sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Parceria CCZ /Fiocruz atualiza equipe de Educação em Saúde para a vigilância em Leishmanioses




Teve início nesta quarta-feira (06/11) o curso “Saberes e Práticas em Leishmanioses - Uma Visão Atual”, uma parceria do Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ) com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para atualizar a equipe do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC).

O objetivo principal é compartilhar conhecimentos sobre as leishmanioses a fim de que haja multiplicação das informações à população em geral, impactando a vigilância e o controle destas doenças.

A equipe técnica é composta por professores do Laboratório Interdisciplinar de Vigilância Entomológica em Díptera e Hemíptera (LIVEDIH) – órgão que realiza pesquisas e promove a formação de recursos humanos nos estudos sobre os vetores das Leishmanioses e da Doença de Chagas, bem como desenvolve pesquisas na área de Entomologia Forense –, e por uma profissional veterinária da Fundação Municipal de Saúde de Niterói.  LIVEDIH - Dr. Wagner Alexandre Costa, Dra. Margarete Martins dos Santos Afonso, Dr. Maurício Vilela, Dra. Jacenir Mallet e Luiz Henrique Costa;  FMS - Viviane Moura Azevedo Nunes.

O conteúdo programático é dividido em cinco módulos teóricos com duração de quatro horas cada, totalizando vinte horas, nos quais estarão em pauta os seguintes temas:
  • Módulo 1: biologia dos flebotomíneos, ecologia das leishmanioses, principais vetores e situação das Leishmanioses no Brasil, Estado do Rio de Janeiro e município de Niterói; prática de observação de flebotomíneos com lupas e microscópios;
  • Módulo 2: apresentação dos manuais técnicos do Ministério da Saúde (LTA e LVA) e da OPAS; teoria e prática de manejo ambiental;
  • Módulo 3: educação em saúde como medida de vigilância; elaboração conjunta de folheto educativo;
  • Módulo 4: oficina de guia de telagem de portas e janelas; apresentação dos agentes sobre os conteúdos abordados e que julguem importante repassar para a população em suas atividades de educação em saúde (Roda de Conversa);
  • Módulo 5: apresentação feita pela equipe participante para os agentes comunitários de saúde da região de Pendotiba, onde estão sendo realizadas as ações de vigilância entomológica.

O curso será realizado durante os meses de novembro e dezembro no auditório da Secretaria Municipal de Defesa Civil, no Centro.

Módulo 1 – 06/11/19
Nesta apresentação, o biólogo e pesquisador do LIVEDIH, Dr. Maurício Vilela, abordou a aspectos relacionados às seguintes questões:  vetores (os flebotomínios);  biologia; doenças e agravos no contexto brasileiro; ciclo de transmissão das leishmanioses no país,  mostrando toda a sua importância, tanto do ponto de vista entomológico quanto dos hospedeiros, assim como das espécies de parasitas. 

A ocorrência de Leishmaniose Visceral Canina é um sinal de que a enfermidade humana é possível na região.  Hoje em dia existe medicamento para tratamento dos cães, porém é de custo elevado e restrito à rede privada; e mesmo assim, o animal tratado continua sendo reservatório do parasita para sempre, representando risco de novas infecções.  No âmbito silvestre, algumas espécies de roedores são potenciais reservatórios da LVC.  Mudanças climáticas estão favorecendo novos cenários epidemiológicos no mundo, e um exemplo disso é a Europa, onde já foram registrados flebotomíneos na Alemanha e Suíça.

“Nós temos uma das melhores vigilâncias epidemiológicas do mundo, apesar da extensão territorial e dificuldades sócio-econômicas. A Educação em Saúde é peça fundamental nesse processo de controle das leishmanioses. Apesar de haver uma grande produção de estudos referentes não somente ao vetor, mas todos os aspectos relacionados às leishmanioses, a gente ainda se depara com alguns hiatos e indagações que necessitam ser melhor aclarados.  Acredito que as atividades de educação em saúde podem sobremaneira contribuir para mudar isso, porque a gente vai poder elencar aspectos relacionados ao ambiente onde a doença ocorre, correlacionando isso com a produção científica, assim como, evidentemente, com as populações que vivem nessas áreas de risco”, avaliou Dr. Maurício.













 





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