O professor Dr. AMÉRICO DE SOUZA BRAGA nasceu na cidade de Santarém do Estado do Pará, a 18 de janeiro de 1899 e faleceu em Niterói, capital do Estado do Rio de Janeiro, a 9 de junho de 1947. Era filho do casal santareno Cel. Antônio Joaquim de Vasconcelos Braga e D. Zulmira de Souza Braga. Fez o curso primário em Santarém e os preparatórios para o ingresso no curso superior, no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro.
Residência, à Rua Floriano Peixoto, 506, onde viveu
Américo Braga até deixar sua terra natal.
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Parte da família do Coronel Antônio Joaquim de Vasconcelos Braga, quando Américo (o terceiro garoto a contar da esquerda) tinha 10 anos de idade. |
Casou-se com Margarida dos Santos Braga que lhe deu os filhos Jorge dos Santos Braga (falecido), Dr. Heitor dos Santos Braga (psiquiatra), Dr. Flávio dos Santos Braga (psiquiatra) e Maria Margarida Braga Medeiros (contadora), e em segundas núpcias com D. Carmelina Rurich Braga, de quem teve apenas uma filha, a doutora Marlene Rurich Braga Lopes (médica veterinária) casada com o Dr. Antônio Agra Lopes.
De inteligência privilegiada, até os 17 anos de idade - tempo de sua vivência na terra natal - sempre se destacou no meio de seus conterrâneos, tomando parte ativa nos movimentos culturais e sociais da pequena cidade que lhe serviu de berço.
O cientista Américo Braga
Aspirando aprimorar os seus conhecimentos, em pleno vigor da juventude deixou sua terra natal no ano de 1916, rumo ao Rio de Janeiro, àquela época Capital da República.
Américo Braga formou-se em biologia em 18 de dezembro de 1921 pela 1° Escola Nacional de Veterinária (Praia Vermelha), classificando-se num honroso 1° lugar dividido com o seu colega de turma Otto Magalhães Pecego.
Iniciou sua carreira profissional como biologista no antigo Serviço de Indústria Pastoril do Ministério da Agricultura. Foi o começo de uma vida inteiramente devotada à veterinária.
O 1º Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária foi realizado em 1922, tendo sido organizado e presidido pelo prof. Américo de Souza Braga, grande batalhador da profissão no Brasil.
Idealista, Braga mereceu ser cognominado de SEMEADOR DA VETERINÁRIA NO BRASIL, graças ao seu esforço pessoal. Pelos seus estudos e pesquisas incansáveis, aumentou de modo brilhante o patrimônio científico nacional, com trabalhos sobre bacteriologia, em cujo terreno demonstrou acentuado pendor e invulgar cultura.
Foi pela sua extraordinária capacidade de imaginação e forte tendência para observações, que se projetou internacionalmente, alcançando a glória de ser considerado MESTRE DA VETERINÁRIA BRASILEIRA, no dizer do Prof. Salomão Vergueiro da Cruz.
Seu primeiro trabalho publicado foi "Os efeitos da hexametilenotetramina na difteria aviária" - In "Boi. Soc. Bras. Med. Vet.", 1 (2): 61, em 1924, e o último, em 1947, "Doença de Aujesaky", tese com que concorreu à Cátedra de Microbiologia e Imunologia da Escola Nacional de Veterinária, da Universidade Rural.
Em 1936, foi um dos fundadores e primeiro diretor da antiga Escola Fluminense de Medicina Veterinária (Atual Faculdade de Veterinária da U.F.F).
A par de seu notável tino administrativo, sempre prestigiado pelos seus colegas de Congregação, foi permanentemente um pesquisador dos mais devotados.
Por diversas ocasiões representou a profissão em congressos nacionais e internacionais (Zurick, Londres, Paris) tendo, por sua destacada atuação nessas oportunidades, conquistado as mais expressivas homenagens dos norte-americanos, europeus e sul-americanos, especialmente pelos seus trabalhos de laboratório. Inúmeros assuntos atinentes à carreira que abraçou, foram por ele versados em trabalhos importantes, mandados publicar, muitos deles, pelo próprio Governo Federal.
Dos inúmeros cargos e títulos de Américo Braga, destacam-se:
- Organizador e Secretário da "Revista do Departamento Nacional de Produção Animal"
- Membro efetivo dos Xl e XII Congressos Internacionais de Medicina Veterinária (Londres, 1930 e New York, 1934)
- Presidente do 'Comitê Brasileiro do XII Congresso Internacional de Medicina Veterinária (Zurick, Interlaken, 1938)
- Membro da "Union of American Biological Societties "da Universidade de Pensylvania (Philadelfia, USA) e Colaborador em "Biological Abstrats", da mesma Sociedade
- Membro Fundador do 'Clube Zoológico do Brasil - São Paulo
- Fundador e Diretor do Instituto Biológico do Rio de Janeiro, no período de 1945 a 1947.
Até 9 de junho de 1947, dia da sua morte, ocupava três lugares aos quais se devotava com afinco: Catedrático da 12a. cadeira da Escola Fluminense de Medicina Veterinária (Pro-pedêutica, patologia e clínica médica dos pequenos animais domésticos), diretor dessa mesma Escola e Catedrático interino da 8a. cadeira da Escola Nacional de Veterinária. Deixava publicados mais de 100 trabalhos, muitos dos quais traduzidos em diversos idiomas. Entre seus consideráveis trabalhos científicos destaca-se, pela repercussão internacional, o livro em quatro tomos intitulados Soros, Vacinas, Alérgenos e Imunógenos.
Fontes:
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