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quarta-feira, 25 de junho de 2025

Palestra sobre Febre do Oropouche para os Servidores: Fortalecendo a Prevenção e a Informação

 


Nos dias 09, 10 e 17 de junho, o setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC), do Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ), realizou palestra sobre a Febre do Oropouche voltada aos servidores, agentes de controle de zoonoses e de endemias que atuam no município, especialmente no Serviço de Controle de Vetores (SECOV), do CCZ, setor 3A. A atividade foi especialmente direcionada à região de Pendotiba, caracterizada por sua arborização intensa e pela proximidade entre áreas urbanas e silvestres, fator que favorece a proliferação do maruim, inseto transmissor da doença.

Diante do crescimento expressivo de casos no Brasil e das confirmações no Estado do Rio, a capacitação se tornou essencial para fortalecer a atuação dos servidores na prevenção das arboviroses. Durante o encontro, as agentes Jorgete Melo e Patrícia de Oliveira abordaram temas fundamentais como sintomas da doença, características do vetor, hábitos do inseto e os principais locais de sua proliferação.

Uma das estratégias centrais discutidas foi o manejo ambiental, visto que não há inseticidas, larvicidas ou repelentes eficazes contra o maruim. Assim, orientar os moradores sobre a limpeza e organização dos quintais é a medida mais eficiente para evitar sua presença e a de outros vetores. A eliminação de criadouros — como acúmulo de folhas, frutos, fezes de animais e objetos descartados irregularmente — contribui significativamente para manter os domicílios saudáveis e seguros.

Além disso, a equipe recomendou atenção especial às gestantes, devido à confirmação da transmissão vertical da doença. Para elas, a proteção deve ser reforçada com roupas de manga longa, calça comprida, sapato fechado e aplicação de óleo corporal nas áreas expostas, criando uma barreira física contra a picada do inseto.

Os servidores participaram ativamente, compartilhando desafios enfrentados no campo, como o aumento do número de acumuladores de objetos e animais na região, além da recorrência de descuidos nos quintais, com fezes expostas e acúmulo de folhas e frutos no chão. A iniciativa foi amplamente apoiada pelo coordenador do setor, Coordenador do Setor 3A Reinaldo Ramalho, que organizou os espaços cedidos pela CLIN de Pendotiba e pela Escola Municipal Sítio do Ipê, e estruturou os encontros por turmas, junto aos supervisores Luciana Ribeiro, Luciano A. dos Santos, Hélio Ferreira e Luiz Claudio de C. Ribeiro.










segunda-feira, 16 de junho de 2025

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A FEBRE DO OROPOUCHE

 



📌 O que é a febre do Oropouche?
É uma doença causada pelo vírus Oropouche (OROV), um arbovírus do gênero Orthobunyavirus, transmitido por insetos. Foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960.



📍 Onde a doença ocorre com mais frequência?
Historicamente, os casos se concentraram na Região Amazônica, mas, desde 2023, a doença se expandiu para vários estados brasileiros e países da América Latina e Caribe.



🦟 Como ocorre a transmissão do vírus Oropouche?
A transmissão ocorre principalmente por meio da picada do inseto Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. O ciclo pode ser:

  • Silvestre: envolve bichos-preguiça, primatas e outros animais.
  • Urbano: envolve humanos como principais hospedeiros.


👾 Quem é o vetor principal da doença?
O Culicoides paraensis (maruim). Ele é pequeno, muito incômodo, e tem uma picada dolorosa. Só a fêmea pica, pois precisa de sangue para maturação dos ovos.



🌱 Onde o maruim deposita seus ovos?
Em locais com matéria orgânica e umidade, como:

  • Troncos e folhas em decomposição
  • Cepos de bananeiras
  • Quintais com lixo orgânico


⏱️ Qual é o horário de maior atividade do maruim?
No final da tarde, mas ele pode picar durante todo o dia, se houver pessoas ou animais por perto.



🤕 Quais são os sintomas da Febre do Oropouche?

  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Dores musculares e nas articulações
  • Calafrios
  • Náuseas e vômitos
  • Erupções cutâneas

Obs: Pode ser confundida com dengue. Em casos raros, pode evoluir para meningite asséptica.



👶 Há risco na gestação?
Em 2024, foram investigados casos de transmissão na gravidez, inclusive com microcefalia e perdas fetais, mas os estudos ainda não são conclusivos.



