce.  

Dentro dos caramujos, as larvas adquirem a forma de cercárias, que são liberadas na água e podem infectar os seres humanos, penetrando através da pele. 

Mal-estar, febre, dor na região do fígado e do intestino, diarreia e fraqueza podem ser sintomas da doença. Emagrecimento e aumento do volume do fígado, do baço e da barriga ocorrem nos casos graves. A doença também pode afetar o sistema nervoso. Sem tratamento, a esquistossomose pode levar à morte. 

O diagnóstico da infecção é feito por exame de fezes. O medicamento para tratar a doença é oferecido gratuitamente pelo SUS. 

A meningite eosinofílica é causada pelo verme Angiostrongylus cantonensis. As formas adultas desse parasito são encontradas em roedores, como ratos.  

As larvas do verme são eliminadas nas fezes dos ratos e podem ser ingeridas pelo molusco gigante africano e outras espécies de caracóis e lesmas. O parasito se desenvolve dentro do molusco, adquirindo a forma capaz de infectar animais vertebrados. 

O homem é um hospedeiro acidental. A infecção humana pode ocorrer quando há a ingestão das larvas do verme presente no molusco ou nas frutas e verduras contaminadas com a baba (muco) liberada por ele. 

Cada caracol africano pode colocar centenas de ovos. É indicado catar os animais e os ovos em quintais e jardins para interromper sua reprodução. 

Para evitar infecção, é fundamental usar luvas ou um saco plástico para proteger as mãos ao catar os caracóis. Os animais catados devem ser colocados em recipiente com água fervendo por cinco minutos.  

Outro cuidado importante é quebrar as conchas antes de enterrá-las ou jogá-las no lixo, para evitar que acumulem água e se tornem criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika e chikungunya. 

Evitar que crianças brinquem com os moluscos e lavar bem frutas e verduras, deixando de molho por 30 minutos numa mistura de um litro de água e uma colher de sopa de água sanitária, também são medidas importantes para prevenir infecções.


Texto baseado na matéria:  

https://www.ioc.fiocruz.br/noticias/caramujos-transmissores-de-doencas-na-mira-do-conhecimento


Imagens:  Devylson Campos




Galeria de imagens da Fiocruz.  Fotógrafo:  Max Gomes












segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Capacitação sobre Caracol Gigante Africano: Atualização e Vigilância em Saúde para Agentes de Controle de Zoonoses e de Combate às Endemias em Niterói

 


Na última semana (dias 04 e 05 de dezembro), o setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC), do Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ) realizou capacitação sobre caracol gigante africano (Achatina fulica) para agentes de controle de zoonoses e agentes de combate às endemias que exercem função de supervisão e coordenação de equipes.

A atividade ocorreu no mini auditório do IEC, na sede do CCZ, bairro Ponta D’Areia, e teve o objetivo principal de atualizar informações e fortalecer as ações de vigilância e controle das doenças que podem ser transmitidas por esse molusco, como a angiostrongilíase abdominal e a meningite eosinofílica.

Ministrado pelos agentes Cláudio Moreira e Devylson Campos, no treinamento foram abordados diversos tópicos relevantes, incluindo:

1. Introdução ao Caracol Gigante Africano

- História e Introdução: Origem africana e introdução no Brasil.

- Características Biológicas: Morfologia, ciclo de vida e reprodução (hermafroditismo e postura de ovos).

2. Ecologia e Comportamento

- Habitat Preferido: Locais de infestação, como hortas e terrenos baldios.

- Alimentação: Plantas consumidas e impacto na biodiversidade local.

3. Saúde Pública

- Doenças Associadas: Informações sobre as doenças que podem ser transmitidas, como angiostrongilíase abdominal e meningite eosinofílica.

- Riscos à Saúde: Como o caracol pode atuar como vetor de parasitas.

4. Métodos de Controle

- Catação Manual: Técnicas de coleta com segurança, incluindo o uso de luvas e sacos plásticos.

- Eliminação Segura: Métodos para descartar os caracóis, como uso de solução de água e água sanitária e esmagamento.

5. Educação Comunitária

- Educação em Saúde: Informar sobre os riscos associados ao contato com o caracol e práticas seguras na manipulação de alimentos.

Os palestrantes utilizaram como metodologia a combinação de explanações teóricas com a apresentação de slides e vídeos. Essa abordagem dinâmica e interativa manteve os participantes atentos e engajados ao longo do evento.

