Ao todo, 5.191 municípios realizaram algum tipo de levantamento que classifica o risco de aumento das doenças causadas pelo Aedes aegypti

“O resultado do levantamento indica que é necessário dar mais atenção nas ações de combate ao mosquito. A prevenção não pode ser interrompida, mesmo no período mais frio do ano”, alertou o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Osnei Okumoto. Segundo o secretário, a continuidade das ações é importante para manter baixos os índices de infestação, justamente para quando chegar a época de maior proliferação. “Assim será possível manter a redução do número de casos” explicou o secretário.
Além das cidades em situação de risco, o levantamento identificou 2.069 municípios em alerta, com o índice de infestação predial (IIP) entre 1% a 3,9% e 1.711 municípios com índices satisfatórios, inferiores a 1%. No total, 20 capitais realizaram o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), duas capitais fizeram por armadilha e 5 não enviaram informações. Apenas três capitais estão com índice satisfatório: São Paulo (SP), João Pessoa (PB) e Aracaju (SE). Duas capitais estão em risco: Cuiabá (MT) e Rio Branco (AC). Quinze capitais estão em alerta: Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE), Porto Velho (RO), Palmas (TO), Maceió (AL), Salvador (BA), Teresina (PI), Recife (PE), Brasília (DF), Vitória (ES), São Luis (MA), Belém (PA), Macapá (AP), Manaus (AM) e Goiânia (GO).
As capitais Boa Vista (RR), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e Campo Grande (MS) não enviaram informações. Os municípios de Natal (RN) e Porto Alegre (RS) realizaram levantamento por armadilha. Os dados foram coletados no período de janeiro a 15 de março.
O Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) é um instrumento fundamental para o controle do vetor e das doenças (dengue, zika e chikungunya). Com base nas informações coletadas, o gestor pode identificar os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de criadouro predominante. O objetivo é que, com a realização do levantamento, os municípios tenham melhores condições de fazer o planejamento das ações de combate e controle do mosquito.
CRIADOUROS
A metodologia permite identificar onde estão concentrados os focos do mosquito em cada município, além de revelar quais os principais tipos de criadouros predominantes. Os resultados reforçam a necessidade de intensificar imediatamente as ações de prevenção contra a dengue, zika e chikungunya, em especial nas cidades em risco e em alerta.
O armazenamento de água no nível do solo (doméstico), como tonel, barril, foi o principal tipo de criadouro na região nordeste. Nas regiões norte, sul e centro oeste, o maior número de depósitos encontrados foi em lixo, como recipientes plásticos, garrafas PET, latas, sucatas e entulhos de construção. Na região Sudeste predominaram os depósitos móveis, caracterizados por vasos/frascos com água, pratos e garrafas retornáveis.
CASOS DE DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA
Em 2018, até 21 de abril, foram notificados 101.863 casos prováveis de dengue em todo o país, uma redução de 20% em relação ao mesmo período de 2017 (128.730). Também houve queda expressiva no número de óbitos. A redução foi de 44%, passando de 72 em 2017 para 40 em 2018.
Em relação à chikungunya, foram registrados 29.675 casos prováveis de febre chikungunya. A redução é de 65% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 86.568 casos. Em 2018, houve 4 óbitos confirmados laboratorialmente. Em 2017, no mesmo período, foram 83 mortes.
Também foram registrados 2.985 casos prováveis de Zika em todo país, uma redução de 70% em relação ao mesmo período de 2017 (10.286). Neste ano, foi registrado um óbito pela doença.
LIRAa em Niterói
Na semana de 06 a 12 de maio deste ano, agentes do Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ) realizaram o mais recente Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa) de 2018.
Foram vistoriados 8.846 imóveis em todos os bairros do município (52) – entre casas, prédios, terrenos baldios e outros espaços com possíveis focos de larvas do mosquito transmissor da dengue. Os agentes visitam esses locais para inspecionar e identificar os criadouros e, ao encontrar, coletar as larvas ou pupas para análise em laboratório. Durante essas visitas também estão sendo reforçadas as ações educativas.
Com base nas Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue (2009) são considerados satisfatórios os municípios que apresentam larvas do mosquito em menos de 1% dos imóveis pesquisados. São classificados como estado de alerta locais entre 1% e 3,99%. E acima de 3,99%, locais de risco.
De acordo com o Serviço de Controle de Vetores do CCZ, o resultado constatou a presença do Aedes aegypti em 1.2% dos imóveis visitados. Os levantamentos continuam a apontar que a maioria dos focos do mosquito está nas residências.
Fonte: Ministério da Saúde e Centro de Controle de Zoonoses de Niterói
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