👥 Qual o grupo mais afetado?
Adultos entre 20 e 49 anos, especialmente homens, segundo o Ministério da Saúde.



🧪 Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é clínico, epidemiológico e laboratorial. O Oropouche é uma doença de notificação compulsória e imediata.



💊 Qual é o tratamento?
Não existe tratamento específico. O cuidado é sintomático, com repouso e acompanhamento médico.



🛡️ Como se prevenir?

  • Usar roupas que cubram o corpo
  • Evitar áreas com maruins
  • Fechar janelas ao entardecer
  • Usar telas finas tipo voil
  • Limpar quintais, recolher folhas e restos orgânicos

Importante: Repelentes e inseticidas comuns não funcionam contra o maruim.



🌍 Onde há casos confirmados?
Além do Brasil, há registros em Peru, Colômbia, Bolívia, Cuba, Guiana, Panamá e outros países. Casos importados foram identificados nos EUA, Canadá, Espanha, Itália e Alemanha.



🇧🇷 E no Brasil?

  • 2023: 834 casos confirmados
  • 2024: 13.856 casos até a Semana Epidemiológica 50
  • 2025: 11.565 casos até a Semana Epidemiológica 23 (4 óbitos confirmados e 3 sob investigação)


🧭 E no Estado do Rio de Janeiro?

  • 2024: 163 casos confirmados
  • 2025: 2.364 casos até a Semana Epidemiológica 22 (3 óbitos confirmados, 2 em investigação)
  • Niterói: 2 casos em 2024, 6 casos em 2025 até maio.



Texto baseado na matéria:

Fonte da Imagem:  IOC/FIOCRUZ



FEBRE DO OROPOUCHE: DOENÇA, VETORES E SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA NO BRASIL

 



Febre do Oropouche é uma doença causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes) do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae. O Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de amostra de sangue de uma bicho-preguiça (Bradypus tridactylus) capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente nos estados da região Amazônica. Também já foram relatados casos e surtos em outros países das Américas Central e do Sul.

 

Transmissão

A transmissão do Oropouche é feita principalmente pelo inseto conhecido como Culicoides paraensis (maruim). Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no inseto por alguns dias. Quando o inseto pica uma pessoa saudável, pode transmitir o vírus.

Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença:

  • Ciclo Silvestre:  No ciclo silvestre, bichos-preguiça e primatas não-humanos (e possivelmente aves silvestres e roedores) atuam como hospedeiros. Há registros de isolamento do OROV em algumas espécies de insetos, como Coquillettidia venezuelensis e Aedes serratus. No entanto, o vetor primário é o Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.



  • Ciclo Urbano:  Nesse ciclo, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O inseto Culicoides paraenses também é o vetor principal. O inseto Culex quinquefasciatus, comumente encontrado em ambientes urbanos, pode ocasionalmente transmitir o vírus também.

 


Características do vetor

Culicoides paraensis é, possivelmente, um inseto nativo das Américas. Ele foi descrito, pela primeira vez, no Pará, em 1905, por Emilio Goeldi. A nomeação da espécie faz referência ao estado. Atualmente, ele é encontrado na maior parte do continente americano, desde o sul dos Estados Unidos até a Argentina. No Brasil, acredita-se que esteja presente em todos os estados, apesar de só ter sido efetivamente registrado em 15 estados até o momento.  Outra característica é a picada muito dolorosa. É um inseto que causa incômodo para a população quando há infestação. 

A fêmea do maruim procura locais com bastante matéria orgânica e umidade para depositar seus ovos. Nas florestas, troncos de árvore em decomposição, cascas de frutas caídas no chão, bromélias, beiras de riachos, folhagem do solo são os locais preferenciais. Nos bananais, ela deposita os ovos no cepo da bananeira, parte do caule que fica quando a árvore é cortada para colheita da banana. Na área urbana, ela pode colocar ovos no quintal se houver qualquer tipo de matéria orgânica acumulada no chão. 