“Realizamos essa capacitação exclusivamente para supervisores e coordenadores devido ao aumento de casos de meningite eosinofílica no país, que pode ser causada por vermes associados ao caracol gigante africano, bem como a outros moluscos, caranguejos e camarões. O propósito foi relembrar os participantes sobre o caracol africano, uma espécie não nativa, e discutir suas características. Essa atualização se fez necessária, pois a população tem levantado questões sobre o caracol em resposta às notícias veiculadas na mídia. Para garantir que estejam preparados para responder às dúvidas da comunidade, pedimos que os supervisores e coordenadores orientem os agentes de campo. Os feedbacks foram positivos; muitos relataram que a abordagem foi interessante e esclarecedora, pois a maioria não se lembrava dos detalhes sobre o tema”, explicou o palestrante Cláudio Moreira.








quarta-feira, 30 de outubro de 2024

CCZ realiza instrução sobre zoonoses para profissionais do Comando de Polícia Ambiental da Polícia Militar

 


Na última terça-feira (29/10), o Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ), por meio da Seção de Apoio Técnico e Planejamento (SATEP), conduziu uma capacitação especializada sobre zoonoses para o Comando de Polícia Ambiental da Polícia Militar, na Fazenda Colubandê, em São Gonçalo. A ação ocorreu a convite da instituição e teve como objetivo proporcionar aos policiais ambientais um aprofundamento essencial em zoonoses, visando melhorar suas práticas de fiscalização e controle de infrações ambientais.

A capacitação foi direcionada aos policiais militares que irão participar de um treinamento específico de selva e campo, parte fundamental do Curso Básico de Policiamento Ambiental. Esse curso visa fortalecer as habilidades e conhecimentos desses profissionais para que possam atuar de forma ainda mais eficaz na fiscalização ambiental, prevenindo e reprimindo crimes ambientais. Além disso, o treinamento contribui para o aprimoramento dos processos de autuação, reduzindo a possibilidade de falhas jurídicas e unificando procedimentos entre as subunidades da Polícia Militar Ambiental (PMA) no estado.

Durante a instrução, o médico veterinário Flávio Moutinho, do CCZ, abordou temas variados e de grande relevância para a rotina desses agentes, incluindo zoonoses como Raiva, Febre Maculosa, Febre Amarela, Malária, Monkeypox, Influenza Aviária e Febre do Oropouche, além de questões práticas sobre o manejo da fauna silvestre. A capacitação visou não apenas informar, mas também esclarecer dúvidas e fortalecer a resposta dos agentes diante de riscos de zoonoses no campo.

Segundo Flávio Moutinho, a receptividade dos participantes foi positiva e colaborativa. "A plateia interagiu o tempo todo, com questionamentos contínuos e participativos. As principais dúvidas giraram em torno da Raiva, e foi realmente enriquecedor ver o interesse deles nesse tema tão crucial", destacou o palestrante.

quinta-feira, 4 de julho de 2024

Capacitação Estratégica: CCZ de Niterói Participa de Curso Avançado em Controle de Roedores



Nesta terça-feira (02/07), o Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ) participou de um curso de atualização em biologia e controle de roedores, realizado no auditório do Parque Natural Municipal de Saudade, em Barra Mansa. 

A participação no curso teve diversos objetivos cruciais:

• Atualização de Conhecimentos: Manter os profissionais informados sobre as técnicas e métodos mais recentes e eficazes no controle de roedores.

• Melhoria das Práticas de Controle: Aprimorar as estratégias e práticas já em uso, visando aumentar a eficácia das ações e reduzir a população de roedores de maneira sustentável e segura.

• Fortalecimento da Capacidade de Resposta: Melhorar a prevenção de doenças transmitidas por roedores, como a leptospirose.

Esses objetivos visam melhorar significativamente a capacidade do CCZ de Niterói em gerenciar e controlar a população de roedores, protegendo a saúde pública e promovendo um ambiente mais seguro e saudável para todos.

O curso foi ministrado pelo renomado biólogo Jorge Antônio Chagas, da empresa ST Irajá Distribuidora de Insumos e Tecnologia para Controle de Vetores. Durante o treinamento, foram abordados diversos tópicos relevantes, incluindo:

- Identificação das espécies urbanas de roedores

- Biologia e comportamento dos roedores urbanos

- Características específicas de cada espécie

- Histórico da peste bubônica

- Técnicas de manejo integrado para controle de roedores

- Controle químico e tipos de rodenticidas adequados

- Efeitos das substâncias no organismo dos roedores

- Cuidados e segurança em casos de ingestão acidental

O palestrante utilizou uma metodologia de ensino eficiente, combinando explanações teóricas com a apresentação de slides e vídeos. Essa abordagem dinâmica e interativa manteve os participantes atentos e engajados ao longo do curso.

