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segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Saiba mais sobre testes de Covid-19



Os tipos de testes disponíveis

Há dois tipos de testes amplamente utilizados para diagnóstico: o teste molecular (RT-PCR), para identificar a presença do RNA viral no organismo na fase aguda da infecção; e o sorológico, para detecção de anticorpos IgM e IgG produzidos pelo organismo contra o vírus - ele detecta se o indivíduo já foi exposto ao vírus. Os testes sorológicos utilizam técnicas diferentes de diagnóstico: imunocromatográfico (o teste rápido da farmácia); imunoenzimático (conhecido como ELISA); e imunoquimioluminiescência. Estes dois últimos são feitos por laboratórios de análises clínicas.


Falsos positivos e falsos negativos 

O primeiro fator de erros de diagnóstico é a escolha inadequada do período para a realização do teste sorológico em relação ao início dos sintomas. Nos primeiros dias, pode favorecer resultados negativos para IgM e IgG. O ideal é que seja feito o teste molecular (RT-PCR) até o sétimo dia após o início dos sintomas. Já a testagem sorológica para IgM e IgG deve ser realizada após 14 dias do início de sintomas. O período de incubação viral, que é o tempo entre a exposição ao vírus e o início dos sintomas, é em média de cinco dias. O teste molecular (RT-PCR) possui uma menor sensibilidade durante a fase de incubação viral. Nesse período, a taxa de falso negativos é muito alta (cerca de 68% de falso negativos). Após o início dos sintomas, a taxa de falso negativos cai significativamente, variando muito pouco entre o dia 1 (38%) e o ideal para o teste, dia 3 (20%), permanecendo indicada a realização do teste molecular até o sétimo dia após o início dos sintomas. Assim, não há justificativa para atrasar o teste molecular na presença de sintomas, já que muitas vezes é difícil para o paciente determinar o início dos mesmos. Além disso, o resultado dos testes moleculares demora em média 72h para serem liberados, comprometendo as estratégias de isolamento e tratamento do indivíduo potencialmente infectado. Assim, na presença dos primeiros sintomas associados à Covid-19, o ideal é testar imediatamente. Caso o teste molecular seja negativo, mas exista presença/persistência de sintomas característicos associados à doença, devemos repetir o teste molecular. Para excluir uma possível infecção assintomática e garantir a liberação para circulação segura de pessoa exposta ao vírus (circulação em área com alto número de casos ou contato direto com pessoa infectada), o ideal seria realizar dois exames moleculares, intercalado por um isolamento por sete dias entre os dois testes (RT-PCR no dia 1 e dia 7 após exposição).


Sensibilidade dos testes

Outros fatores associados ao fenômeno de resultados falsos positivos e falsos negativos podem se dever à baixa especificidade e baixa sensibilidade analítica do teste. Habitualmente, os testes moleculares (RT-PCR) possuem alta sensibilidade e especificidade analítica, muito próximo ou igual a 100%, porém os testes sorológicos tendem a variar entre 90-99% para ambos parâmetros.  A escolha de um teste sorológico com baixa especificidade analítica (capacidade de detectar apenas anticorpos contra antígenos do SARS-CoV-2) pode favorecer resultados falsos positivos, porque pode identificar a presença de anticorpos contra outros patógenos similares ao SARS-CoV-2. O uso de um teste sorológico com baixa sensibilidade analítica (capacidade de detectar concentrações mínimas de anticorpos contra antígenos do SARS-CoV-2) pode favorecer resultados falsos negativos, uma vez que pode não detectar a presença de baixos níveis de anticorpos contra o SARS-CoV-2.


IgM e IgG positivos

Para entender o significado do teste sorológico positivo para IgM e IgG é importante revisar a velocidade de produção desses anticorpos pelo organismo durante a infecção. Ambos os anticorpos IgM e IgG contra o SARS-CoV-2 são encontrados em média a partir dos 14 dias após o início dos sintomas. Depois disso, a IgM permanece positiva por cerca de dois a três meses, e a IgG por até oito meses após a infecção. Resultados de testes sorológicos com detecção apenas do IgM contra o SARS-CoV-2 devem ser analisados com cautela (potencialmente falso positivo), já que o IgM é menos específico. 