Os maruins adultos, machos e fêmeas, se alimentam do néctar de plantas. Porém, somente as fêmeas picam seres humanos e animais, pois precisam de sangue para amadurecimento dos ovos. Estudos sobre insetos do gênero Culicoides apontam que as fêmeas podem colocar de 30 a 450 ovos por postura, dependendo da espécie e da refeição sanguínea. Mas não há informação específica sobre C. paraensis

O ciclo de vida é parecido com o dos mosquitos. Nos criadouros, os ovos eclodem liberando as larvas que se alimentam da matéria orgânica. As larvas passam por quatro estádios de desenvolvimento, depois se tornam pupas, que não se alimentam e se transformam no inseto adulto. Porém, não há dados específicos sobre o tempo de desenvolvimento do C. paraensis

Ele tende a ficar próximo do seu local de reprodução. O voo próprio dele fica em torno de 500 m. Mas, como o maruim é muito leve, ele é dispersado pelo vento. Então, dependendo da velocidade do vento, ele pode alcançar até 2 km voando.

O pico de atividade, em que os maruins se alimentam com maior intensidade, é no final da tarde. Mas eles podem picar em outros horários, durante todo o dia, dependendo da presença do ser humano ou de outro animal no ambiente. 

A título de comparação, o Culicoides paraenses mede até 3 milímetros, sendo cerca de 12 vezes menor do que o mosquito transmissor da dengue e 20 vezes menor do que o Culex quinquefasciatus, que é o pernilongo mais comum no país.

 

Sintomas

O período de incubação (o tempo entre a picada de um inseto infectado e os primeiros sintomas) do vírus Oropouche é normalmente de 3 a 10 dias. Os sintomas da doença incluem febre, dor de cabeça, dor nas articulações (artralgia), dor muscular (mialgia), calafrios, náuseas, vômitos e erupções cutâneas. Os sintomas são parecidos com os da dengue, então, nesse sentido, é importante que profissionais da área de vigilância em saúde sejam capazes de diferenciar essas doenças por meio de aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais e orientar as ações de prevenção e controle. 

A compreensão das complicações da doença causada pelo vírus Oropouche é limitada. Ocasionalmente, pode ocorrer meningite asséptica.

Em 2024, houve relatos no Brasil descrevendo cinco casos de possível transmissão do vírus Oropouche durante a gravidez (quatro natimortos e um aborto espontâneo), bem como quatro casos de recém-nascidos com microcefalia detectados por meio de investigações retrospectivas. Apesar da detecção do RNA viral, não se pode concluir que a infecção por OROV tenha sido a causa das mortes fetais, e as investigações ainda estão em andamento.

Segundo dados do Ministério da Saúde, a doença atinge mais a faixa etária dos 20 aos 49 anos, prevalecendo o sexo masculino.

 

Diagnóstico

O diagnóstico é clínico, epidemiológico e laboratorial. Todo caso com diagnóstico de infecção pelo OROV deve ser notificado. O Oropouche compõe a lista de doenças de notificação compulsória, classificada entre as doenças de notificação imediata, em função do potencial epidêmico e da alta capacidade de mutação, podendo se tornar uma ameaça à saúde pública.

 

Tratamento

Não existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico.

 

Prevenção

Recomenda-se:

  • Evitar o contato com áreas de ocorrência e/ou minimizar a exposição às picadas dos vetores.
  • Usar roupas que cubram a maior parte do corpo, como blusa de manga longa, calça comprida e sapato fechado.
  • Limpeza de terrenos e de locais de criação de animais.
  • Recolhimento de folhas e frutos que caem no solo.
  • Uso de telas de malha fina, tipo voil, em portas e janelas.
  • Se houver infestação perto de casa, fechar as janelas no horário de pico do vetor (fim da tarde). 

Segundo a pesquisadora e curadora da Coleção de Ceratopogonidae do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) Maria Clara Alves Santarém, não adianta usar repelente, inseticida ou tela para se proteger do maruim: “Tanto pela literatura científica como por experiência própria, sabemos que os repelentes não são eficazes contra maruim. Inseticidas também não funcionam. São compostos desenvolvidos contra mosquitos, como Aedes e Culex, que são insetos de uma família diferente. Como os maruins atravessam a tela comum, é recomendado utilizar telas de malhas finas, tipo voil, o que seria tão eficaz quanto fechar as janelas”.

 

A Febre do Oropouche no mundo

Antes do final de 2023, a doença causada pelo vírus Oropouche foi relatada no Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Haiti, Panamá, Peru, Trinidad e Tobago, Guiana Francesa e Venezuela; a maioria dos casos foi relatada perto da floresta amazônica. No entanto, desde dezembro de 2023, houve um aumento no número de casos relatados, inclusive em áreas onde a transmissão não havia sido documentada anteriormente.

