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segunda-feira, 5 de julho de 2021

CRIPTOCOCOSE

 O que é criptococose?

A criptococose é uma doença classificada como micose sistêmica, causada por fungos do gênero Cryptococcus e que, dependendo do caso, pode matar.

As seguintes variantes (var.) do fungo Cryptococcus neoformans são comumente causadoras dessa doença:

•  C. neoformans var. neoformans (C. neoformans)

•  C. neoformans var. gatti (C. gattii)


Cryptococcus neoformans - Cápsula evidenciada
 por contraste com tinta nankin

O que causa a criptococose?

O principal reservatório do fungo é a matéria orgânica morta presente no solo, em frutas secas e cereais, e nas árvores. O fungo causador da doença também é encontrado nas fezes de aves, principalmente dos pombos.

A variante C. neoformans, de caráter oportunista, representa a principal causa de meningoencefalite e morte em indivíduos com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (aids). No entanto, essa espécie também acomete indivíduos sem problemas de saúde em todo o mundo.

Já a variante C. gattii acomete crianças e jovens sem evidência de imunodepressão aparente, sendo de comportamento endêmico ou focal nas zonas tropicais e subtropicais, especialmente nas regiões Norte (Amazônia) e Nordeste do Brasil, incluído o semiárido, e, esporadicamente, nas demais regiões brasileiras.


Quais são os sintomas da criptococose?

As manifestações clínicas da doença dependem do estado imunológico de cada indivíduo e do subtipo do fungo em questão. O surgimento de sinais e sintomas ocorre entre três semanas e três meses antes da internação hospitalar. Os principais sintomas são:

Criptococose pulmonar:

•  Febre

•  Tosse

•  Dor no peito

•  Perda de peso

•  Fraqueza

Criptococose no sistema nervoso central:

•  Dor de cabeça

•  Febre

•  Náusea

•  Vômito

•  Confusão mental

•  Rigidez de nuca

•  Alterações de visão

IMPORTANTE:  Em pacientes imunocompetentes, observa-se meningoencefalite de forma aguda ou crônica, com dor nos olhos e na cabeça, usualmente sem febre ou com quadro febril pouco expressivo, que evolui para dor de cabeça intensa e presença de sinais mais graves, como estrabismo, paralisia facial e cegueira total ou parcial.

Criptococose cutânea:

•  Aparecimento de várias lesões avermelhadas, contendo secreção amarelada no centro, semelhantes a espinhas.

•  Aparecimento de erupções cutâneas vermelhas em uma região específica ou por todo o corpo.

•  Ulcerações ou massas subcutâneas, semelhantes a tumores.

A criptococose pode atingir qualquer parte do corpo, causando lesões como as oculares e ósseas.


Como ocorre a transmissão da criptococose?

Não existe transmissão inter-humana dessa micose, nem de animais ao homem. No entanto, indivíduos, ou seja, os seres humanos, estão expostos à doença por meio da inalação dos fungos causadores da criptococose.

 


Como é feito o diagnóstico da criptococose?

O diagnóstico da criptococose é clínico e laboratorial. A confirmação laboratorial é feita com o uso de “tinta da China” (nanquim), com evidências de criptococos visíveis em materiais clínicos. O principal diagnóstico das meningites criptocócicas é o exame do líquor-LCR.

O criptococo também pode ser isolado na urina ou no pus. A sorologia e a histopatologia também são consideradas na confirmação diagnóstica da criptococose. Como exame complementar, a tomografia computadorizada, a ressonância magnética ou a radiografia de tórax podem demonstrar danos pulmonares, presença de massa única ou nódulos múltiplos distintos (criptococomas).


Como é feito o tratamento da criptococose?

A escolha terapêutica para o tratamento dependerá da forma clínica de cada paciente e do estado imunológico do indivíduo. Os medicamentos antifúngicos mais utilizados para o tratamento são a anfotericina B, o fluconazol, o itraconazol e a fluocitosina. A anfotericina B tem sido administrada como droga principal e o fluconazol como uma droga de consolidação do tratamento.

No caso de infecções, não há necessidade de isolamento dos doentes. As medidas de desinfecção de secreção devem ser as de uso hospitalar rotineiro. Os tratamentos são feitos mediante internação.


Qual a melhor forma de prevenir a criptococose?

•  Não permitir a domiciliação de pombos e morcegos nas residências;

•  Caso existam morcegos no telhado, porão ou sótão, esperar que estes animais saiam para se alimentar ao entardecer, fazendo então a vedação de frestas ou espaços que conduzam ao abrigo durante o início da noite. Retirar a vedação ao entardecer do dia seguinte para que morcegos que eventualmente tenham ficado no abrigo possam sair, vedando novamente ao anoitecer. Repetir o procedimento três vezes de forma a se certificar que nenhum animal restou no local.

•  No caso de problemas com pombos, elimine toda possível fonte de alimento e abrigo. Coloque barreiras físicas em locais onde eles costumeiramente empoleiram, tais como beirais e sacadas, entre outros;

•  Caso haja acúmulo de fezes de morcegos ou pombos, umedecer as fezes antes de limpá-las para evitar a formação de poeira contaminada com o fungo que possa ser inalada. . Utilize um respirador facial do tipo PFF2 (descartável); caso não seja possível, amarre um lenço úmido duplo cobrindo a face (nariz e boca);

•  Não adentre cavernas desconhecidas ou que não estejam liberadas para visitação e locais com acúmulos de fezes de morcegos, pombo e outros pássaros.




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Fonte (texto e imagem):


segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

POMBOS URBANOS: ZOONOSES E CONTROLE.






QUEM SÃO OS POMBOS URBANOS?


O pombo doméstico e o pombo correio são uma variedade do pombo das rochas do mediterrâneo, Columba lívia. São encontrados no mundo todo, exceto nas regiões polares.

Já eram criados há 5000 anos pelos asiáticos. Chegaram ao Brasil trazidos por imigrantes europeus no século XVI como ave doméstica, adaptando-se muito bem aos grandes centros urbanos, devido a facilidade de encontrar alimento e abrigo.


Biologia

Vivem de 10 a 30 anos na natureza, e somente 2 a 4 anos nas cidades, devido a doenças provocadas pela alimentação não natural e ao desequilíbrio de sua população.

Formam casais por toda a vida, tendo 5 a 6 ninhadas por ano, cada uma com até 2 filhotes. Os ovos são incubados por 17 a 19 dias e os filhotes tornam – se adultos entre os 4 e 8 meses de idade.

As aves jovens são alimentadas pelos pais com leite do papo e os grãos são introduzidos em tamanhos crescentes. Quando na natureza comem também insetos, vermes, frutos e sementes de árvores e plantas.

Podem comer restos de alimentos como arroz cru ou cozido, pão, ração de animais e sobras alimentares no lixo e sementes recém-lançadas nas plantações. 

Assim como as rolas, os pombos emitem sons característicos, os arrulhos.  Os filhotes aprendem com os pais e jovens do bando, e seguem com os pais até os 45 dias de vida.


Hábitos

Utilizam como abrigo locais altos, como torre de igreja, forro de telhado, topo e beirais de edifícios, vão de instalação de ar condicionado, entre outros espaços. Escolhem estes locais estrategicamente, de modo que possam usá-los como abrigo e ponto de observação de sua vizinhança e da fonte de alimento, que fica num raio de, no mínimo, 200 m em locais onde há fartura de alimento.



QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS PROBLEMAS CAUSADOS PELOS POMBOS?


PROBLEMAS AMBIENTAIS

•  Suas fezes ácidas além de sujar, danificam pinturas, superfícies metálicas, fachadas e monumentos;
•   Cada pombo produz cerca de 2,5 kg de fezes ao ano;
•   Provocam entupimento de calhas e apodrecimento de forros de madeira, pelo acúmulo de ninhos e fezes;
•   Podem contaminar grãos e alimentos, em silos e indústrias;
•   Barulho que incomoda no forro das casas;
•  Em locais onde os pombos são alimentados, ocorre proliferação de ratos, baratas e moscas devido às sobras de alimentos que ficam no chão e às fezes que atraem moscas.
•   Invasão de recintos de outros animais;
•   Transmissão de doenças a pessoas e a estoques de aves de granja, zoos e criadouros.




DOENÇAS


Criptococose 
•   Agente:  Cryptococus neoformans
•   Micose Sistêmica que pode atingir os sistemas respiratório e nervoso;
•  Transmissão pelo ar contaminado. Ao aspirar poeira gerada pelas fezes contaminadas com esporos do fungo oriundos das aves, 
•  Muitas vezes é confundida com outras infecções principalmente gripe e meningite;
•  Os sintomas podem variar de dois dias a mais de 18 meses. Na forma sistêmica, a criptococose apresenta frequentemente a meningite subaguda ou crônica, caracterizada por:  febre, fraqueza,  dor no peito, rigidez de nuca, dor de cabeça, náusea, vômito, sudorese noturna, confusão mental, alterações de visão, pode haver comprometimento ocular, pulmonar e ósseo.  A forma cutânea representa de 10% a 15% dos casos, e apresenta os seguintes sinais e sintomas:  aparecimento de várias lesões avermelhadas, contendo secreção amarelada no centro, semelhante à espinha; aparecimento de erupções cutâneas vermelhas em uma região específica ou por todo o corpo; ulcerações ou massas subcutâneas, semelhante a tumores.

IMPORTANTE:  Em pacientes imunocompetentes, observa-se meningoencefalite de forma aguda ou crônica, com dor nos olhos e na cabeça, usualmente sem febre ou quadro febril pouco expressivo, que evolui para dor de cabeça intensa e presença de sinais mais graves, como estrabismo, paralisia facial e cegueira total ou parcial.





Histoplasmose 
•   Micose sistêmica causada por Histoplasma capsulatum;  
•   Infecção endêmica nas Américas;
•   Transmissão pelo ar contaminado com esporos do fungo oriundos de fezes das aves; 
•  Pode causar sintomas semelhantes aos da gripe, como febre, ínguas, ulcerações pelo corpo, anemia e pneumonia (infecção pulmonar).


Psitacose ou Ornitose 
•   Tem como principal agente uma bactéria denominada Chlamydia psittaci;
•   Doença característica de aves, mas que pode infectar o homem através de excreções (fezes pex.) e secreções (sangue, muco digestivo etc.) das aves;
•  Podendo causar desde uma simples alergia respiratória até uma grave broncopneumonia.


Salmonelose 
•   Causada por bactérias do gênero Salmonella (S. typhimuriumS. enteritidis e S. newport);
•   Transmitida principalmente através de alimentos e água contaminados;
•   Principais sintomas: náuseas, diarréia, dores de cabeça, cólicas abdominais e febre. 
•   Pode causar sepse (infecção generalizada);
•   Pode levar a morte por desidratação. 


Dermatites
•   Causadas por ácaros Ornithonyssus sp
•   Parasitose acidental transmitida pelo ácaro (piolho de pombo);
•   Principais sintomas:  erupções e coceira na pele semelhante às picadas de insetos.


Alergias
•   Agentes: poeira com resíduos orgânicos (penas, plumas, escamas e pele, secreções corporais, pó das penas, excrementos) e exposição aos ectoparasitos de animais (ácaros de pele e pena, carrapatos, piolhos, pulgas e moscas);
•   Fonte: aves, em especial, os pombos porque chegam perto demais das janelas, das caixas de ar condicionado onde há pessoas alérgicas;
•   Sensibilização: pela inalação, pelo contato com os agentes irritantes e pela picada dos ectoparasitos;
•   Patologias: podem produzir diversos sintomas, que vão desde irritação e pruridos na pele e corizas, até sufocação por edema de glote. É comum a bronquite asmática alérgica, principalmente em crianças e idosos;
•  Pessoas com doença pulmonar crônica podem sofrer muito com a proximidade das aves.

Atenção! O pombo não transmite a Toxoplasmose para o homem, salvo se apresentar cistos do protozoário e for comido semi-cru.


PROCEDIMENTOS PARA LIMPEZA DE LOCAIS COM FEZES DE POMBOS


•   PROTEGER O NARIZ E A BOCA com máscara ou pano úmido e utilizar luvas, quando for fazer a limpeza de locais onde estejam acumuladas fezes e ninhos de pombos
•  ANTES E DEPOIS DA LIMPEZA: Umedecer bem as fezes com solução desinfetante a base de cloro (água sanitária diluída em água em partes iguais).


POR QUE É CRUELDADE ALIMENTAR POMBOS?


•   Pombos em superpopulação vivem menos e mal;
•   Pombos superalimentados procriam mais e mais...
•  Pombos alimentados nas praças tornam-se preguiçosos e comem pior (menor variedade de itens, dieta não balanceada), embora comam muito (pombo mendigo x pombo caçador);
•   Perfil dos alimentadores de pombos: pessoas idosas e solitárias.






Pombos em superpopulação têm vida estressante devido a:
•  Disputas por alimentos, no lugar da caça sadia, pelos abrigos e poleiros ideais, e por nichos de nidificação (ação de construir ninhos);
•   Intensa troca de doenças e traumatismos (pisoteio);
•   Queda da qualidade de vida (curta e sofrida);
•   Escravidão à generosidade humana (o mais cruel).




CONTROLE DE POMBOS


Medidas de controle populacional de pombos devem ser implementadas, como, por exemplo, reduzir a disponibilidade de alimento, água e, principalmente, acesso e abrigos

•   Não alimentar os pombos para que eles tenham sua função na natureza e sua população permaneça controlada;
•  Recolher sobras de alimentos de animais domésticos, aves de gaiola e criações, para não atrair pombos ou ratos e baratas;
•   Modificação do ambiente.  Alguns exemplos:


Instalação de tela em locais de lixeiras e caixas d’água, nos vãos dos prédios e telhados, e em dutos de ventilação para impedir a entrada dos pombos.








Colocar fio de nylon nos beirais a 10 cm de altura.  Em beirais largos, colocar mais de 1 fio de nylon a cada 3 cm.








Modificação da superfície de apoio das aves para que fique com inclinação de mais de 60 graus.





Objetos brilhantes e com movimento como festão de natal, bandeirolas, móbiles de CD, e manequins de predadores (gavião, coruja), assustam as aves e as afastam do local por algum tempo.
     






Toda atividade desenvolvida deve ser cuidadosamente planejada, para evitar a morte das aves ou seu sofrimento, obedecendo aos artigos 29 a 32 da Lei Federal no. 9.605 de fevereiro de 1998, é proibido usar iscas envenenadas, é crime de crueldade com os animais e muito perigoso para crianças, outros animeis e para o meio ambiente.







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Saiba mais:

- LIGADO EM SAÚDE;   Prevenção de doenças transmitidas por pombos. Fiocruz.  https://youtu.be/5_SsJhE4kiQ
- MINISTÉRIO DA SAÚDE;  Criptococose: causas, sintomas, tratamento e prevenção.  http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/criptococose
- NORONHA, MARIA LUÍSA MARINHO DE.;   Pombos urbanos: biologia, problemas, manejo e controle. Unidade de Diagnóstico, Vigilância, Fiscalização Sanitária e Medicina Veterinária Jorge Vaitsman. Rio de Janeiro. 2011.
- PARODI, EUNICE SANTOS MARTINI.;  Manejo de pombos urbanos.  Centro de Controle de Zoonoses. São Paulo.2003.
- TV UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL; Pesquisa sobre fungos nas fezes de pombos. https://www.youtube.com/watch?v=98BV-kLHV7A