sexta-feira, 2 de junho de 2017

ESPOROTRICOSE


Causada pelo fungo Sporothrix schenckii, a esporotricose é uma micose que pode afetar animais e humanos. Desde o final da década de 1990, no Estado do Rio de Janeiro, tem sido grande a ocorrência da doença em animais, especialmente em gatos. Há tratamento para a micose, e o diagnóstico dos animais já pode ser feito na maioria das clínicas veterinárias. Por isso, não abandone, maltrate ou sacrifique o animal com suspeita da doença. Procure o tratamento adequado e se informe sobre os cuidados que deve ter para cuidar de seu animal sem colocar em risco a própria saúde. São essas algumas das orientações dos veterinários que estudam o agravo. 


Quais são os principais sinais clínicos e sintomas da esporotricose?
Nos gatos, as manifestações clínicas da esporotricose são variadas. Os sinais mais observados são as lesões ulceradas na pele, ou seja, feridas profundas, geralmente com pus, que não cicatrizam e costumam evoluir rapidamente. A esporotricose está incluída no grupo das micoses subcutâneas.

A esporotricose atinge quais animais? Como é o contágio?
Embora a esporotricose já tenha sido relacionada a arranhaduras ou mordeduras de cães, ratos e outros pequenos animais, os gatos são os principais animais afetados e podem transmitir a doença para os seres humanos. O fungo causador da esporotricose geralmente habita o solo, palhas, vegetais e também madeiras, podendo ser transmitido por meio de materiais contaminados, como farpas ou espinhos. Animais contaminados, em especial os gatos, também transmitem a doença, por meio de arranhões, mordidas e contato direto da pele lesionada.

A esporotricose se manifesta em humanos?
Sim. O homem pega o fungo geralmente após algum pequeno acidente, como uma pancada ou esbarrão, onde a pele entra em contato com algum meio contaminado pelo fungo. Por exemplo: tábuas úmidas de madeira. Outra forma de contágio são arranhões e mordidas de animais que já tenham a doença ou o contato de pele diretamente com as lesões de bichos contaminados. Mas, vale destacar: isso não significa que os animais doentes não devam ser tratados, pelo contrário. A melhor solução para evitar que a doença se espalhe é cuidar dos animais doentes, adotando, para isso, algumas precauções simples, como o uso de luvas e a lavagem cuidadosa das mãos.






Como é possível identificar a esporotricose em humanos?
A doença se manifesta na forma de lesões na pele, que começam com um pequeno caroço vermelho, que pode virar uma ferida. Geralmente aparecem nos braços, nas pernas ou no rosto, às vezes formando uma fileira de carocinhos ou feridas. Como pode ser confundida com outras doenças de pele, o ideal é procurar um dermatologista para obter um diagnóstico adequado.

Os gatos podem transmitir esporotricose para as pessoas?
Sim, por meio de arranhões, mordidas e contato direto com a lesão. Por isso é importante que o diagnóstico seja feito rapidamente e que o animal doente receba o tratamento adequado. Animais doentes não devem nunca ser abandonados. Se isso acontecer, eles vão espalhar ainda mais a doença. Caso suspeite que seu animal de estimação está com esporotricose, procure um médico veterinário para receber orientações sobre como cuidar dele sem correr o risco de ser também contaminado.

É possível que um gato doente contamine outros animais que convivem no mesmo ambiente, como uma casa, quintal ou apartamento?
Sim. Por isso é aconselhável isolar o gato do contato com outros animais, separando-o num ambiente próprio, para que receba os cuidados de que necessita sem comprometer a saúde dos outros bichos da casa. Outro cuidado muito importante: em caso de morte do animal com esporotricose, é essencial que o corpo seja cremado, e não enterrado. Isso porque a micose pode se espalhar pelo solo, espalhando a doença entre outros animais.

Que cuidados podem evitar a transmissão?
Uma boa higienização do ambiente pode ajudar a reduzir a quantidade de fungos dispersos e, assim, novas contaminações. É também importante não manusear demais o animal, usar luvas e lavar bem as mãos. Em caso de morte dos animais doentes, não se deve enterrar os corpos, e sim incinerá-los, para evitar que o fungo se espalhe pelo solo.

Qual o tratamento indicado para gatos? E para humanos?
O tratamento recomendado, na maioria dos casos humanos e animais, é o antifúngico itraconazol, que deve ser receitado por médico ou veterinário. A dose a ser administrada deve ser avaliada por esses profissionais, de acordo com a gravidade da doença. Mas, dependendo do caso, outros fármacos podem ser usados. Reforçamos: a administração do medicamento só deve ser feita após avaliação médica ou veterinária.

Quanto tempo dura o tratamento?
Dependendo do caso, o tratamento pode durar meses ou mais de um ano. É muito importante que o tratamento seja seguido à risca.

É contagiosa apenas por contato ou o fungo também pode ser transmitido pelo ar?
A transmissão do fungo através da inalação é possível, mas é rara.

Já existe ou está sendo desenvolvida alguma vacina contra a esporotricose?
Não existe vacina contra a esporotricose, mas alguns estudos vêm sendo desenvolvidos.

Existe transmissão entre humanos? Ou seja: uma pessoa com esporotricose pode transmiti-la para outra?
Não há registros de casos deste tipo de transmissão. Pelo que se sabe, as pessoas só contraem a doença pelo contato com meios ou animais contaminados.


Onde levar um gato com suspeita de esporotricose para ser atendido?

O animal com suspeita de esporotricose deve ser levado a uma clínica veterinária. 


Há atendimentos de baixo custo e alguns gratuitos. No Rio de Janeiro, o animal pode ser encaminhado à Unidade de Medicina Veterinária da Prefeitura. Para mais informações acesse o site http://www.1746.rio.gov.br/ ou ligue para o 1746 da prefeitura.

A Fiocruz, por meio do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), também oferece atendimento no Ambulatório de dermatozoonoses em animais domésticos. Os proprietários de animais com suspeita ou diagnóstico de esporotricose devem telefonar para (21) 3865.9536 ou 3865.9553 para agendar consulta após responder a uma curta entrevista sobre o animal e iniciar o tratamento.

Em Niterói, o Centro de Controle de Zoonoses, em parceria com o Instituto Biomédico da Universidade Federal Fluminense, disponibiliza um local onde é feito o diagnóstico clínico e laboratorial da doença nos animais. O serviço é gratuito, com demanda espontânea e aberto a toda população da cidade. 
O atendimento é  na sede do CCZ (Rua Coronel Miranda, nº 18 - Ponta D'Areia - Niterói/RJ) e o agendamento é feito pelo telefone (21) 96955-2180 (Sem Whatsapp).



E o atendimento às pessoas, onde é feito?
O atendimento de esporotricose no município do Rio de Janeiro está sendo feito pelos médicos de Postos de Saúde locais e dos Serviços de Atenção Básica do Programa Saúde da Família. Casos que apresentam uma complexidade maior, serão então referendados para o Centro Clínico do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, através de encaminhamento médico, do local de origem. 

Em Niterói, as pessoas com lesões suspeitas devem entrar em contato com o Centro de Controle de Zoonoses de Niterói através de telefonema para 
(21) 99639-4251 (Sem Whatsapp) ou pessoalmente, rua Coronel Miranda, nº 18 - Ponta D'Areia - Niterói/RJ

Para qual órgão devo comunicar que existem casos de esporotricose na região onde moro?

Ao Centro de Controle de Zoonoses do seu município. Caso não exista um setor como esse no seu município, sugerimos que comunique o caso à Secretaria de Saúde, pois é uma doença que pode contaminar os seres humanos.


No Rio de Janeiro, o telefone é (21) 3395-1595. Outro contato pode ser feito com a Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro, pelo telefone 1746 ou no site http://www.1746.rio.gov.br/.


Em Niterói, a comunicação pode ser feita ao Centro de Controle de Zoonoses de Niterói através de telefonema, (21) 99639-4251 (Sem Whatsapp), ou pessoalmente, r
ua Coronel Miranda, nº 18 - Ponta D'Areia - Niterói/RJ, e à Coordenação de Vigilância em Saúde (Av. Amaral Peixoto, nº 171 - 3º andar), telefone 2719-4491.



Veja também:


Vídeo CONVERSANDO SOBRE ESPOROTRICOSE, do CCZ de Niterói

Saúde em Quadrinhos:  Esporotricose

Projeto Esporotricose - UFF: O desafio em tratar felinos com esporotricose

VIGILÂNCIA DA ESPOROTRICOSE ANIMAL EM NITERÓI


Projeto Esporotricose UFF/CCZ no Facebook


Encontro sobre Esporotricose com veterinários


Vídeo ESPOROTRICOSE, da Fiocruz, no YouTube




Fontes:

Texto:  Fiocruz
Edição de texto:  CCZ Niterói/RJ
Fotos das lesões humanas:  Universidade Federal de Juiz de Fora (MG)
Foto do fungo:  artigo do  2.bp.blogspot.com

Fotos do gato e da unidade de diagnóstico:  CCZ Niterói/RJ

14 comentários:

  1. Uma pessoa que teve Esporotricose após o tratamento pode ser contaminado novamente?

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  2. Minha mãe foi diagnostica com esporotricose contaminação através de seu gato, Ambos fizeram um tratamento por um ano. Sendo que o gato não ficou totalmente curado. Ele tornou a morde la, ela pode contrair novamente a doença?

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    1. Boa tarde !
      O tratamento não torna o paciente imune a doença. Como o gato não foi totalmente curado ou rescindivou a doença ou até mesmo se recontaminou, ele poderá transmitir a doença através da mordedura, caso tenha o fungo na boca.

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  3. Meu gato contraiu esporotricose e iniciou o tratamento logo no aparecimento da primeira ferida de 2 cm . A veterinaria recomendou tratamento de 3 meses. Mais minha duvida, com o tratamento qual o periodo a doença não é mais transmissivel ? POis possuo criança em casa

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    1. Favor, entre em contato com os nossos veterinários da Unidade de Diagnóstico em Esporotricose Animal. Funciona às terças-feiras, das 10 às 14h, no Parque Palmier Silva – Horto Florestal do Barreto, Rua Palmier Silva s/nº (lado oposto ao nº 957), Barreto – Niterói, telefone (21) 3711-2832.