Em 2024, a doença do vírus Oropouche, transmitida localmente, foi relatada em sete países da América Latina e do Caribe: Brasil, Bolívia, Colômbia, Cuba, Guiana, Peru e República Dominicana. Além disso, casos da doença do vírus Oropouche foram relatados entre viajantes que retornaram de países com transmissão local para os Estados Unidos, Canadá, Espanha, Itália e Alemanha.

Em 2025, entre as semanas epidemiológicas (SE) 1 e 4, foram registrados 3.765 casos confirmados de Oropouche nas Américas. Casos confirmados foram relatados em seis países: Brasil (3.678), Canadá (1 importado), Cuba (4), Guiana (1), Panamá (79) e Peru (2).

 

A Febre do Oropouche no Brasil

A partir de 2023, houve aumento significativo na detecção de casos de Oropouche no Brasil. Ao longo do ano, 834 amostras tiveram diagnóstico confirmado para o vírus Oropouche (OROV).

Em 2024, observou-se uma expansão da circulação viral para estados extra-amazônicos, com um total de 13.856 amostras positivas registradas até a semana epidemiológica (SE) 50. A transmissão autóctone (teve sua origem no mesmo local de residência do indivíduo) foi identificada em quase todas as unidades federativas, com exceção do Rio Grande do Norte, Goiás, Distrito Federal, Paraná e Rio Grande do Sul.

Já em 2025, até a semana epidemiológica 23 (maio), o Ministério da Saúde contabilizou 11.565 casos confirmados, com 4 óbitos confirmados e 3 sob investigação.


Rio de Janeiro:

Em maio de 2024, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) confirmou o diagnóstico de febre Oropouche em um paciente do Rio de Janeiro com histórico de viagem para Manaus. A confirmação laboratorial foi realizada pelo Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do IOC, que atua como Laboratório de Referência Regional para Arbovírus junto ao Ministério da Saúde. 

Segundo dados epidemiológicos do Ministério da Saúde, em 2024 o Estado confirmou 163 casos da doença.  Já em 2025, até a semana 22, foram 2.364, sendo 02 óbitos em investigação e 03 óbitos confirmados.

No município de Niterói foram 02 casos confirmados da doença em 2024; já em 2025, 06 casos até a semana epidemiológica 22 (maio).


Veja também:

Arboviroses Emergentes: FEBRE DO OROPOUCHE


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Fontes:

Ministério da Saúde

Ministério da Saúde - Painel Epidemiológico

Ministério da Saúde - Nota Técnica Oropouche 2024

CIEVES-RJ Centro de Informação Epidemiológicas de Vigilância em Saúde do Estado do Rio de Janeiro

Agencia Gov

Organização Mundial da Saúde

IOC/FIOCRUZ

IOC/FIOCRUZ matéria


Fontes das imagens:

Ministério da Saúde

Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein



quarta-feira, 21 de maio de 2025

Capacitação em Febre do Oropuche: Conhecimento e Prevenção em Saúde Comunitária

 


Na tarde do dia 13 de maio, no Módulo Médico de Família do Maceió, o Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ) – por meio do seu setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC) – realizou uma capacitação sobre a Febre do Oropouche voltada para os agentes comunitários de saúde (ACSs).

Durante o encontro, Jorgete Melo e Patrícia de Oliveira abordaram a definição da doença, seus vetores, sintomas, a importância do manejo ambiental e as possíveis sequelas para gestantes. 

A troca de conhecimentos foi extremamente enriquecedora! Alguns ACSs compartilharam que desconheciam os riscos associados ao vetor maruim e, a partir das informações recebidas, se comprometeram a rever hábitos como o descarte de folhas e frutos no chão dos quintais, que podem favorecer a proliferação do inseto. 

Além disso, os agentes de saúde relataram a preocupação com o aumento significativo de acumuladores de objetos no território sob responsabilidade do módulo. Apesar das orientações constantes oferecidas por eles e pelos agentes de combate a endemias (ACEs), muitos moradores insistem nesse comportamento, favorecendo a presença de roedores e mosquitos. 

