segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

LIRAa aponta 357 municípios em situação de Risco para dengue, zika e chikungunya



Realizado em 3.946 cidades o levantamento orienta as ações de controle da doença. Com a resolução que tornou o LIRAa obrigatório, aumentou em 73% o número de municípios que realizaram o levantamento neste ano em relação a 2016


O novo Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) indica 357 municípios brasileiros em situação de risco de surto de dengue, zika e chikungunya. Isso significa que mais de 9% das cidades que fizeram o levantamento tinham altos índices de larvas do mosquito. No total, 3.946 cidades de todo o país fizeram o levantamento. Os dados foram apresentados pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, na última terça-feira (28/11), em Brasília. 

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, destacou a importância de uma ação conjunta com estados e municípios para o desafio do combate ao Aedes. “O enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti é prioridade do Governo Federal, por isso definimos um dia de mobilização, a Sexta Sem Mosquito, quando mobilizaremos ministros de estado e autoridades locais para estarem em todos os estados do país chamando a atenção da população para a importância de combater o mosquito”, informou o ministro da Saúde.

Além das cidades em situação de risco, o LIRAa identificou 1.139 municípios em alerta, com índice de infestação de mosquitos nos imóveis entre 1% a 3,9% e 2.450 municípios com índices satisfatórios, com menos de 1% das residências com larvas do mosquito em recipientes com água parada. Entre as 17 capitais que o Ministério da Saúde recebeu informações sobre o LIRAa, estão com índices satisfatórios os municípios de Macapá (AP), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Belo Horizonte (MG), João Pessoa (PB), Teresina (PI), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e Palmas (TO). As capitais com índices em estado de alerta, são:  Maceió (AL), Manaus (AM), Salvador (BA), Vitória (ES), Recife (PE), Natal (RN), Porto Velho (RO), Aracajú (SE) e São Luis (MA). As capitais Belém (PA), Boa Vista (RR), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), São Paulo (SP), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Brasília (DF) e Rio Branco (AC) não informaram os dados ao Ministério da Saúde.

O Mapa da Dengue, como é chamado o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), é um instrumento fundamental para o controle do mosquito Aedes aegypti. Com base nas informações coletadas no LIRAa, o gestor pode identificar os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de depósito onde as larvas foram encontradas. O objetivo é que, com a realização do levantamento, os municípios tenham melhores condições de fazer o planejamento das ações de combate e controle do mosquito Aedes aegypti.

Para o secretário de Vigilância em Saúde, Adeilson Cavalcante, o levantamento é fundamental para prever ações locais. “É necessária uma visão global da situação, por isso o levantamento tem papel essencial nas decisões nacionais, mas principalmente locais, porque o levantamento traz detalhes de focos de mosquito por bairros e com isso o gestor pode prever ações efetivas de controle da proliferação do mosquito”, destacou Adeilson Cavalcante.

CRIADOUROS – A metodologia permite identificar onde estão concentrados os focos do mosquito em cada município, além de revelar quais os principais tipos de criadouros, por região. Os resultados reforçam a necessidade de intensificar imediatamente as ações de prevenção contra a dengue, zika e chikungunya, em especial nas cidades em risco e em alerta.

O armazenamento de água no nível do solo (doméstico), como tonel, barril e tina, foi o principal tipo de criadouro nas regiões Nordeste e Centro-Oeste. Nas regiões Norte e Sul o maior número de depósitos encontrados foi em lixo, como recipientes plásticos, garrafas PET, latas, sucatas e entulhos de construção. Na região Sudeste predominou os depósitos móveis, caracterizados por vasos/frascos com água, pratos e garrafas retornáveis.

DENGUE – Até 11 de novembro de 2017, foram notificados 239.076 casos prováveis de dengue em todo o país, sendo observado uma redução de 83,7% em relação ao mesmo período de 2016 (1.463.007). Com relação ao número de óbitos, também houve queda significativa (82,4%), reduzindo de 694 óbitos em 2016 para 122 em 2017. Da mesma forma, os registros de dengue grave  caíram 73%,  de um ano para outro,  passando de 901, em 2016, para 243 em 2017. Já dengue com sinais de alarme passou de 8.875 em 2016 para 2.209 em 2017, apresentando uma redução 75% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Em todo país, a região Nordeste apresentou o maior número de casos prováveis (84.051 casos; 35,2%) em relação ao total do país. Em seguida aparecem as regiões Centro-Oeste (74.691 casos; 31,2%), Sudeste (55.381 casos; 23,2%), Norte (21.057 casos; 8,8%) e Sul (3.896 casos; 1,6%).

A análise da taxa de incidência de casos prováveis de dengue (número de casos/100 mil hab.), em 2017, até o dia 11 de novembro, segundo regiões geográficas, evidencia que as regiões Centro-Oeste e Nordeste apresentam as maiores taxas de incidência: 476,9 casos/100 mil hab. e 147,7 casos/100 mil hab., respectivamente. Entre as Unidades da Federação (UFs), destacam-se Goiás (906,3 casos/100 mil hab.), Ceará (457,7 casos/100 mil hab.) e Tocantins (322,5 casos/100 mil hab.).

CHIKUNGUNYA – Até 11 de novembro, foram registrados 184.458 casos prováveis de febre chikungunya, o que representa uma taxa de incidência de 89,5 casos para cada 100 mil habitantes. A redução é de 32,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 271.637 casos. A taxa de incidência no mesmo período de 2016 foi de 131,8 casos/100 mil/hab.

A região Nordeste apresentou o maior número de casos prováveis de febre de chikungunya (141.363 casos; 76,6%) em relação ao total do país. Em seguida aparecem as regiões Sudeste (23.169 casos; 12,6%), Norte (16.125 casos; 8,7%), Centro-Oeste (3.467 casos; 1,9%) e Sul (334 casos; 0,2%).

Neste ano, foram confirmados laboratorialmente 149 óbitos. No mesmo período do ano passado, foram 211 mortes confirmadas, uma redução de 29,4%.

ZIKA – Até 11 de novembro, foram registrados 16.870 casos prováveis de Zika em todo país, uma redução de 92,1% em relação a 2016 (214.126). A taxa de incidência passou de 103,9 em 2016 para 8,2 neste ano.

As regiões Centro-Oeste e Norte apresentam as maiores taxas de incidência: 38,3 casos/100 mil hab. e 12,2 casos/100 mil hab., respectivamente. Entre as UFs, destacam-se Mato Grosso (64,5 casos/100 mil hab.), Goiás (55,9 casos/100 mil hab.), Tocantins (45,5 casos/100 mil hab.) e Roraima (43,4 casos/100 mil hab.). Em relação às gestantes, foram registrados 2.197 casos prováveis, sendo 901 confirmados por critério clínico-epidemiológico ou laboratorial.


Panorama dos Estados

UF
Total de Municípios
Total de Municípios que fizeram LIRAa out/nov 2017
Municípios Satisfatório
%
Municípios em Alerta
%
Municípios em Risco
%
RO
52
52
15
28,8
30
57,7
7
13,5
AC
22
0
0
0
0
0,0
0
0
AM
62
13
9
69,2
4
30,8
0
0
RR
15
13
3
23,1
7
53,8
3
23,1
PA
144
87
42
48,3
38
43,7
7
8,0
AP
16
13
11
84,6
1
7,7
1
7,7
TO
139
27
23
85,2
3
11,1
1
3,7
MA
217
216
109
50,5
93
43,1
14
6,5
PI
224
188
148
78,7
37
19,7
3
1,6
CE
184
181
124
68,5
49
27,1
8
4,4
RN
167
165
22
13,3
73
44,2
70
42,4
PB
223
223
56
25,1
113
50,7
54
24,2
PE
184
182
50
27,5
88
48,4
44
24,2
AL
102
69
23
33,3
35
50,7
11
15,9
SE
75
72
25
34,7
41
56,9
6
8,3
BA
417
281
81
28,8
124
44,1
76
27,0
MG
853
814
618
75,9
178
21,9
18
2,2
ES
78
63
39
61,9
23
36,5
1
1,6
RJ
92
88
67
76,1
21
23,9
0
0
SP
645
520
455
87,5
65
12,5
0
0
PR
399
158
78
49,4
68
43,0
12
7,6
SC
295
7
4
57,1
3
42,9
0
0
RS
497
268
212
79,1
35
13,1
21
7,8
MS
79
0
0
0
0
0,0
0
0
MT
141
0
0
0
0
0,0
0
0
GO
246
246
236
95,9
10
4,1
0
0
DF
1
0
0
0
0
0,0
0
0

5569
3946
2450
62,1
1139
28,9
357
9,0


LIRAa em Niterói

Na semana de 23 a 27 de outubro deste ano, agentes do Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ) realizou o quinto e último Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa) de 2017.

Foram vistoriados 8.204 imóveis nos 52 bairros do município – entre casas, prédios, terrenos baldios e outros espaços com possíveis focos de larvas do mosquito transmissor da dengue. Os agentes visitam esses locais para inspecionar e identificar os criadouros e, ao encontrar, coletar as larvas ou pupas para análise em laboratório. Durante essas visitas também estão sendo reforçadas as ações educativas.  

Com base nas Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue (2009) são considerados satisfatórios os municípios que apresentam larvas do mosquito em menos de 1% dos imóveis pesquisados.  São classificados como estado de alerta locais entre 1% e 3,99%.  E acima de 3,99%, locais de risco.

De acordo com o Serviço de Controle de Vetores do CCZ,  o resultado constatou a presença do Aedes aegypti em 0.9% dos imóveis visitados. Os levantamentos continuam a apontar que a maioria dos focos do mosquito está nas residências.



Fontes:  Ministério da Saúde (federal)  e CCZ de Niterói (municipal).

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