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terça-feira, 26 de julho de 2016

Fiocruz identifica Culex no Recife com potencial para transmitir o vírus zika


Pesquisa inédita realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) detectou a presença do vírus zika em mosquitos Culex quinquefasciatus (a popular muriçoca ou pernilongo doméstico) coletados na cidade do Recife. Esse achado confirma a espécie como potencial vetor do vírus causador da zika, hipótese que, de acordo com a literatura científica, não havia sido comprovada até o momento.




A pesquisa foi conduzida pela Fiocruz Pernambuco na Região Metropolitana do Recife, onde a população do Culex quinquefasciatus é cerca de vinte vezes maior do que a população de Aedes aegypti. Os resultados preliminares da pesquisa de campo identificaram a presença de Culex quinquefasciatus infectados naturalmente pelo vírus zika em três dos 80 pools* (grupos) de mosquitos analisados até o momento. Em duas dessas amostras os mosquitos não estavam alimentados, demonstrando que o vírus estava disseminado no organismo do inseto e não em uma alimentação recente num hospedeiro infectado.

A técnica utilizada no experimento foi RT-PCR quantitativa, baseada na detecção do RNA (material genético) do vírus. O material destes pools positivos foi usado para isolar as linhagens de vírus circulantes em Recife, em cultura de células, onde foi observado o efeito citopático provocado nas células – ou seja, foi observada a destruição ou danificação das células vero, o que comprova a presença de atividade viral.

A coleta dos mosquitos foi feita com base nos endereços dos casos relatados de zika nas cidades do Recife e Arcoverde, obtidos com a Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco (SES-PE). O número total de mosquitos examinados na pesquisa foi de aproximadamente 500. O objetivo do projeto é comparar o papel de algumas espécies de mosquitos do Brasil na transmissão de arboviroses. Foi dada prioridade ao vírus zika devido a epidemia da doença no Brasil e sua ligação com a microcefalia. 

Na etapa de laboratório, com o objetivo de investigar a competência vetorial das espécies Culex quinquefasciatus e Aedes aegypti, os mosquitos foram alimentados com uma mistura de sangue e vírus, permitindo o acompanhamento do processo de replicação do patógeno dentro do inseto. Foram realizadas duas infecções de mosquitos, cada infecção com duas concentrações de vírus diferente (104 e 106) da linhagem ZIKU BRPE243/2015. “A menor simula a condição de viremia de um paciente real. Em seguida, os mosquitos foram coletados em diferentes momentos: no tempo zero (logo após a infecção), três dias, sete dias, 11 e 15 dias após a infecção pelo vírus”, esclarece Constância Ayres, coordenadora do estudo.

Um grupo controle, com mosquitos alimentados com sangue sem o vírus, também foi mantido. Cada mosquito foi dissecado para a extração do intestino e da glândula salivar, tecidos que representam barreiras ao desenvolvimento do vírus. O procedimento se dá de maneira que, se a espécie não é vetor, em determinado momento o desenvolvimento do vírus é bloqueado pelo mosquito. No entanto, se ela é vetor, a replicação do vírus acontece, dissemina no corpo do inseto e acaba infectando a glândula salivar, a partir da qual poderá ser transmitido para outros hospedeiros durante a alimentação sanguínea, pela liberação de saliva contendo vírus. Segundo Constância, a partir do terceiro dia após a alimentação artificial, já foi possível detectar a presença do vírus nas glândulas salivares das duas espécies de mosquito investigadas. Após sete dias, foi observado o pico de infecção nas glândulas salivares o que foi confirmado através de microscopia eletrônica.

Além da detecção do vírus nesses tecidos (intestino e glândula salivar), foram investigadas amostras de saliva expelida pelos mosquitos infectados pela técnica de RT-PCR quantitativa. A carga viral encontrada nas duas espécies estudadas (Aedes aegypti e Culex quinquefasciatus) foi similar. 

A partir dos dados obtidos serão necessários estudos adicionais para avaliar o potencial da participação do Culex na disseminação do vírus zika e seu real papel na epidemia. O estudo atual tem grande relevância, uma vez que as medidas de controle de vetores são diferentes. Até os resultados de novas evidências, a política de controle da epidemia de zika continuará pautada pelas mesmas diretrizes, tendo seu foco central no controle do Aedes aegypti.

*Um pool de mosquitos é constituído de 1 a 10 mosquitos coletados em cada localidade, separado por sexo e espécie.


Fonte:  FIOCRUZ


quarta-feira, 3 de junho de 2015

Operação de combate aos pernilongos em Niterói


Desde a última quinta-feira (28/05) o Departamento de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses - através do Centro de Controle de Zoonoses -, em parceria com a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (SECONSER), está realizando uma operação especial de combate ao mosquito Culex quinquefasciatus, mais conhecido pelo nome popular de pernilongo ou muriçoca, nas ruas dos bairros de Santa Rosa, Vital Brazil, Jardim Icaraí e Icaraí.  O objetivo é controlar a alta infestação do inseto que tanto incômodo tem causado aos moradores nas últimas semanas.

A ação intensa é baseada em duas frentes:  trabalhadores da SECONSER fazem a limpeza dos bueiros e canais; em seguida, agentes do CCZ aplicam larvicidas  nos mesmos locais pela manhã e tarde.  À noite, profissionais percorrem as ruas usando pulverizadores costais de inseticida para erradicar o mosquito na fase adulta. Além disso, o carro “fumacê” circula após 22h para não atrapalhar o trânsito.

O produto utilizado na atividade de controle dos focos é um larvicida biológico, sintetizado a partir de enzimas de uma bactéria, cuja ação é específica para matar as larvas dos mosquitos que se reproduzem em qualquer tipo de água, não acarretando nenhum risco para pessoas, animais, peixes ou plantas. Quanto ao produto utilizado no carro fumacê, é um inseticida da classe dos piretróides, de baixa toxidade para o homem, animais e plantas. A pulverização desse inseticida é feita estritamente dentro dos critérios técnicos de segurança para os operadores e para a população.



O mosquito Culex quinquefasciatus 

Mais conhecido pelo nome popular de pernilongo ou muriçoca, o Culex quinquefasciatus é uma verdadeira praga para os moradores das concentrações humanas nas regiões mais quentes das Américas, Ásia, África e Oceania. Essa espécie de mosquito não transmite dengue, chikungunya ou zika vírus. Essas doenças são transmitidas pelo já famoso Aedes aegypti.
Demonstra preferência especial pelo homem. É encontrado com frequência dentro das casas, abrigado embaixo e atrás dos móveis, principalmente nos quartos. As fêmeas começam a agir ao crepúsculo e picam durante toda a noite, mas preferem as horas mais avançadas e os momentos pouco antes do amanhecer, diferente do mosquito da dengue, que tem sua atividade durante o dia.
É mais frequente nos meses quentes e chuvosos, pois a água que se acumula no solo amplia seus criadouros, mas pode ser encontrado durante todo o ano.  Seus criadouros referenciais são depósitos artificiais, no solo, em canais, bueiros ou em recipientes, com água estagnada e poluída, de aspecto sujo e mal cheirosa, rica em detritos e dejetos humanos. Põem seus ovos em valas negras, fossas, ralos, poços, latões, bebedouros de animais e latas e copos usados. Ao contrário do Aedes aegypti, que põe seus ovos em locais úmidos pouco acima do nível d´água, o Culex deposita os ovos diretamente sobre a água dos criadouros, em jangadas.







Fonte texto “O mosquito Culex quinquefasciatus”:  Invivo - Fiocruz
Fonte das imagens operacionais:  Cláudio Pinto Vicente.