A enfermeira Teresa Motta esteve presente na palestra e, reconhecendo a relevância do tema, solicitou uma nova capacitação sobre arboviroses para o grupo de gestantes da Escola da Família. Essa atividade já está programada para o dia 12 de junho e promete ser mais um momento de aprendizado e conscientização para a comunidade. 






quinta-feira, 17 de abril de 2025

Capacitação sobre Febre do Oropouche fortalece atuação dos agentes comunitários de saúde

 

 

No dia 9 de abril, no Módulo Médico de Família Cantagalo, o Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ) – por meio do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC) –, realizou uma capacitação dedicada aos agentes comunitários de saúde (ACS) sobre a Febre do Oropouche.

Diante do aumento de casos de arboviroses em municípios vizinhos, a equipe do IEC, composta por Jorgete Mello e Patrícia de Oliveira, iniciou essas formações com o objetivo de orientar os profissionais sobre métodos de prevenção, sintomas e hábitos do principal transmissor da doença.

Os ACSs participaram ativamente, esclarecendo dúvidas, principalmente sobre os sintomas da febre e o real potencial do pernilongo como vetor de transmissão. Após as explicações, Patrícia reforçou a importância da disseminação das práticas preventivas, como a limpeza e organização dos quintais, o descarte adequado de objetos desnecessários, a remoção de folhas e frutos caídos no chão e os cuidados especiais na higienização dos espaços onde há oferta de alimento para os animais. Além disso, a palestrante destacou a necessidade de vigilância especial com gestantes e idosos, que fazem parte do grupo de maior vulnerabilidade à doença.

O encontro foi enriquecedor, e alguns participantes compartilharam observações sobre a presença de muitas bananeiras na região e os hábitos de alguns moradores de acumular folhas e frutos no fundo dos quintais.

Essa iniciativa contou com a colaboração da auxiliar de saúde bucal Aline Campos Gomes e teve o total apoio e incentivo da enfermeira responsável técnica, Aline Rodrigues.






terça-feira, 15 de abril de 2025

Interação e Aprendizado: Promovendo Saúde no Programa Escola da Família da Policlínica do Largo da Batalha

 

No dia 07/04, na Policlínica Regional do Largo da Batalha (PRLB), atendendo à solicitação da coordenadora multiprofissional Andréa Bittencourt, o Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ) – por meio do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC) –, realizou um bate-papo interativo com o grupo de gestantes que participa do Programa Escola da Família.

As agentes Jorgete Melo e Patrícia de Oliveira (IEC) iniciaram a conversa apresentando a definição de arboviroses, seus transmissores e os locais que favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti e do Maruim, também conhecido como mosquito pólvora. Em seguida, abordaram a febre Oropouche, explicando os hábitos do Maruim, seu papel como vetor principal, e o potencial do pernilongo na área urbana de também transmitir a doença.

Patrícia destacou o manejo ambiental como uma estratégia essencial, tanto individual quanto coletiva, para a prevenção. Recomendou que as gestantes solicitem apoio familiar para a limpeza e organização dos quintais, evitando a exposição aos vetores. Ressaltou, ainda, a importância do recolhimento de folhas e frutas caídas no solo.

O encontro foi bastante dinâmico, com a participação ativa das gestantes, que trouxeram dúvidas sobre repelentes recomendados e o uso de roupas claras e compridas para proteção. Após o esclarecimento dessas questões, a equipe reforçou a importância de buscar ajuda médica diante de sintomas suspeitos.

Ao final, a enfermeira responsável pelo grupo, Cintia de Castro, convidou o IEC para realizar uma palestra sobre roedores no próximo encontro, marcado para o dia 14/04.






terça-feira, 8 de abril de 2025

Saúde e Segurança: CCZ fala como cuidar do ambiente doméstico para evitar a Febre Oropouche.


Na última semana (dia 01/04), o Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ), por meio do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC), realizou um bate-papo interativo sobre a febre Oropouche com os usuários da Policlínica Regional do Largo da Batalha (PRLB), especialmente os idosos.

O objetivo do encontro foi estabelecer uma barreira sanitária para evitar que o surto da doença, já registrado em municípios próximos, se espalhe para Niterói. As agentes Jorgete Melo e Patrícia de Oliveira buscaram orientar sobre medidas de prevenção contra o mosquito maruim, sensibilizando o público sobre a importância de evitar que o ambiente doméstico se torne favorável à sua presença.

Segundo Patrícia, a conversa foi bastante ilustrativa e enfatizou a importância de transformar o ambiente doméstico em um espaço seguro e saudável. Entre as recomendações, destacam-se a limpeza semanal do quintal, incluindo a remoção de folhas e frutas caídas, além da adoção de estratégias para evitar picadas dos vetores, como: instalação de mosquiteiros de malha fina em janelas e portas, uso de roupas claras que cubram pernas e braços e aplicação de repelentes contendo DEET ou icaridina.

Como a maioria dos presentes era composta por idosos, ressaltou-se que a doença pode representar um risco ainda maior devido à presença de condições crônicas de saúde e ao declínio natural do sistema imunológico, aumentando as chances de complicações e óbitos.

Foram apresentados os sintomas da febre oropouche e reforçado a importância de procurar imediatamente a Emergência da policlínica em caso de suspeita de alguma arbovirose. A assistente social Teresita Chávez apoiou a iniciativa e colaborou para a realização da atividade.








quarta-feira, 30 de outubro de 2024

CCZ realiza instrução sobre zoonoses para profissionais do Comando de Polícia Ambiental da Polícia Militar

 


Na última terça-feira (29/10), o Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ), por meio da Seção de Apoio Técnico e Planejamento (SATEP), conduziu uma capacitação especializada sobre zoonoses para o Comando de Polícia Ambiental da Polícia Militar, na Fazenda Colubandê, em São Gonçalo. A ação ocorreu a convite da instituição e teve como objetivo proporcionar aos policiais ambientais um aprofundamento essencial em zoonoses, visando melhorar suas práticas de fiscalização e controle de infrações ambientais.

A capacitação foi direcionada aos policiais militares que irão participar de um treinamento específico de selva e campo, parte fundamental do Curso Básico de Policiamento Ambiental. Esse curso visa fortalecer as habilidades e conhecimentos desses profissionais para que possam atuar de forma ainda mais eficaz na fiscalização ambiental, prevenindo e reprimindo crimes ambientais. Além disso, o treinamento contribui para o aprimoramento dos processos de autuação, reduzindo a possibilidade de falhas jurídicas e unificando procedimentos entre as subunidades da Polícia Militar Ambiental (PMA) no estado.

Durante a instrução, o médico veterinário Flávio Moutinho, do CCZ, abordou temas variados e de grande relevância para a rotina desses agentes, incluindo zoonoses como Raiva, Febre Maculosa, Febre Amarela, Malária, Monkeypox, Influenza Aviária e Febre do Oropouche, além de questões práticas sobre o manejo da fauna silvestre. A capacitação visou não apenas informar, mas também esclarecer dúvidas e fortalecer a resposta dos agentes diante de riscos de zoonoses no campo.

Segundo Flávio Moutinho, a receptividade dos participantes foi positiva e colaborativa. "A plateia interagiu o tempo todo, com questionamentos contínuos e participativos. As principais dúvidas giraram em torno da Raiva, e foi realmente enriquecedor ver o interesse deles nesse tema tão crucial", destacou o palestrante.

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Arboviroses Emergentes: FEBRE DO OROPOUCHE



O QUE É ?

A febre do oropouche é uma infecção viral tropical transmitida por insetos e mosquitos picadores do sangue das preguiças para os humanos . Esta doença recebeu o nome da região onde foi descoberta e isolada pela primeira vez no Laboratório Regional de Vírus de Trinidad em 1955, perto do rio Oropouche, em Trinidad e Tobago. 

A febre de Oropouche é causada por um arbovírus específico , o vírus Oropouche (OROV), da família Bunyaviridae.

O vírus oropouche foi identificado pela primeira vez no Brasil na década de 1960, e há registros frequentes da ocorrência de pessoas doentes na região da Amazônia, no Peru e em países do Caribe.

Grandes epidemias são comuns e muito rápidas, uma das primeiras ocorrendo na cidade de Belém, no estado do Pará. Na Amazônia brasileira, o oropouche é a segunda doença viral mais frequente, depois da dengue.  Atualmente, somente no Brasil estima-se que mais de meio milhão de casos tenham ocorrido. 


TRANSMISSÃO

O vírus, também conhecido como Orov, é transmitido pela picada de pequenos mosquitos, Culicoides paraenses, popularmente conhecido como maruim ou pólvora. O inseto tem dois milímetros de tamanho e também se reproduz em ambientes úmidos e com água parada, assim como o Aedes aegypti, e é encontrado em todo o país.

Outros mosquitos amazônicos, como o Ochlerotatus são transmissores. Importante ressaltar que o Aedes, transmissor da dengue, zika e chikungunya, aparentemente não transmite o vírus, mas estudos ainda estão sendo feitos.


SINTOMAS

A Febre do Oropouche é causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes, como os mosquitos), cujos principais sintomas são febre de até 40° e dor de cabeça seguido de mialgia, artralgia, falta de apetite, rash cutâneo, fotofobia, dor nos olhos, hiperemia conjuntival, apresentando ainda náuseas, diarréia, calafrios, bronquite, sensação de queimação no corpo, podendo evoluir, em casos mais raros, para meningite.

 Os sintomas normalmente duram de quatro a cinco dias, sendo que em um terço dos casos pode haver uma recaída e os sintomas podem durar mais cinco dias.


DIAGNÓSTICO

O diagnóstico clínico da febre oropouche é difícil de ser realizado devido à natureza inespecífica da doença, em muitas causas pode ser confundida com dengue ou outra doença arboviral.

O diagnóstico laboratorial da infecção do oropouche é feito por meio de técnicas clássicas de virologia molecular.  Atualmente, a confirmação laboratorial por técnicas de biologia molecular está disponível apenas em instituições que fazem pesquisa no Brasil.


TRATAMENTO

A Febre de Oropouche não tem cura ou terapia específica, por isso o tratamento é feito aliviando a dor dos sintomas por meio de tratamento sintomático . Certos agentes analgésicos e antiinflamatórios orais podem ajudar a tratar dores de cabeça e no corpo. Os tratamentos também consistem em beber muitos líquidos para prevenir a desidratação. 


PREVENÇÃO

As estratégias de prevenção incluem a redução da reprodução de mosquitos por meio da redução da fonte (remoção e modificação dos locais de reprodução) e a redução do contato entre os mosquitos e as pessoas:

Área Externa:

•  Garrafas: eliminar a água e mantê-las emborcadas;

•  Calhas e lajes: verificar se acumulam água ou sinais de umidade;

• Vasos de plantas: verificar a presença de pratinhos, pingadeiras, plantas aquáticas. Preencher esses recipientes com areia;

•  Caixa d´água: verificar as condições das tampas. Fazer a reposição daquelas ausentes ou quebradas, ou colocar telas de vedação;

•  Piscinas: devem ser cloradas semanalmente. Se estiverem em desuso, devem ser colocados peixes ou sal no fundo;

•  Piscinas infantis: em desuso devem ser lavadas com bucha e guardadas e em uso a água deve ser trocada semanalmente;

•  Fontes ornamentais: devem ser mantidos peixes como tilápia, guaru, lebiste ou beta;

•  Pneus: devem estar secos e guardados em local coberto;

•  Ralos sem uso contínuo: providenciar tela de mosquiteiro para vedar o ralo;

• Vasilhas para guardar água da chuva: devem ser teladas ou cloradas semanalmente;

•  Outros recipientes: devem estar secos e guardados em local coberto.


Área Interna:

Sala de Visitas

•  Vasos de plantas: verificar a presença de plantas aquáticas. Troque a água e lave o vaso com escova uma vez por semana.


Cozinha

•  Bandeja de geladeira: eliminar a água acumulada e colocar detergente; 

•  Vazamentos: que possam estar acumulando água em gabinetes ou armários;

•  Filtro de água: verificar se a limpeza está sendo feita rotineiramente e se não há presença de larvas.


Banheiros

• Vasos sanitários: em desuso, mantê-los vedados com sacos plásticos e fita adesiva;

•  Ralos: em desuso, colocar tela mosquiteiro ou um tapete em cima;

•  Caixa acoplada a vasos: verificar se está bem vedada.


Área de Serviço

•  Tanque: verificar vazamentos que possam estar acumulando água em algum ponto;

•  Tanque: em desuso, vedar ralos e mantê-los em local coberto;

•  Ralos sem uso contínuo: providenciar tela para vedar o ralo;

• Outros: verificar a presença de baldes, latas, potes, copos e etc., secá-los e guardá-los em local coberto ou emborcá-los.


Veja também:

FEBRE DO OROPOUCHE: DOENÇA, VETORES E SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA NO BRASIL



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Fontes: