domingo, 25 de janeiro de 2015

FEBRE DE CHIKUNGUNYA


Criado em 25/01/15  -  Atualizado em 12/06/18

O que é ? 

A Febre de Chikungunya é uma doença infecciosa, uma arbovirose, causada pelo vírus Chikungunya, da família Togaviridae e do gênero Alphavirus

O nome Chikungunya deriva de uma palavra em Makonde, a língua falada por um grupo que vive no sudeste da Tanzânia e norte de Moçambique. Significa "aqueles que se dobram", descrevendo a aparência encurvada de pessoas que sofrem com a artralgia (dores articulares) característica.

O vírus

Diferentemente da dengue, que tem quatro subtipos, o Chikungunya é único. Uma vez que a pessoa é infectada e se recupera, ela se torna imune à doença. Quem já pegou dengue não está nem menos nem mais vulnerável ao Chikungunya: apesar dos sintomas parecidos e da forma de transmissão similar, tratam-se de vírus diferentes.

O vírus Chikungunya foi identificado pela primeira vez entre 1952 e 1953, durante uma epidemia na Tanzânia. Mas casos parecidos com essa infecção – com febres e dores nas articulações – já haviam sido relatados em 1770. Até dezembro de 2013 era desconhecido na América Latina. Agora, o continente contabiliza milhares de casos e o número de vítimas fatais passa de cem - a maioria em países do Caribe, segundo estatísticas oficiais.


Transmissão


A transmissão do vírus Chikungunya se dá através da picada de fêmeas dos mosquitos do gênero Aedes, sendo o Aedes aegypti e o Aedes albopictus,  infectadas pelo CHIKV.


Casos de transmissão vertical podem ocorrer quase que exclusivamente, no intraparto de gestantes virêmicas e, muitas vezes, provoca infeção neonatal grave (gestante virêmica – bebê durante o parto), bem como por transfusão sanguínea, mas são raros.


Sintomas

Entre quatro e oito dias após a picada do mosquito infectado, o paciente apresenta febre repentina acompanhada de dores nas articulações. Outros sintomas, como dor de cabeça, dor muscular, náusea e manchas avermelhadas na pele, fazem com que o quadro seja parecido com o da dengue. A principal diferença são as intensas dores articulares.  Os sintomas da doença costumam durar de três a 10 dias. A letalidade da Chikungunya, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), é rara, sendo menos frequente que nos casos de dengue.

Na fase aguda da doença, a febre é alta, aparece de repente e vem acompanhada de dor de cabeça, mialgia (dor muscular), exantema (erupção na pele), conjuntivite e dor nas articulações (poliartrite). Esse é o sintoma mais característico da enfermidade: dor forte nas articulações, tão forte que chega a impedir os movimentos e pode perdurar por meses depois que a febre vai embora.

Nem todos os indivíduos infectados pelo vírus Chikungunya desenvolvem sintomas. Estudos mostram que 3% a 28% apresentam infecção assintomática. No entanto, em relação às outras arboviroses, a taxa de pacientes assintomáticos é baixa e o número de pacientes que necessitarão de atendimento é elevado. 

Os casos graves ocorrem com maior frequência em extremos de idade e pacientes com co-morbidades (história de convulsão febril, diabetes, asma, insuficiência cardíaca, alcoolismo, doenças reumatológicas, anemia falciforme, talassemia, hipertensão), crianças e aqueles que estão em uso de alguns fármacos (aspirina, anti-inflamatórios e paracetamol em altas doses). A idade avançada também é um fator de risco para doença grave pelo vírus do Chikungunya. Estudos mostram que pacientes com idade acima de 65 anos têm uma taxa de letalidade cerca de 50 vezes maior do que indivíduos abaixo de 45 anos.

Embora a Febre de Chikungunya não seja uma doença de alta letalidade, tem elevada taxa de morbidade associada à artralgia persistente, que pode levar à incapacidade e, consequentemente, redução da produtividade e da qualidade de vida.


Diagnóstico


São três os tipos de testes mais utilizados para diagnosticar a doença: sorologia, PCR em tempo real (RT‐PCR) e isolamento viral. Todas essas técnicas já são utilizadas no Brasil para o diagnóstico de outras doenças e estão disponíveis nos laboratórios de referência da rede pública. Em situações de epidemia a maioria dos casos serão confirmados por critério clínico.


Prevenção

Para evitar a transmissão do vírus, é fundamental que as pessoas reforcem as ações de eliminação dos criadouros dos mosquitos. As medidas são as mesmas para o controle da dengue, ou seja, verificar se a caixa d’água está bem fechada; não acumular vasilhames no quintal; verificar se as calhas não estão entupidas; e colocar areia nos pratos dos vasos de planta, entre outras iniciativas deste tipo.

Não existe vacina contra a Febre de Chikungunya. Na verdade, a prevenção consiste em adotar medidas simples no próprio domicílio e arredores que ajudem a combater a proliferação do mosquito transmissor da doença.

Saiba como eliminar os focos do Aedes aegypti:


Tratamento

Não há um tratamento capaz de curar a infecção, nem vacinas voltadas para preveni-la. Na fase aguda, o tratamento contra a Febre de Chikungunya é sintomático. Analgésicos e antitérmicos são indicados para aliviar os sintomas. Manter o doente bem hidratado é medida essencial para a recuperação.  Não é recomendado usar o ácido acetil salicílico (AAS) devido ao risco de hemorragias. Quando a febre desaparece, mas a dor nas articulações persiste, podem ser introduzidos medicamentos anti-inflamatórios e fisioterapia.


Chikungunya no Mundo

Surtos da Febre de Chikungunya:
  • Em 1999-2000, na República Democrática do Congo; em 2007, no Gabão;
  • A partir de fevereiro de 2005 ocorreu em ilhas do Oceano Índico;
  • Na Índia ocorreu em 2006 e 2007;
  • Em 2007, a transmissão foi relatada pela primeira vez na Europa, em um surto localizado no nordeste da Itália e confirmou que os surtos transmitidos por mosquitos  Aedes albopictus são plausíveis na Europa;
  • No final de 2013, a primeira transmissão local do vírus Chikungunya nas Américas foi identificado em países e territórios do Caribe;
  • Em abril de 2015 Canadá, México e EUA também registraram casos importados;
  • Nas Américas, em 2015, 693.489 casos suspeitos e 37.480 casos confirmados de chikungunya foram notificados ao escritório regional da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), do qual a Colômbia sofreu o maior fardo com 356.079 casos suspeitos. Isso foi menor do que em 2014, quando mais de 1 milhão de casos suspeitos foram notificados na mesma região.
  • Em 2016 os países das Américas que relataram a maioria dos casos foram o Brasil (265.000 casos suspeitos), Bolívia e Colômbia (19.000 casos suspeitos, respectivamente). Neste ano é a primeira vez que a transmissão autóctone de chikungunya foi relatada na Argentina após um surto de mais de 1.000 casos suspeitos; 
  • Ainda em 2016, na região africana, o Quênia relatou um surto de chikungunya resultando em mais de 1.700 casos suspeitos; 
  • Em 2017, o Paquistão continua a responder a um surto que começou em 2016.



Situação no Brasil

Casos confirmados:

Em 2018, até 21 de abril, foram registrados 29.675 casos prováveis de febre chikungunya. A redução é de 65% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 86.568 casos. Neste ano houve 4 óbitos confirmados laboratorialmente. Em 2017, no mesmo período, foram 83 mortes.


Casos confirmados em Niterói:

De janeiro a maio de 2018 foram notificados 959 casos suspeitos de chikungunya. Os bairros mais afetados pelas doenças se localizam na Zona Norte: Barreto, Engenhoca e Tenente Jardim. No mesmo período, em 2017, foram notificados 369 casos suspeitos de chikungunya. Já durante todo o ano de 2017 foram notificados 592 casos suspeitos de chikungunya.



Fontes da Pesquisa:


Ministério da Saúde  
http://portalms.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/43454-brasil-pode-ter-aumento-de-casos-de-dengue-zika-e-chikungunya

Secretaria Municipal Saúde  - Coordenação de Vigilância em Saúde
Casos notificados de Dengue, Zika e Chikungunya em residentes de Niterói - até 25/05/18.



Link Interessante:

Chikungunya: Manejo Clínico, versão 2017:   
http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/maio/31/chikungunya_manejo_clinico_2017.pdf




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