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  4. Olá! Aqui no quintal de casa há dois gatos com esporotricose, quero saber se existe farmácia que disponibiliza tratamento grátis, pergunto isso porque os gatos não são meus. No entanto tenho uma cachorrinha e outros cachorros no quintal, e também temos crianças e que me preocupa muito.

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  5. Um humano passa esporotricose para os animais???

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    1. Bom dia Natália !

      Não. O fungo provavelmente está no ambiente.

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  6. Bom dia Amanda !

    Por gentileza, entre em contato com a nossa UNIDADE DE DIAGNÓSTICO EM ESPOROTRICOSE ANIMAL DE NITERÓI. O serviço é gratuito, com demanda espontânea e aberto a toda população da cidade. Funciona às terças-feiras, das 10 às 14h, no Parque Palmier Silva – Horto Florestal do Barreto, Rua Palmier Silva s/nº (lado oposto ao nº 957), Barreto – Niterói, telefone (21) 3711-2832.

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  7. Bom dia , eu estou fazendo diversas pesquisas na internet e já fui a Fiocruz e ao posto de saúde do meu bairro e eles não sabem como solicitar o exame para diagnosticar se a pessoa realmente está com esporotricose ou não .
    Me diagnosticaram que sim , porém isso foi por causa dos sintomas , ferida que não cicatriza a mais de 10 dias e nódulos nos braços e garganta .

    Porém e os exames clínicos , como vou saber quanto tempo devo tomar o itroconazol , como a médica vai saber por quanto tempo eu devo tomar a medicação ?
    Ela foi muito sincera comigo e disse que não há como saber se eu me recuperei totalmente se não fizer um exame clínico , e o pior , ela tentou solicitar este exame , mas pelo sistema do posto de saúde e da clínica da família , ele não achou este exame e não soube como solicita-lo , pediu informação a alguns colegas dela de trabalho e ninguém soube , como solicitar este exame .


    Peço encarecidamente que algum profissional de saúde que saiba como solicitar me informe para que eu possa mostrar para minha dermatologista como é a solicitação do exame e ela poder pedir para mim .

    Ou que me digam onde eu posso ir realizar este exame , em qual local daqui do Rio de janeiro que trata de seres humanos gratuitamente e que façam este exame de graça , por que estou perdido.

    Estou vendo um jogo de empurra empurra , a Fiocruz empurra para o posto de saúde e o posto de saúde não sabe como solicitar o exame e na internet só se fala de tratamento gratuito para gatos , então me pergunto , onde fica o tratamento para seres humanos ?

    Por que há um incentivo enorme que você não se desfaça do seu gato e blablabla , mas não vejo quase nada de ajuda para os donos destes gatos .

    Muito se fala em como identificar humanos e como evitar , mas não se fala , onde se pode fazer o exame de forma gratuita para seres Hanks .


    Por que nós que nos contaminados , só nos contaminamos , por que amamos nossos animais e não os largamos na rua e nem os sacrificamos , cuidamos deles por que os amamos , mas está faltando ajuda para nós que somos os cuidadores do bichanos , está faltando orientação para nós , estamos carentes também , precisamos de socorro .

    E não falo de remédios, falo de orientação de onde fazer os exames para ver a gravidade da infectação , em que nível que estamos de infectação , por que se não soubermos disso , vamos tomar medicação durante quanto tempo ?

    Pelo amor de Deus , profissionais que lerão este texto , nos ajudem e nos dêem uma luz e ajuda .

    Moro no RJ estado e rj capital .

    Ajuda por favor !!!

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  8. Boa tarde !

    Compreendemos a situação.

    Em Niterói, as pessoas com lesões suspeitas devem procurar o Ambulatório de Referência em Esporotricose Humana, no Ambulatório de Dermatologia Sanitária Rene Garrido Neves, 3º andar da Policlínica de Especialidades Sylvio Picanço - Av. Ernani Amaral Peixoto, 169, Centro. Tel.: 98877-6783.

    Maiores informações sobre esporotricose, acesse os sites:
    https://portal.fiocruz.br/esporotricose
    https://www.youtube.com/watch?v=Fl-V94rLFzw

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  9. Gostaria muito de ajuda n tenho condições de tratar do meu gato ele pegou esporotricose gostaria de saber se existe tratamento gratuito e até remédios

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  10. Bom dia!
    Nossa Unidade de Diagnóstico em Esporotricose Animal de Niterói realiza apenas diagnóstico clínico e coleta de material para exame laboratorial.

    Para demais serviços, sugerimos que você busque nos seguintes locais:

    Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman – Av. Bartolomeu de Gusmão, 1.120 - Mangueira, Rio de Janeiro;
    Centro de Controle de Zoonoses Paulo Dacorso Filho (CCZ) – Largo do Bodegão, 150 – Santa Cruz, Rio de Janeiro/RJ;
    INI - Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas - Av. Brasil, 4365 - Manguinhos, Rio de Janeiro.

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