Os testes sorológicos podem ser qualitativos (identificação da presença ou ausência de sinal positivo para produção de anticorpos) ou semi-quantitativos (quantificação da intensidade do sinal positivo para produção de anticorpos, refletindo a quantidade de anticorpos produzidos pelo indivíduo). Nos testes semi-quantitativos, o diagnóstico é determinado pelo ponto de corte do teste utilizado (Reagente: valor > que o ponto de corte; Não Reagente: valor =< que o ponto de corte). Não é possível determinar o dia da infecção ou o grau de imunidade desenvolvida pelo indivíduo a partir da quantificação de anticorpos utilizando estes testes, já que estes valores podem variar de maneira distinta entre as pessoas testadas ao longo do tempo e a depender da forma clínica apresentada.


Quarentena para quem está com RT-PCR positivo

O ideal é considerar a indicação da quarentena a partir do resultado positivo desse teste, já que ele identifica a presença do material genético viral. A determinação do período de dez dias após o início dos sintomas ou do diagnóstico por RT-PCR é suficiente para garantir que o vírus não seja mais capaz de infectar outras pessoas. Já o teste sorológico deve ser utilizado para identificar os indivíduos já expostos ao vírus, tendo ou não desenvolvido Covid-19. A presença, principalmente do IgG, com ausência de sintomas, indica que esta pessoa está potencialmente fora da janela de transmissão do SARS-CoV-2. 


Confiabilidade dos testes de farmácia

Os testes disponibilizados em farmácia são os testes imunocromatográficos de fluxo lateral, também conhecidos como testes rápidos. São normalmente menos sensíveis e menos específicos (o que pode ocasionar um número mais elevado de falso negativos e falso positivos) do que os testes dos tipos imunoenzimático (ELISA) e imunoquimioluminescência, realizados em laboratórios de análises clínicas. É importante ressaltar que nenhum teste laboratorial é perfeito e seu resultado deve ser interpretado em conjunto com os dados clínicos do paciente, outras análises laboratoriais e/ou exames de imagens radiológicos na presença de um profissional de saúde responsável pelo acompanhamento do paciente.


Fonte de texto e imagem:  Fiocruz

terça-feira, 9 de julho de 2019

PROJETO MELHOR AMIGO: parceria CCZ/UFF em prol dos cães de moradores em situação de rua de Niterói.





Com o objetivo de fazer um diagnóstico sanitário dos cães de moradores em situação de rua de Niterói, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e a Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense (UFF), realizaram o Projeto Melhor Amigo na última sexta-feira (05/07).

O projeto abrange atividade de campo e laboratório com os cães de moradores em situação de rua de qualquer região do município, principalmente praias da Baía de Guanabara.  A equipe envolvida é composta por oito professores e 20 estudantes de medicina veterinária.

Na ação é feita a abordagem qualificada do morador: a equipe se apresenta, explica a atividade e o morador assina um termo de consentimento.  Então o cão é avaliado clinicamente, examinado (coleta de material para exames de sangue, leishmaniose, parasitoses), vermifugado e recebe vacina antirrábica (vacina fornecida pelo CCZ).  O grupo também realiza educação em saúde, com orientação e distribuição de folder educativo sobre cuidados com animais, elaborado exclusivamente para esse público-alvo, priorizando o uso de imagens.

O material coletado dos animais é levado para o laboratório da UFF, onde os próprios alunos e professores realizam a análise.  Os resultados dos exames são informados ao morador.

Nesta primeira etapa foram atendidos dez animais.  Segundo o professor Flávio Moutinho, a ação foi bem sucedida e estimulou a adesão de outros alunos.  A próxima atividade será dia 09/07.










segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Campanha Novembro Azul também para os animais de estimação





A Fundação Municipal de Saúde de Niterói (FMS) realizou no último dia 24/11 o evento “Novembro Azul, Pet Azul!”, em celebração ao mês de conscientização ao câncer de próstata, comum nos seres humanos e animais. A atividade aconteceu na Unidade de Controle de População Animal (UCPA), na Rua Silvestre Rocha, nº 2, esquina com a Rua Lemos Cunha, em Icaraí. O objetivo foi alertar aos tutores sobre a importância dos exames de prevenção e diagnóstico precoce também nos bichinhos de estimação. 

A equipe de médicos veterinários do UCPA fez orientações sobre a saúde dos PET’s, além de oferecer gratuitamente o exame de ultrassonografia para os cães machos, principal método para o diagnóstico de um possível câncer na próstata. Além de abordar o tema saúde do cão e gato, o evento contou com instruções e distribuição de material informativo sobre a saúde do homem, por meio do Departamento de Supervisão Técnico-Metodológica (Desum) e do Programa de Atenção Integral a Saúde do Homem.

“Os animais domésticos, como cães e gatos, podem desenvolver este tipo de câncer assim como o homem. Normalmente, os sintomas começam a surgir nos pets mais idosos, entre oito e 12 anos. A dificuldade para defecar, incontinência urinária, complicação respiratória, constipação intestinal e perda de peso são os principais. Portanto, a prevenção é essencial para a saúde dos animais. Levá-los periodicamente ao médico para realizar exames de rotina e a castração são os principais cuidados”, informa a médica veterinária Camila de Oliveira Ferro.


Fonte do texto:  Prefeitura de Niterói e O Fluminense








quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Prevenção contra o câncer de mama também nos bichos.





O movimento conhecido mundialmente como Outubro Rosa nasceu nos Estados Unidos, na década de 1990, para estimular a participação da população no controle do câncer de mama em mulheres e homens. A data é celebrada anualmente com o objetivo de compartilhar informações sobre o câncer de mama e promover a conscientização sobre a importância da detecção precoce da doença.

O que poucas pessoas sabem é que os animais também são vítimas deste tipo de câncer, que tem inclusive uma incidência considerada alta entre cães e gatos. Em ambos os casos, o diagnóstico é feito através de exames de rotina. Normalmente a doença aparece mais em cadelas e gatas não castradas devido à grande produção de hormônios no período da fertilização. Depois dos seis anos a chance aumenta, então é preciso cuidado redobrado.

E no clima da campanha, a Unidade de Controle da População Animal (UCPA), do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) promoveu na manhã desta terça-feira (25/10) o “OUTUBRO ROSA, PET ROSA!”,  evento que reuniu animais de estimação e seus donos, possibilitando a sensibilização dos proprietários quanto aos fatores de risco e necessidade de prevenção, tanto em relação aos bichos quanto mulheres e homens.  

Palestrantes da UCPA, do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) e da Associação dos Amigos da Mama de Niterói (ADAMA) abordaram a temática através de explanação, demonstração de autoexame (humanos), e distribuição de material informativo. O setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC /CCZ) atuou com seu estande educativo onde, além da exposição de maquetes e disponibilização de folders e panfletos educativos, os profissionais orientaram os participantes sobre guarda responsável de animais e a importância da castração.






Para o chefe da Seção de Controle de População Animal do CCZ, Fábio Villas Boas, o exame nos animais tem uma importância semelhante ao realizado na mulher:  "Examinamos a mama para ver se tem algum início de tumoração e realizamos a ultrassonografia para visualizar o útero e os ovários para ver se o animal está com algum tipo de inflamação ou com tumores. O diagnóstico precoce é fundamental para que esse animal tenha qualidade de vida. O câncer em animais tem tratamento cirúrgico e até quimioterapia. Assim como nos humanos, a chave é detectar antes", explica Fábio.  Durante o evento, o Centro de Castração /UCPA realizou 16 exames gratuitos de ultrassonografia nas mamas, útero e ovários de gatas e cadelas. 

Chanel, cadela de 1 ano e 11 meses, fez sucesso no evento. O dono, Jorge Pereira, de 68 anos, aposentado, conta que ela foi castrada no UCPA e elogiou o atendimento:  "São exames caros, que nem sempre a população tem condições de pagar e o animal acaba ficando desassistido. Então é uma grande iniciativa. A Chanel foi castrada aqui, o atendimento foi excelente, a recuperação dela foi ótima. Ficamos tão satisfeitos que continuamos em contato com a equipe, passeamos por aqui às vezes, e agora ela voltou para participar do Pet Rosa", elogia. 

Outra que aproveitou a gratuidade para ter seu animalzinho examinado foi Raimunda Alves, de 59 anos. Ela levou a cadelinha Mel, de 6 anos, e aproveitou para participar da palestra sobre prevenção do câncer de mama em humanos:  "Gostei. Paguei caríssimo em uma veterinária para ela fazer esse exame no ano passado e hoje ela pôde fazer gratuitamente. A Mel tem um probleminha genético e precisa passar por exames sempre. Amei o serviço. Eu gosto muito dos meus animais e eles merecem todo o carinho e cuidado. Também achei  muito interessante esse trabalho.", afirma Raimunda. 




 













Castração 

O Centro de Castração /UCPA foi reaberto em 2013 e já realizou quase três mil cirurgias gratuitas. Apenas este ano, foram 667 procedimentos. A meta, segundo Villas Boas, é alcançar mil cirurgias até o fim de dezembro.

As inscrições são abertas para os munícipes a cada dois meses. Para agendar a cirurgia, o responsável pelo animal deve entrar em contato com o Centro de Castração pelo telefone. A partir disso, a pessoa deve ir até o local munida de documento de identidade e comprovante de residência para efetuar a inscrição. 

O Centro de Castração /UCPA fica na Rua Silvestre Rocha, nº 2, esquina com a Rua Lemos Cunha, em Icaraí. O telefone é o (21) 2711-0113. 


Fonte parcial do texto:  Prefeitura de Niterói 
Imagens:  CCZ



quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Vírus zika consegue ultrapassar a placenta na gestação, confirma análise


Desenvolvido pelo Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná) em parceria com a equipe da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC PR), um estudo que confirmou a transmissão inter-placentária do vírus zika após a análise da amostra da placenta de uma gestante da região Nordeste, que apresentou sintomas compatíveis de infecção pelo vírus e que sofreu um aborto retido – quando o feto deixa de se desenvolver dentro do útero – no primeiro trimestre de gravidez. O trabalho realizado pelo Laboratório de Virologia Molecular da Fiocruz Paraná, um dos laboratórios sentinelas do Ministério da Saúde para o tema, também levantou uma hipótese importante para explicar a dinâmica de transmissão do vírus de mãe para feto. 

“A paciente relatou sintomas clínicos que indicavam infecção por vírus zika no início da gravidez e sofreu o aborto na oitava semana. Analisamos as amostras da placenta utilizando um anticorpo monoclonal contra flavivírus, que reconhece membros desse gênero, incluindo os vírus dengue, zika vírus, febre amarela entre outros”, explica a virologista chefe do Laboratório de Virologia Molecular da Fiocruz Paraná, Cláudia Nunes Duarte dos Santos. Os resultados da primeira análise foram positivos, e confirmaram a presença de proteínas virais nas células placentárias (mãe e feto).

“Para confirmarmos que era realmente infecção por vírus zika, amostras desse tecido que apresentavam alterações morfológicas foram retirados e utilizados para a análise por técnicas moleculares. Realizamos a identificação do genoma viral, através de técnicas de RT-PCR em tempo real, que confirmou a infecção de células da placenta por vírus zika e a transmissão placentária. Foram também realizados exames de RT-PCR em tempo real para descartarmos infecção por dengue, que foram negativos”, acrescenta a pesquisadora. 

A investigação conjunta entre a Fiocruz Paraná e a PUC PR revelou a imunopositividade em células de Hofbauer, presentes na placenta. “Em vista disto, uma hipótese razoável seria que o vírus zika pode estar utilizando a capacidade migratória das células para alcançar os vasos fetais”, avalia a patologista Lucia Noronha, da PUC PR. O resultado do estudo é tema de um artigo que será publicado na revista científica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. 

“Embora não possamos relacionar esses achados com os casos de microcefalia e outra alterações congênitas, este resultado confirma de modo inequívoco a transmissão intrauterina do vírus zika, além de contribui na aquisição de conhecimento sobre sua a biologia e interação com células do hospedeiro e auxiliar no delineamento de estratégias anti-virais que visem bloquear o processo de infecção e/ou transmissão”, finaliza a virologista da Fiocruz Paraná.


Fonte:  Fiocruz Paraná

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Fiocruz anuncia inovação no diagnóstico simultâneo de zika, dengue e chikungunya

A Fiocruz divulgou, em entrevista coletiva de imprensa com o Ministério da Saúde (MS) neste sábado (16/1), uma importante inovação que permitirá realizar o diagnóstico simultâneo de zika, dengue e chikungunya em casos suspeitos. A novidade, anunciada durante visita do ministro da Saúde, Marcelo Castro, ao campus da Fundação no Rio de Janeiro, vai garantir maior agilidade para o diagnóstico realizado na rede de laboratórios do MS, além de reduzir os custos e permitir a substituição de insumos estrangeiros por um produto nacional. A inovação é resultado do trabalho conjunto do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e de quatro unidades da Fiocruz: o Instituto Oswaldo Cruz (IOC), com o apoio do Instituto Carlos Chagas (Fiocruz Paraná), do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco) e do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). O MS vai encomendar a produção de 500 mil kits pela Fiocruz até o final deste ano.


Segundo o ministro Marcelo Castro, “o teste que a Fiocruz desenvolveu e que vamos lançar no mês de fevereiro é fundamental do ponto de vista de estratégia de saúde pública. É importantíssimo que esta tecnologia seja brasileira. Isto traz uma vantagem extraordinária, porque hoje fazemos três testes separadamente, com produtos importados. Agora faremos os três testes de uma só vez. E, como o teste é nacional, vamos economizar divisas aos cofres públicos”.

Atualmente, o diagnóstico do vírus zika é realizado por técnicas moleculares, com uso da técnica de RT-PCR em Tempo Real, que identifica a presença do material genético do vírus na amostra. São usados reagentes importados e, para descartar a presença dos vírus dengue e chikungunya, é necessário realizar cada exame separadamente. O Kit NAT discriminatório para dengue, zika e chikungunya permite realizar a identificação simultânea do material genético dos três vírus. Além de evitar a necessidade de três testes separados, o kit oferece uma combinação pronta de reagentes, acelerando a análise das amostras e a liberação dos resultados.

“Temos satisfação em entregar esta inovação à sociedade. Estamos mobilizados para responder à grave situação do vírus zika e da microcefalia e isto é parte importante dos nossos esforços”, disse o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, acrescentando que a ação é resultado do esforço do Gabinete Para o Enfrentamento à Emergência Epidemiológica em Saúde Pública, criado pela instituição em 2015. “Este caso apresenta de maneira exemplar o resultado de duas características muito específicas da Fiocruz: a primeira é poder reunir na mesma instituição uma cadeia que vai da pesquisa em laboratório até a área da produção. A segunda característica é ser um órgão do Ministério da Saúde e que, justamente por isso, trabalha de maneira muito afinada com as diretrizes, as políticas e as demandas do Ministério”, observou Gadelha. 

A virologista Ana Bispo, chefe do Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), idealizou o projeto a partir de uma demanda concreta. “Como serviço de referência sabemos os desafios e oportunidades de melhoria para o trabalho de diagnóstico laboratorial. Em novembro, surgiu a ideia de que, se um kit pudesse, ao mesmo tempo, verificar a presença dos vírus zika, dengue e chikungunya, poderíamos poupar tempo, além de simplificar o processo. Outro motivo é que os sintomas das três doenças nem sempre são claros, levando à necessidade de processar as amostras para mais de um vírus. Sem contar que a simultaneidade no processamento das amostras é fundamental em regiões onde os vírus circulam ao mesmo tempo, reforçando a vigilância epidemiológica dessas três viroses de grande impacto na saúde pública. Estamos felizes que a ideia foi abraçada por parceiros tão competentes e que em breve estará disponível na rede de laboratórios centrais de saúde pública”, completou.

Essa é a segunda contribuição relevante do laboratório em relação ao tema: em novembro, a equipe confirmou de forma inédita a presença do vírus zika no líquido amniótico de duas gestantes com fetos com microcefalia. A evidência foi primordial para direcionar as investigações iniciais sobre o vírus zika e sua correlação com a microcefalia. “Desenvolvemos um produto que já agrega boas práticas de fabricação. Com esse teste, o Brasil ficaria livre da dependência de importações. Além disso, seremos capazes de fornecer os insumos para a preparação das amostras, oferecer o treinamento de equipes e realizar assistência técnica”, afirmou o vice-diretor da Fiocruz Paraná, Marco Krieger. “Ficamos contentes em conseguir desenvolver esse kit em tão pouco tempo para conseguir responder com agilidade a esse grave problema em saúde pública”, enfatizou Rita Rampazzo, também do IBMP e uma das colaboradoras no desenvolvimento do novo kit.

Os kits podem entrar em produção quase imediata, já que a fabricação de reagentes da Fiocruz atende à hemorrede brasileira na confecção dos testes kit Nat, oferecidos em 100% dos bancos públicos brasileiros e que agilizam a identificação dos vírus HIV e da hepatite C no sangue. A produção e nacionalização dos kits poderá representar uma economia de mais de 50% aos cofres públicos, pois atualmente os insumos são obtidos de fornecedores internacionais. A estimativa de custo para realização do diagnóstico é de US$ 20 por teste. O teste permite o diagnóstico durante a manifestação dos sintomas clínicos destas infecções. O kit é versátil, podendo ser usado para o diagnóstico laboratorial dos três vírus, para dois ou para cada um separadamente.


Fonte:  FIOCRUZ

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Anvisa prioriza análise de kits para diagnóstico de Zika, Chikungunya e Dengue


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está dando prioridade à análise do registro de seis kits comerciais de diagnóstico de Zika, Chikungunya e Dengue. Dois produtos são para diagnóstico de arboviroses em geral, dois para Dengue, um para Zika e um para Chikungunya. Qualquer outro produto que tenha por objetivo auxiliar no diagnóstico e tratamento dessas doenças terá sua análise de registro também priorizada.

Atualmente, não existem produtos para diagnóstico in vitro comerciais registrados junto à Anvisa para diagnóstico do vírus Zika. Os diagnósticos que vêm sendo realizados são executados por metodologias moleculares, desenvolvidas e validadas pelos próprios laboratórios executantes do teste.
A ampliação da oferta de testes vai tornar o diagnóstico das três doenças mais ágil e acelerar os tratamentos.


Fonte: Anvisa

Ministério da Saúde encomendará 500 mil testes para zika, chikungunya e dengue

Kits serão produzidos pela Fiocruz e permitirá acelerar os resultados e reduzir o custo dos exames para diagnóstico das três doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

O Ministério da Saúde vai adquirir 500 mil testes nacionais de biologia molecular para a realização de diagnóstico de zika, chikungunya e dengue. O anúncio foi realizado pelo ministro da Saúde, Marcelo Castro, neste sábado (16), no Rio de Janeiro (RJ), durante a visita às instalações dos laboratórios da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A nova tecnologia permitirá o diagnóstico simultâneo para os casos suspeitos das três doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti durante a manifestação dos sintomas clínicos destas infecções.

Atualmente, o diagnóstico do vírus Zika é realizado com uso da técnica de RT-PCR em Tempo Real, que identifica a presença do material genético do vírus na amostra. São usados reagentes importados e, para descartar a presença dos vírus dengue e chikungunya, é necessário realizar cada exame separadamente.

Chamado de Kit NAT Discriminatório para Dengue, Zika e Chikungunya, o novo teste permite realizar a identificação simultânea do material genético dos três vírus, evitando a necessidade de três testes separados. O procedimento oferece uma mistura pronta de reagentes, acelerando a análise das amostras e a liberação dos resultados.

A novidade garantirá maior agilidade para o diagnóstico realizado na rede de laboratórios do Ministério da Saúde, além de reduzir os custos e permitir a substituição de insumos estrangeiros por um produto nacional. A produção e nacionalização dos kits poderá representar uma economia de mais de 50% aos cofres públicos, pois atualmente os insumos são obtidos de fornecedores internacionais. A estimativa de custo para realização do diagnóstico é de U$20 por teste.

Os testes serão distribuídos aos Laboratórios Nacionais de Saúde Pública (LACENs). Além do fornecimento de insumos, o acordo prevê também o treinamento e a assistência técnica permanente, garantindo as condições necessárias para a execução das diferentes etapas do teste molecular.

LABORATÓRIOS – O Ministério de Saúde conta com uma rede de 22 LACENs: AC, AL, AP, AM, BA, CE, DF, ES, GO, MS, MG, PA, PR, PE, PI, RJ, RN, RS, RO, SC, SP e SE. Nos próximos meses, a tecnologia será transferida para os outros laboratórios, somando as 27 unidades equipadas para a realização da técnica de biologia molecular para qualquer agravo.

O repasse da tecnologia está sendo feito pelos laboratórios sentinelas de referência da Fiocruz, localizados no Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco, Pará (Instituto Evandro Chagas) e São Paulo (Instituto Adolfo Lutz).



Fonte:  Ministério da Saúde /Blog da Saúde

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Brasil já conta com 16 laboratórios para diagnosticar Zika


Ministério da Saúde capacitou mais 11 unidades neste mês para realizar o exame, além das unidades de referência que já fazem o teste


O Ministério da Saúde capacitou mais 11 laboratórios públicos para realizar o diagnóstico de Zika. Contando com as cinco unidades referência no Brasil para este tipo de exame, já são 16 centros com o conhecimento para fazer o teste. Atualmente, a técnica diagnóstica utilizada pelo Ministério da Saúde é o PCR (Biologia Molecular). Nos dois próximos meses, a tecnologia será transferida para mais 11 laboratórios, somando 27 unidades preparadas para analisar 400 amostras por mês de casos suspeitos de Zika em todo o país.
O aumento do número de laboratórios capacitados amplia a capacidade e dar maior agilidade na detecção do vírus. O repasse da tecnologia está sendo feito pelos laboratórios sentinelas de referência da Fiocruz, localizados no Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco, Pará (Instituto Evandro Chagas) e São Paulo (Instituto Adolfo Lutz).
O Ministério da Saúde também realizou nesta semana pregão para compra de insumos (primers e sonda) para a realização de 250 mil exames a um custo de R$ 645 mil. Até a primeira quinzena de janeiro, todos os laboratórios terão recebido os insumos.
Atualmente, estão capacitados para realizar os exames, os Laboratórios Centrais (LACENs) dos estados da Bahia, Amazonas, Alagoas, Goiás, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Sergipe, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. Além dos laboratórios sentinelas de referência, que também terão sua produção ampliada. Em média, essas unidades realizam hoje cerca de 80 exames mensalmente em todo o país. No entanto, devido ao aumento de casos de microcefalia em decorrência do vírus Zika, essas unidades passarão a usar 100% da sua atual capacidade instalada.
Já está programada a capacitação em RT- PCR em tempo real para mais 11 laboratórios centrais, que ficam nos estados do Espírito Santo, Acre, Amapá, Ceará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Roraima e Rondônia.
Atualmente, o Ministério da Saúde utiliza a vigilância sentinela para o monitoramento dos casos do vírus Zika. A circulação do vírus em uma região é confirmada em algumas amostras, por meio de teste PCR. Os Laboratórios de Referência Nacional (sentinelas) – que atualmente realizam todos os testes de Zika no país – são unidades laboratoriais de excelência técnica altamente especializada, na escolha da metodologia a ser utilizada e na capacitação dos outros laboratórios. Em média, leva-se de 0 a 15 dias para coleta, envio ao laboratório de referência, processamento, análise e resultado das amostras.
O teste deve ser feito, de preferência, nos primeiros cinco dias de manifestação dos sintomas. A partir da confirmação e caracterizada a presença do vírus na região, os outros diagnósticos são feitos clinicamente, por avaliação médica dos sintomas. Vale ressaltar que o vírus Zika é de difícil detecção já que cerca de 80% dos casos infectados não manifestam sinais ou sintomas.
Independente da confirmação das amostras para Zika, é importante que os profissionais de saúde se mantenham atentos frente aos casos suspeitos nas unidades de saúde e adotem as recomendações do protocolo vigente.
De acordo com o Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia relacionada à Infecção pelo Zika, o teste deve ser feito por uma amostra de sangue, cordão umbilical ou líquor do bebê com microcefalia. Cada Secretaria de Estado estabelece, de acordo com sua estrutura, em conjunto com os serviços, as amostras preferenciais para análise. O protocolo estabelece os critérios para suspeita e confirmação em diferentes situações: gestantes, bebês natimortos, recém-nascidos prematuros e recém-nascidos de gestação a termo.
A suspeita é baseada na medida das dimensões da cabeça. Segue-se uma série de avaliações, com exames clínicos, de imagens, avaliação oftalmológica, auditiva e testes laboratoriais.
CASOS ATUALIZADOS - Novos casos de microcefalia, relacionados a infecção pelo vírus Zika, foram divulgados nesta terça-feira (15) pelo Ministério da Saúde. De acordo com o novo Boletim Epidemiológico foram registrados 2.401 casos da doença e 29 óbitos, até 12 de dezembro deste ano. Esses casos estão distribuídos em 549 municípios de 20 Unidades da Federação.
O informe divulgado detalha, pela primeira vez, os primeiros casos confirmados e descartados. Do total de suspeitos notificados, foram confirmados 134 e descartados 102. Continuam em investigação 2.165 casos. Foi confirmado um óbito e descartados dois. Permanecem em investigação 26 mortes.
A investigação dos casos de microcefalia relacionados ao vírus Zika é feito em conjunto com gestores de Saúde de estados e municípios. O novo informe traz ainda os seis novos Estados (Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, São Paulo e Rio Grande do Sul) que notificaram casos suspeitos. Equipes técnicas de investigação de campo do ministério da Saúde estão trabalhando nos estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Ceará.

COBERTURA DE DIAGNÓSTICO

LABORATÓRIOS JÁ CAPACITADOS
1) Bahia
2) Amazonas
3) Alagoas
4) Goiás
5) Pará
6) Paraná
7) Pernambuco
8) Rio de Janeiro
9) Sergipe
10)Rio Grande do Norte
11)Distrito Federal

LABORATÓRIOS QUE SERÃO CAPACITADOS NOS PRÓXIMOS MESES
1) Espírito Santo
2) Acre
3) Amapá
4) Ceará
5) Mato Grosso do Sul
6) Minas Gerais
7) Piauí
8) Roraima
9) Rondônia
10) Rio Grande do Sul
11) Santa Catarina

LABORATÓRIOS SENTINELAS DE REFERÊNCIA
Fiocruz Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais
Fiocruz Paraná
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul
Fiocruz Pernambuco
Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte
Instituto Evandro Chagas/PA
Acre, Roraima, Rondônia, Tocantins, Amazonas, Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Alagoas, Sergipe e Bahia
Instituto Adolfo Lutz/SP
São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal



Fonte:  Ministério da Saúde