Estiveram presentes ao evento os seguintes profissionais: Fábio Villas Bôas, chefe do CCZ; Fernando Conceição, chefe do Serviço de Controle de Vetores; Luiz Cláudio Faria, agente de combate às endemias; e Vania São Paio, agente do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde.

A capacitação em biologia e controle de roedores é uma medida fundamental para lidar com esse desafio urbano. Com profissionais capacitados e atualizados, o CCZ de Niterói está mais preparado para enfrentar os problemas relacionados aos roedores, proporcionando um ambiente mais seguro e saudável para a população da cidade.













quinta-feira, 27 de junho de 2024

CCZ participa do Encontro Técnico para incorporação da Plataforma SISS-Geo para o monitoramento de fauna silvestre integrado à vigilância em saúde em Niterói


Nesta terça-feira (25/06), o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) participou do “Encontro Técnico para incorporação da Plataforma SISS-Geo para o monitoramento de fauna silvestre integrado à vigilância em saúde em Niterói, Rio de Janeiro”.  O evento foi promovido pela Câmara Técnica de Fauna Silvestre da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Niterói e a Plataforma Institucional Biodiversidade e Saúde Silvestre da Fiocruz, e ocorreu no auditório do Parque Municipal Eduardo Travassos (“Parque das Águas”), Centro da cidade. 

O objetivo foi conhecer o Sistema de Informação em Saúde Silvestre (SISS-Geo) e discutir o monitoramento participativo de animais e seus potenciais de uso para a gestão de saúde e ambiente, no controle e prevenção de agentes infecciosos que circulam entre animais silvestres, domésticos e humanos, e identificar aplicações e usos da plataforma em Niterói considerando a integração dos setores.

A coordenadora da Plataforma Institucional Biodiversidade e Saúde Silvestre (PIBSS-FIOCRUZ), Márcia Chame, abriu o evento falando sobre o SISS-Geo, uma tecnologia social digital de monitoramento participativo da fauna silvestre, que registra observações georreferenciadas em celulares e gera alerta de doenças, especialmente aquelas com potencial de acometimento humano, possibilitando ações de vigilância em saúde. A bióloga discutiu a respeito das oportunidades para a vigilância participativa das zoonoses no Brasil e a conservação da biodiversidade.

Em seguida, Nathalia Pessek, do Áreas Verdes/Centro de Treinamento de Fauna Silvestre da Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade (SMARHS) traçou um panorama da gestão da fauna silvestre municipal na qual detalhou o funcionamento do sistema de resgate e recebimento de animais silvestres no município.

Encerrando as palestras, Flávio Moutinho, médico veterinário do CCZ, apresentou o panorama da gestão das zoonoses e vigilância em Niterói, com foco nas doenças Raiva, Leishmaniose e Esporotricose.

Após a etapa teórica, houve a formação de grupos de trabalho, divididos por municípios participantes, para a identificação de usos, possibilidades, fluxo de informação e desafios do SISS-Geo, culminando em estratégias de implementação conjunta do sistema. Nesta oficina, todos baixaram o aplicativo SISS-Geo em seus smartphones e praticaram, de forma simulada, o registro de um animal silvestre.

Além do palestrante Flávio, participaram do encontro os seguintes profissionais do CCZ:  o chefe do CCZ, Fábio Vilas Bôas, a chefe da Seção de Controle da População Animal (SÇPOP), Aline Meloni, a médica veterinária do SÇPOP, Viviane Nunes, e a agente de controle de zoonoses do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC), Vania São Paio.

A participação do CCZ marcou um importante avanço na integração entre saúde pública e gestão ambiental. O evento proporcionou uma oportunidade valiosa para discutir e experimentar o uso da plataforma SISS-Geo. As apresentações destacaram a relevância do monitoramento participativo para a vigilância de zoonoses e a conservação da biodiversidade. A formação de grupos de trabalho e a prática simulada do uso do aplicativo SISS-Geo reforçaram o compromisso dos profissionais em implementar essa ferramenta inovadora. A presença ativa de membros do CCZ, incluindo especialistas e gestores, demonstra o empenho do município em aprimorar suas estratégias de controle e prevenção de doenças, beneficiando a saúde pública e a preservação ambiental.


Para mais informações sobre o SISS-Geo, acesse o site: