segunda-feira, 25 de setembro de 2017

CCZ participa do I Encontro Estadual de Políticas Públicas de Proteção Animal






O Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ) participou na última quinta-feira (21/09) do 1º Encontro Estadual de Políticas Públicas de Proteção Animal, no Caminho Niemeyer.

O evento da Coordenadoria Especial de Direitos dos Animais da Prefeitura de Niterói reuniu todos os órgãos que têm atribuição ou que assumiram responsabilidades com a causa.  O objetivo foi discutir ideias e projetos acerca do tema e estabelecer uma rede estadual de informações relevantes.

A mesa de abertura foi composta pela deputada estadual Márcia Jeovani, pelo secretário executivo da Prefeitura de Niterói Axel Grael, o coordenador de Direitos dos Animais Daniel Marques e o diretor do Departamento de Proteção Animal Marcelo Pereira.








Na sequência, foram expostos casos de sucesso executados nos municípios dentro dos principais eixos da proteção animal, como controle populacional, campanhas de adoção, fiscalização e educação. Os participantes tiveram a possibilidade de ouvir e trocar informações sobre abrigos, crimes de maus tratos, castrações, educação e conscientização de adoção e também sobre doenças e zoonoses.




Pelo CCZ, Flávio Moutinho ministrou palestra sobre o tema Saúde Única e Zoonoses.  O veterinário abordou questões como meio ambiente saudável, relação homem e animais de companhia, zoonoses, descontrole populacional de cães e gatos, e globalização e defesa sanitária animal.




“A relação do homem com os animais é muito antiga. Os animais podem funcionar como reservatório de infecção para uma série de doenças, assim como os homens podem servir como reservatório de infecção para uma série de doenças para eles. É uma realidade. A forma como a gente deve trabalhar isso é que importa. E a forma que se recomenda hoje em dia é uma abordagem de saúde única, ou seja, saúde humana e saúde animal de mãos dadas porque é uma coisa só. Todos vivem no mesmo ambiente, então esse ambiente tem que ser saudável, a cidade tem que ser saudável, o animal precisa ter saúde e o ser humano precisa ter saúde. Essa é a visão que a gente tem de Zoonoses hoje em dia”, afirmou o palestrante.




Para Moutinho, a esporotricose é uma doença de caráter eminentemente ambiental:  “Praticamente no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, hoje em dia, o gato vem sendo taxado como vilão, quando na verdade ele é uma vítima como a gente. Não podemos negligenciar que existe uma porção de gatos com esporotricose, e quando a pessoa descobre que o tratamento demora de 6 a 8 meses e tem que dar remédio todos os dias – e dar remédio para gato é muito complicado –, então muitas vezes ela solta o animal, que vai para outro local e carreia o fungo”, assegurou.




“60% das enfermidades humanas são zoonoses. 75% dos agentes patogênicos de enfermidades emergentes também estão relacionados a zoonoses, doenças emergentes que estão ressurgindo, como a febre amarela. No mundo, a globalização é total, não só econômica, as pessoas vão e vem, e isso tem uma interferência na saúde geral. É gente indo e vindo de todos os lugares. As pessoas carregam patógenos e os animais também, e assim as doenças vão se espalhando pelo mundo, mudando de lugar”. 

“Hoje não se tem a raiva circulando em animal doméstico no Brasil praticamente em lugar nenhum, mas desde 2010 há uma queda acentuada na cobertura vacinal, que antes chegava a quase 100% e hoje em dia gira em torno de 40%.  Porém, existe morcego circulando com vírus rábico praticamente em todas as cidades do Brasil, inclusive em Niterói já tivemos casos publicados; então, para fechar o ciclo da raiva é muito fácil. A população de morcegos vem crescendo e é uma das principais causas de reclamação ao Centro de Controle de Zoonoses, assim como a população de pombos também, sobretudo em decorrência da alimentação feita por pessoas em praça pública. A questão dos pombos é muito difícil de solucionar, é um problema mundial, não apenas brasileiro”, relatou Flávio.




Segundo o veterinário, o enfrentamento do problema dos animais de rua deve ser multifatorial: “É outro problema mundial, tanto os animais abandonados como aqueles que são soltos pelo dono para dar uma voltinha e retornar para casa. O que mantém essa população na rua são os três A’s (alimentação, água e abrigo). Então pesquisas mostram que apenas a castração não resolve o problema, pois as condições para que esses animais sejam abandonados nas ruas continuam existindo. Tem que haver várias ações ao mesmo tempo – como adoção, castração, educação e ação coercitiva – para que deem resultado”.






Marcaram presença no evento os municípios de Barra do Piraí, Cabo Frio, Macaé e Petrópolis.  Representando o Departamento de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses, o diretor Renato Borges.



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